Lua Cheia escrita por Ania lupin


Capítulo 5
Capítulo 5- Se eletivesse seus olhos.


Notas iniciais do capítulo

Olá passoal, obrigdo pleos comentarios e to postando rapido pq a fic ja ta pronta, entao nao tem por que ficar embolando.



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BPOV

Eu sempre odiei o cheiro de hospitais, para mim era um misto de limpeza com o odor enferrujado de sangue, que me deixava ainda mais enjoada na situação atual. Mas como a situação de agora não me deixava alternativa, estava sentada naquela ampla sala branca de espera, e era engraçado e estranho esperar por um médico que não era Carlisle.

Havia aproveitado aquela segunda feira para fazer uma visita a ensolarada Seattle, e só Deus sabe o quanto fora difícil convencer Edward que ficaria longe de problemas, e que lhe ligaria no mesmo minuto caso acontecesse qualquer coisa fora dos planos. Agora, só precisava de uma ótima desculpa para não achar os livros que iria supostamente comprar.

"Caroline Brown." Quase levei um susto com a voz que saía de dentro de uma das salas. Será que ainda faltava muito para meu nome? Aquela espera estava me deixando louca, e acabando com meu estômago.

Foi uma decisão repentina, e completamente desesperada de calar meus pensamentos, discar o número da casa dele no pequeno aparelho prateado – precisava muito checar se ele estava em casa, como combinamos. Aquele celular, presente dele, objeto sem o qual não estava autorizada a sair. Uma voz conhecida atendeu ao primeiro toque.

"Bella?"

"Está ocupado?" Ouvir a voz de Edward era tão bom. Olhei para um casal, talvez ambos com minha idade, ou bem pouco mais velhos, com inveja. Uma das coisas que eu mais queria no momento era tê-lo ao meu lado, segurando minha mão, que agora deveria estar tão gelada quanto à dele.

"Não querida," Eu podia jurar que o vampiro sorria do outro lado da linha. "Nunca estou ocupado quando você liga. Agora, o que há de errado?" Ele me conhecia bem demais para meu próprio bem. Mas talvez eu não desse uma péssima mentirosa pelo telefone.

"Fiquei com saudades, eu acho." Suspirei, um pouco irritada por mais um nome ser chamado. O jovem casal na minha frente se levantou, os dois sumindo dentro da sala dois. "Acho que não estou mais com paciência de procurar os livros, vou parar em algum lugar para comer alguma coisa e voltar para Forks."

"Amanhã parece que vai chover, se quiser te acompanho para alguma boa livraria."

"Isabella Swan." Ah, finalmente.

"Seria ótimo! Edward, quando eu estiver chegando te ligo, ok? Deixo a picape na minha casa e você vem me buscar, podemos assistir algum filme, ou algo assim."

Me despedi com pressa e não demorei mais a me levantar, a enfermeira me vendo e logo apontando para a entrada de uma das salas. Outra vez a náusea me atingiu forte, e me senti tonta por alguns poucos segundos. Como eu queria uma mão para segurar agora.

"Pode se sentar." O médico ser muito parecido com Charlie, fisicamente, não ajudou em nada minha condição nervosa. "Então... Bella Swan, casada?" Eu apenas sacudi negativamente a cabeça, querendo acabar logo com aquilo. Por que ele não poupava as perguntas e fazia logo o teste estúpido? "Quando teve sua menstruação pela última vez?"

"Há um mês atrás, mais ou menos. Talvez um pouco mais."

"Náuseas, vômitos matinais?" Confirmei os sintomas. "Tontura, mudanças de humor, maior vontade de urinar?" Confirmei. "Mamas inchadas, aumento da fome?" E confirmei outra vez, querendo matar o doutor que no momento, estava me fazendo sentir extremamente grávida. "Usa algum método contraceptivo?"

"Não." Grávida. Muito grávida. Totalmente grávida.

Não consegui esperar até o resultado sair para comer alguma coisa, então aqui estava eu, sentada na cantina do hospital com um prato de salgados nada saudável bem na minha frente. Eram muitos salgados, mas tinha certeza que minha fome daria conta de todos eles.

Mais alguns minutos e tudo estaria acabado, o teste voltaria dando negativo, e minha vida voltaria ao normal. Já estava quase ligando para Renée para acabar com o sofrimento dela, que começara na noite de sábado.

Incrível como a reação dela fora exatamente como eu não esperava. Ao invés de gritar comigo e me chamar de irresponsável, no instante que ela ouviu minha suposição, ela se tornou a mãe mais compreensiva do mundo.

Eu esperava que isso fosse acontecer, mais cedo ou mais tarde. Confesso que esperava pelo mais tarde, mas conheço você bem o suficiente, filha, para saber que não vai ser como eu. O que vocês dois tem talvez seja único, já disse que nunca vi nada parecido. Só espero que Edward não me decepcione.

Agora eu a amava mais do que algum dia achei possível, mas se ela soubesse que nunca vai ser avó... Não era provável, era impossível, sabia que estava me desesperando – e desesperando minha mãe – à toa.

Mas a imagem que vi interrompeu meus pensamentos por completo. Aqueles eram os olhos mais verdes que eu já vira na vida. Será que eram assim os olhos dele, do meu Edward? Será que o filho dele nasceria com aqueles olhos, em outros tempos? E as mãozinhas, eram tão pequenas, tão delicada. Como Edward reagiria se aquela situação fosse possível?

Imaginei-o ao meu lado, com um sorriso nos lábios, uma mão protetora na minha barriga. Do jeito que ele era, seria um pai perfeito. A criança, com certeza seria a mais amada em todo o mundo.

