Never Can Say Goodbye. escrita por alwaysbemyBela


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, obrigada pelos comentários e a quem já colocou no favoritos *-*



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Eu já estava correndo há quase 10 minutos, a touca do meu cassaco de moletom estava fazendo um bom trabalho em esconder meu rosto de Dimitri, que acompanhava meu ritmo sem nenhum esforço, sentia seu olhar em mim a todo momento, mas não conseguia pensar nisso, não conseguia pensar em nada que não fosse o maldito Victor Dashkov. Como ele não tinha sido julgado ainda? Como a Corte não havia matado aquele infeliz no segundo seguinte que ele foi preso? Ele torturou e quase matou Lissa e a mim de tabela.

Uma raiva tomou conta de mim, mas era algo mais forte do que eu realmente estava acostumada. Era quase palpável e mortal, e muito depressiva. Lembrei que dias antes senti a mesma coisa na mente de Lissa, mas depois de tentar entrar mais na cabeça dela aquilo sumiu.

– Está tudo bem? – A voz grossa e com um lindo sotaque russo parou meus pensamentos. Apenas acenei com a cabeça, com medo de que minha voz me traísse. – Você está muito calada hoje. – Dimitri insistiu.

– Correr no frio não é lá minha atividade preferida camarada. – Murmurei me virando para ele, tentando disfarçar ao máximo toda avalanche de sentimentos que me dominavam só de olha-lo.

Um pequeno sorriso estampou seu rosto, o deixando mais lindo ainda. Dimitri estava com o tradicional rabo de cavalo baixo, uma cacharrel preta e seu sobretudo também preto por cima, uma calça de moletom completava, marcando seu corpo todo musculoso e não pude deixar de lembrar do dia em que fui até seu quarto e o encontrei apenas com uma calça muito parecida com a que ele estava hoje. Bani meus pensamentos mordendo o lábio, não era hora nem lugar. Recebi um olhar curioso de Dimitri, mas voltei a olhar para frente e continuar a corrida.

Depois que voltamos para o ginásio ele me deu instruções para malhar nos aparelhos que tínhamos na Academia e seguiu para uma cadeira que estava a poucos metros de mim, tirou o sobretudo e o pendurou nas costas da cadeira e se sentou tirando do bolso um livro, inclinou-se contra a parede e quando seus olhos focaram no livro, sua expressão ficou serena.

Eu fiz meu treino assim como ele orientou, mas vez ou outra me pegava o admirando. Toda aquela graciosidade e força letal concentrada em ler um romance de faroeste. Ás vezes me pegava imaginando o que tinha nesses livros para Dimitri achar tão interessante, e senti uma pontinha de ciúmes, queria tanto que ele ficasse concentrado assim em mim, em nós.

Balancei a cabeça mandando esses pensamentos para lá, não existia nós e não existiria ele em algumas horas, não podia me dar ao luxo de ficar sofrendo por isso quando minha melhor amiga está correndo risco de vida. Mas então lembranças do meu primeiro dia em St. Vladimir depois que Dimitri nos trouxe de volta me deu uma ideia.

Terminei a sequencia de exercícios e caminhei lentamente a sua direção, Dimitri não tirou os olhos dos livros, mas sabia que ele podia sentir minha aproximação. Continuei até parar de frente a ele e fiquei esperando ter sua total atenção, quando isso aconteceu, cheguei mais perto, encostado minhas pernas nas dele.

Dimitri colocou o livro de lado, sem nunca tirar os olhos dos meus, então apoiei minhas mãos em seu ombro e me inclinei, encostando meus lábios nos lábios quentes e macios dele. Achei que Dimitri iria se afastar no mesmo segundo, mas ele se manteve parado, então dei outro beijo, agora mais demorado e passei uma de minhas mãos para seu rosto. Sua boca se abriu lentamente dando passagem para minha língua entrar e começamos uma dança sincronizada que enviava arrepios por todo o meu corpo.

Ouvi um baque surdo no chão e as mãos de Dimitri rodearam minha cintura, me puxando para ele. Passei minhas pernas pela sua cintura, ficando uma em cada lado do seu corpo. Nossos peitos colados, eu podia sentir o coração dele batendo descontrolado contra o meu. O beijo foi se intensificando, Dimitri passava suas mãos pelas minhas costas e coxas, então aproveitei sua distração e baixei minha mão pela lateral do seu corpo, chegando até o bolso do sobretudo e tirando de lá o objeto reluzente, sem nunca quebrar o beijo.

Uma mão de Dimitri subiu para meu cabelo, o puxando para trás com delicadeza, e eles tirou os lábios dos meus, mas só para começar beijar meu queixo, meu maxilar e descer para o pescoço.

– Oh, Roza. – Ele sussurrou conta minha pele, sua voz rouca de desejo.

