Amor À 19 Vista escrita por RoBerTA


Capítulo 20
Epílogo – Esse é apenas o início


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente! Então, esse é o epílogo, mas amanhã eu posto o bônus, com o pov do Rafa, do capítulo onde tinha a festa fantasia. Espero que gostem!!
BjxxxxX



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Quase desço as escadas rolando, enquanto corro para a voz da minha mãe, que me chama. Hoje é um grande dia, sem sombra de dúvidas.

Só para garantir, me posto em frente a um espelho enorme que fica logo em frente às-escadas-psicopatas. Ajeito-me de forma um pouco nervosa, e fico olhando para meu reflexo até constatar que não tem nenhuma imperfeição eminente em mim.

— Você sabe que é linda de qualquer forma, né?

Dou um pulo de susto, e acabo batendo com a cabeça na parede. Isso é tão, tipo, eu. Olho assombrada para um Rafael sorridente diante de mim.

Mal consigo acreditar que finalmente o estou vendo.

Fazia quase um mês desde que eu voltara para casa, e durante esse tempo não nos vimos, apenas nos comunicamos por telefonemas e mensagens. Deus sabe quanta saudade senti dele. E agora o namorado mais lindo, gato e perfeito do mundo está na minha frente, esperando uma reação minha enquanto tento acordar desse torpor.

Jogo-me para cima dele, que me abraça de uma forma possessiva e protetora. Sinto-o enterrar o rosto em meus cabelos, e fico inalando aquele perfume dele, que sempre interpretei como inebriante.

— Meu Deus, é você mesmo?

Eu sei, nem o tempo é capaz de fazer com que eu pare de falar tanta coisa imprestável.

Rafael rola os olhos para mim.

— Não, na verdade sou um holograma. Ai!

Ele esfrega o braço onde dei um tapinha nele. Certas coisas nunca mudam.

— Vamos lá para fora, é estranho ficar falando contigo no pé de uma escada.

— Verdade, é bem mais preferível em um elevador, ou em um quarto...

Com isso ele ganha outro tapa meu. De braços dados vamos para fora, onde o sol brilha sobre nossas peles. Sentamo-nos num velho toco que mamãe vive enchendo a paciência de papai para tirá-lo de lá. Não que ele dê bola para o que ela fala.

— E então, como foi a viagem?

— Adelina, você sabe que não chega a ser uma viagem. Exagerada.

Não retruco, pois ele não falou como um xingamento. Foi em um tom carinhoso.

— Exagerada?! Caramba, como você descobriu meu nome do meio?!

Ganho outro rolar de olhos da parte dele, enquanto ele me abraça. De repente aquele tempo que ficamos separados parece insignificante.

— Mas me diz, como foi?

— Bem calmo. Tive que aguentar meu tio cantando músicas de Natal o trajeto inteiro. Isso acaba com qualquer chance de alguém não ser um psicopata.

— Quer dizer que eu vou ter um namorado psicopata?! Deus, isso deve ser tããão sexy.

— Ok, você precisa reaver seus conceitos sobre sexy, mas me diz, como foi o teu reencontro com a Lana?

Olho para o céu, enquanto mordo a bochecha. Digamos que foi, bem, hnm, grotesco. Embora essa palavra não se adeque muito bem.

— Eu meio que a ataquei, nada de mais. Sabe, alguns arranhões, tapinhas aqui, chutes ali, uma semana de castigo, duas semanas de comentários, uma ex-melhor-amiga-atual-inimiga, palavrões por aí, o de sempre. — Dou de ombros, tentando fazer da situação algo pequeno. Mas a verdade é, triplique tudo o que eu disse.

— Essa é minha garota. — Ele diz em tom de orgulho. Preciso rir, é impossível conter o impulso. Belo namorado o meu, que fica me incentivando a ser má. Mesmo que certas pessoas mereçam esse meu lado mau.

— Ok, agora me fale de você. Está ansioso?

Pois é, acreditam que o Rafael nunca me contou que estava um ano adiantado na escola? Por conta disso, ele vai para a faculdade agora, mesmo com seus dezessetes anos. Não que eu me importe. Além de isso alegar que ele é um ser consideravelmente inteligente, foi isso que tornou possível ele vir morar na minha cidade, porque aqui tem universidade, onde ele morava, não. E o melhor de tudo, as chances de eu topar com uma ex dele, são praticamente nulas!

