- Claro! Por favor! – eu falei já cansado.

É impossível, eu não levo jeito com crianças nem aqui nem na China. Aí só pra me deixar mais pra baixo, a Shadows mal chega, consegue reunir as três crianças na sala, sentadas e quietas escutando a história que ela contava, tipo... puts!

Depois de terminar a história, os três já haviam dormido, no chão mesmo, com almofadas apoiando as cabeças.

- Como...? – perguntei sem palavras. Corinne sorriu sem jeito.

- É que eu já fui “babá” – ela disse. – só cuidei dos filhos da minha dinda por pouco tempo, mas peguei a prática.

- É como... se tu fosse especializada nisso, que loco. – sorri sem jeito. – Bom... mas o que te traz aqui?

- Ah, é... eu... – ela falava procurando uma saída, estava totalmente vermelha. – eu vim te visitar oras! – ela disse e me olhou envergonhada.

- Ei... – eu falei me ajoelhando em sua frente. – não precisa ter vergonha de mim, eu amei que você veio. – falei e sorri, ela logo relaxou e me deu um beijo.

- Tudo bem.

(...)

As semanas iam se passando, e cada vez mais eu me apaixonava por Corinne. E eu queria começar a sair mais com ela, até consegui ( depois de mais um menos umas 4 tentativas! ) convidá-la pra fazer um piquenique no parque.

(...)

Arrumei a cesta, que tinha tudo o que precisaríamos dentro.

- Pronta? – perguntei pegando a mão de Corinne.

- Sim, amor. – ela disse alisando a saia do vestido levemente florido.

Andamos até o parque, era de tarde e o sol não era forte, o céu tinha nuvens bem claras e calmas, a grama do parque estava bem verdinha e tinha poucos casais por ali. Arrumamos a toalha xadres branco com vermelho, debaixo de uma arvore, mais ou menos em um “morrinho” do parque.

Depois que nos alimentamos dos mais variados tipos de sanduiche ( vários por que em uma mordida o sanduiche já sumia, minha mãe que fez! Humpfh ), nos deitamos sobre a toalha, bem encostados um no outro. Segurei sua mão, e olhei em seus olhos, ela sorria de leve.

Até que começamos a olhar as nuvens e dizer que formas elas tinham, achei até uma igual aquelas nuvens do Toy Story. Estávamos nos divertindo bastante aquele dia, eu até havia comprado um colar de compromisso, com um símbolo de um círculo com um triângulo no meio, banhado a ouro e tal, minha mãe disse que “encanta a mulher”, tá né.

- Corinne... – eu chamei a atenção dela, ela me olhou com calma, e sorriu levemente.

- Oi? – ela falou sussurrando, como se estivesse nas nuvens.

- Eu... – tentei falar, minha garganta esquentou e trancou o que eu ia dizer, eu simplesmente não conseguia falar.

- Você? – ela disse corando de leve.

Engoli com dificuldade e comecei a ficar nervoso.

- Eu... – falei, tentei forçar o resto, mas realmente não saia.

- Você quer alguma coisa? Quer água? – ela falou com o tom preocupado.

- N-não! – falei... talvez alto demais.

- Então... tá né.

- Eu te amo Corinne! – eu falei rápido, mas claro. Ela me olhou e sorriu de um jeito muito lindo, as covinhas bem definidas nas bochechas coradas, os olhos fecharam, enquanto ela sorria, eu quase começava a tremer de nervos.

- Eu... – ela começou falando devagar e fofamente, enquanto encostava de leve na ponta do meu nariz. – também... – Shadows falava chegando mais perto de mim, olhando no fundo dos meus olhos. – Te amo. – ela disse e me beijou com carinho, retribui o beijo, abraçando-a. E bem na hora que nossos lábios se tocaram, uma rajada leve de vento percorreu por ali. Nada mais perfeito.

- Eu quero que a gente fique junto pra sempre. – falei leve – enquanto o amor dure, minha princesa. – ela sorriu, me deu um selinho e disse.

- Para o todo sempre meu príncipe.

(...)

Algum tempo pequeno depois...

Eu e Corinne, daqui a exatamente 11 dias, vamos completar 6 mêses de namoro! Eu nem acredito que ela me podia me fazer tão feliz.

Aqueles dias horríveis, que tu sabe que não tem consolo, ela sempre estava lá comigo, sempre. E aqueles dias que eu brigava com o meu pai ou minha mãe, ou os dois, que eu quase chorava sozinho, eu sempre chorava em seu colo com um cafuné, e acabava pegando no sono. A Shadows tava sempre ali pra mim, e eu estava sempre ali pra ela.

Brincando mais até falando sério, eu já até tava pensando com quantos anos eu vou pedir ela em casamento, haha!

Já havíamos até combinado os nomes dos nossos filhos, na brincadeira séria ( ? ). Serão três, a Mandy, o Kyle e a Mary, e talvez mais um, em fim!

Eu com certeza fiquei pensando na Mandy e no Kyle bem ruivinhos que nem a Corinne, e com a cor parecida com a minha de pele, e a Mary com os cabelos bem pretos, e as sardas bem fracas no nariz, como a Shadows. Imagina que lindos! Eu até mesmo sendo menino, me derreto, oras!

(...)

Eu e Corinne já fizemos um ano de namoro... mas ultimamente eu ando preocupado com a Corinne, ela começou a ficar pálida, e a vomitar muito seguido, ela anda fraca, e tá a base de vitaminas pra poder ficar de pé. O que mais me preocupa é que esses dias ela desmaiou, e os pais dela levaram ela pro hospital claro... ( na verdade isso foi ontem, imbecil! ).

(...)

- Corinne! – falei, indo até ela, deitada na maca com soro na veia, seu rosto totalmente pálido e seus lábios ressecados. – Como você tá, meu amor? – continuei falando, segurei sua mão.

- Não tão bem, amor. – ela disse e sorriu bem leve. – Eu... tenho más noticias... Matt. – Meu coração apertou, comecei a suar frio.

- Me diga. – falei sussurrando.

- Eu to com uma doença bem feia Mattew. – ela falava, e a cada palavra que ela dizia meu coração reclamava mais e mais. – E... felizmente ela não mata, mas ela atraí uma que mata se eu não tratá-la logo. – comecei a sentir meus olhos se enxerem de lágrimas. – Matt...

- Corinne... – as lágrimas escorriam devagar enquanto ela acariciava meu rosto.

- Mattew, eu vou ter que fazer o tratamento dessa doença em outro país. – ela falava, e eu chorava. – eu só vou ter dinheiro pra ir, e para o tratamento, eu não vou mais voltar.

- Mas... eu vou com você! – falei.

- Não... você não pode, você tem a sua família.

- Mas e você? – falei chorando, eu soluçava.

- Eu vou ficar bem Matt, você só tem que me prometer que não vai fazer nenhuma besteira enquanto não nos encontramos.

- Não... eu quero estar com você, você é o amor da minha vida, eu não posso simplesmente... – baixei meu rosto aos soluços, eu não podia acreditar.

- Amor... eu quero que você fique. – ela disse com o tom de voz leve. – me promete que vai ficar.

- Eu...

- Olha aqui... – virei para ela, que me olhava com medo. – me promete.

- Eu, prometo Corinne.