Prelude To Death escrita por Higor M Quinto


Capítulo 6
Brincando com Leite Acido


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem e como eu disse na entrevista -q Eu judiei do Daniel -q
Aguardo vocês no final do capitulo 'u'



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*Inicio da Gravação*

- Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Antes de começar essa fita, eu gostaria de comentar uma coisa...

- Anda logo! – disse uma voz feminina.

- Tá Natália! Calma! Bem pessoal, estou fazendo essa nota antes da história, pois a Natália anda me infernizando... Por quê?

- Não enrola porra!

- Calma mocinha! Olhe o vocabulário!

- Tá, tá! Anda logo então!

- Ok! Ela pediu para descrever como ela é, já que esqueci essa parte no capitulo anterior... Aproveitarei e falarei do Vinicius!

- Me chamaram?

- Não, sai daqui Vinicius, não atrapalha!

- Tá, foi mal, foi mal!

- Enfim... Para os “fãs” da Natália... Ela tem um cabelo longo e liso, mais ou menos na metade das suas costas.Tem aproximadamente 1,73, 58kgs, seios fartos... Que mais... Seus cabelos são castanhos e seus olhos também... E tem 16 anos... Eu acho...

- Como assim acha?

- Bem, o Vinicius tem 1,78, tem 16 anos, cabelos encaracolados naturais pretos e olhos também pretos... Ele é moreno e até que possui certo charme... Arrasa as garotas, né? Sua puta!

- Com certeza, biscate...

*Risadas*

- E depois sou eu quem deve conter os palavrões?

- Isso são elogios de amigos, Natália!

- Sei!

- Enfim, obrigado pela atenção e desculpem a intromissão! Voltemos para o nosso capitulo! Adeus!

Joaquim Távora – PR

Terça, 14 de Outubro de 2014 08:02 A.M

Eu estava acordando, mas com uma coisa diferente. Parecia que eu estava mais pesado e minhas pernas estavam um pouco dormentes. Coloquei a mão para trás para ver o que eu sentia. Era algo leve, macio. Fui descendo a mão. Senti algo muito mais macio, gordinho... Parecia ter uma rachadura no meio. Meu dedo penetrou fundo e senti algo molhado. Abri os olhos e olhei para meu corpo. As pernas da Natália estavam e cima de mim. Senti-a gemer e aquilo onde meu dedo estava puxou meus dedos para dentro. Se ela estava com as pernas em cima de mim, então o lugar onde eu estava com os dedos era...

- Droga! – levantei-me de súbito. Natália abriu o olho e sorriu.

- Por que parou?

- Droga, droga! Desculpa, desculpa! Foi sem querer Natália!

- Tudo bem... Eu estava até... Gostando...

Fiquei meio parado. Gostando? Meu dedo estava molhado pela metade. Algo meio gosmento e grudento. Fiz uma careta e fui para o banheiro, me limpar.

- Volta aqui Dan! Seja homem!

- Não preciso pegar você para que eu seja um homem!

Ela disse algo, mas não entendi e acabei ignorando. Entrei no banheiro e achei o Vinicius lavando o rosto.

- Bom Dia! – disse ele. Ele parecia um pouco melhor, menos fraco.

- Não devia se mover ainda...

- Eu precisava escovar os dentes, não?

Assenti com a cabeça e fui lavar as mãos. Ele terminou de escovar os dentes enquanto eu lavava bem as mãos. Ele se sentou em cima da pia de mármore e abraçou um dos joelhos.

- Obrigado...

Olhei com um sorriso debochado.

- Obrigado por?

- Por me salvar cara... – disse ele coçando o queixo. – Você sempre foi meu melhor amigo e eu nunca dei valor... Realmente, obrigado...

- Sabe que não precisa me agradecer! Fiz minha obrigação!

- Como me achou?

- Ora! Eu fiz o que todo amigo faria – disse pegando a toalha e secando as mãos. – Fui até sua casa verificar se estava vivo ou não.

Ele desceu da pia e cerrou os punhos. Ele tremia e estava de cara fechada. Algumas lagrimas correram pelos seus olhos.