Nós nunca havíamos tocado em um assunto desses – não era para menos, falar do que não se pode ter para que? – então eu, na verdade, não sabia muito como seria a reação dele numa situação dessas. Mas nem precisaria saber, era uma coisa que não iria acontecer, e ponto.

Quando voltei para sala de espera, vi que deveria ter continuado na cantina: o casal atendido antes de mim ainda esperava o resultado. Peguei uma revista qualquer e comecei a folheá-la sem nenhum interesse, só precisava de algo para ocupar as mãos enquanto meus pensamentos voltavam a correr em minha cabeça. Três semanas de atraso, e minha menstruação deveria ter vindo duas semanas, cinco semanas era tão pouco para ter todos esses sintomas, não era? Talvez fossem seis semanas. Será? A matéria, colorida demais, me chamou a atenção.

Calculando as semanas de sua gestação. Ótimo, agora até a revista resolveu me atormentar. Mas eu vaguei até a explicação, curiosa demais para ignorar a informação.

...e a data aproximada é calculada a partir da data da última menstruação. Ou seja, se seu último período foi dia primeiro de janeiro, e agora for final de fevereiro, será calculado quatro semanas de gestação no primeiro mês mais quatro semanas para o segundo, o que nos leva a oito semanas. Os meses sempre são considerados com quatro semanas, independente...

Então eu estava de quase seis semanas, mas tinha que considerar oito semanas? Ah, eu não estava nada. Pare de pensar, Bella.

"Isabella Swan, sala três." Ah, finalmente.

Se eu não fosse tão desastrada teria corrido até a sala, mas cair estava fora dos meus planos. Meus pés pareciam lerdos demais e para mim foi uma eternidade até chegar até a sala onde o médico me esperava. A enfermeira fechou a porta atrás de nós, e me apressei em me sentar.

As palavras ecoavam pelos meus ouvidos antes mesmo de serem ditas. O teste dera negativo. Está tudo bem. Você tem provavelmente alguma virose, vamos realizar mais alguns exames-

"O teste deu positivo, senhorita Swan."

"Positivo." Talvez nunca tivesse dado um sorriso tão grande. Minha mão foi automaticamente para minha barriga, onde o milagre mais perfeito acontecia naquele instante. E então, comecei a me perguntar como, como eu havia ficado grávida de um vampiro. E como o vampiro aceitaria aquela notícia impossível. E assim, meu sorriso foi embora. "Eu estou grávida."

Era realmente um milagre, e eu só podia rezar, muito, para que Edward acreditasse em mim, porque apesar de todos os problemas que apareciam na minha mente naquele instante, simplesmente não podia desistir do meu pequeninho. Alice, Alice iria me ajudar claro! Ela poderia ver aquilo, não?

"Sim, você está. Já decidiu-"

"Eu vou ter o bebê." É claro que eu teria aquele bebê! Meu bebê, meu e dele. Eu estava tonta. Eu iria hiperventilar em segundos se não me acalmasse. Eu precisava contar a alguém, precisava ligar para Renée, precisava...

"Que bom." O sorriso dele serviu para me passar o mínimo de calma que eu precisava. "Gostaria de marcar a primeira consulta do pré-natal?" E fazer com você o ultra-som de um bebê meio vampiro? Acho que não.

"Er, eu já tenho um médico, que atende minha família. Só queria ter certeza antes de recorrer a ele." Com Carlisle, eu teria os melhores cuidados que uma mulher grávida poderia ter, com certeza. "Muito, mas mito obrigada doutor."

"Bem, parabéns, e que tudo de certo na sua gravidez!" E me levantei, apertando a mão do doutor com a cara do meu pai, não demorando mais a sair dali.

Demorei mais do que o normal para chegar de volta a Forks, e me surpreendi por não haver sinal do meu vampiro em nenhum lugar. Ainda precisava ligar para minha mãe, mas precisava antes verificar se Edward realmente não estava na casa. A viatura já estava parada no mesmo lugar de sempre. Eu pisava na varanda quando meu celular tocou.

"Você está bem? Já são seis horas, Bella!" O número no visor denunciou onde ele estava – na mansão dos Cullen.

"Acabei de chegar, achei que você estaria me esperando." Fingi uma voz um pouco decepcionada que não saiu tão mal quanto imaginei que sairia, e me apressei para dentro de casa. "Vou tomar um banho rápido, e quando você chegar já vou estar pronta!"

E eu corri para cima, mal dando oi para Charlie antes de entrar no meu quarto e pegar a primeira roupa que encontrei. Banho, ligar para Renée, ficar apresentável, parar de pensar naquilo... em menos de dez minutos. Nunca gostei tanto do celular como agora.

"Bella, você está bem? Por que não ligou mais cedo? O que o médico falou?" As perguntas começaram antes mesmo do cumprimento habitual. "Você tem alguma coisa, filha?" Deixar a água escorrer sobre meu corpo, tomar cuidado para não molhar o celular e lidar com minha mãe não estava sendo muito fácil.

"Tenho sim." Continuei antes que ela pudesse começar outra vez a falar. "Um bebê." Não, lavar o cabelo estava fora de questão.

"Bella-"

"Mãe, tenho que desligar. Tenho que falar com Edward, ok?" Fechei o registro e peguei minha toalha. "Eu juro, juro, que assim que tiver tempo outra vez, eu ligo para dizer como estão as coisas. Eu te amo mãe. Obrigada." E desliguei o telefone, pensando em qual seria a melhor maneira de contar ao meu namorado quase noivo que seria papai.


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