Era um menino lindo, olhos castanhos e vazios, cabelos pratas e brilhante, por mais que fosse lindo, não eram seus traços ligeiramente femininos que me chamaram a atenção, mas seus olhos, sobre aqueles olhos pairavam mistérios invisíveis a olhares alheios, só com mais atenção, notaria-se que aquele menino, ao meu atento e curioso olhar, era tão frágil e quebradiço quanto uma pequena flor, frágil e desprotegido.

Aquele menino o qual nem o nome sei, andava com garbo e elegância, parecia reprimir  todos os seus pensamentos, naquela perfeita máscara de príncipe, este menino bem cuidado passava ao se mover a imagem de alguém realmente feliz, porém seus traços mudam ao pensar, pois naqueles curtos espaços de tempo ele é somente ele, ele e ele, e ninguém mais, sem máscaras ou encenações apenas um menino alheio e bonito, que meus curiosos olhos decidiram decifrar.

Ouço um chamado, alguém o chama e retira-o dele, de seus pensamentos, novamente o chamado, seu nome?Yuki, aproximam-se pessoas alegres, mas mesmo assim ele parece sozinho, sinto a enorme vontade de correr a seus braços e apertá-lo contra mim, como se aquele fosse meu último abraço, quero segura-lhe  em meus braços ouvir seus lamentos e medos e consolá-lo, mas isso não é possível, aquele menino, ou melhor, o menino cujo o nome apenas sei de concreto, Yuki de olhos tristes,vazios e solitários, que vagam em busca de um algo desconhecido realmente é uma pessoa especial, talvez nunca mais o veja dessa maneira, porém desejo que aqueles belos olhos logo encontrem o que buscam e enfim, talvez Yuki possa finalmente deixar a solidão.

Continuei a contemplar pensamentos fantasiosos sobre Yuki e acabei, assim como ele, me perdendo em meus pensamentos e esquecendo-me de todo resto, derepente um lindo cachorrinho apareceu com uma bola na boca insistindo para que eu a jogasse, eu joguei e ele voltou novamente com a bolinha verde, joguei-a novamente e mais uma vez ele voltou comecei a acariciá-lo na barriga e ele rapidamente deitou-se com as patas para cima enquanto eu o fazia cócegas

-Tá perdido garotinho?-falei brincando com ele-você tem coleira, deixa eu ver seu nome...Kiabbo?Que nome...

-Estranho para um cachorro não?-assustei-me e corei ao ver Yuki bem atrás de mim-desculpe se ele a estava incomodando...

-Não imagina ele é um amor, né Kiabbo?-falei brincando com ele mais uma vez

-Você não me é estranha...

-Eu sou da sua sala-falei sem dar muita atenção a ele

-Desculpe-me por não lembrar de você, foi mal mesmo

-Que...relaxe, eu sou meio “apagada” mesmo

Nós ficamos conversando por algum tempo enquanto o Sol se punha, coma já estava ficando tarde eu voltei para casa, pensando em voltar no outro dia como quem não quer nada para ver se ele estaria lá.