Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 38
XXXVIII- Somente por amor


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei com o penúltimo capitulo (ou antepenúltimo se considerarmos o epílogo) o/ kkkk.

Boa leitura.



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No sábado pela manhã a primeira coisa que fiz ao acordar foi tomar um relaxante banho. Depois arrumei-me e fui até a casa de Felipe. Meu sogro abriu a porta e disse que ele havia ido prestar o vestibular. Pedi que ele dissesse a Felipe que eu precisava conversar com ele e, se ele aceitasse, era para me mandar uma sms marcando quando ele poderia. Luciano disse que daria o recado.

Voltei para casa cabisbaixa. Eu precisava esclarecer aquele mal entendido o mais rápido possível. Não queria correr o risco de perder Felipe. 

O resto do meu sábado passou de forma monótona. Quando deitei-me para dormir, já eram quase meio noite. Minhas esperanças de que meu namorado-pois eu me negava de acrescentar o ''ex''- me manda-se uma sms marcando para a gente se encontrar já eram quase nulas. Mas então, nos últimos minutos de consciência, meu celular emitiu o som de uma nova mensagem. Acordei-me na hora. Dizia o seguinte:

''Se você quer tanto me encontrar, vá até aquele shopping que fomos no cinema aquela vez, as 18h, amanhã. - Felipe.''

Meu coração disparou. Não era nenhuma garantia de que ficaríamos juntos, mas, pelo menos, ele concordara em me encontrar, ao menos eu teria a chance de explicar-me, mesmo que ele não acreditasse na minha história...

Preferi afastar esses pensamentos. Foquei-me apenas no lado bom do dia seguinte: eu veria Felipe. Com um sorriso nos lábios, adormeci.

                                                                               -----xx----

Finalmente chegou o domingo à tarde. As 15h comecei a me arrumar. Nunca começava com tanta antecedência, mas eu queria estar realmente bonita neste dia. No fundo no fundo eu sabia que queria apenas que Felipe achasse-me bonita e não terminasse tudo o que nós tínhamos.

Banhei-me calmamente e lavei meu cabelo, hidratando-o com cuidado no final. Depois fui para meu quarto, meus pais e minha irmão haviam ido visitar minha tia. Vesti um conjunto de peças íntimas azul bebê lindo que eu comprara recentemente e, depois, passei a escolher com atenção a roupa que eu vestiria.

Depois de intermináveis momentos debatendo internamente sobre minhas opções, acabei vestindo uma calça jeans escura, quase preta, um coturno preto com tachas douradas, um blusão preto, um sobretudo preto, que ia até o meio das minhas cochas, uma manta vermelha e uma bolsa dourada. Comecei então a fazer a maquiagem...um pouco de pó facial, um pouco de sombra preta, lápis, delineador, rímel e, para completar, um gloss incolor. Olhei-me no espelho. Havia ficado bonita. Acho que bonita o suficiente para que Felipe ao menos me escutasse.

Suspirei fundo e sai de casa, entrando no táxi que eu havia pedido e, alguns minutos depois, ele já estava parado em frente ao tal restaurante. Paguei o motorista e desci do carro. Gelei-me. E não foi por causa do frio que fazia. Foi por incerteza. Não sabia se ele estaria ali, o carro dele não estava. Incerteza de se ele iria me ouvir e, uma dúvida ainda maior, se ele iria me perdoar.

Abanei minha cabeça, tentando deixar todos aqueles pensamentos para trás e entrei no restaurante. Olhei a minha volta a procura dele e não o encontrei. Fiquei ainda mais nervosa. O garçom veio me atender e guiou-me até uma mesa, para duas pessoas, que estava vazia. Na verdade, o local estava bem vazio aquela hora, considerando que era cedo ainda.

Os minutos começaram a passar-se e Felipe não chegava nunca. Faziam quase vinte minutos que eu o esperava, estava quase desistindo e indo embora, mas ainda bem que perseverei. Finalmente ele chegou. Lindo como se ele conseguia ser. Usava um casaco de couro preto, uma calça jeans escura, um all star preto, uma básica de lã preta com decote V e uma manta cinza com azul marinho. Seu cabelo estava levemente bagunçado e ele entrou sério, mas sereno. Olhou para onde eu estava sentada e dirigiu-se para perto de mim, sentando-se a minha frente. Segurei-me para não suspirar.

- Olá Sophia. - Cumprimentou-me ele, foi simpático, mas formal.

