Prelude To Death escrita por Higor M Quinto


Capítulo 1
Prelúdio da Morte


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic, espero que gostem (Apesar de eu, oficialmente escrever um livro). A fic será baseada nas "fitas" de gravação que Daniel fez durante sua aventura. Postarei um capitulo por semana.
Grato,
Higor.



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*Inicio da Gravação*

Stº Antonio da Platina – PR

Domingo, 7 de Outubro de 2012 09:34 A.M


Eu estava visitando minhas primas. Primas que eu amava e adorava de paixão, tendo até um leve ciuminho por elas, nada anormal claro. Deitado na rede, encarando o teto, estava pensando em minha vida, na mulher que eu amava e o que faria para encontra-la. Ah, olá. Desculpem-me pelos maus modos. Eu sou Daniel de Nóbrega, tenho 18 anos (16 quando isso se passou) e sou um sobrevivente. Do que? Vocês irão descobrir. Algo muito interessante aconteceu comigo naquele fatídico dia. Eu estava deitado na rede e acabei adormecendo. Tive um sonho bonito, mas agitado. Acordei, sem noção do tempo, num lugar abafado, escuro e duro. Eu estava de paletó. Como eu sabia? Usei muito. Demorei a perceber – a custo de muito ar que me era precioso – que estava dentro de um caixão. Quando isso aconteceu, fiquei desesperado e comecei a chutar tudo (Mais ar desperdiçado). Chutei o fundo do caixão com força até a madeira ceder e eu conseguir sentir os tijolos. Eu sabia que o cimento que eles faziam era ruim e o serviço de porco, então eu tinha uma chance. Comecei a chutar o tijolo com força. Minha perna vibrava de dor, e eu gemia muito, mas não cedi e continuei chutando e chutando, sem parar. Cada chute, um choque de dor, uma arfada e ar a menos. Pensava que iria morrer que era meu fim. Será mesmo que estava fadado e terminar assim? Fechei os olhos e continuei chutando. Senti uma corrente de ar gélido e forte entrar ali dentro. Quando abri os olhos, fiquei cego por uns segundos. Eu conseguira abrir um buraco! Desesperadamente chutei os outros tijolos até abrir um buraco largo o bastante para que eu passasse com facilidade. Com dificuldade, sai do caixão e passei pelo buraco, me cortando nos braços com a madeira e carregando várias flores para fora. Pisquei um pouco por conta da luz e reconheci o lugar. Era o cemitério de Guapirama!


