BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 24
“Matar você”


Notas iniciais do capítulo

EEEEEEEEEAE, como é que ta?
Mais que animação. Deixa pra lá.
Boa leitura e como hoje eu estou muito legal - mentira - eu vou postar dois capítulos :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/278255/chapter/24

Na condição de ser representante do Distrito 2, sou escalada a ser a quarta a entra e dar o meu show. As regras aqui são claras: homens primeiro. O modo de pensar deles nem é machista, imagina! Mas que show? Não faço a mínima ideia do que vou fazer para divertir os Idealizadores dos Jogos e fazer com eles gozem da minha cara. A sala de jantar vai fincando cada vez mais quieta á medida que os tributos começam a sair para realizar as suas apresentações. Quanto mais pessoas desaparecem porta afora, tudo o que eu consigo pensar é que elas têm poucos dias de vida.

Cato e eu ficamos finalmente sozinhos. Ele segura a minha ao por cima da mesa.

- E ai, o que vai fazer esse ano para divertir os Idealizadores dos Jogos esse ano?

Balanço a cabeça na negativa.

- Eu até tinha pensado em atirar uma faca neles como Katniss fez ano passado com as flechas – sorrio – Mas infelizmente não vai dar, com aquele campo de força e coisa e tal. De repente vou fazer alguns anzóis ou dar alguns nós embolados em cordas. E você?

- E eu lá sei. Não sou muito bom com coisa nenhuma, apenas com as espadas. Sei lidar com ela muito bem, melhor até comigo mesmo – diz ele.

- Você pode... Ah, esquece! Não tenho ideias – digo

Ele sorri e diz:

- O que achou da volta do Conquistador?

- Não sei – digo – Ainda estou confusa em relação á isso. Não entendo porque ele está vivo, todos nós ouvimos o tiro do canhão.

- Eu também não entendi essa história de que Haymitch foi substituído, alguma coisa de errado aconteceu – diz ele.

Ele tem razão. Plutarch não nos disse o verdadeiro motivo da substituição e nem da volta inesperada e confusa de Peeta. Nos dizer que sabemos o motivo só nos deixa mais confusos. Ah, que confusão!

Permanecemos sentado em silêncio durante algum tempo e, então, liberto o fardo que está preso não só na minha mente como também na dele.

- Como nós vamos matar esse pessoal, Cato?

- Não sei – ele curva a testa em direção ás nossas mãos entrelaçadas.

Espera um segundo. Uma coisa vem na minha mente de uma hora para outra. Porque Gloss me quer como aliada sendo que eu debochei da prima dele na arena e eu comemorei sua morte? Ele mesmo me disse que a minha lamentação á Glimmer não era importante.

- Não os quero como aliados. Porque será que KJ quis que a gente os conhecesse melhor? – pergunto – Vai ser mais difícil do que na primeira vez.

- Vai ver que... – ele é interrompido. Cato é chamado, e fico sozinha.

Quinze minutos se passam. Em seguida meia hora. Quarenta minutos. Minha impaciência volta. Fico bufando á cada cinco minutos. O que ele deve estar fazendo para demorar tanto?

Quando finalmente entro, percebo que o clima é bem diferente do ano passado, quando os Idealizadores dos Jogos estavam meio bêbados e beliscando distraidamente os petiscos do banquete á disposição deles. O que será Cato fez? Será que foi algo que os deixou irritados?

Uma fisgada me atinge e sinto uma pontinha de preocupação. Isso não é nada bom. Para falar a verdade não quero que Cato seja escolhido como alvo da raiva dos Idealizadores dos Jogos. Isso sou eu quem faz, essa é uma das minhas funções. Afastar Cato dos problemas. Argh, o que ele fez? Eu quero fazer os mesmo para deixá-los irritados muito mais. E saber que eles usam seus cérebros brilhantes para encontrar maneiras divertidas de nos matar. Pode crer, depois que fui para os Jogos Vorazes do ano passado, o meu modo de pensar á respeito dos Jogos mudou completamente. Só quem realmente passou pelo que eu e milhares de outros jovens passaram, sabe o que é ter a sensação de qualquer coisinha pode ser letal e a qualquer segundo você pode cair duro no chão. Morto. Quero fazer com que eles percebam que, apesar de sermos vulneráveis ás crueldades da Capital, eles também são.

Olho de relance para Plutarch Heavensbee, mas parece que ele está me ignorando, como fez durante todo o período de treinamento.

