Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 13
Capítulo 13 - Um Novo Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente!
Primeiramente obrigado a todos os comentários e recomendações.
Em segundo lugar, gostaria de informa-las que mesmo que Dimitri ainda não esteja nesse post, logo ele aparecerá. Por isso, tenham paciência e continuem acompanhando a fic =)
Então é isso... Aguardo os comentários e recomendações.



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Minhas mãos suavam tanto, que precisei me lembrar mais de uma vez, que eu estava em  fórum judicial. Lissa ao meu lado, me lançava olhares de cumplicidade o tempo todo, para que eu me mantivesse calma, ou pelo menos chegasse perto disso.  Lancei mais uma vez meu olhar pelo lugar e dessa vez, senti um tremor intenso, quando meus olhos cruzaram com os de meu tio. Ele entrava as pressas pela porta principal, seguido de seu advogado e sua esposa. Já era a terceira ou quarta vez, que havíamos tentado uma conversa amigável, mas como ele havia se colocado relutante, tivemos que recorrer à justiça. 

Seus olhos cerraram um pouco enquanto ele me observava. Sua esposa Francine passou por mim as pressas também, quando seus olhos cruzaram com os meus ela soltou um longo suspiro. Senti-me como uma mosca, precisando urgentemente ser esmagada.

-Bom dia Senhores – O juiz se levantou, fazendo com que nossa atenção, fosse exclusivamente dele.

A audiência durou quatro longas horas e eu já não aguentava mais, permanecer ali. Como era previsto, meu tio usou de sua lógica e influencia política, para fazer com que todos pensassem que ele havia feito o melhor para mim. Sua abordagem oscilou entre a melhor alternativa para sua sobrinha e meu estado mental. Quando ele percebeu que ambas não estavam convencendo muito bem o júri, que tinha uma carta em mãos sobre meu estado mental e relatórios, ele resolveu apelar para o testamento e sua parte na empresa da família e foi ai que eu venci. Lissa deixou bem claro que todo e qualquer bem de família era propriedade única e exclusivamente minha. Meu tio poderia ter ainda sua parte nas ações da nossa rede de vinícolas, mas eu ainda era a peça principal.

Quando fomos finalmente dispensados, seguimos para uma casa de hambúrgueres perto do centro, eu, Lissa e Christian.

-Você viu como o humor do seu tio mudou? – Ela comentava radiante e rindo, da situação que havíamos passado há pouco.

-Ele percebeu que havia perdido, por isso sorriu para mim, antes de ir embora – Virei os olhos assim como meu estômago cheio de fome.

-Não se intimide na empresa. Ele vai tentar te persuadir com jogos e mais babaquices. Precisa se manter firme – Lissa disse seriamente, enquanto brincava com a embalagem de mostarda.

-Se eu pudesse, nem pisaria mais lá – Bufei cansada.

-Mas precisa. Seu pai deixou aquilo tudo para você e agora, precisa tomar frente. – Ela me incentivou. Ao seu lado, Christian também concordou, com um rápido aceno de cabeça. –Falando nisso, o que vai fazer com a faculdade?

-Agora que tecnicamente tenho dinheiro, vou semana que vem lá tentar voltar – A ofereci um sorriso fraco.

-Faz muito bem – Ela concordou. A garçonete estava se aproximando com nossos pedidos. Peguei meu lanche e minhas fritas. – E o médico? – Lissa ergueu uma sobrancelha desconfiada para mim. Ela ainda não havia esquecido de Dimitri. O pior disso, era que nem eu havia feito o mesmo. Seu rosto ainda pairava em minha mente, como em um filme. Sempre rebobinando.

-E o médico provavelmente deve estar casado – respondi de boca cheia, tentando encerrar a conversa. Christian pareceu divertido.

-Você é uma lerda. – Lissa virou os olhos. –Será que vou ter que procurar por ele no seu lugar?

-De forma alguma – A interrompi as pressas. Eu não duvidará que Lissa pudesse encontra-lo, usando suas influências. – Não estou interessada.

Lissa bufou audivelmente, me fazendo virar os olhos.

--X--

O resto da semana passou bem rápido. Eu havia recebido uma ligação do escritório de Lissa, me informando que meus bens haviam sido finalmente desbloqueados e que assim, eu poderia voltar com segurança à faculdade. Ainda na mesma semana, participei de uma reunião com corretores, a respeito da venda da minha casa. Embora a casa onde morávamos era herança de família, eu havia decidido vende-la, assim como meu apartamento, em busca de uma nova vida, com poucas lembranças ruins.