Mas como um choque, Dimitri se levantou em um pulo, me depositando com cuidado no chão e deu três passos para trás, para manter uma boa distancia de mim. Prendi sua estaca em minhas costas e continuei olhando para ele, ainda com as pernas bambas e a respiração ofegante.

– Nunca mais faça isso. – Sua voz era séria, o tom de mentor duro em cada palavra, mas seus olhos ainda estavam desfocados e sua respiração tão cortada quanto a minha.

Pensei em gritar que ele não deveria retribuir então, ainda mais daquela maneira. Mas era inútil, era realmente a última vez que eu roubaria um beijo dele.

Então apenas balancei a cabeça em entendimento e fui dando pequenos passos para trás, sem conseguir tirar os olhos dele, segurava as lágrimas que ameaçam sair e me virei quase correndo em direção à porta, mas quando cheguei me permiti uma última olhada. Dimitri passava a mão no cabelo e olhava ao redor meio desnorteado, não pude deixar de sorrir, pelo menos não tinha sido a única a ser afetada por aquele beijo.

– Adeus meu amor. – Sussurrei para mim mesma e dessa vez uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Corri em direção ao meu quarto, sem me preocupar com os olhares feios que recebia pelo caminho. Nada mais importava, eu iria deixar o único homem que amei para trás, e todas as pessoas que um dia conheci e convivi, novamente.

Pensei em Mason, ele tinha sido a única pessoa que me recebeu de braços abertos e nunca me julgou, nossos divertidos flertes e seus lindos olhos verdes. Eu realmente sentiria falta dele. Alberta também, ela poderia ser toda durona, mas era o mais perto de uma mãe que eu já havia tido.

Me virava na cama tentando descansar, mas a adrenalina que corria em minhas veias não me deixava se quer fechar os olhos, desisti depois de um bom tempo e fui fazer minha mala. Peguei minha mochila e joguei minhas poucas peças de roupa lá dentro, a única foto que tinha com Lissa e meus objetos de higiene pessoal. A estaca de Dimitri estava em cima da minha escrivaninha, mas resolvi não guarda-la, era melhor ter ela a postos para qualquer eventualidade.

Tomei um banho longo, sequei meu cabelo e coloquei uma roupa confortável, um jeans velho e uma blusa de lã preta com uma jaqueta com toca por cima, prendi o cabelo em um coque mal feito e coloquei a estaca no bolso.

Pelo laço senti Lissa acordando, e meu medo foi duplicado pelas emoções dela, mas respirei fundo e não deixei que ele me dominasse, estava quase amanhecendo e nós teríamos que ir. Dei uma última olhada em meu quarto e sai silenciosamente para o corredor, fechando a porta atrás de mim e indo em direção as escadas.

Sair do dormitório seria um problema, mas por sorte o guardião de plantão não estava por perto, então escapei sorrateiramente e corri em direção á igreja, para encontrar Lissa e Christian, e por mais sorte ainda, não encontrei nenhum guardião que fazia ronda pelo caminho.

Lissa estava com uma calça jeans, botas pretas sem salto e um casaco longo nude, seu cabelo caia em uma trança lateral e suas orelhas estavam aquecidas com uma touca da mesma cor nude. Christian estava todo de preto, jeans e jaqueta. Bem discreto.

– Você tem certeza? – Perguntei uma última vez para Lissa. Eu sentia que dessa vez não teria volta.

– Sim. E vocês?

– Vamos nessa. – Respondi e Christian apenas concordou.

Caminhamos pelas árvores até chegarmos aos portões da Academia, e esperamos a troca de turno dos guardiões, e quando apenas um estava cuidando do portão, Lissa respirou fundo, apertou minha mão e a de Christian e foi até ele. Senti a magia sendo usada, e segundos depois o guardião foi para dentro da cabine de plantão com os olhos nublados e sem nenhuma expressão.

Lissa nos chamou e corremos para o portão que abria lentamente, assim que saímos da Corte corremos o mais rápido possível. Agradeci mentalmente por estarmos no inverno e a neblina estar cobrindo o sol, se não seria difícil ir muito longe com aqueles dois.

Quase meia hora depois, nós já estávamos longe o suficiente da Academia, um carro passou e nós pedimos carona, era uma mulher em volta dos seus 40 anos e nos levou direto para o aeroporto. Quando chegamos, Lissa fez um saque para comprarmos nossas passagens sem que pudessem rastrear os cartões e fomos fazer o check-in.

Com as passagens em mãos fomos esperar nosso voo no portão indicado, mas no caminho esbarrei em um menino deixando minha mochila cair. Senti uma grande sombra atrás de mim e paralisei.



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Notas finais do capítulo

Bom, quem acompanha minhas fics sabe que sábado é dia de post duplo, maaaaas estou com poucos caps de NSCG prontos, então sem posts duplos por enquanto ok?

Assim não corremos o risco de ter que ficar sem post diário!

Beeeijos ♥