O que vou fazer? Pensa Clove, pensa. De repente sei exatamente o que fazer. Isso com certeza vai acabar com qualquer coisa que Cato tenha feito. Dirijo-me até a estação de elaboração de nós e pego uma corda comprida. Começo a manipulá-la rapidamente, ma não como Finnick, ninguém é como ele. Depois de mais ou menos uns cinco ou dez minutos consigo terminar o nó e ele até é bastante respeitável. Eu arrasto um dos bonecos-alvo, porque não tenho força o suficiente para içá-los, e o levo até o centro da sala e usando algumas barras de ferro, penduro-o pelo pescoço. Corro numa velocidade incrível até a estação de camuflagem e tento encontrar algumas tintas, mas outros tributos, possivelmente o s morfináceos, fizeram um bagunça enorme. Ótimo, só para me atrapalhar. Ao invés de achar tinta, acho uma garrafinha de suco de amoras cor de sangue que irá cair bem melhor que as tintas. Felizmente o boneco tem um tecido cor da pele que ajuda a absorver os suco. Usando as pontas dos dedos, escrevo cuidadosamente duas palavras destacados com o suco vermelho no corpo do boneco. Ao terminar a minha obra prima, me afasto rapidamente e olho para os Idealizadores com um sorriso triunfante como se eu tivesse acabado de fazer um show que iria agradá-los, eles começam a ler o nome escrito no corpo do boneco.

SENECA CRANE.

A reação é imediata e nada surpreendente. Eu já espera que a reação deles fosse de uma mistura de medo, descrença e surpresa. O efeito é imediato e satisfatório. Agora sim fiz algo realmente útil. Pude até ouvir alguns gritinhos de fundo. Alguns deixam até as taças de vinho caírem no chão e ficam com a boca aberta. O sorriso nunca escapa do meu rosto. Pronto, trabalho feito! Consegui fazer com que o que Cato fez fosse apenas a abertura das surpresas.

A atenção de Plutarch se volta para mim e o sorriso estampado no meu rosto some tornando-se apenas uma expressão séria de alguém sério e com uma enorme vontade de soltar uma gargalhada estrondosa. E como eu tento conter o sorriso! Ele olha fixamente para mim enquanto o suco de pêssego escorre por seus dedos. Por fim, ele limpa a garganta e diz:

- Pode ir agora, senhorita Kentwell.

Curvo-me respeitosamente e me viro para sair, é irresistível fazer isso, mas no último momento acabo jogando a garrafinha de suco atrás de mim. Ouço a garrafinha bater contra o chão e o barulho ecoa pela sala. Quando o elevador se fecha na minha frente, vejo que ninguém ao menos mexeu um dedinho do pé.

O que acabei de fazer ajudará a aumentar a vontade de me verem morta, pagarei por essa atitude dez vezes. Bom, por enquanto quero aproveitar muito e me permito saborear a sensação.

Corro até meu andar na esperança de contar á KJ o que acabei de fazer, mas não há ninguém por perto. Imagino que todos estejam se preparando para o jantar e decido tomar um banho, já que estou completamente suja de suco.

No jantar estamos todos reunidos na mesma, e quando digo todos que dizer todos até a minha equipe de preparação. Assim que a sopa é servida, KJ vai logo ao ponto.

- E então, como foi a sessão particular de vocês?

Troco olhares com Cato. De alguma maneira a ansiedade passa e não estou com tanta vontade de descrever em palavras o que fiz.

- Você primeiro – digo – Deve ter sido algo bastante impressionante, porque além de você ter deixado os Idealizadores se mordendo de tanta raiva, tive que esperar quarenta minutos.

Ele sorri e diz:

- Eu apenas dei alguns nós que aprendi a fazer; fiz alguns anzóis; atirei umas flechas, facas e espadas; fiz uma rede e... Bom, deixa para lá, isso é secreto. O que acontece na sessão particular fica na sessão particular. É por isso que se chama sessão particular!

Franzo o cenho para ele e fico de boca aberta. Ele não vai me contar o que fez e vai me deixar na curiosidade. Sacanagem!

Um silêncio prolongado toma conta do jantar e em meio á várias colheradas, quebro o silêncio.

- Acho que essa não seja uma boa hora para dizer que enforquei Seneca Crane na sessão particular – digo. Ponho mais uma colher de sopa na boca e olho para o rosto de cada um. Percebo que o efeito foi como esperado. Todos me olham com descrença.

Célios deixa a sua colher cheia de sopa cair dentro do prato, dá uma enorme golada de água e diz:

- Você... Enforcou... Seneca Crane?

