Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 12
XII- A entrevista


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas ando tão ocupada me preparando para o vestibular do final do ano - é cedo ainda, mas fazer o que, que acabei ficando sem inspiração para essa história. Mas agora a crise já passou e, mesmo continuando a estudar, to inspirada de novo. kkkk. Boa leitura. *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/280475/chapter/12

XII- A entrevista

O último período era de história. Finalmente alguma coisa boa na minha manhã monótona e nervosa. Roberta não parava de me dizer para eu não ficar nervosa e que daria tudo certo, mas era inevitável, não conseguia evitar que as abelhas voassem no meu estômago. Sim, abelhas, porque a sensação não era nada boa. Por mais que eu ame história, não conseguia me concentrar na profunda explicação da professora sobre a crise dos mísseis de Cuba, de uma forma que nunca acontecera antes aquilo não penetrava na minha massa cinzenta. Roberta me olhava a cada segundo e fazia um sinal com os olhos para que eu parasse quieta, não conseguia parar de me remexer na cedeira, eu ia pedia a professora para ir ao banheiro e dar uma fugida daquilo tudo quando o sinal soou. Agradeci mentalmente por isso.

-Você está nervosa demais. - Foi a primeira coisa que Rô falou quando saímos da sala.

- Para você é fácil falar, não vai ter uma entrevista de emprego com a mãe do garoto com quem está...sei lá, ficando eu acho. - Ela revirou os olhos.

- Pense pelo lado positivo Sô, além de, quem sabe, conseguir o emprego você estará conhecendo sua possível futura sogra. - Não consegui evitar que meus lábios formassem um pequeno sorriso ao ouvir isso.

-Não sei se isso vai acontecer...ele nunca falou nada sobre namoro ou algo do gênero.

-Não seja não primitiva Sophia, vocês mal se conhecem. Logo logo, quando for a hora certa, ele vai falar.

-Realmente espero que sim.

- Ta gostando mesmo dele né?

- E como eu não ia gostar? - Perguntei. - Ele me trata super bem, é querido, lindo, gentil...

-E blábláblá. - Falou Roberta me interrompendo e rindo. - Você realmente está apaixonada. - Disse ela e eu pense por um segundo.

-É, tenho de admitir que você tem razão.

- Hum, quem diria ein que Sophia, a garota que recusava praticamente todas as investidas do sexo oposto está apaixonada.

-Você está exagerando amiga. - Falei.

- Bruno? Gustavo? Antonyo? - Perguntou-me ela com uma sobrancelha erguida.

-Ta legal, admito que me neguei a sair com eles, mas eles eram todos detestáveis. - respondi.

- Fale por você, pois na minha opinião e na da maioria das garotas todos eles são lindo. - Apenas dei de ombros, já estávamos no portão da casa dela. - Quer almoçar aqui hoje? - Perguntou-me.

-Obrigada amiga, mas não vai dar. Quero me arrumar com tempo e tudo o mais. - Falei sentindo o nervosismo voltar.

-Tudo bem, mas coma alguma coisa, não quero que você desmaie no meio da entrevista por ter ficado sem almoçar.

-Pode deixar. - Respondi rindo e me afastando em direção a minha casa.

Quando cheguei em casa realmente pensei na hipótese de não comer nada, mas me lembrei do que a Roberta me falara sobre um desmaio e cheguei a conclusão que era bem provável que isso acontecesse e não seria nem um pouco legal, na verdade seria o mico do século. Com esse pensamento peguei o resto de lasanha de frango da janta que minha mãe deixara para eu comer no almoço e esquentei no microondas.

A lasanha da minha mãe era deliciosa, mas hoje parecia horrível ao meu paladar, sei que era só nervosismo, por isso me obriguei a continuar comendo. Quando terminei de comer o pedaço minúsculo e que em outros dias não daria para satisfazer minha fome de forma alguma, fui tomar um banho. Tentei me acalmar em baixo do chuveiro, mas foi impossível, pela primeira vez na vida tomar um banho não me ajudou em nada. Sai do banho e ai veio a parte mais difícil: o que vestir.

Revirei meu guarda roupas e experimentei mais de 10 combinações diferentes até me decidir por uma. Coloquei uma calça jeans bem escura que eu comprara com o dinheiro da minha indenização, coloquei uma camisa azul clara sem mangas e uma sapatilha preta. Passei um pouco de lápis preto e rímel nos meus olhos e um gloss incolor, peguei minha bolsa preta favorita e coloquei um anel prateado, brincos e relógio da mesma cor. Já eram 13h50min. Sai de casa e tranquei a porta cuidadosamente.

Eu gostaria muito que Felipe fosse comigo até a entrevista, mas ele não tinha se oferecido e eu não quis pedir, afinal ele já havia conseguido que eu fosse entrevistada, pedir para que ele fosse comigo seria como abusar da boa vontade dele. Assim que cheguei na parada o ônibus veio e em menos de 15 minutos eu estava descendo na parada em frente a loja.

O estabelecimento era grande, não gigantesco, mas grande o suficiente para que em um dia de movimento as pessoas caminhassem sem derrubarem umas as outras ou as mercadorias. Por fora a loja era pintada em um tom de lilás muito bonito e tinha algumas borboletas pintadas nas paredes. Suspirei fundo e entrei, logo um jovem de uns 18 anos veio na minha direção. Ela era da minha altura, mas ligeiramente mais gorda e tinha os cabelos loiros naturais e olhos negros.

