Então beleza. Estava acontecendo um guerra horrível lá fora e muitos bruxos estavam morrendo. Nada que pudesse impedir Remus e Sirius de passarem uns dias na casa dos amigos. 

Peter não pudera vir por conta da mãe dele, que estava doente. Tudo bem, os caras entendiam.  O importante era a amizade que tinham uns pelos outros.  A confiança. 

Eram seis e meia da manhã e o sol nascia ao longe, iluminando com seus fracos raios o delicado jardim que os Potter cultivavam. Havia ali uma horta com os mais diversos tipo de hortaliças: De abóboras à cenouras, de coentro e orégano à acônito. Todos na casa dormiam: James e Lily no quarto deles, enquanto os marotos dormiam no chão do quarto de Harry (era bem verdade que havia ali um quarto de hóspedes reservado à eles, mas Harry fazia um biquinho tão encantador a cada vez que eles tentavam se retirar - e acredite, eles tentaram várias vezes - que eles acabaram desistindo e deitaram por ali mesmo).

Só que o bebê não queria mais dormir. Porque afinal, que tipo de ser humano fica dormindo depois das seis e meia da manhã? Esse era um horário muito mágico para que Harry o desperdiçasse! Não, nãaoo! Ele acordou e fez um truque que ele vinha tentando numas noites passadas: Com um pouco de feitiço, invenção e determinação, ele desmontou as grades do berço e caiu por cima de Sirius. 

- Aiii caramba! Pontas júnior! Como foi que você... Safado! Tu desmontou o berço...! Ah, a Lily vai ficar uma arara quando vir isso! hahahah Você não se machucou nem nada? - o padrinho fez como sempre fazia, levantando a criança acima de seus olhos para observá-la melhor. - Mas tu é virado mesmo, não é menino? O berço... Bom, de qualquer maneira - bocejo - é melhor você voltar a dormir... com uma pitada de proteção mágica nas grades, dessa vez... 

Num estágio de sonolência profunda, Sirius jogou o menino por cima do ombro e, o apoiando com um braço, usou o outro pra fazer um encantamento na "obra prima" da criança. E começou a cantar a cantiga de sempre. 

- Twinkle twinkle little star... 

De todos os males da guerra, o pior seria aquele que afetasse Harry, pensou Sirius. Não, não e não. Sirius daria o seu sangue para que nada acontecesse com aquele pirralho. Tanta inocência, tanta brincadeira, tantos sorrisos... Não. Por mais que James fizesse muita falta nas missões da Ordem, ele tinha que ficar ali, escondido. Por mais que Lily fosse perdendo cada vez mais um pouco de seu brilho por estar ali presa... ela tinha que cuidar de Harry. Nada que pudesse fazer um lágrima rolar naquele rostinho podia acontecer. Sirius tinha que garantir isso. 

-Pontas júnior acordou? - Perguntou Remus, colocando os óculos.

-Não só acordou como fez o imensíssimo favor de desmontar as grades do berço e cair por cima de mim! 

-Ele O QUE? Só sendo filho do James mesmo! Quer me dar ele? Eu boto ele pra dormir

Sirius passou o bebê.

- Ele não parece muito interessado em dormir não...

E ele não estava mesmo. Já era hora de brincar e esses adultos preguiçosos estavam dormindo! Barulho de passos foram ouvidos Lily apareceu na porta.

-Ele acordou? Bem, é óbvio que sim. Vistam-se e desçam, vamos tomar café.

Como o dia era ensolarado, Lily decidiu fazer um piquenique em baixo do carvalho que ficava no jardim. Colocou uma toalha vermelha e fez sanduíches com suco de abóbora para todos, além de bolo, iogurte e torradas. Todos menos harry, é claro, que comeria papa de abóbora com menta. 

A cena era de certa forma bonita. Lily se permitia sorir. James voltara a rir, brincar. Harry tinha a cara lambuzada de papa e os marotos faziam gracinhas para todos. Ignorando a guerra lá fora. De que importam guerras e traições se ali dentro eles tinham a si mesmos e a alegria de estarem juntos? Eram os marotos e sua garota novamente. Mais o Pontas Júnior. (E mais toda aquela confusão que Voldemort tinha armado lá fora).