- Pois é, eu estava fazendo nós inocentemente – mentira – E ai a cabeça dele foi parar no meio dos nós, fazer o que? – mentira de novo.

Depois de se recuperar do susto, Louise engole o seco e diz:

- Você ficou maluca?

- Não – respondo, engolindo mais uma colher de sopa. Que cara de pau a minha, finjo como se a notícia que dei foi a mais normal possível.

- Como é que você sabia disso? – diz Louise

- E isso lá era segredo? Snow não deu a entender que era, na verdade ele mais queria é eu soubesse – digo.

Louise joga seu guardanapo na mesa e sai sem rumo. Legal, Clove. Você conseguiu perturbar a Louise. Terminamos a refeição em silêncio e nos dirigimos á sala de estar para ver quais foram as nossas notas. Louise volta com os olhos vermelhos e eu não sei por que ela chorou tanto. Os rostos dos tributos aparecem na tela da TV e junto á elas suas notas também aparecem. Até que depois de ver as notas altas de Cashmere e Gloss, percebo que sou a terceira a aparecer na televisão. Caesar Flickerman enrola para dizer a minha nota.

- Alguma vez eles já deram zero para alguém? – pergunto.

- Não, mas sempre tem uma primeira vez – responde Célios.

Doze. Essa a minha nota e a de Cato também, nós entramos para a história dos Jogos Vorazes.

- Porque eles fizeram isso? – pergunto.

- Para que os outros não tenham escolha a não ser colocar vocês como alvo preferencial – diz Célios.

O resto das notas não me deixa surpreendida. As maiores vão para Cashmere, Glosse, eu, Cato, Finnick e Johanna.

- Vão dormir. Eu não suporto mais olhar para a cara de vocês – diz KJ.

Carinhoso!

- Ah, Claro! Uma boa noite e um te adoro para você também – digo.

Cato me leva até a porta do meu quarto em silêncio, mas antes que possa me dar boa noite eu o abraço e apoio a cabeça em seu peito. Suas mãos deslizam pelas minhas costas e seu rosto encosta em meus cabelos.

- Desculpe se piorei as coisas – digo.

- Você não piorou mais do que eu – diz ele.

Me distancio e fecho a porta praticamente na cara dele. Encosto o ouvido na porta e ouço seus passos se distanciarem.

O dia seguinte. Um dos mais sofridos até hoje. Toda a minha equipe de preparação se derrete em lágrimas antes até de deixar pronta. Minha equipe de preparação. Meus bichinhos de estimação, meus tolos fascinados por brilho, penas e festas. Quase despedaçam meu coração com suas despedidas silenciosas e chorosas. Com abraços e beijos.

Pronta com um vestido vermelho deslumbrante e com um colar de diamantes. Todos já foram para a entrevista e Célios me deixa ir sozinha. Pego o elevador vazio e desço. Paro no sétimo andar. Johanna aparece num lindo vestido de seda verde, sua franja cortada até seus olhos e o resto de seu cabelo solto e num penteado lindo. Delicada porém ignorante. Não acredito que vou dizer isso, mas ela está incrivelmente linda. É sério! Ela ajusta sua luva e diz:

- Árvores.

Mais uma vez sua roupa lembra o seu distrito. O 7, madeira e papel. A viagem segue em silêncio. Mais uma parada, dessa vez no quarto andar. Finnick Odair adentra pelo elevador com um terno preto com detalhes azul esverdeado. O brilho da luz do elevador se abrindo transforma Finnick num belo homem com olhar sedutor. O sorriso no canto dos lábios. Seus cabelos dourados e seus olhos cor do mar.

Do meu lado esquerdo está Finnick, o sedutor, e do meu lado direito está Johanna, a arrogante. Legal!

- E ai? – diz Johanna

- E ai! – eu e Finnick respondemos.

- Como estão as coisas? – pergunta Finnick.

- Péssimas – respondo.

- Horríveis – responde Johanna.

Mais que conversa legal, não?

- Árvore? – Finnick pergunta a Johanna.

Ela balança ligeiramente a cabeça e bufa com impaciência.

- Se eu sair da arena com vida, mato a minha estilista logo em seguida – diz ela.

Solto um sorriso ligeiro e porta se abre. A mesma coisa de sempre. As mesmas perguntas. A mesma entrevista. O mesmo apresentador. Os mesmos comentários. Os mesmos três minutos de duração.

