O dia começou como todos os outros. Kayleena e Luna, sua ajudante, fizeram dupla na aula de transfiguração da Prof° Mcgonagall, atual diretora de Hogwarts. A atividade que teriam que realizar era simples aparentemente, porém complexa na prática. Elas duas teria que transformar pequenos camundongos em penas. Kayleena tentou primeiro, mas ao sacudir a varinha apenas conseguiu uma fumaça azul marinho.

– Não fique assim, sei que vai conseguir. Vamos, vou fazer uma vez e você tenta de novo.

Luna sacudiu a varinha e acabou transformando o camundongo em uma ratazana de quase 1 metro. As garotas da sala saíram correndo e pulando, subindo em suas carteiras enquanto Kayleena e Luna tentávamos pegar a pobre ratazana.

– Meninas, meninas, o que está havendo aqui?! - Perguntou a Prof° Mcgonagall mostrando total reprovação à atitude da sala.

– Er... Prof° Mc... - Começou Luna.

– Prof° Mcgonagall, fui eu. Eu tentei transformar o camundongo em uma pena, mas acho que não falei o feitiço direito... poderia repetir? O feitiço é Feratturando, não é?

– Senhorita Potter, preste mais atenção às minhas palavras, onde estava com a cabeça quando repeti várias vezes o feitiço? E sua companheira, Luna, era para estar te ajudando. Vou tirar cinco pontos da Corvinal de cada uma, para aprenderem a prestar mais atenção. O feitiço correto é Feratturus. Fiquem mais atentas na próxima vez.

A Professora se afastou e Luna suspirou aliviada:

– Obrigada, Kayleena.

– Não há de quê. Se você tivesse ficado com a culpa teríamos perdido muito mais do que só dez pontos.

– Você tem razão. A professora não ia querer desmotivar nossa bruxinha mais famosa, não é mesmo? - Cochichou Neville na mesa do lado. Kayleena ficou completamente vermelha de vergonha. Luna riu:

– Vamos, Kayleena. É melhor você tentar... - Falou constrangida.

Desta vez eu consegui, e Luna aplaudiu contente.

O resto do dia Kayleena e Luna tomaram mais cuidado, principalmente porque teriam Iniciação em Estudo dos Dragões do Ocidente (três vezes mais selvagens que os dragões selvagens da Grã-Bretanha). Não seria tão perigoso se o estudo fosse apenas teórico, porém no fim da aula teórica elas dariam início às aulas práticas. A boa notícia é que nada de tão grave ocorreu. Apenas um dos alunos, James Gordon, foi mordido por um dragão venenoso do ocidente filhote, o que lhe encheu o corpo todo de bolhas que estouravam lava.

Ao anoitecer, Kayleena correu para o ponto de encontro dela e de Scabior. Como esperado, Scabior se encontrava encostado em um canto escuro perto do telhado.

– Como vai, linda? Tenho uma pequena surpresa.

– Olá Scabior - Cumprimentou dando-lhe um beijo no canto da boca - Que surpresa?

– Digamos que eu encontrei alguns amigos, estamos refugiados em um lugar chamado O Ninho dos Proscritos.

– O Ninho dos Proscritos? Estes não seriam os comensais? Ah meu Deus, Scabior, precisamos contar ao Harry, eles andam procurando os comensais como loucos!

– Não, não, não, Kayleena, não. Você não pode, prometeu sigilo, lembra?

– Mas Scabior, eles são maus, eles querem trazer Volde...

– Não diga! Não diga o nome do Lorde das trevas.

– Por favor Scabior, não me venha pedir para não dizer um nome, é apenas um nome. E os comensais são maus.

– Tudo bem, Kayleena. Tudo bem. Você é uma bruxinha muito teimosa, sabia?

Kayleena abaixou a cabeça, lembrou de Neville, aquele garoto fofo e apaixonado que a guiara nos primeiros dias.

– Você está bem? - Perguntou levantando o queixo de Kayleena.

– Sim, estou bem. Vamos?

Ele a pegou pela cintura e aparatou para o ninho dos comensais.

Ao chegar lá, viu homens e mulheres escuros, alguns feios e alguns bonitos. Alguns pareciam muito doentes.

– Olá mocinha, como vai? - Perguntou um moreno magricelo.

– Bem, obrigada. - Kayleena respondeu.

– Viu? Não são tão maus assim. Só estão perdidos, doentes e desabrigados. Preciso cuidar deles.

– E aí, Big Chease! - Gritou Malfoy - Vejo que trouxe a namorada.

– Vai ver se eu estou na esquina, Malfoy. - Retrucou Scabior - Não ligue para ele, é um jovem frustado com a vida.

Com exceção de Malfoy, Kayleena se tornou grande amiga de todos os comensais, que faziam de tudo para parecerem decentes frente à ela.

Lúcio Malfoy, líder do ninho, permanecia sempre no seu canto, encapuzado. Kayleena tinha uma curiosidade imensa de saber quem ele era, porém sempre que se aproximava ele fazia um tipo de rosnado e chutava o ar com os pés sujos e cansados.

Ela voltava lá todas as noites, principalmente para ouvir histórias e ficar horas abraçada com Scabior. Porém em Hogwarts suas notas estavam abaixando, ela estava se distanciando dos amigos e Neville e o resto da Ordem da Fênix estavam todos preocupados.

Em uma terça-feira, Hermione se aproximou de Kayleena no fim da sua aula sobre o estudo dos trouxas:

– Kayleena, está tudo bem?

– Sim estou, por que não estaria?

– Ah, por nada... é só que suas notas estão caindo e estou percebendo um certo desinteresse seu pelas aulas, você não era assim.

– Não é nada, Mione, eu juro.

– Kayleena, eu só quero que saiba que tenho praticamente a sua idade, posso estar lecionando como professora, mas não perdi o senso de juventude. Tem certeza que não há nada que queira me contar?

– Tenho.

– Está bem... - Finalizou desconfiada.

No fim da última aula do dia, Defesa Contra as Artes das Trevas, Harry, seu professor, mandou todos formarem duplas, porém ele quis se juntar à Kayleena.

– Eu quero todos tentando, digam alto e claro, como se estivessem cuspindo o ódio de vocês para fora: Estupefaça! Vamos, tentem sem as varinhas.

Naquele instante todos começaram a gritar ''estupefaça''.

– Isso mesmo, está muito bom. Agora peguem suas varinhas e treinem uns nos outros.

Kayleena se saiu muito bem, acertou Harry sete vezes. Embora tivesse tentado dezenove. Os outros não foram muito melhores, alguns conseguiram acertar nove de vinte e quatro, e catorze de quarenta de duas.

– Muito bem, pessoal. Estão dispensados. Megan, treine um pouco mais com seus colegas. Luca, diminua a raiva ou vai acabar matando alguém, e Kayleena, tente se concentrar mais, percebi que sua cabeça anda meio nas nuvens. Não se esqueça que todos os professores e alunos estão aqui para lhe ajudar... se precisar. Está bem?

– Está, obrigada.

Mais uma noite se aproximava. Mais um encontro com os comensais estava por vir, e Kayleena apenas pensava no que iriam fazer desta vez, em que grande aventura as histórias iriam levá-la esta noite.