— Não, na verdade estou bem satisfeito. Estava ansioso enquanto vinha para cá, enquanto não parava de pensar em você. Enquanto ficava olhando para o relógio a cada trinta segundos. Você não sabe o quão louco eu estava para poder tocar em você, ouvir sua voz, poder te ver pessoalmente.

— Na verdade, eu sei muito bem. — Aperto nosso abraço e escondo a cabeça em seu peito.

— E como está a sua avó? — Ele me pergunta gentilmente enquanto passa a mão em meus cabelos, de uma forma delicada. Suspiro, mas não me movo.

— Ela está bem, no limite do possível.

Vovó sofreu um infarto. Era por isso que meus pais me fizeram ir lá, para cuidar dela. Mas não me disseram nada. Acho que todo mundo sabia, menos eu. Já havia acontecido antes de eu ir lá nas férias, e aconteceu quando eu estava voltando para casa. Agora ela está morando com a gente. Já fazia tempo que meu pai e minha tia queriam que ela se mudasse para cá, e com a vinda de Joseph e Rafael, não sobrava nenhum motivo para ela ficar lá. Terezinha está com idade, e não pode ficar sozinha sem ninguém para supervisioná-la. O bom, é que com ela morando comigo agora, tenho cupcakes deliciosos sempre quando quiser. Embora a balança diga que isso não é tão bom quanto parece.

Mas o verdadeiro bom, é que ela está bem.

— Tereza é uma mulher forte, você não precisa se preocupar.

— Eu sei. — Dou um sorriso torto. — Todas as mulheres da nossa família são.

Ele aperta meu nariz.

— Engraçadinha. Então, tem planos para hoje?

Finjo pensar um pouco, embora tenha sim. Que seria me transformar num chiclete e ficar o dia todo grudada no Rafa.

— Qualquer plano meu envolve você.

— Então vem me ajudar a arrumar minhas coisas.

Faço cara de ofendida.

— Menino, eu tenho cara de empregada particular?!

— Não, mas tem a cara da minha namorada, sabe o que isso quer dizer? — Faço que não com a cabeça. — Isso quer dizer que faz parte das suas obrigações me ajudar em momentos críticos como esse.

Ergo uma sobrancelha, entrando na brincadeira.

— Então eu tenho obrigações, é?

— Sim. Muitas. A principal é nunca me deixar.

Descanso minhas mãos em seus ombros, e sinto sua respiração chegar até mim, como uma canção de amor, enquanto seus olhos dizem o que míseras palavras nunca serão o suficiente para tentar dizer.

— Como se isso fosse possível. Como se eu tivesse a opção de deixar de te amar e te abandonar. Eu também tenho uma exigência.

— Ela será sua, seja lá qual for.

Rio, enquanto chego mais perto dele no toco.

— E se eu pedisse o céu, as estrelas, a lua, o sol, e todo o universo?

— Eu morreria tentando te dar.

Fico séria, e arrumo a postura. Seus olhos nem piscam, e nunca na vida alguém me encarou com tanta intensidade.

— Não é isso que eu quero. Eu não quero nada. Só me permita te amar. Nunca reprima meus sentimentos por você, ou então eu me afogarei neles.

Ficamos algum tempo em silêncio, enquanto tento imaginar de onde saiu essa estranha Adelina romântica. Talvez ela sempre estivesse ali, à espera, somente aguardando Rafael.

— Vamos, eu vou te ajudar. De tarde vou te apresentar para Chris, minha prima e nova melhor amiga. Essa não é falsa nem mentirosa, eu te garanto. Ah, e talvez você conheça o vizinho-inimigo dela. Eles vivem brigando. Mas acho que você conhece essa história.

Dou uma risadinha, e ele me acompanha.

De mãos dadas, vamos andando na calçada, algumas árvores de porte pequeno, com belas flores roxas as ornamentando, servindo como uma fina camada entre nós e o sol.

Finalmente estava sentindo minha vida entrar nos eixos.

E quem poderia adivinhar que uma calcinha da Barbie, um tombo e um elevador poderiam me fazer chegar onde estou hoje? Sabe qual é a minha hipótese?

Que a felicidade trilha caminhos inesperados. Mas principalmente, que o amor não deve ser visto com olhos racionais. A razão não me levou até Rafael.

Foram todos os momentos, escolhas, hipóteses e impossibilidades. E isso tudo, se chama destino.


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Notas finais do capítulo

Leitoras, se comovam!! Epílogo!, então, que tal um review?? =D