- Ana, nós podemos parar? Eu não aguento mais, odeio dever de casa! - Manu pediu já cansada

- Manu, só começamos o dever a... - Ana deu uma pausa e olhou em seu relógio - vinte minutos!

- Nunca fiquei tanto tempo fazendo lição! - disse Manu com biquinho

- Sem ofensa Manu, mas como você consegue passar de ano?

- Com uma coisa mágica minha Ana, uma coisa que se chama cópia, plágio nos trabalhos, sempre dou um jeitinho, baby!

 Ana fechou os olhos e respirou fundo, viajou no passado, Manu a lembrava alguém muito especial para ela.

- Manu, tudo bem. - disse Ana sorrindo ao ver o estado de Manu - Acho que dá pra dar uma descansadinha, tá?

- Eu te amo, Ana!

___

No andar debaixo, na sala, Manu e Ana estavam "largadas" no sofá assistindo Smash, quando a campainha tocou.

- Ah, que droga! - Ana xingou enquanto se levanta preguiçosa.

Manu observou-a enquanto colocava um punhado de pipoca. Então, o telefone da casa tocou, era um barulho irritante, no ritmo de Call Me Maybe, porém mais rápido.

"Manu, atende o telefone, por favor? Ele fica na cozinha.", Ana perguntou de longe.

- Ta bom, Ana - Manu respondeu com um monte de pipoca em sua boca.

Ela colocou o pote de pipoca que estava em seu colo ao seu lado no sofá, então se levantou lentamente e caminhou normalmente até a cozinha. Ao chegar lá, ela pegou o telefone da cor laranja, estava preso a parede.

- Alô? - Manu perguntou

- Olá Manuelle!

 Manu ficou um pouco assustada, pois a voz era modificada como aquelas vozes de assassinos anônimos em filmes de suspense.

- Eu te conheço? - Manu perguntou confusa

- Sim, você me conhece, me conhece muito bem... - a pessoa respondeu

- Então, diga seu nome, caralh*!

- Não importa o quanto a sua vida esteja um inferno, eu posso torna-la ainda pior, muito pior!

  E com isto a pessoa desligou, deixando Manu paralisada. A única coisa que pensava naquele momento era: "Não importa o quanto a sua vida esteja um inferno, eu posso torna-la ainda pior, muito pior!", o que isso significa?

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 Fazia suas horas desde que Manu havia ido embora. Elas haviam conversado mais um pouco e depois havia dito que estava na hora de ir, que estava muito tarde. Mas essa conversa parecia muito suspeita, dava para perceber que ela queria ir, mas Ana não deu muita atenção, pois Manu parecia muito preocupada!

 Deitada em sua cama, Ana bufava a cada 8 minutos com ódio do tédio. Seu computador estava estragado assim como seu celular, e na TV não passava nada que merecesse sua atenção!

 Então ela se lembrou da carta que recebera hoje. Alguém havia pagado para um moleque entregar aquela carta, tomara que seja um admirador secreto, por que pra pagar 20 dólares para um garoto de 7 anos tem que ser muito tímido!

 Ela respirou fundo e fechou seus olhos por três segundos, e só aí conseguiu juntar coragem o suficiente para abrir aquela carta.

A garota rasgou o envelope lentamente, tomando cuidado para não rasgar o conteúdo. Ela não sabia por que estava tão preocupada e nervosa, ela apenas... aconteceram tantas coisas ruins em sua vida, ela apenas espera que aconteça algo bom.

"Olá Ana...

Sinceramente, eu não faço ideia do que dizer a você, apenas que... sinto tanto a sua falta, você não pode nem imaginar o quanto!

Sinto falta de sua pele macia, e os seus doces lábios.. 

Volte logo pra mim!"

Após ler a carta, Ana sorriu. Ela sentia muitas saudades dele.