Forgetting. escrita por Zoë Nightshade


Capítulo 10
Capítulo 10.


Notas iniciais do capítulo

Conversamos lá embaixo.



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Depois de um lote de perguntas ser jogado sobre nossas cabeças, retornamos à casa dos irmãos Rajaram. Chegando lá, me joguei no sofá da sala. Minha cabeça latejava, e eu desconfiava que alguma aspirina não resolveria. Por que tudo tem que ser tão complicado?

Me perguntei isso algumas vezes, remoendo a dúvida em minha mente. Ouço passos vindos da cozinha e olho em sua direção a tempo de ver Dhiren passar pelo portal. Ele me olhou e sorriu.

- Kishan e Yesubai foram para o Oregon hoje de manhã. Como têm certa experiência com animais, se ofereceram para buscar o tigre. Devem voltar em cerca de uma semana ou mais, já que precisam cuidar de alguns documentos.

Assenti, mesmo não havendo escutado tudo o que ele dissera. Notando o quanto eu estava dispersa, ele franziu o cenho e se aproximou.

- Kelsey, o que houve? Ainda se sente confusa, certo?

Balancei a cabeça novamente em concordância. Dhiren suspirou.

- Kells – ele chamou, me fazendo olhar para ele instintivamente. -, sei o quanto isso tudo parece confuso, eu sei que é – ele se sentou ao meu lado -, mas logo conseguiremos resolver tudo. Eu prometo.

Sorri.

- Eu espero que sim – disse com a voz rouca.

Seus lábios se curvaram e ele suavemente beijou minha testa, descendo os lábios pela minha face até alcançar minha boca, tomando-a em um beijo apaixonado. Retribuí o contato, entrelaçando os braços em seu pescoço e em seguida senti suas mãos afundarem em meu cabelo – o que era dolorosamente bom.

Suas mãos desceram até o meio de minhas costas, me causando arrepios. Senti seu peso cair suavemente sobre mim, e só então percebi o que estava fazendo.

- Ren... – eu suspirei, colocando suas mãos em seu peito a fim de evitar algo além daquilo.

Ele se afastou, franzindo a testa. Sua expressão suavizou e ele sorriu, tocando em meu nariz com a ponta do dedo.

- Você me chamou de Ren, priya. Pela primeira vez.

Encarei-o fixamente, o olhar sobrepondo a barreira que um dia estiva entre nós. Poderia um simples apelido mudar tanta coisa? Tudo indicava que sim. Mas... como?

Senti o elo que sempre nos unira em minha mente se reconstruir de uma maneira inexplicável. Um simples sinal da velha intimidade era reconfortante, nostálgico.

Ren colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, acariciando minha pele dali até alcançar meus lábios, os que eu senti totalmente secos. Ele brincou com o inferior antes de se abaixar quase que imperceptivelmente sobre mim, juntando os lábios aos meus de maneira tão suave que mal o senti, isso até ele aprofundar o contato de forma tão repentina e extasiante que eu imaginei estar no céu.

Todos os meus pensamentos pareceram evaporar: não havia mais nada no mundo, apenas nos dois – nada de preocupações, nada de sentimentos exceto pela extrema afeição e amor que nos unia. Isso era tudo, apenas nós dois, única e exclusivamente. Separamo-nos ofegantes, como se tivéssemos corrido uma maratona... e vencido.

Sorri para Ren e não precisei abrir os olhos para saber que ele fazia o mesmo. Decidi quebrar o silêncio com um assunto completamente diferente.

- Precisamos ver Phet – anunciei. Para meu alívio, ele assentiu.

- Imagino que sim. Conheço a floresta que supostamente mora. Podemos ir para lá quando quiser.

Me levantei e peguei as chaves que haviam caído no chão, jogando-as para Ren.

- O que ainda estamos esperando?