- Cara, me perdoa? – disse ele olhando diretamente para mim.

- Perdoar? O que? – eu estava confuso.

Ele fungou e respirou fundo.

- EU TER SIDO HIPOCRITA COM VOCÊ! NÃO TER RETRIBUIDO SUA AMIZADE, TER SIDO UM IMBECIL, QUANDO ME TRATAVA COMO SEU IRMÃO! ME DESCULPA! – disse ele, me abraçando de súbito.

Eu ri.

- Cara, não se preocupe... Era apenas o seu jeito de ser, nunca o culpei por isso...

Ele se afastou.

- Sério?

- Com certeza! Toque aqui! – fizemos nosso toque. – Irmãos!

Ele engoliu o choro e sorriu.

- Irmãos!

Assustamos-nos com barulho de palmas. Olhamos para a porta e vimos a Natália encostada na beirada, rindo e batendo palmas.

- Que cena gay mais linda e romântica...

Eu a encarei, com olhos penetrantes.

- Somos amigos... Melhores amigos, praticamente irmãos...

- Sei... Gays, não é?

Não aguentei. Olhei com para ela com malicia e me aproximei dela, sussurrando:

- Não quer que eu conte aquele seu... Segredinho, não é? – ela gelou e começou a suar frio.

- Não ousaria... – ela estava trêmula.

Afastei-me dela, sorrindo.

- Não duvides de mim... – e sai do banheiro.

Fui comer um pouco. Vinicius veio logo depois de mim. Parecia mais feliz. Até cantarolava. Eu ainda estava sem camisa. Estávamos sentados nos colchões, comendo enlatados e relembrando da época da escola. Ele me contou do meu funeral. Os detalhes. Eu ria de tudo. Eles choraram? Pft. Bando de egoístas. Eu estava indo supostamente para um “lugar melhor”. Para quê chorar? Não passava de egoísmo para mim, querer a pessoa de volta quando não a como. Natália se junto há nós pouco tempo depois. Ela tinha tomado um banho, apesar de estar com as mesmas roupas. Ela explicou que estava sem outras mudas e que precisaria sair por ai, caçando algo depois. Comemos até enchermos. Bebemos um pouco da água que havia dentro das caixas térmicas. Emprestei uma muda de roupas para Vinicius e ele foi se banhar. Natália estava quieta, abraçando seus joelhos, olhando para a mochila com armas.

- Olha Natália... Se te magoei ao te ameaçar eu...

- Não é isso...

Arquei uma sobrancelha.

- O que é então?

- É que... Tem uma pessoa que eu gostaria de matar, Dan...

Eu fiquei confuso. Alguém em especial? Quem seria?

- Quem seria essa pessoa? Como e onde ela está?

- Na praça, zumbificada... É a Ana, Dan...

Tomei um susto.

- A Ana? Você está passando bem?

- Sim... Eu estou...

- Por que desejas mata-la?

- É só que... Eu quero me livrar das lembranças... Apenas isso...

Olhei para a mochila de munições e a peguei. Abri e passei a mão pelo meio das balas. Seria um desperdício necessário.

- Quantos?

Ela piscou, confusa.

- Quantos? O que?

- Zumbis estão na praça.

- No chute? Em torno de 600... Por quê?

600 zumbis. Com sorte, mataríamos uns 500. O resto eu cuidava com minha katana. Peguei duas pistolas e joguei para ela.

- Pegue. Estão carregadas... Sabe usar?

- Sei... Um pouco... Meu pai tinha uma arma...

- Ótimo.

Comecei a separar as balas. Tínhamos exatos 550 balas. 275 balas para cada. Não sei por que, mas uma sensação ruim me fez pegar as 12. Tínhamos 64 balas, 32 para cada. Ótimo. Boa munição. Deixei o rifle em cima da cama com a munição. Avisei o Vinicius no banheiro e ele achou tudo bem. Disse a ele que se, não voltássemos em seis horas, ele deveria nos procurar. Coloquei as balas entre os bolsos e a 12 numa das mochilas. A Natália fez o mesmo. Peguei um barbante que fiz rasgando um lençol velho e amarrei a katana na cintura. Estávamos prontos para fazer a limpeza. Precisávamos achar a Ana Carolina. Natália tinha contas para acertar.

