Nimbo escrita por Feeh Hoshigaki


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Parabens Juuh pelos seus muitos aninhos de vida >u
Um presente especial da nossa querida Gabi por esse dia tao especial u.u/
Espero que aprecie
Sem mais delongas boa leitura



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O barulho das gotas finas batendo contra a calha quebrada era tranqüilizador. Do lado de fora da pequena cabana o chão encontrava-se encharcado, o céu coberto por nuvens escuras enquanto a água caia incessantemente. Devia haver sol naquele verão, mas o território sempre trazia nimbos carregados.

Um adolescente de cabelos laranja levemente espetado estava sentado na cama, abraçava as pernas enquanto observava a janela embaçada. Suspirou pesadamente, não conseguia ver nada, embora muito desejasse.

Konan e Jiraya, seu mestre, haviam saído naquela manhã para a cidade mais perto fazer compras, voltariam no final da tarde, mas por conta da chuva era quase noite e ainda não tinham chegado, provavelmente só amanhã.

- Espero que aquele pervertido não faça nada – sussurrou para si, bufando, tomando o cobertor grosso envolvendo o corpo a fim de aquecê-lo.

O silêncio se formou sentindo apenas a pingos de água cair nas madeixas, mais um buraco no teto. O rosto emburrado. Roia nervoso as poucas unhas.

Certo barulho quebrou aquela quietação, parecia algo caindo ou indo ao encontro do chão. Levantou assustado olhando ao redor, mas logo se deu conta do que poderia ter acontecido.

- Nagato... – Com passos pesados foi em direção à sala.

Chegou ao cômodo não muito grande, vendo tudo em seu devido lugar. Olhou para os lados estranhando. Ficou por um tempo pensativo, devia ter sido imaginação sua, com certeza o ruivo estava dormindo, principalmente depois de tomar seu remédio, estava gripado.

Deu meia volta tendo a intenção de voltar para o quarto, afundar a cabeça no travesseiro e passar o resto da noite imaginando o grande ninja que tornaria. Parou quando ouviu um barulho parecido com miado de gato. Arqueou a sobrancelha indo à direção do som.

Parou próximo a mesa da cozinha encontrando a pia coberta de um líquido amarronzado escorrendo até o chão. Passou o dedo neste levando aos lábios, sentindo o doce sabor do chocolate quente, maravilhoso, uma explosão de sabor.

Saiu do devaneio quando o banco próximo andou alguns centímetros, fazendo um barulho irritante no chão ao entrar em atrito. Olhou para este. Agachou encontrando o garoto raquítico debaixo da mesa, no canto, mordendo a própria mão tentando em vão impedir o som choroso sair.

- Nagato! – Tom de reclamação, embora houvesse tentado soar preocupado.

O menor encolheu-se escondendo a face debaixo dos fios revoltos, o vermelho adquiriu um tom vinho por conta da falta de claridade. Dos olhos roxos escorriam lágrimas, assim como da mão gotículas de sangue.

- O que você aprontou? – Perguntou o mais forte, não houve resposta. – Sai daí!

Falou de forma infantil, mas isto apenas assustou mais o companheiro. Irritado, pegou o calcanhar magro do menino com as duas mãos e puxou sem piedade. Nagato soltou um gemido desaprovador enquanto procurava algo para agarrar-se.

Segurou o amigo com força colocando-o sentado encima do banco mais próximo.

- O que é essa bagunça? – Encarou o garoto por algum tempo, esperando resposta – Em?

- Eu... Eu... – Começou a falar balbuciando, os lábios manchados levemente de sangue. – Eu estava tentando fazer algo quentinho para nós tomarmos, mas... Eu acabei tropeçando e queimando minha mão.

Mostrou a palma que não tinha mordido, estava levemente avermelhada, em algumas partes a pele havia saído. Estava feio, tinha de admitir. Ainda ardia, por isso fungava, choramingando baixo, tentando não mostrar tanta fraqueza.

Yahiko caminhou até o armário ficando na ponta do pé para pegar o quite de primeiros socorros. Quase a bolsa caiu encima de si, mas com um pouco de equilíbrio a trouxe para a mesa onde a colocou cuidadosamente abrindo.

Tirou de lá algumas bandagens, não era médico, muito menos sabia o que fazer, porém imaginava que um pano molhando envolvendo talvez sarasse. Segurou a mão do ruivo. Vendo este relutar trazendo-a de volta para perto do corpo, puxou com força.

- Ai! – gritou – Está doendo! – outras lágrimas escorreram.