- Oi Felipe. - Falei, e ficamos alguns segundos sem falar nada. 

Até que o garçom aproximou-se de nossa mesa e fizemos nossos pedidos. Após ele retirar-se, o silêncio voltou a mesa.

- Pensei que você queria conversar comigo. - Falou meu amado.

- É, você tem razão.

- Então deveria começar logo a falar. - Disse ele, um pouco ríspido. Suspirei e falei:

- Sobre aquele dia que você me viu com meu amigo...não houve nada, Jonathan é apenas um amigo. - Ele revirou os olhos.

- Esperava que você inventasse uma desculpa mais criativa Sophia. - Disse ele, com ar de deboche, aquilo me irritou.

- Isso não foi uma desculpa, foi a verdade. - Falei, controlando minha voz.

- É claro que é verdade. - Disse ele irônico. 

- Por que não acredita em mim?

- Simplesmente porque não tem como eu acreditar em uma mentira. Eu vi vocês dois com meus próprios olhos, ninguém me contou nada, eu vi. 

- Então você está precisando de óculos, pois você viu as coisas bem erradas. - falei, deixando transparecer a minha profunda indignação.

- Eu vi você sendo feliz com um garoto que não era eu, você estava abraçada e rindo com ele. 

- E isso são motivos para ficar brigado comigo Felipe? - Perguntei.

- Sim. - Respondeu-me ele, simplesmente.

- Sim? Pois então você é mais criança do que eu pensei que fosse. Eu realmente te amo, mas parece que nada do que eu faço é o suficiente para você, não é mesmo? Eu sempre estou errada e você sempre me faz de idiota. Só que eu cansei de ser feita de idiota por você. - Quando terminei meu pequeno discurso, haviam algumas lágrimas nos meus olhos. Percebi que Felipe me olhava com tristeza, com pena, e aquilo me irritou ainda mais. Levantei-me da mesa.

- Onde você vai? - Perguntou ele. Com tantas coisas para falar e ele apenas me pergunta isso?!

- Embora. - Falei e afastei-me de sua mesa antes que ele falasse mais alguma coisa. 

Caminhei rápido, ou o mais rápido que eu consegui, até a parada mais próxima ao restaurante. As lágrimas teimavam em turvar minha visão. Era inevitável chorar. Se eu realmente tivesse traído Felipe eu não me importaria que ele terminasse comigo, julgaria aquilo bem merecido até, mas não era o caso, e ele sabia disso. Ou eu pensava que ele sabia até discutir com ele.

Faziam uns cinco  minutos que eu estava na parada, o ônibus estava demorando a vir nesse dia. Estava quase ligando para um táxi quando alguém estacionou um carro bem na frente da parada. O motorista desceu do mesmo e eu olhei para ver quem era. Dei de cara com Felipe. Mas ele apenas me ignorou, deu a volta no carro e abriu a porta do carona.

- Vamos, vou te dar uma carona. - Falou ele, ainda segurando a porta para que eu entrasse.

- Não, obrigada, estou bem aqui.

- Vamos Sophia, não seja tão teimosa e entre no carro.

- Não. - Falei, não queria que ele me visse chorar, embora esses sinais, provavelmente, fossem visíveis no meu rosto.

- Deixa de ser cabeça dura, entra logo. Não vou lhe espancar nem nada do gênero, mas está ficando tarde, pode ser perigoso.

Eu não queria aceitar a carona, ou melhor, a minha mente não queria que eu aceitasse, mas meu coração meteu-se na história e eu me vi dizendo:

- Tudo bem, eu aceito a carona. - Quando dei por mim já estava dentro do veículo, bem acomodada com Felipe ao meu lado. Ele ligou o carro, mas ficamos em silêncio.

- Quer passar em algum lugar para jantar? - Peguntou-me ele. Demorei um pouco a processar a pergunta, afinal nós havíamos saído para jantar, havíamos brigado e agora ele estava me convidando para jantar? Não conseguiria entende-lo.

- Não precisa. - Falei, tentando tratá-lo com indiferença.

- Mas e se eu quiser que você vá comigo, você vai?

- Por que isso agora? - Perguntei com raiva, virando-me para olhá-lo.

- Não entendi. - Falou ele, olhando-me rapidamente, confuso.

- Nós acabamos de brigar, essa é a hora em que ficamos em silêncio no carro, um silêncio fúnebre, desagradável. Esse é o momento em que você me deixa em casa e sai, dirigindo velozmente e nunca mais olha na minha cara.