*Término da Gravação*

○ ○ ○

*Inicio da Gravação*

Guapirama – PR

Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 10:23 A.M


O cemitério estava irreconhecível. Vários esqueletos e alguns cadáveres horríveis e cheios de moscas espalhados por toda parte. Olhei para trás. Eu estava enterrado no mesmo tumulo de meus avós e tios. Sorri, afinal era uma honra, mas quem sabe quando for realmente minha hora. Andei até uma torneira que havia na parede e a abri. A água escorreu gelada e a bebi com muito gosto. Parecia que fazia tempo que eu não bebia. Quando fechei a torneira me vi no reflexo da água. Eu não me reconheci! Eu estava com barba para fazer, meus cabelos estavam um pouco abaixo da base da nuca e eu parecia mais velho. Assustei-me, obviamente, afinal quem não se assustaria? Dormir novo e acordar velho? (Não tão velho). Sai do cemitério e ao avistar a rua me surpreendi mais ainda. Várias marcas de bala, sangue e corpos espalhados pela rua. Eu comecei a desconfiar, mas me recusava a acreditar que poderia ser aquilo. Comecei a correr pelas ruas. Passei alguns quarteirões e quando estava a uma quadra da prefeitura vi a cena fatal. Um cadáver, não, um zumbi andando zonzamente sem rumo pelas ruas. O que havia acontecido? Quanto tempo eu fiquei enterrado vivo? Eu precisava ir para minha casa – que não era muito longe dali – e logo. Atravessei cautelosamente a rua, sem ser avistado por ele e voltei a correr. Cheguei até a esquina do hospital e espiei a praça, que ficava a um quarteirão também. Centenas de zumbis andando vagarosamente. Fiquei com certo medo, mas tomei coragem e subi a rua para a “avenida” (Na verdade é a estrada que corta a cidade e liga duas outras cidades, mas teimam em chamar de avenida), caminhando em direção ao posto. Cheguei até lá. Minha rua! Não entrei ali, poderia ser perigoso, estava perto da praça. Caminhei mais um pouco e no meio do mato, achei uma estradinha de terra escondida e entrei numa rua a dois quarteirões da minha casa. Corri e uma rua acima, virei a esquerda, indo até a casa da minha melhor amiga. Procurei pela sua casa gritando “Jú”, mas nada encontrei. Parecia que saíram com pressa dali. Soquei a parede com raiva. Jú, onde você está? Fiquei um tempo lembrando nossos momentos, mas decidi sair logo. Entrei no galpão de seu pai que estava aberto e peguei um espeto afiado. Seria útil para matar um ou dois zumbis que não estejam em grandes grupos. Sai correndo e cheguei até minha rua. O portão estava trancando e eu havia feito muito barulho. Voltei para a Rua da Jú e entrando na casa atrás da minha, pulei meu muro e entrei. Estava tudo revirado. A grande porta de carvalho com grandes vidros estava fechada. Não sei por que, mas chamei meus cães. Bati na perna, com esperança de que estivessem vivos. Nada aconteceu e dei um passo e nesse momento, escutei um barulho vindo da lavanderia. Olhei para lá e meus dois cães saíram – uma pastora alemã e um pinscher preto –, com a pele rasgada e cheios de sangue. Meus olhos lacrimejaram e arderam. Eu queria chorar, mas eles me atacaram e tive que me defender. A pastora pulou sobre mim e eu consegui atravessar sua cabeça com o espeto, caindo ao chão com o corpo dela em cima de mim, inerte. O pinscher avançou e eu me levantei rapidamente, chutando-o longe. Antes que ele tivesse tempo de se levantar, pisei em sua pequena cabeça, matando-o instantaneamente. Cai de joelhos ao lado de seu pequeno corpo e comecei a chorar. Chorei tudo o que tinha para chorar. Chorei por eles, pelas pessoas que possivelmente havia perdido e tudo o mais. Queria gritar, mas não podia, atrairia mais deles. Acabei por ficar um tempo chorando e decidi enterra-los. Eles mereciam, afinal. Passaram-se algumas horas e eu finalmente havia terminado de enterra-los. Pegara o espeto e o limpara. Seria minha arma dali em diante. Estava todo suado e o sol já estava ameno e pela sua posição, deveriam ser umas 04h00min da tarde. Finalmente entrei em minha casa e o olhei para o relógio. Marcava 04h18min. A casa estava arrumada, com exceção do pó que acumulara. Ainda havia energia elétrica – explico mais para frente – e água potável. Andei até a geladeira e peguei uma das garrafas de refrigerante e abri. Tomei metade da garrafa em poucos segundos. Sai andando pela sala bem arrumada, a sala de jantar, de visitas. Olhei as fotos da família e achei um tablet jogado no sofá. Liguei-o. A bateria estava no fim e fui direto para o calendário. Havia se passado dois anos! Mas como eu sobrevivera? Eu não sabia explicar. A internet pegava, então acessei o Google e pesquisei sobre aquilo. O que eu estava lendo me impressionava. Aquela faculdade da Rússia da qual eu sempre falei e comentei – ela estava desenvolvendo um vírus zumbi – havia conseguido seu feito. Caos, pessoas mortas, vídeos. Pesquisei sobre o Brasil. Havia uma colônia para sobreviventes no Amazonas! Seria uma boa, um risco a correr. Meditei um pouco e acabei chegando à conclusão de que, se o telefone funcionava, internet e tudo o mais, por que celulares não? Peguei o telefone de casa e disquei o numero do meu pai. Tocou, tocou, tocou. Quando fui desistir ele atendeu. Estava rouco, parecia cansado. No fundo uma música da Adele, cantora que ele sempre gostou.

– Pai? – disse, com a voz fraca.

Do outro lado um silencio.

– Eu sei que você é um fantasma, mas em vez de me ligar, venha me ver e me busque logo... Eu estou nessa colônia de sobreviventes...

Desliguei. Não aguentava ouvi-lo. Ele parecia delirado. Olhei para o tablet, a internet funcionava. Desligue-o e me levantei. Precisava me preparar para a guerra e chegar até o Amazonas, vivo. Afinal, quem precisa de internet quando se tem zumbis lá fora para se matar?


*Término da Gravação*



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Notas finais do capítulo

O capitulo, na minha opinião até que ficou interessante. Estou usando cidades reais nessa história (Obviamente) e espero que todos gostem. Quem sabe a cidade de vocês não apareça por aqui?