Ignorou. Enrolou a bandagem com pressa, pois queria livrar-se logo de toda a sujeira, se Konan visse quem iria apanhar era o alaranjado. Mordiscou o lábio inferior perdido em pensamentos.

- Estou com medo... – Sussurrou Nagato. Yahiko foi tirado dos devaneios.

- Medo de que? – Terminava a tarefa, virou-se para a bolsa preparando para pega-la e guardar no armário mais uma vez. Foi barrado, o menor segurou o kimono cinzento que usava.

- Eu tive um sonho hoje de tarde... – afundou a cabeça ali – Sonhei que você morria por nós... – O silêncio formou-se.

- O que há de mal nisso? – Mostrou todos os dentes, feliz – Isso faria de mim um grande ninja! Morrer pelos meus amigos, quem me dera...

- Mas eu não quero! – gritou – Não quero te perder!

O rapaz de cabelos laranja sentou no banco ao lado, tocou o ombro do amigo fazendo-o aproximar-se. Abraçou fortemente sentindo o calor emanar daquele corpo frágil, daquela pele alva. Suspirou pesadamente retirando as madeixas avermelhadas enquanto beijava-lhe a testa.

Apesar de ser o mais velho entre os três, sempre foi o mais tímido, quieto e fraco. Agarrava-se aos outros para vencer batalhas, nunca pelas próprias forças. Apesar disso sempre sabia todos os jutsus, técnicas. Causava certa inveja.

- Você não vai me perder – Sorriu de canto – Mesmo que um dia eu morra, sempre vou estar ao seu lado – Apertou-o contra o peito.

- Como...? – Os orbes roxos miraram os do amigo.

- Do céu – apontou para a janela mais próxima, a chuva havia aumentado deixando tudo ainda mais embaçado. – Vou olhar sempre pra você, te protegendo.

Nagato abriu um sorriso parecendo achar graça daquilo. Gargalhou de forma irônica por alguns segundos, assustando Yahiko.

- Até parece que no céu pode essas coisas. – Os olhos adquiriram um tom assombroso, mas logo passou.

O alaranjado assustou-se voltando o corpo para trás inconscientemente, aquela cena não foi normal, porém já não era a primeira vez que ocorria. Acomodou novamente com o ruivinho entre seus braços, este lhe abraçou a cintura aproximando o rosto do seu. A respiração deles ficou muito próxima fazendo-o corar.

- Eu não quero perder – A voz manhosa – a pessoa que mais amo. – Anunciou.

A sentença era algo comum dito de amigo para amigo, porém a posição que estavam agora faria qualquer um imaginar uma relação mais aprofundada entre eles. Empurrou o avermelho fazendo-o quase cair da cadeira.

- Pare com essa besteira! – com a face rubra levantou. – Eu não vou morrer e ponto! Agora arrume toda essa bagunça que fez na cozinha, se eles chegarem, eu e você vamos apanhar.

Virou caminhando apressadamente para o quarto. Trancou-se lá passando o resto da noite debaixo dos cobertores tentando esquecer os desejos insanos que haviam tomado conta de si. Diferente até do que sentia por Konan.

Dormiu...

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A noite era tão chuvosa quanto à daquele verão, o nimbo carregado deixava a água escorrer por si até chegar ao solo já úmido, mas este não estava encharcado só por este liquido, também escorria sangue.

- Yahiko! – gritou Konan chorando.

Nagato segurava o melhor amigo entre os braços sentindo os últimos batimentos do mais novo. Tentava segurar as lágrimas, esta cena já havia passado outra vez por sua mente, mas em um sonho.

- Você disse que não iria morrer... – Sussurrou ao pé do ouvido do amigo vendo-o sorrir com esforço.

- É... Eu disse, mas a vida não é conforme planejamos, né? – Tocou de leve a face alva do ruivo sentindo o mesmo calor desejado.

Fechou os olhos por alguns segundos sentindo a vida esvaziar-se. As gotas finas faziam à pele esfriar mais rápido, logo estaria do outro lado.

- Eu também te amo – Voltou a abrir os orbes assustando o amigo. – Mas não têm mais volta, é meu destino.

Nagato entendeu, desceu a face e beijou a testa do quase fúnebre companheiro. Deixou-o cuidadosamente no colo de Konan e levantou-se. Caminhou até o inimigo sorrindo sarcasticamente. Todos iriam pagar por tirar-lhe o bem mais precioso.

Com lágrimas nos olhos e as palavras calorosas do falecido, lutou até o último instante. O vingou...

“Vou está sempre com você...”.

“Sim, vai estar...”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado povinho
E mais uma vez Parabens Juuh *u*/



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