BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 21
Acorda Clove, acorda!


Notas iniciais do capítulo

E ai meus tributos lindos e maravilhosos, como vocês estão?
Ah! Eu também estou ótima :)
Que saudades de vocês. Uma salva de palmas para mim ~ clap clap clap ~
Boa leitura.



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- Clove, você tem certeza de que está tudo bem? – diz Cato – Porque você está branca como neve.

- Tenho, tenho certeza – digo

O segundo andar. Meu quarto. Minha prisão. É para lá que eu vou agora. Subo até o quarto, trancando a porta atrás de mim. Me sento na cama, apoio meus cotovelos nos joelhos e enterro o meu rosto nas mãos na tentativa de esquecer ou pensar um pouco nas coisas. Não funciona. Vou esfriar a minha cabeça e mergulhar na enorme banheira com sais que me espera no banheiro luxuoso. Retiro aquele traje pesado e retiro também aquela maquiagem dramática e poderosa. Entro na banheira e afundo. Esqueço-me do mundo, da vida, do sofrimento, da rosa, do sangue... Fecho os olhos dentro da água e num instante estou em casa no Distrito 2. Minha mãe me chamando para jantar o cozido de carneiro que tanto gosto; Connor mexendo nas minhas facas e me deixando furiosa; Papai me ensinando a atira com todos os tipos de armas e mamãe dizendo que aquilo era perigoso demais; Mamãe me contando histórias antes de eu ir dormir quando eu tinha cinco anos; Meu avó... Sendo executado em praça pública...

Aquilo que me faz ver quanto tempo estou debaixo d’água. Quase me afoguei sem nem mesmo ter a intenção de fazer isso. Subo rapidamente e puxo todo o ar que posso. Quanto tempo fiquei debaixo d’água? Dois ou três minutos?

Meu cabelo molhado faz uma trilha de pingos do banheiro até o closet. O que vestir? Um vestidinho rosa e uma fitinha branca na cabeça? Poupe-me. Decido ficar apenas de lingerie e com um roupão por cima. Preciso relaxar por um tempo. Não deu muito certo relaxar na banheira, na verdade nem relaxei, tive pesadelos acordada dentro da água. Vê se pode?

Desabo na cama de braços abertos. Solto um “droga de vida” e rastejo até o meio da cama. Apanho um travesseiro macio feito de penas de ganso e adormeço.

 Mais uma vez a chuva me acorda. Já disse que odeio a chuva? Acho que sim. Os trovões, os pingos fortes caindo, tudo molhado. Abro os olhos com a maior dificuldade e tento decidir se fico ou se vou. Por mais que a chuva esteja intensa e forte e a Capital esteja praticamente afundando nas águas caídas do céu, decido ficar.

Lembro-me do que minha mãe me dizia quando eu era pequena – quero dizer menor, ai caramba, quero dizer quando eu era criança. Pequena eu já sou – Meu amor, todos nós precisamos encarar nossos medos. Mate a chuva com suas lindas facas.

Ok, não faz sentido. Mate a chuva com as suas lindas facas? Olha a minha mãe não uma das melhores com conselhos, tudo bem?. O que provavelmente... A FRASE NÃO TEM SENTIDO, MÃE! Se tem uma coisa que eu adoro nela é o jeito como tenta aconselhar á mim e á Connor. É engraçado vê-la falando porque ela tenta ajudar e tenta aconselhar, mas não fala nada que tenha sentido. Ela só está tentando nos confortar e eu a entendo muito bem. Ah, mamãe! Que saudades sentirei da senhora.

Bom, o que ela quis dizer é que eu preciso deixar esse meu medo de chuva e de trovões para lá. Encará-lo de frente. Ir para o quarto de Cato é ser fraca e não encarar o meu medo. Fraca. Eu não sou fraca.

Agora quem ocupa o meu pensamento é o Vovô Kentwell. Ah vovô, como você faz falta. Eu nunca contei á ninguém o que aconteceu com ele e eu também não gosto de lembrar. Ver o meu avô sendo executado na frente de todos, só porque ele sabia dos segredos da Capital e do Snow... Eu só tinha sete anos e nem sabia o que estava acontecendo. A última coisa que ele me disse foi:

Mate-o. Por mim.

Cansada de pensar em coisas ruins e em sofrimento, fecho os olhos e volto a dormir. Na verdade eu nem estava com vontade de levantar da cama. Dessa vez o meu sonho é com o Conquistador. Ele entra no meu sonho, mas é um sonho bom. Estou na arena e ele está junto comigo. Estamos conversando perto do lago.

Das poucas vezes em que conversamos, ele me pareceu uma pessoa legal. Cato não gostava muito quando eu conversava com ele, mas eu nem ligava.

- Ei – sussurra – Ei

- Ãhn? – sussurro. Tento abrir os olhos e ver quem me chamava.

Ao ver quem era eu solto um grito. A pessoa tapa a minha boca para eu não gritar.

- Quer acorda á todos? – diz ele

- Olha, eu não te fiz mal nenhum. Cara, procure a luz e descanse em paz. Você está morto – digo

A reação dele chega a ser estranha. Ele arqueia a cabeça para trás e solta uma risada.

- Não estou – ele diz - Eles me tiraram de lá. Estou vivo, Clove.

- Não está não – digo – Se afaste de mim e volte para luz. É sério.

- Eu estou mais que vivo – diz ele – Olhe – estende a mão para que eu possa tocá-lo

Com medo eu o toco.

- Caramba – digo – Você está vivo

Dou uns tapinhas na cara dele e o sacudo.

- Ta bom, já chega – ele sorri

- E porque está aqui no meu quarto? O que você quer de mim? – digo confusa

- Sei lá, você é a única pessoa próxima de uma amiga pra mim – diz ele – A única com quem eu posso conversar. Ninguém sabe que eu estou vivo, a não ser você, Plutarch e Snow.

Ele está mudado. Com cabelos castanhos e olhos castanhos. Não parece o mesmo garoto que conheci na arena. Sim! Ele está vivo. Em carne e osso.

- E o que você está fazendo aqui? – digo

- Amanhã você vai saber – diz ele

Fico encarando-o por um tempo até perceber que ele é real.

- Você chorou por mim? – ele pergunta

- Não – digo

- Nossa, eu não esperava tanta sinceridade – ele sorri

Sorrio.

- Até amanhã

Ele sai pela porta e vai embora.

Levanto num pulo e vou em direção ao banheiro. Molho o rosto e encaro o meu próprio reflexo no espelho.

 Peeta Mellark está vivo. 


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Notas finais do capítulo

NÃO ME ODEIEM ! POR FAVOR



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