Logo depois que sai da entrevista, Plutarch vem até a mim.

- Vestido bonito – diz ele.

- Obrigada – respondo. Sem olhar nem ao menos para o rosto dele.

- Vim até aqui para te desejar sorte – diz ele.

- Sorte! A última coisa que quero – digo.

- Bom, tenho que ir. Começa á meia-noite – diz ele, olhando paro o seu relógio – Tenho uma reunião final com os Idealizadores.

De alguma forma dirijo o olhar para o relógio dele e lá está. O tordo da Everdeen.

- Isso é o tordo – digo.

- É – diz ele.

- É lindo – digo.

Ele balança a cabeça e diz obrigado. Logo em seguida sem falar nada, nem um tchauzinho sequer. Ele veio até aqui me dizer apenas boa sorte, começa á meia noite, tenho que ir, obrigado.

- Homens – rosno.

O pior dia de todos. Ao chegar no meu quarto, me jogo na cama de cansaço. Tomo um outro banho para tirar toda aquela frescura do corpo. Uma da manhã. Duas da manhã. Três da manhã. E nada do sono chegar.

Pego o elevador e subo até a cobertura. Bem longe de todos e bem perto do céu. Tudo aberto e com alguns bancos para que quem quiser se sentar e ficar horas observando o céu. A única coisa que consigo ver é a alegria da Capital e a animação deles em relação á abertura do Massacre amanhã. Como no ano passado, eles vibram e gritam, mesmo estando de madrugada. Me sento no banquinho e fico observando a euforia. Eu não sei quanto tempo irei durar na arena.

- Esse aqui é o meu lugar.

Ouço a voz de alguém, mas não consigo ver o rosto devido á escuridão de onde ele está. A pessoa se aproxima e se senta no mesmo banco que eu. Peeta Mellark.

- Eu nem sabia que você estava aqui – digo.

- Mas aqui é a cabertura do meu andar, dos tributos do Distrito 12 – diz ele.

- Eu também nem sabia disso – digo

Um silêncio enorme toma conta e de repente me pego olhando para o céu, observando as estrelas do jeito que eu gosto.

- Eles te adimiram – diz Peeta.

- Porque?

- Por você ser a Garota das Facas – diz ele. E isso lá é motivo? – Por você ter desafiado a Capital.

- Sabe que eu ainda não sei porque todos acham que eu desafiei a Capital?! – digo.

- Clove, você fez o que muitos queriam fazer – diz ele – Você quebrou as regras dos Jogos e fez com que o Presidente Snow perdesse a postura de poderoso. Você o desafiou porque não queria sair da arena sem Cato. A regra era simples e clara, apenas um vencedor. Sabe que poderia estar morta nesse exato moemento, não sabe?

E como sei. Balanço a cabeça em concordância.

- Mas ele quer você viva para que uma outra pessoa te mate na arena ao vivo e a cores para toda Panem, como um aviso á todos do que acontece com que descofia de seu poder – diz ele.

Agora sim tudo faz sentido.

- Você sabia que muitos distritos estão se rebelando por sua causa? Eles finalmente abriram os olhos e descubriram que os Jogos só servem como diversão e só está matando quem amamos.

- Isso sempre foi assim, eles sempre matam quem mais amamos – digo.

- É por isso que eles abriram os olhos e enxergaram o verdadeiro motivo de tudo. Quebraram as regras e agora sabem que a Capital não é tão poderosa assim, eles sabem que ela depende de todos os distritos para se manter firme. Sem a nossa ajuda, a Capital cai. Você é a nossa luz no fim do túnel, você é o desafio – diz ele. Suas mãos gélidas tocam as minhas. Nem me dei conta de que estou sentada de frente para ele e encarando-o com descrença.

- Eu sou tudo isso? – pergunto.

- E muito mais – diz ele – Você é quem motivou todos os outros á se rebelarem e agora eles querem acabar com os Jogos Vorazes.

- Uau – digo – Eu não sabia que podia fazer tudo isso.

Ele sorri. Continuo chocada com cada coisa que ele diz. Eu? Motivação? Desafio? Fim dos Jogos Vorazes? O que?

- E você, porque está vivo? Todos nós ouvimos o tiro do canhão, os gritos de Katniss, seu rosto no céu. – digo.