Em pouco mais de oito meses, eu havia vendido ambos os bens e também havia retornado para a faculdade, ingressando agora em meu último semestre. Três vezes por semana, eu ia até o escritório de meu pai para conferir o andamento e produção das fábricas. Comprei um novo apartamento em uma vila tranquila próximo da casa de Lissa e também um cachorro para me fazer companhia da raça Golden, chamado Max.

Era em uma manhã de sexta-feira fria de outono, que eu passeava com Max no parque central. Levei meus fones ao meu ouvido, me deixando embalar pela música, enquanto começava a correr. Max ao meu lado, seguia com sua bola amarela presa entre seus dentes. Senti meu telefone vibrar em meu bolso.

-Alô? – Perguntei tirando os fones de ouvido, sem parar de correr.

-Está correndo denovo? – Lissa parecia surpresa ao telefone. Virei os olhos.

-É uma ótima terapia – Dei de ombros. Max ao meu lado, latiu.

-Mande um beijo para o Max – Ela comentou e eu levei minha mão livre até seu pelo macio e dourado.

-Está dado. Aconteceu alguma coisa? – Perguntei ainda encarando Max.

-Eu queria te perguntar como foi seu encontro ontem. – Ela perguntou cautelosa e eu virei os olhos, me sentindo estúpida por não ter desconfiado daquilo. Desde que eu havia desistido de Dimitri, Lissa havia se empenhado em me arrumar um namorado. Era o quinto ou sexto encontro que ela me metia as cegas, com os homens do circulo de amigos dela e de Christian. Nos três primeiros encontros eu havia realmente me empenhado, mas depois disso, desisti de tentar me encaixar no padrão deles. Eu estava bem solteira e gostaria de permanecer assim. Pelo menos por agora.

-Não fui – respondi como se fosse a coisa mais normal do mundo.

-Você não foi? – Pela voz dela, parecia que eu havia lhe dado um murro na face. – Ele é um dentista famoso Rose! Não pode fazer isso. – Ela balbuciava inquieta.

-Eu não quero mais encontros. – Disse sem rodeios. –Eu já te disse isso antes, mas você insiste Liz.

-O que você disse a ele? – Sua voz ainda era engasgada.

-Que precisava sair da cidade. – Dei de ombros.

-Bom que seja – Ela murmurou infeliz. – Pelo menos não o deixou no bar, como o último.

Não consegui evitar rir. Em sua penúltima tentativa, eu havia chegado tão cansada do escritório, que simplesmente esqueci de desmarcar o encontro com o amigo de Christian, o fazendo ficar plantado por horas a minha espera.

-Não acho graça – Eu quase podia visualizar Lissa cerrando seus olhos verdes pra mim. Segurei o riso mais uma vez.

-Desculpe – Controlei minha voz. Max novamente latiu, me lembrando de que eu precisava voltar a correr com ele. – Preciso ir agora Liz. Mais tarde passo na sua casa.

-Tudo bem. – Ela resmungou derrotada.

Quando voltei para casa e já estava vestida para ir à fábrica, meu telefone tocou. Desliguei a cafeteira e o atendi.

-Alô?

-Srta. Hathaway? – Um homem de voz rouca soou do outro lado da linha.

-Sou eu mesma. Em que posso ajuda-lo? – Disse, apoiando o fone em meu ombro, enquanto calçava meus sapatos.

-Estou ligando para informa-la que o espaço que a Srta tinha interesse em comprar, está disponível. – Prendi minha respiração. Logo quando voltei para a faculdade, resolvi abrir um negócio próprio, mesmo tendo as fábricas para administrar. Um restaurante era algo muito grande no momento, por isso, opinei por uma pequena confeitaria. Há duas quadras de onde eu morava, havia um espaço em particular, que me chamou grande atenção.  Tratava-se de um terreno de uma antiga rotisserie francesa que havia fechado já há algum tempo. O lugar obviamente precisava de uma reforma, mas era algo com que eu poderia lidar facilmente.

-Estarei lá em vinte minutos – respondi ao homem, lançando um breve olhar ao meu relógio de pulso.


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Notas finais do capítulo

*O que acharam?!*
Não sejam leitoras fantasmas!!!!



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