Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 27
XXVII- Formatura


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei. kkkkk.
A cada vez nos aproximamos mais do final, faltam uns 10 capitulos só. askaosk
Boa leitura.



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Quando acordei na manhã seguinte a minha vontade era não sair da cama. Queria ficar deitada lá pensando em todas as formas possíveis de acabar com a vida de Felipe. Ele era um idiota. E eu fui mais idiota ainda por ter me apaixonado por ele. O que mais me irritava era o fato do sentimento que eu nutria por ele não ter sumido, essa droga de sentimento podia ter ido embora junto com ele, mas não adiantava. Eu sabia que ele fora um canalha por ter me batido e sabia todo o blá blá blá desse tipo de história, mas eu ainda amava ele. Simples assim. Eu o amava e continuaria amando por um tempo indefinido.

Admito que fiquei deitada boa parte da manhã me xingando de estúpida, idiota e pensando mal dele, mas então, quando minha mãe me ligou na hora do almoço para saber como eu estava ( eu não havia contado nada para ela, apenas disse que estava indisposta) eu respondi que estava bem. E decidi que eu me sentiria bem. Aquele era meu dia. Era para ser um dia especial para mim. Minha formatura, final de mais uma etapa da minha vida e eu não deixaria que um desgraçado como Felipe arruinasse isso.

Determinada a deixar de ser uma tola, levantei-me da cama e fui até a cozinha, onde preparei um arroz com galinha para meu almoço. Depois tomei um banho rápido, vesti uma roupa confortável e fui para a manicure.

A maioria das pessoas me julgaria pelo que eu fiz, mas eu pensei : ''foda-se'' e fiz mesmo assim. Eu me sentia diferente. Me sentia frágil, mas ao mesmo tempo me sentia forte, queria mostrar que eu estava forte. Não para os outros, mas eu sentia a necessidade de provar a mim mesma minha força ''sentimental''. Pela primeira vez na vida pintei minhas unhas de preto. Era uma coisa quase insignificante, mas que fez-me sentir melhor.

Quando cheguei em casa eram 15:30h, eu tinha muito tempo ainda. A formatura seria as 19h. Tentei estudar mais um pouco para o vestibular a fim de ocupar a minha mente, mas não deu certo. Aquilo só me deixou mais estressada. Por fim sai de casa com o intuito de ir até a padaria comprar alguma coisa doce, mas no meio do caminho passei por uma loja de cosméticos e uma ideia louca fez-se em minha mente.

                                                         ------xx-----

Me olhei uma última vez ante de sair de casa no espelho gigante que havia no quarto da minha mãe. Eu estava diferente. Extremamente diferente para dizer a verdade. Meu cabelo estava com as pontas pintadas de azul céu, eu havia alisado bem ele com chapinha em cima e nas partes azuis eu fizera cachos bem definidos. Meus olhos estavam mais azuis e brilhantes do que nunca, bem delineados de preto, com rímel e sombra também na cor preta. Eu usava um batom nude que fiava ótimo com meu tom de pele. Meu vestido era azul marinho simples, mas bonito. Era completamente liso e justo na parte de cima, a partir da cintura ficava bem soltinho, atrás era mais longo que na frente, para complementar coloquei um cinto fininho preto, da cor da minha sandália e peguei uma bolsa-carteira também na cor preta. Me olhei no espelho...eu estava bonita.

A escola era próxima a minha casa e indo de carro chegamos ainda mais rápido. As pessoas estavam tudo bem vestidas. Todo mundo se cumprimentava e ria, naquele dia não haviam diferenças. Os populares e metidos estavam conversando com os nerds e vice versa. Felicidade e sensação de dever cumprido era o que emanava das pessoas a minha volta

Encontrei Roberta assim que cheguei e mais adiante avistei Niel falando com os pais dela e ela me confessou sorridente que ele havia pedido ela em namoro. Dei meus parabéns e tentei fazer uma brincadeira dizendo que ela me devia muito. Nós duas rimos, mas por dentro a minha vontade era de chorar...ou apenas ir embora, me trancar no meu quarto e dormir sem ninguém me incomodar.

- E o Felipe? Ele vai demorar a chegar? - Perguntou Roberta e eu me vi respondendo mecanicamente:

- Acho que ele não vai vir.

- Por que não? - Perguntou ela, parecendo preocupada.

- Nós brigamos. - Respondi simplesmente. Antes que ela me perguntasse mais alguma coisa a vice-diretora da escola apareceu dizendo que estava na hora de iniciar-se a cerimônia.

Não posso negar que aquilo foi ótimo, os discursos dos oradores foram incríveis. Tudo saiu como planejado. O tempo total da cerimônia foi de 1h30min, foi rápida, se comparar com os anos anteriores. Quando por fim todos atiramos nossos ''chapéis'' para cima e me vi sorrindo, sorrindo de verdade. Não valia a pena desperdiçar os 11 anos de estudo por causa de algumas semanas e por causa de uma pessoa. Eu sorri cada vez mais.

A minha ideia quando sai de casa era de voltar imediatamente assim que a formatura terminasse, mas quando Rô me perguntou se eu iria jantar com ela, não consegui negar. Nossos pais iriam também. Fomos para a saída da escola, para o local onde nosso carro estava estacionado. Meus pais já estavam no carro e Roberta se afastou com Niel. Eu estava passando pelo portão quando senti uma mão segurar meu braço. Me virei rapidamente dando de cara com a última pessoa que eu queria ver: Felipe.

- O que você faz aqui? - Perguntei, com raiva, puxando meu braço. Percebi que ele suspirou fundo e demorou alguns segundos até falar:

- Vim te trazer isso aqui para você. - Disse ele, estendendo-me um buque de rosas azuis. Senti uma facada no meu peito. A cerca de três dias atrás eu falara que eu achava lindo rosas azuis.

- Eu não quero. - Falei, tentando ser forte. Consegui. Minha voz saiu normal e eu tinha certeza que minha expressão facial estava impassível.

- Pode por fora se não as quiser, mas pegue-as pelo menos.- Insistiu ele, estendendo-as para mim. Estendi a mão para pegar as flores num impulso, mas resisti e abaixei-a novamente.

- Não, obrigada.

- Vamos, pegue. Eu sei que você quer. Não precisa pensar que fui eu quem te deu elas, mas pense nas flores, são tão lindas. - Fitei o arranjo e acabei pegando-o da mão dele. - Sei que está com pressa. Mas eu quero muito mesmo falar com você. Podemos marcar amanhã já que é sábado...ao meio dia naquele restaurante das massas? - O olhar dele me puxava, sua face me encantava e foi com muita dificuldade que eu consegui falar:

- Não quero falar com você. Tem sorte de eu não ter de denunciado ou algo do gênero. Obrigada pelas rosas, mas não me procure mais. - Falei dando as costas para ele, ele segurou-me pelo pulso e me virou de frente para si.

- Não quero que você me perdoe Sophia, mas só para você saber, no segundo dia depois do ano novo eu vou ir para um centro de reabilitação. 

- Pensei que tinha parado com as drogas. - Falei, sendo irônica.

- Nunca te falei isso. Falei que tinha parado de fumar...mas isso é mais forte que eu.

- Bom saber que você é tão fraco assim. - Falei, querendo que ele se magoasse. - Em todos os casos...boa sorte seja onde você for. - Falei me virando e recomeçando a andar. - Ah, - Disse me virando para olhá-lo. - Se quiser saber...o teste deu negativo. - Finalizei, abrindo a lata de lixo que havia ao lado do portão e jogando as rosas ali dentro. Dei as costas para ele e segui para o carro. Minha mente estava completamente bagunçada.


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