O dia passou muito rápido. Todas as aulas eram extremamente interessantes, e Kayleena tinha uma espécie de dom em aprender, tudo entrava em sua mente sem dificuldade alguma. Todos estavam orgulhosos.

– Kayleena?- Perguntou entrando no banheiro. - Você está aí?

–Ahn...sim. Quem é?

– Sou eu, Gina... vamos conversar um pouco?

– Claro - Respondeu sorrindo.

Elas saíram, foram até a cobertura do castelo, dava para ver quase a escola inteira de lá.

– Então, o que está achando daqui?

– Legal, impressionante... é tudo o que eu sempre sonhei... - Falou com os olhos brilhantes, porém com uma certa duvida e tristeza no olhar.

– O que houve? Não parece muito feliz.

– Não, não é isso... eu adoro aqui, é meu lar agora... é só que.. não me sinto parte inteira daqui, não me sinto segura, parece que estão me escondendo algo... eu..

– shhh... Não fique se torturando dessa maneira. Tanta coisa aconteceu, não te contamos tudo, mas o mais importante você já sabe. Já sabe de onde veio, e sua importância aqui.

– Não, eu sei de onde vim, mas não sei qual meu objetivo, não tenho um propósito...

– Todos temos, seu pai e sua mãe por exemplo... Não que eles fossem os bruxos mais poderosos do mundo, eles eram normais, pessoas como nós, mas o amor que sentiam um pelo outro foi tão forte, tanto quanto o ódio que Vol...- exitou, criou coragem e continuou - Voldemort sentia pelos trouxas e quem mais entrasse em seu caminho. Isso foi o suficiente para proteger Harry, e o suficiente para que sua filha nascesse com o poder de trazer Voldemort de volta, ou... ou apagá-lo para sempre de nossas memórias.

– Mas não sei como...

– Você vai saber, você acha que seus pais sabiam o que fazer? Você acha que Harry e todos nós sabíamos? - Percebeu o olhar triste e confuso de Kayleena, sorriu e levantou seu queixo com a ponta dos dedos até que ela olhasse nos seus olhos - Não, não sabíamos, mas fizemos tudo o que estava em nosso alcance, ouça Kayleena, nada na vida é fácil, às vezes as escolhas que tomamos podem acabar machucando algumas pessoas. Mas se o nosso coração manda, e a escolha puder fazer bem à uma quantidade significativa de pessoas, ou uma pessoa que seja extremamente significativa para você... pode ter certeza, essa é a escolha certa, quando chegar o momento você vai entender.

Elas se abraçaram, continuaram conversando sobre as aulas e o dia que estavam tendo e quando estava quase escurecendo elas se despediram:

– Está ficando tarde, já falou com Neville hoje?

– Não, só coversei um pouco com ele no almoço... ele fica meio tímido e desastrado na frente das outras pessoas...

– ah ah ah, Neville é uma figura! Ele sempre foi desastrado, bobo... mas é uma ótima pessoa, sofreu muito por causa dos pais, mas é a pessoa de mais bom coração que poderá encontrar. E me parece que ele gosta muito de você... eu já.. eu e ele já.. tivemos meio que um caso, mas foi por pouco tempo, no 4° ano... vou te dizer, ele é uma ótima companhia, dê uma chance à ele. Você vai entrar agora?

– Não.. acho que vou ficar mais um pouco aqui, tudo bem?

– Claro, tudo ótimo. Só não demore, pode ser perigoso. Tá bem?

– Tá, boa noite.

– Boa noite.

Ela ficou observando o céu, que estava coberto de estrelas, a brisa da noite relaxava o corpo e a mente de Kayleena. Ela não queria pensar em nada agora, não queria mais se torturar, como Gina havia dito, queria se deixar levar... o que tivesse que acontecer, ia acontecer.

O céu estava cada vez mais escuro e ela nem percebeu que haviam passado-se horas que ela estava lá fora. Quando foi entrar, viu um vulto atrás de si e ouviu uma voz masculina dizer:

– Olá, linda.

Virou-se depressa e viu o homem saindo da escuridão.