Felipe freou bruscamente o carro e estacionou-o no acostamento. Por sorte não vinha nenhum carro atrás de nós. Ele tirou o cinto e ficou de frente para mim, fitando meus olhos. Retribui o olhar.

- E por que deveríamos agir assim? - Ele perguntou.

- É o que qualquer casal normal faria ao término do relacionamento. - Respondi, sem exitar. Felipe ergueu uma sobrancelha.

- Primeiro, não somos um casal normal, nunca fomos. E, segundo, não lembro de termos terminado nosso relacionamento.

- Só pode ser uma piada não é mesmo? - Perguntei bufando.

- Nada do que eu acabei de dizer era piada.

- Ok. Felipe, eu não sei o que passa pela sua cabeça louca, mas você não pode dizer que eu te trai, sendo que eu nunca traí e me dizer várias coisas idiotas e depois dizer que nosso relacionamento continua como antes. Isso não existe, entendeu? - Foi a vez dele suspirar. Me controlei para não dizer mais nada.

- Tudo bem. Eu sei que errei lhe fazendo aquelas acusações, mas me desculpa tá legal? Eu estava de cabeça quente na hora. Nãos suporto a ideia de ver você me trocar.

- Que meiga a sua fala. Mas não Felipe, eu não desculpo você. Eu pensei que confiássemos um no outro, mas pelo jeito a confiança é unilateral aqui. - Terminei de falar e abri a porta do carro, Felipe puxou meu braço, fazendo com que eu fechasse a porta.

- Não, não vou deixar você voltar sozinha, vou te levar embora.

- Então vamos logo. - Falei, parando de olhá-lo e virando-me para frente.

- Posso pelo menos saber onde você conheceu o tal Jonathan?

- Eu tinha a intenção de lhe contar, mas não quero mais falar nada agora. - Respondi.

- Quem está sendo a criança agora? - Perguntou ele. Respirei fundo para me acalmar.

- Jonathan é o rapaz que conheci na praia. Ele está fazendo o mesmo curso que eu, nos encontramos na faculdade e eu o ajudei a conquistar sua atual namorada. Nos tornamos amigos. Fim da história. - Falei, ainda sem encará-lo. 

- Ele tem namorada?

- Foi o que eu acabei de falar, você não ouviu? - Perguntei com acides. - Agora vamos logo, quero chegar em casa antes que fique ainda mais frio.

- Se você me perdoasse por ter sido tão idiota, eu poderia lhe aquecer. - Falou ele acariciando meu braço. Afastei-me e o olhei.

- Não tenho interesse algum na sua proposta.

- Não vai mesmo me perdoar? Eu sei que fui um idiota e que não deveria ter agido dessa forma, mas acabei descobrindo que sou capaz de sentir mais ciúmes do que eu julgava possível. Sei que isso deve ser uma droga para você, mas eu não suportaria te perder e eu realmente te amo mais que tudo. - Desviei meus olhos dos dele. Era coisa demais para mim. As palavras que ele usava acabavam me seduzindo completamente.

-Por que você está fazendo isso comigo? - Perguntei, não conseguindo mais me conter.

- O que?

- Isso. Fica me dizendo coisas bonitas, sabendo que eu vou acabar dizendo que te amo também. Mas depois vamos brigar de novo. Não quero passar uma vida toda assim. - Felipe segurou meu queixo e me obrigou a fitá-lo.

- Eu sei que fui um canalha muitas vezes, mas juro que dessa vez farei de tudo para não te decepcionar. Se eu esquecer dessa promessa, o que eu não esquecerei, deixo que você me mate se quiser.

- Não seja tão dramático.

- Desculpa. - Pediu ele.

- Isso depende. - Falei, timidamente. Mas por dentro estava resignada.

- Depende do que? - Perguntou ele, deixando nítida sua curiosidade.

- A proposta de você me esquentar ainda está valendo? - Perguntei, erguendo uma sobrancelha. Felipe riu e aproximou seu rosto do meu, beijando avidamente meus lábios. Sentir seu beijo era  a melhor coisa do mundo. 

- Eu te amo. - Disse-me ele, quando terminamos nosso beijo.

- Eu também te amo, muito. - Falei, sorrindo e beijando-o novamente.


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Notas finais do capítulo

Comentem meus amores, comentem que está terminando. =/ kkkk.

Até mais. *-*



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