Cowboy Sedutor escrita por Lady Suprema


Capítulo 15
Cavalgando


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei



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No capítulo anterior...

Ela enxugou a palma úmida das mãos na calça comprida, também um jeans, subitamente sem palavras.

Edward apenas sorriu e disse:

— Vamos começar com Mel. Ela é muito confiável.

Mel podia ser confiável mas ainda era do tamanho de um cavalo. Ou parecia ser, da perspectiva de Bella. Mas Mel parecia ter um olhar amigável, enfeitado por longos cílios.

— Primeira coisa: eu lhe mostrarei como cavalgar. Dê-me sua mão.

 

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Edward a pegou, então franziu a testa diante do curativo em seus dedos.

— O que aconteceu?

Bella murmurou uma resposta. Ele inclinou-se para mais perto.

— O que falou?

— Disse que arranhei os dedos nos biscoitos que fiz esta manhã.

A expressão no rosto dela desafiava-o a dizer qualquer coisa.

— Eu perdi a noção do tempo, e eles ficaram muito cozidos. Estavam mais duros do que pedra quando esfriaram, e tive de raspar a panela para tirá-los dali.

Enquanto falava, Edward, de modo ausente, passou o polegar pelos dedos como para suavizar a dor. Assim que percebeu o que fazia, rapidamente recolocou a mão de Bella sobre o cavalo.

— Está bem, fique aqui mas chegue mais perto.

Ao posicioná-la, seus dedos roçaram em um seio.

— Desculpe — murmurou Edward. — Está bem, agora mova-se para o outro lado. Assim.

Ele caminhou até o outro lado do cavalo.

— Tem certeza de que isto não é uma espécie de armação? Uma vingança pela torta que preparei outra noite? — indagou com desconfiança. — Quero dizer, não está fazendo isto para que o cavalo beije meu rosto com a cauda ou algo assim?

— Oh, você precisa ter um pouco de confiança em mim.

— Não sou eu quem não confia em garotas da cidade.

As palavras saíram antes que Bella as pudesse conter.

— E você quem não confia em mim.

— Não é verdade!

— Então prove — disse Edward. — Caminhe em torno do cavalo. Eu estarei bem aqui. Mel não irá machucá-la.

"E quanto a você?", Bella ficou pensando. "Vai me machucar?"

"Apenas se você permitir", uma voz interior respondeu.

Três horas mais tarde, Bella sentia-se como uma profissional, escovando Mel enquanto conversava com a égua como se fossem velhas amigas.

— Você é muito mais simpática do que Ajax ou Rudy. Eles lhe causam problemas?

— Foram adestrados — Edward respondeu por conta de Mel. Bella já lera muitos romances do velho oeste para saber o que isto significava.

— Ah, e você acha que isto bastou para ensinar-lhes uma lição, certo, Mel? Mas os homens tendem a ser teimosos em seu comportamento ruim.

— Já que você e Mel estão se dando tão bem, que tal darmos uma volta? Colocarei uma sela para você e sairemos.

— Se estiver tudo bem com Mel, estará para mim — disse Bella. — O que estou vestindo serve para cavalgar?

— Suas botas têm salto?

— Não um salto plataforma. Comprei estas em Port Angeles. — Ergueu o pé na direção dele. — Minha bota de camurça bege terá de ser jogada fora.

— Ótimo.

O tom dele revelou a ela que não era fã de suas botas de camurça.

— Solas retas não são boas para manter seu pé no estribo. Estas botas de Port Angeles servirão; têm um salto bem prático. E quanto ao restante de seu traje, jeans e camiseta estão ótimos. Não vamos fazer uma elegante cavalgada inglesa.

— Ótimo — disse ela, aparentemente a única a saber que seu jeans e camiseta tinham a etiqueta de uma marca de roupas western famosa e cara. — Eu pareceria tola com todos aqueles acessórios que usam na cabeça.

— É preciso proteger a cabeça aqui também.

Dizendo isso, Edward colocou um chapéu de cowboy na cabeça dela. Então deu um passo para trás para observá-la, como se Bella fosse uma mercadoria que ele estivesse considerando comprar.

— Servirá.

Seria melhor que ele não a fitasse daquele jeito, pensou Bella. Ela não o encarava de maneira tão deliberada. Mostrava um autocontrole admirável. Dera apenas uma olhadela ou duas sem que Edward notasse, como no momento em que colocava a sela em Mel.

O coração de Bella falhou uma batida enquanto o apreciava, notando como ficava bonito usando jeans.

Analisou o próprio comportamento ao voltar a concentrar a vista das montanhas atrás da casa da fazenda. Fazia uma pausa de tempos em tempos para admirá-las. Nenhum mal nisso.

Não que o olhar de Edward estivesse cheio de admiração masculina. Quando pensava a respeito, percebia que ele olhava para Mel com igual consideração.

— Está bem, estamos prontos para ir. Eu a ajudarei a subir — Edward falou.

— Ora, está tudo bem. Posso fazer isto sozinha.