***

Andamos de carro até a entrada da floresta, onde Ren encontrou um lugar para estacionar o veículo até retornarmos. Segurei sua mão e não a soltei até avistar uma casinha perdida entre as árvores espessas. Era exatamente como em meu sonho. Apertei a mão de Ren mais uma vez e tomei a dianteira avançando até a porta. Antes de bater, ela se abriu e uma figura idosa e surpresa surgiu.

- Quel-si! – Phet gritou de maneira afetada. – Que bom que pensa! Entra, entrem.

Entramos na cabana e de imediato percebi que internamente ela era a mesma também... exceto pelo fato de que havia um objeto sobre um armário em um canto. Era oval e reluzente, com pequenos arabescos quase imperceptíveis. Já o havia visto antes, mas onde?

A memória veio em minha mente subitamente e me atingiu como um soco. O ovo da fênix... Kishan...

Olhei para Ren, que tinha uma expressão confusa ao passo que parecia estar se recordando também. Notando nosso interesse, Phet subiu em um banquinho e alcançou o ovo, descendo em seguida.

- Estava a aguardar sua chegada, Quel-si – ele disse e jogou o ovo no chão com uma força que não imaginava que possuía. Dei um passo para trás e Ren segurou meu braço.

Eu continuava a observar os restos da prole da fênix, onde havia uma pequena nuvem de poeira prateada em volta dos pedaços. Esta se uniu em um montinho de pó cintilante, o que um segundo depois se tornara um pingente circular com cerca de três centímetros de diâmetro, preso em uma corrente prateada. O círculo era cinza escuro e com certo brilho, mais escuro que a corrente. Em seu centro havia outro círculo menor dourado, com uma elevação em diagonal, como um ponteiro de bússola.

Phet pegou o objeto de pedra e o entregou a mim. Peguei-o e o levantei na altura dos olhos. Era pesado, e eu me surpreendi ao constatar isso.

- Vê a chave? – Phet indagou, e eu supus que a chave fosse a elevação dourada. – Vire quando sentir pronta.

Assenti.

- Agora vá, Quel-si. Boa sorte.

Confusa com o diálogo extremamente acelerado, agradeci e nos despedimos de Phet. Retornamos então ao carro em silêncio, passando a maior parte do tempo estudando o estranho pingente. Não tinha a menor ideia do que aconteceria se virasse a chave, e estava realmente curiosa.

Chegando em casa, avisei a Ren que iria descansar um pouco e ele concordou dizendo que faria o mesmo. Tomei um banho rápido e então me deitei, e estava prestes a dormir quando a luz do círculo de pedra captou minha atenção. Sentei-me na cama e segurei o medalhão, passando o polegar pela chave dourada. Observei-a por alguns instantes e a virei, pensando que nada de tão relevante poderia acontecer. Mas, é claro, eu estava errada.

Foi como se estivesse caindo e o chão nunca chegasse. Porém ao mesmo tempo não sentia a pressão, era como se fosse uma queda curta mas eu não era capaz de encontrar o seu limite. Agarrei-me ao pensamento de que aquilo acabaria logo, de forma que eu pensasse que estava louca quando retornasse ao quarto na casa de Ren. E acabou.


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Notas finais do capítulo

Oláaaaa meus queridos, como estão? Pela milésima vez, desculpem-me pela demora; a escola está tomando meu tempo mais do que eu pensava que o faria, tanto que eu mal consigo fazer alguma coisa. Maaaaas estamos aqui ;P
Bom, perdoem-me se eu errei a descrição do ovo da fênix - faz um tempo que eu li (assim que lançou eu achei um arquivo do livro em inglês e o li), então... qualquer coisa me corrijam ;)
Não sei quando o próximo capítulo sairá, mas acho que é uma boa notícia dizer que a história já está pronta em minha mente e eu só preciso transcrevê-la. Ela já está quase em sua reta final - mais três ou quatro capítulos devido a uma ideia que tive para ela alguns dias atrás. Bem, espero que tenham gostado e comentemmm o/



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