-Boa tarde, posso ajudá-la? - Perguntou-me ela sorrindo.

- Eu estou aqui para uma entrevista de emprego. - Respondi, um pouco tímida.

-Ah claro, a senhora Denise me avisou me que você viria. Vem comigo que irei te levar até ela. - Falou ela, muito prestativa.

-Obrigada. 

-Não tem de que. Qual é seu nome? - Perguntou ela.

-Sophia. - Respondi. - E você, como se chama?

- Carolina. - Não falamos mais nada e eu a segui por entre as araras de roupas. Meu estômago estava embrulhado. No final da loja, Carolina parou na frente de uma porta onde estava escrito: Privado, somente funcionários. Ela abriu a porta e falou por uma fresta.

- A moça já chegou para a entrevista Denise. - Ouvi uma bela voz responder:

- Ótimo, diga para ela entrar. - Então Carolina se virou para mim e falou, sorrindo:

-Vai lá, quem sabe não seremos colegas ein. - Apenas dei um sorriso, o maior que consegui, embora não tenha passado de um enrugar de lábios, e ela se afastou. Suspirei e abri a porta.

A sala era mais ampla do que eu avia imaginado, tinha prateleiras de livros cobrindo as paredes por toda a volta e, bem a minha frente, uma janela enorme atrás de uma escrivaninha onde estava sentada uma bela mulher. Ela não tinha, com certeza, mais que 38 anos, seu corpo era belo e magro, parecendo até que ela nunca tivera um filho, os cabelos era loiros, obviamente pintados, mas eram perfeito e, em um primeiro momento, você acreditaria que ela possuía aquela cor natural. Sua pele era bronzeada e os olhos verdes. Estava trajando um vestido tipo peplum preto com o babado branco, pude ver por baixo da escrivaninha que ela calçava um sapato de salto enorme, preto. Suas mãos bem manicuradas estavam apoiadas em cima da mesa.

- Oh, você deve ser Sophia. - Falou ela, estendendo-me uma mãe, apertei a mesma.

-Sim senhora.

- Felipe me falou sobre você, mas não me chame de senhora, apenas Denise.

- Sim senh...Denise. - Falei sorrindo.

- Bem, muito melhor assim. Agora vamos aos negócios.

                                                                              --------xx-------

Quarenta minutos depois eu estava pegando um ônibus para casa com um sorriso gigantesco estampado em meus lábios. Denise já anunciara a escolhida para a vaga e havia sido eu. Por um momento, quando ela deu a notícia, fiquei parada sem ação e depois agradeci-lhe muito. Eu começaria a trabalhar no dia seguinte e ela já me dera uma sacola com o uniforme, na verdade ele se resumia a uma camisa rosa claro com o nome da loja bordada no peito. Deveria usar calça jeans e não devia trabalhar de tênis. Com certeza seria muito melhor que trabalhar para Katia e o salário seria melhor, ganharia r$80,00 a mais que ganhava antes.

Apenas quando cheguei em casa foi que olhei para meu celular e vi que tinham duas chamadas não atendidas de Felipe e uma mensagem. Resolvi ler a mensagem, ela dizia o seguinte:

'' Venha até minha casa depois da entrevista, pode vir direto para o quiosque. =)'' 

Se é que era possível, o sorriso que havia nos meu lábios se tornou ainda maior, ou talvez apenas eu sentisse isso. Acho que fazia tempos que eu não era tão feliz como nesse dia. Mesmo que ele não tenha se oferecido para ir a entrevista comigo, ali estava ele, sendo atencioso e carinhoso como sempre estava sendo desde que nos conhecemos. Podia ter me irritado com ele algumas vezes, mas nunca deixara de gostar dele...Quando comecei a caminhar em direção a casa de Felipe, não pude evitar pensar no que eu sentia por ele. Sabia que estava apaixonada, loucamente apaixonada, por ele, mas me peguei perguntando, mentalmente, para mim mesma se o que eu sentia por ele poderia ser amor. Não encontrei a resposta, mas talvez eu estivesse me precipitando, arressem o conhecera, com certeza, com o passar do tempo eu compreenderia melhor meus sentimentos por ele.

Quando dei por mim já tinha entrado no jardim da mansão onde ele morava e estava indo em direção ao quiosque. Em momento algum meu sorriso de desfez e eu sabia que estava prestes a explodir de felicidade, quando eu o visse seria isso que aconteceria. Mas então, quando eu parecia que poderia morrer de tão feliz, eu abri a porta do quiosque e desejei nunca ter feito aquilo.

Felipe estava lá, sem camisa, beijando uma outra garota ruiva que eu nunca vira antes. Ele nunca poderia se desculpar dizendo algo clichê do tipo: foi ela que me agarrou, porque ele estava levantando a blusa dela e agarrando-a pela cintura. Num impulso, falei bem alto:

- É, você realmente é um filho da puta. - E sai do quiosque, batendo a porta atrás de mim.

O que mais me doeu não foi ter visto ele beijando a garota, mas sim, o fato dele não ter ido atrás de mim. Segundos antes de bater a porta percebi que ele me olhou...com certeza ele ouviu o que eu disse e não veio atrás de mim. Não parei de chorar, na verdade, naquele momento, quando me deitei na minha cama em meu quarto, eu nem lembrava de ter sorrido alguma vez na vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem...como eu falei, nem sempre a paz ia reinar. kkkk. Meu número de leitores tem aumentado bastante...mas o de reviews não ein, sacanagem isso. Comentem. *-* Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somente Por Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.