Não queria que ele a acusasse de tentar seduzi-lo ou algo assim.

Já assistira a muitos filmes western na televisão para saber como agir. Sim, sabia bem. Bastava segurar na sela, apoiar o pé no estribo e pronto! Já estava sobre o cavalo.

Encontrava-se a meio caminho quando percebeu que algo estava errado. Somente quando já estava sobre a sela, após um pulo esquisito que deixou seu pé flutuando fora do estribo, foi que ela soube exatamente o que acontecera. Encarava a traseira de Mel em vez de seu belo pescoço.

— Este cavalo está indo na direção errada — disse constrangida.

Edward não riu, embora ela pudesse perceber que se sentia tentado.

— Não é o cavalo. É você que tem um problema. Venha para cá.

Colocou as mãos na cintura esguia e ajudou-a a apear com mais suavidade do que tinha montado.

— Foi apenas um engano — Edward falou. — Quando for montar em um cavalo, coloque o pé que está mais distante do animal no estribo.

— Você podia ter me dado este conselho útil um pouco antes — rebateu.

— Eu disse. Mas acho que você não estava prestando atenção.

— Sempre presto atenção.

Mas sabia intimamente que concentrara sua atenção no corpo dele em vez de nas palavras.

— Sim, bem, você está pronta para tentar novamente? Eu a ajudarei, desta vez.

— Não preciso de sua ajuda.

Mas precisava. Assim que colocou o pé no estribo precisou de mais esforço do que esperara para jogar a perna para cima, sobre as costas do cavalo. As mãos de Edward a guiaram, deixando uma trilha de calor por onde a tocaram.

Mel, abençoada, permaneceu firme como pedra durante todo o episódio.

Bella ouviu cuidadosamente Edward repassar qual a maneira correta de usar as rédeas para virar e para parar.

Então começaram a se mover. Ela e Mel, Edward e Ajax... ou era Rudy? Não tinha certeza. Sabia apenas que cavalgar lhe causava uma sensação gloriosa.

Saíram do celeiro, afastando-se da fazenda. Nuvens pouco densas reuniam-se no céu. O firmamento tinha um tom azul mais vibrante e intenso do que qualquer outro céu que Bella já contemplara. Como não notara isso antes?

Provavelmente porque estivera ocupada demais cozinhando, limpando e lavando. Mas notava naquele momento e sentia-se deliciada em ter todos seus sentidos avivados pela liberdade de estar ao ar livre.

Apreciou o calor do sol em suas costas, o cheiro de pinus no ar e o barulho dos cascos de Mel contra o chão.

As montanhas pareciam perto o bastante para serem tocadas, mas na verdade estavam bem distantes. Era uma ilusão de ótica comum nas montanhas, onde o ar límpido fazia com que objetos distantes ganhassem mais definição.

Edward também parecia perto o suficiente para ser tocado ao cavalgar a seu lado.

— Você parece ter nascido sobre um cavalo — falou ela.

— Cavalgo desde que eu tinha...

— ...joelhos de gafanhoto, aposto — comentou, sorrindo.

Edward também sorriu ao falar:

— Parece que meu pai esteve conversando com você.

— Claro que sim. Billy adora conversar e é muito bom nisto. Contou-me boas histórias sobre o velho oeste e Jebeddyah Cullen.

— Esta parte do Estado tem sua parcela de histórias selvagens — concordou Edward. — Era para onde foras-da-lei como Cassidy Buck e seu Wild Phillip  costumavam vir para esconder-se da civilização.

Esconder-se. Era justamente o que Bella pretendia quando aceitara viver ali como empregada na fazenda: esconder-se da confusão em que sua vida se transformara.

Em New York caminhava a largos passos para fazer sucesso no mundo da propaganda.

Primeiramente se casaria com Jacob, então assumiria a coordenação da enorme conta da Sparkling Water, e, em pouco tempo, seria sócia na agência.

Então comprariam uma casa, teriam um filho em três anos, ela continuaria no trabalho e compraria um chalé para passar os fins de semana em Wisconsin. Enfim, ela e Jacob viveriam felizes para sempre.

Jacob costumava provocá-la sobre o modo como era fanática em fazer listas. Bella nunca achou que houvesse nada de fanático naquilo, tentava apenas ser organizada.

Mas não houve como antecipar os percalços, como prever que encontraria Jacob na cama com outra mulher. Ou antecipar seu próprio questionamento sobre o que queria da vida, o que a faria feliz. Uma vida agitada ou uma existência serena nas montanhas?

— Está dormindo em minha companhia? — Edward falou zombeteiro.

A ideia a atraía. Dormir com a cabeça no ombro dele...

— Absolutamente não.

A voz foi firme na negativa.

— Fico feliz em ouvir isto — disse Edward antes de, com relutância, acrescentar: — Você cavalga bem para uma garota da cidade.

— Obrigada - Disse Bella, surpresa com o "elogio".


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Notas finais do capítulo

Faz muito tempo que não escrevo meninas, se tiver algo errado ou fora de contexto em relação a história me avisem por favor.

Beijos



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