○ ○ ○

Estávamos na esquina, observando o movimento dos zumbis. Eles estavam todos amontoados, mantendo-se perto da igreja. Afinal, o que eles tinham com igrejas que sempre ficavam perto delas? Ou com praças? Seria alguma memória ainda viva e ativa, que os faziam saber que aquele lugar é para encontro com pessoas? Quem sabe. Natalia estava logo atrás de mim. Ela respirava de uma maneira descompassada. Parecia nervosa. Não, ela estava nervosa. Até eu estava meio tenso.

- Vamos apenas correr e atirar. Se possível, suba em alguma arvore, já que não possui nenhuma arma de curto alcance.

Ela respirou fundo.

- Certo... Mas ainda estou nervosa.

- Tudo bem, eu estou um pouco também. – quem não estaria?

Começamos a correr e eu dei o primeiro disparo. Os zumbis se viraram imediatamente para mim e correram para cima. Natalia foi escondida por trás de uns carros e subiu em cima de um grande carvalho. Eu estava ziguezagueando pela praça quando ela começou a atirar. Foi de boa ajuda, afinal, a maioria dos zumbis a tomou como alvo, não a mim. Eu atirava com as duas pistolas e corria na hora de recarregar. Era difícil fazer isso com as duas, mas eu conseguia então iria me manter assim. Natália estava indo bem. Alguns zumbis conseguiam escalar a arvore, mas ela apenas os matava. Ficamos assim por algumas horas. Minhas pernas? Doíam muito, não mentirei. Eu quase não conseguia correr direito. Estava suado, ofegante e cansado.

- Sem munição! – gritou Natália depois de matar o ultimo zumbi que estava perto da arvore.

- A minha também acabou! – gritei dando o ultimo tiro.

Ainda haviam sobrado quatro zumbis. Coloquei as armas na cintura e saquei a katana. Matei-os rapidamente e guardei a katana. Natália desceu da árvore e nos encontramos no centro da praça, ao lado da fonte. Tirei a mochila e a entreguei.

- Pode pegar um pouco? Meus ombros estão doendo...

- Claro! – disse ela pegando e indo para trás de mim. – Vou à loja de roupas.

- Tudo bem. – e comecei a subir a praça.

Estava caminhando devagar, com a mão na nuca e movimentando meu pescoço, quando de repente, algo me puxou para trás. Vi Natália com os olhos cheios de medo enquanto passava por mim, olhando para trás. Ela estava desesperada. Urrei de dor. Algo cortara minhas costas de cima em baixo. Eu me arqueei, apertando e puxando minha pele que ardia e sangrava. Urrei de dor e lagrimas começaram a escapar. Minhas pernas estavam fracas, queriam se dobrar ao meu peso. Vire-me ainda gritando e algo cortou meu olho direito e depois me deu um forte golpe, me fazendo rolar até bater numa mureta de tijolos. Eu estava meio atordoado. Escutava uma forte respiração e passos pesados. Pareciam cascos. Natália gritou de dor, e sentei-me para olhar com meu olho bom. Ela estava no chão, tentando se proteger de algo. Minha vista estava embaçada ou eu estava louco. Uma vaca de mais ou menos 2 metros ou mais. Andava sobre duas patas e suas “mãos” possuíam garras grandes e afiadas em vez de cascos. De suas tetas, escorregava um liquido meio preto esverdeado que ao tocar o chão, começava a derretê-lo. Sua boca era enorme e cheia de presas. Medo? Acho que ela causava algo pior que isso. Natália foi atingida por uma gota dessas na perna e começou a gritar. Ela se arrastava em minha direção. Eu precisava salvá-la de alguma maneira. Levantei-me, mas meu olho ardia muito. Rasguei a manga da minha camisa e improvisei um tapa-olho, tentando ignorar também a dor. Virara cego, era certeza. Saquei a katana. A vaca-monstro com leite ácido se aproximava lentamente da Natália. Corri para cima da vaca-monstro, mantendo ela a minha esquerda. Passei por cima da Natália e pulei sobre a vaca, tentando cortar seu “braço”. Ela se defendeu colocando seu antebraço na frente e por conta da força a lamina só cortou até a metade. Maldito osso, tinha que ser tão duro?

