Estamos tendo uma manhã maravilhosa. Eram quase inexistentes as coisas que tinha na superfície do distrito 13 e a floresta não era nada difícil de alcançar.

Eu estava fazendo coisas que pareciam ter acontecido em u outra vida que não fosse a minha. Corri; subi em arvores, colhi flores e pequenas frutas; me escondi de Gale para assusta-lo e finalmente, depois de ter fugido muito, ele conseguiu me derrubar.

Eu caio de frente, me matando de rir quando percebi que ele teve que se jogar para me agarrar pelo pé.

- Tudo bem – disse me rendendo. – Você conseguiu!

Eu me sentei limpando meu rosto e recuperando o fôlego.

- E o que eu ganho? – indagou, se arrastando para sentar-se ao meu lado.

- Pode escolher – disse distraída.

- Isso! – ele disse me beijando de surpresa. No começo, eu deixei com que ele me beijasse, muito zonza e confusa com todos os sentimentos e ideias que me vieram.

- Eu não disse isso! – protestei me afastando um pouco. Mas ele insistiu em continuar a me beijar.

 - Você disse o que eu quisesse! – retrucou entre os beijos.

- Não isso! – eu disse o afastando de vez e me levantando.

- O que foi Catnip? – indagou Gale com um sorriso malicioso. – Os meus beijos são tão melhores do que Peeta que te deixam com medo? Me diga você gosta mais de mim do que dele?

Eu balancei a cabeça achando um absurdo o que ele estava dizendo.

- Só não estrague tudo, tá legal?!  - disse para ele indo atrás das minhas coisas.

- Me diga – pediu ele parando a minha frente enquanto eu recolhia a minhas coisas. – Qual é o problema?

- Eu só não quero estragar as coisas! – respondi sem ter um outra coisa.

- Por que estragar as coisas? Só foi um beijo...

-Não, não foi só um beijo – retruquei e me virei, mas ele me segurou pelo braço.

- O que foi a mais para você? – perguntou se aproximando de novo.

- Vou você querendo competir com Peeta; querendo...

- Que você me disse quem beija melhor? – disse ele vindo me beijar de novo. Eu virei o rosto, cansada disso.

- Pare, eu já pedi! – gritei liberando meu braço e o empurrando. – Eu não quero que você me beije!

Eu voltei a andar. Iria voltar agora, antes que Gale conseguisse que uma das minhas melhores manhãs se perdesse.

Gale voltou a me acompanhar, ainda com um sorriso sínico no rosto, mas só voltou a falar quando já estávamos próximos da entrada.

- Então vai ser assim?- perguntou meio raivoso. – Você vai poder me beijar quando sentir vontade e eu não?

Meu rosto corou.  Era verdade que até hoje era eu que sempre o beijava, se bem...

- Você me beijou primeiro, se é que você se lembra?

- Como é que posso esquecer o primeiro beijo que te dei?! – disse ele com um sorriso travesso.

- Então...

Agora nos estávamos descendo uma escada.

- Mas você me beijou mais do que o suficiente para nos deixarmos quites.

Eu revirei os olhos.

- Bem, se contarmos com os beijos que você me deu hoje, ficamos quites de novo – respondi enquanto esperávamos o elevador.

Pegamos o elevador em silencio, e eu podia ver no rosto de Gale aquele sorriso presunçoso, mas eu ignorei fingindo estar tudo bem.

Quando chegamos ao nosso andar eu sai.

- Não vai sair também? – perguntei segurando a sacola com a pequena ave que tinha matado.

- Eu não peguei nada e tenho que passar para falar com Beete no próximo andar.

- Tá certo! – disse um pouco aliviada.

- Ah, - ele chamou a minha atenção quando comecei a pegar meu caminho. – Estou ansioso para ver quem vai quebrar esse empate.

Eu balancei a cabeça, não achando graça e voltei ao meu caminho.

No fundo me sentia suja com essa história. Eu nunca tinha fechando um compromisso verdadeiro com Peeta, mas todos e talvez até ele mesmo pensassem que sim.

Eu precisava esclarecer muitas coisas ainda.

Mas agora eu só desejava que esse dia nunca chegasse!