- Ah, eu não te quero perto dela.

Ao ouvir aquilo fiquei completamente paralisado.

- O que tem!? – perguntei não entendendo nada. – ela está apenas virando minha amiga! Isso não tem nada a ver!

- Eu não quero saber! – ela disse braba, eu não iria aturar aquilo.

- Você não manda em mim. – eu disse grosso.

- Mando sim! E quero você bem longe daquela garota. – ela dizia com toda a moral. Ela estava começando a me irritar.

- Quem você pensa que é?! – eu disse. – você é apenas uma “ficante” nada mais, não é minha namorada.

- Foda-se. Está sobre meus braços, é completamente meu. – ela disse isso, e fiquei completamente sem palavras, eu não queria magoá-la. Então fiquei quieto por segundos.

- Cala a boca. – escutei a voz da Shadows.

- Que foi vadia?! – Karine gritava. – Fica longe dele me ouviu?!

- Bom, primeiro... baixe o tom de voz. – ela dizia séria, olhando firme nos olhos da Karine, sem desviar uma única vez. – Segundo, você não manda nele. Até porque, não sabe mandar no próprio cachorro. – Karine fez que ia bater em Corinne. – Terceiro, não estou brigando com você por causa dele, é por causa da sua imaturidade. – Karine ia dar um soco em Corinne, mas a mesma foi ágil o bastante para segurar seu punho com força, nesse movimento os cabelos da Shadows, voaram como os cabelos de uma menina de anime. – Quarto, se você fizer isso de novo, eu já não vou falar por mim mesma.

Os olhos de Karine se arregalaram, ela puxou sua mão com força. Rugiu por dentro, e saiu andando com passos fortes, dando um encontrão em Corinne, e saindo de perto.

- Obrigado. – eu disse sério olhando para Corinne. Ela olhava para o nada.

- Não agradeça, você só faz burrada. – ela disse, e me olhou no fundo dos olhos. – Da próxima vez, você que se foda sozinho. – ela disse e saiu andando. Vish.

(...)

Quando bateu para o recreio, eu fui com os garotos, Paul e Louis, para o jardim conversar.

- Porra véi! Eu não queria ter me lembrado disso! – Paul disse, dando um soco de leve no ombro de Louis. – Aquele foi o maior chute na bunda do ano! – Rimos.

- Mas foi muito hilário, isso você não pode negar. – ele disse olhando para Paul.

- O maior pé na bunda que eu levei, foi na frente da minha irmã mais velha! – eu disse rindo. – Imagina, fui folgado pelo resto do ano! – eles riam de mim.

- Porra! Você tem uma irmã mais velha? – Paul falou, vindo mais perto. – Ela é gostosa por acaso?

- Cala boca! – eu disse dando um soco em seu ombro.

- Não respondeu a pergunta! – Louis disse rindo.

- Ah! Sei lá, eu não fico olhando pra ela desse jeito, ela é minha irmã. Que nojo! – eu disse fazendo careta. Quando olho para um lugar totalmente aleatório, e vejo Corinne olhando para os céus, de olhos fechados, deixando os ventos acariciarem seu rosto.

Me levanto, dizendo um “já venho” para os meninos, e vou delicadamente chegando perto dela. Quando chego perto o bastante, vejo que desce uma lágrima sobre sua bochecha. Ajoelho-me delicadamente ao seu lado.

- O que aconteceu? – pergunto calmo. Ela lentamente abre os olhos, e seca a lágrima dizendo.

- Nada, não aconteceu nada. – ela disse, olhando para a grama, com uma expressão triste. – Nada que você tenha que saber.

- Você pode confiar em mim... – eu disse, me levantando, e dando as costas pra ela.

O que tá acontecendo comigo? Aquela guria é a mais besta do mundo comigo, e eu aqui me preocupando com ela. Que merda! Óbvio que já passou na minha cabeça sobre ... eu e ela, mas não vai rolar, a gente não combina, o máximo que pode acontecer é nós sermos melhores amigos. E só!

Depois eu apenas voltei a falar com os meninos até o final do recreio.

(...)

Quando terminou a aula, só escutei Karine gritando meu nome, que queria falar comigo, apenas saí correndo, e ela veio atrás desesperada, quanto mais eu corria, ela corria mais ainda! Eu não queria conversar com ela, apenas por ela ser uma completa idiota, e ainda beijar que nem uma vaca!

Eu corria sem rumo, e sentia que ela chegava mais perto, eu estava ficando sem ar, e ela com certeza iria me bater. Eu já todo fudido, não queria apanhar nem fudendo! Corri mais, até que fui puxado para um canto, e vi Karine correndo reto por onde eu “iria” correr se eu não houvesse sido “atrapalhado”.

- Obriga... – eu disse olhando no fundo de seus olhos, e os mesmos fixados nos meus. Sua mão tapou minha boca, pelo motivo que um funcionário de limpeza estava passando, a pessoa apenas fechou a porta, e voltou a me fitar.

- Que merda tu tá fazendo com essa garota?! – Corinne disse indignada.

- Nem eu sei! – eu disse. E ficamos por um momento em silêncio, logo Corinne olhou para o nada e mudou sua expressão normal, para uma totalmente triste.

- O que tá acontecendo contigo?! – eu perguntei.

- Nada eu já disse! – ela disse olhando para o chão.

- Porra! – eu disse indignado, e segurei seus braços, fazendo com que ela olhasse pra mim. – Me diz. – eu disse, olhando na profundeza dos seus olhos verdes escuros.

- Eu... estou... com problemas, apenas isso. E... não tem ninguém que me entenda. Nem você pode me entender! – ela disse com lágrimas nos olhos.

- Você nem tentou. – eu disse calmo, ainda segurando seus braços.

- E não vou tentar. – ela disse, quando começou a lhe escorrer as lágrimas pelo seu rosto. Não me aguentei e a consolei, abraçando-a. Coloquei seu rosto, em meu ombro, e ela estava totalmente parada, chorando.

- Calma, pode contar comigo, eu vou estar do teu lado. – eu disse em consolo. – Você pode confiar em mim? – perguntei. Ela fez “positivo” com a cabeça. E ainda continuava parada, enquanto eu a abraçava.

Havia sido um dia longo, sim. Eu já estava prestes a terminar uma coisa que nem havia começado com Karine. E estava começando uma amizade com Corinne, sem segundas intenções. Eu ganhei bons amigos, e estou começando a entender a matéria direito na aula... praticamente tudo indo em seus “conformes”