Voltar para o Distrito 2 e seguir uma vida normal é quase que uma missão impossível. Depois que ganhamos os Jogos, Cato e eu somos assediados nas ruas e eu até já fui ameaçada de morte. O tempo passou rápido, rápido demais.

Me caso daqui a uma semana. E sinceramente não estou feliz. Quero que tudo isso passe mais rápido que uma estrela cadente. Hoje cedo havia uma caixa em cima da minha cama com um pequeno bilhete que dizia “Clove, esses são os vestidos que o Presidente Snow escolheu especialmente para você. Aposto que todos ficarão perfeitos. Com amor Louise”.

Fato! Todos os vestidos ficaram perfeitos, mas eu NÃO QUERO ELES.

– Filha? Você está bem? – minha mãe está na porta me vendo alisar o vestido tristemente.

– Pelo décima vez, não quero me casar mãe – continuo me olhando no espelho.

– Então não case – uma voz masculina surge

– Vou deixar vocês sozinhos – disse a minha mãe saindo do meu quarto. Agora somos só eu e Cato.

– De novo reclamando que não quer se casar comigo? – diz Cato com os braços cruzados

– Quem te deixou entrar? – pergunto enquanto me aproximo e abro os braços para abraçá-lo.

Ele se afasta e recusa o meu abraço.

– O que foi? - pergunto confusa

– Promete que vai parar de reclamar do nosso casamento? – Cato olhando profundamente em meus olhos

– Prometo – dou um sorriso, meio sem graça

[...]

Passamos a semana escolhendo tudo para o casamento. Já estava tudo pronto, tudo arrumado. Hoje é o dia em que passo de uma simples namorada para a esposa de Cato. Estou mais nervosa do que no dia em que me voluntariei e lutei nos Jogos.

– Você está linda – disse Célios.

Olho para todas á minha volta. Louise, Célios e minha mãe me dão a maior força possível. Só estamos nós quatro em minha casa. Cato provavelmente já está no lugar onde haverá o nosso casamento.

Está na hora de ir.

Um lugar ao ar livre, cheios de flores brancas. No bosque. Onde eu adoro ficar, desde pequena. O meu lugar favorito e Cato sabe disso. Isso só pode ser coisa dele.

Vejo Cato no altar, como ele fica lindo com aquele terno. MEU DEUS!

Eu não tenho forças para andar. Travo ao ver a câmeras me filmando. Ao ver Cato sorrir. Ao ver o Presidente Snow.

– Vamos – sussurra Cato para mim

Começo a andar, ando mais devagar que uma tartaruga. Estou nervosa. Enfim depois de “anos” caminhando, fico lado a lado com Cato. Estou tão nervosa que respiro e expiro fortemente.

– Calma, eu to contigo – Cato segura a minha mão e me sinto mais calma.

Depois de falar tanto chega a parte que importa. Para falar a verdade eu não escutei absolutamente nada do que o padre falou, fiquei o tempo inteiro segurando a mão de Cato e olhando nos olhos dele para que eu não ficasse mais nervosa. Só olhava para ele.

– Clove Kentwell, aceita Cato Hadley como seu legitimo esposo; na alegria e na tristeza, na saúda e na doença?

Demoro um pouco para responder. Cato me olha preocupado.

– Sim – digo em voz baixa

– Cato Hadley, aceita Clove Kentwell como sua legitima esposa; na alegria e na tristeza, na saúde e na doença?

– Sim – ele sorri

– Então os declaro marido e mulher.

Cato se inclina e me beija suavemente. Começo a chorar. CLOVE PARE DE CHORAR!

– Eu te amo – Cato sussurra no meu ouvido

– Eu também te amo – dou um sorriso

[...]

Como em todo o casamento, nós teremos uma lua de mel. Eu não sei se estou preparada, mas vai ser essa noite. De hoje não passa.

– Nós vamos para um lugar bem longe daqui, só nós dois – Cato sorri para mim

– Ainda bem – Um enorme sorriso se forma em meu lábios.

P.O.V Cato

Vamos passar uma semana numa ilha, só nós dois. Presente de casamento do Presidente Snow.

Entramos na casa designada só para nós dois, não há mais ninguém na ilha. Agora que casamos podemos fazer tudo o que quisermos, se ela quiser é claro. Ela sorri pra mim. Eu a puxo pela cintura e a beijo. Foi um beijo diferente, quente e frio ao mesmo tempo, gentil e agressivo e sobre tudo muito viciante. Quando me dei conta já estávamos no nosso quarto, deitados na cama e eu em cima da Clove.

– Você quer? – sussurro no ouvido dela

– Acho que sim – ela responde suspirando

– Tem certeza que está preparada? – digo olhando naqueles lindos olhos verdes

– Acho que não – ela sorri

– Então é melhor a gente parar – me afasto

– Cato – ela me puxa de volta – Continua – ela dá um sorriso malicioso – Por favor.

Os lábios dela tem o gosto de melancia, eu gosto de melancia e ela sabe disso. O corpo dela me deixa maluco. Os olhos dela me enfeitiçam. O sorriso dela é como... é como... eu nem sei como explicar. Ela é perfeita.

Beijos, abraços, gemidos, puxões de cabelo, arranhões, sussurros, gritos e mais beijos. Ela me faz me sentir feliz a cada segundo. Nossos corpos quentes e suados se afastam por alguns minutos. Precisamos de ar.

– Clove – minha respiração está ofegante.

– O que? – ela me responde respirando com dificuldade.

– Eu estou te machucando? – digo

– Não – ela sorri

– Ótimo – eu a puxo pela cintura novamente. Nos beijamos novamente, aquele beijo feroz de novo.

– Cato – ela sorriso, ainda com os olhos fechados – Eu juro que pensei que essa noite seria horrível – ela abre os olhos e sorri pra mim. Aqueles olhos verdes!

– E o que você esta achando agora?

– Que estava enganada – ela fecha os olhos novamente e me beija – Foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

– Na minha também.

– Cato você era virgem? Sério – ela ri

– Bom eu era até uma hora atrás – acaricio o rosto dela – E você?

Ela demora pra responder.

– Clove? – falo assustado

– Relaxa, eu também era á uma hora atrás – ela ri sem para - Como você pode ser virgem? Porque você sempre foi rodeado de menininhas - ela diz fazendo caretas - E estava com se pegando como uma menina a cada dia.

- Simples, estava esperando pela garota certa - digo sorrindo 

Ela deitou a cabeça no braços e de tanto de mexo no cabelo dela, ela acaba dormindo. Aqui estamos nós. Casados. Em uma ilha. Tendo a nossa lua de mel, que por sinal foi ótima. Dormimos abraços. Clove! A única pessoa que faz sentido na minha vida.