- NATÁLIA! PEGUE UMA DAS 12 E A CARREGUE!

Ela não disse nada, só começou a trabalhar. Ela havia me arremessado contra a vaca-monstro, mas preferia pensar que fora um gesto desesperado e não uma traição. Eu fazia muita força e a katana ia lentamente, cortando o osso da vaca e a atravessando. A vaca mugia de dor (Eu acho.) e no momento que eu cortei seu braço, ela enfiou suas garras em meu estomago com o outro que ainda estava intacto. Deixei a katana cair. Sentia minha vida se esvair. Estava fraco, cansado, trêmulo. Nem dor sentia direito. Quando ela retirou as garras de dentro do meu corpo, andei alguns poucos passos para trás, muito fraco, quase caindo. A Natália parou ao meu lado e descarregou a 12 na vaca. A vaca caiu no chão e rolou, acabando por se afastar da gente. A Natália dizia algo. Olhei em volta procurando-a, mas minha visão estava turva. Nem escutava direito o que ela falava. Parecia que sua voz se abafava aos meus ouvidos. Cai de joelhos, com os dois braços na minha barriga, tampando o ferimento. Eu respirava com dificuldade pela boca. Natália gritava algo, mas eu não entendia uma única palavra que ela dizia. Eu estava tentando me concentrar em ficar acordado e vivo. Senti a vaca passar do meu lado e recuperei os sentidos.

- DAN, DAN! SOCORRO! – gritava a Natália.

Virei-me e vi a vaca-monstro se aproximando da Natália. Numa reação que era mais de fúria do que pensada, agarrei a katana e corri para cima delas. A vaca ergueu suas garras prontas para rasgar a Natália e eu pulei, cortando seu outro braço com a katana, fazendo-o voar longe. Cai no chão e rolei, deixando a katana ir parar longe.

- DAN, DAN! VOCÊ ESTÁ BEM? – gritava enquanto se arrastava até mim.

- Estou... Bem... Apenas, não grite ok? – eu estava ofegante. Sussurrar exigia um esforço tremendo do meu corpo.

- Desculpe. O que tem em mente?

- Apenas pegue minha katana até mim e recarregue as 12...

Ela o fez e eu peguei uma das 12.

- Vamos agir juntos... Como uma equipe, ok?

Ela assentiu com a cabeça e eu me levantei. Ela tentou me ajudar a ficar de pé, mas recusei. Eu não era tão fraco assim. Juntos, corremos atirando contra a vaca-monstro que recuava a cada bala acertada. Eu a cortava e atirava ao mesmo tempo. Natália apenas atirava freneticamente. Fiz a vaca-monstro se ajoelhar, ficando a katana em sua coxa. Eu e Natália tínhamos uma bala. A vaca-monstro estava com a bocarra aberta enquanto mugia. Eu e Natália nos aproximamos dela e enfiamos o cano das 12 em sua boca.

- MORRA MONSTRO! – gritamos em uníssono.

A cabeça da vaca explodiu em milhões de pedacinhos. Seu corpo começou a bambear e finalmente, ela caiu ao chão pela ultima vez. Eu comecei a rir. Rir a plenos pulmões. Rir da nossa vitória sobre a vaca. Então senti uma pontada no peito e cai de costas. A luz foi se acabando enquanto eu fechava meus olhos e relaxava os músculos. Eu estava morrendo. E muito feliz.

*Término da Transmissão*


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Notas finais do capítulo

E então?
Acham que ele morre?
Irá Daniel virar um zumbi?
Esperem o próximo capitulo para descobrir!
P.s: Desculpem a demora, estive ocupado.