- Nunca subestime a inteligencia de Coriolanus Snow – diz ele – Eu só saí com vida da arena por um propósito. Eu realmente fui atacado pelos bestantes e além de ter na perna a marca da espada de Cato – me lembro muito bem desse momento – Um dos bestantes arrancou um pedaço da minha perna, é por isso que eu tenho essa coisa – ele me mostra sua perna mecânica feita sob medida – Eles preferiram amputar. Bom, não é como se fosse a sua própria perna, além do mais você não á sente. Mas é o suficiente para correr e andar.

Presto bastante atenção nele, estou realmente concentrada.

- Eles bolaram tudo. Um dos bestantes trazia em um dos dentes um sedativo que me faria dormir por um dia e na hora eu pareceria morto. Eles deram um jeito de soar o tiro do canhão e fazer com que o meu rosto aparecesse no céu mesmo eu estando ainda vivo – diz ele – Foi assim que eu sobrevivi. E agora eu sou a surpresa dos Jogos desse ano.

- E qual é o a verdadeira justificativa de você ter saído da arena com vida? – pergunto, para falar a verdade era nisso que eu estava pensando durante toda a explicação de Peeta.

- Matar você – diz ele

Meus olhos saltam para fora e meu coração acelera. Estou falando com o meu assassino.

- Eles acham que sinto remorso por você ter matado a Katniss – diz ele.

- E você não sente? – digo assustada.

- Não – diz ele calmamente – No começo sim, mas depois eu fui compreendendo com a ajuda de Haymitch que aquilo era apenas um jogo e que você fez aquilo por puro extinto e queria apenas sobreviver. Acho que se eu estivesse no seu lugar faria a mesma coisa para salvar Katniss.

- Espera! Mas você “morreu” primeiro que a Katniss e não sabia que Cato e eu iriamos ganhar os Jogos – digo. E aqui estou eu confusa, mais uma vez. Eu deveria fazer um dicionário para todas as confusões que tenho.

- Eles já sabiam. Eles sabem de tudo! – diz ele – Com a minha morte sobraria apenas você, a Katniss e o Cato. Com vocês dois juntos ela morreria e Cato te deixaria morrer. Eles queriam garantir que você sairia sozinha e por isso me tiraram de lá com vida. Caso algo desse errado eu teria que te matar de um jeito ou de outro.

Acho que eu estou ficando maluca. Definitivamente, maluca.

- Oh – respiro fundo – E Haymitch?

- Haymitch! Ele não foi substituído simplesmente por causa da bebida se é o que eles querem que todos pensem. Ele foi executado para eu ficar no lugar dele – ele responde.

- E como você se sente? – pergunto

- Haymitch era praticamente da minha família – diz ele – Ele sabia o tempo todo que eu estava vivo. Ele não tinha ninguém além de mim e de Katniss. Sua família foi  executada e ele não tinha amigos. Para Snow, Haymitch não faria falta no mundo.

Quantas histórias, descobertas, surpresas. Tudo isso saía da boca de mais um menino vítima da Capital e da cobra do Snow.

- Mas se você está vivo quer dizer que você também é um vitorioso? – pergunto.

- Provavelmente sim, quem sai da arena vivo já é considerado vitorioso de um jeito ou de outro. Então, sim! – ele responde.

Balanço a cabeça em concordância.

- Você vai fazer o que eles mandaram? Me matar. – digo.

- Não, não vou – diz ele – Você me salvou uma vez no lago, se lembra? Quando Cato estava prestes a me matar?

- Lembro sim – respondo.

A vez em que briguei com Cato porque ele simplesmente deixou a “isca” escapar.

- Se você tiver que morrer, não vai ser pelas minhas mãos.

Ótimo! Que alívio pensar que pelo menos Peeta não vai tentar me matar.

- Está sem sono? – ele pergunta

- Sim – digo – Mas preciso descançar e me preparar fisicamente e emocionalmente para os Jogos, para mais mortes e perdas.

- Quer um chocolate quente? Aí depois você pode ir descançar em paz. Bom, minha mãe me disse uma vez que chocolate quente ajuda a pegar no sono. – diz ele.

- Eu aceito um chocolate quente – respondo com um sorriso.

A primeira conversa civilizada com Peeta Mellark. Depois de ouvir tudo o que ele tinha para dizer, tomo o chocolate quente feito por ele mesmo e... Realmente, o chocolate te ajuda a ficar com sono. Me levanto e ponho a xícara vazia em cima de uma mesa.

- Bons Jogos Vorazes – começo na intenção de que ele continue. Sorrio ao invés de dizer Obrigada pela xícara de chocolate quente.

- E que a sorte esteja sempre á seu favor


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "BORN TO KILL - versão Clove" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.