_ Você parece nervoso, Harry... - o ruivo reparou, o que surpreendeu Harry já que seu amigo é bem lento para essas coisas – Aconteceu alguma coisa lá em casa?

_ Não, exceto sua irmã ter brigado comigo – o moreno respondeu.

_ Você veio aqui para falar da sua briga com a minha irmã? - estranhou Rony.

_ Mais ou menos... Nós brigamos porque eu precisava te falar uma coisa e ela não via o porquê de eu querer te contar... - Harry falou baixo, mas Rony ainda conseguira escutar.

_ Então, você veio me falar essa coisa?

_ É, Rony, eu vim para te falar essa coisa! - Harry se estressou com a lerdeza do amigo.

_ Então fala, homem!

_ Primeiro, eu preciso que você me entregue a sua varinha – Harry estendeu a mão para que o amigo entregasse a varinha.

Rony retirou a varinha do bolso, estranhando a atitude do amigo, mas parou de supetão.

_ Que tatuagem minha irmã disse para as amigas que você tinha e qual eu tinha, quando vocês namoraram no nosso sexto ano? - Rony questionou.

_ O que?! - Harry estranhou.

_ Você sabe, você pode ser um inimigo querendo que eu entregue a minha varinha para poder me dominar mais facilmente... - Rony explicou, como se aquilo fosse óbvio.

_ Isso é ridículo! - Harry exclamou.

_ Responda!

_ Ela disse que eu tinha um rabo-córneo húngaro e você tinha um pufoso rosa – o moreno respondeu sem paciência.

_ Tá, toma a minha varinha. Mas fala logo!

Harry pegou a varinha do ruivo e a guardou no bolso junto com a sua.

_ Lembra da nossa discussão de ontem a noite? Aquela em que você ficou irritado por que pensou que tinha rolado algo entre mim e Gina na outra noite.

Rony confirmou.

_Então, a parada é que... - Harry engoliu em seco – Nós... Transamos! Eu sei que você vai me odiar por um bom tempo, que você vai me proibir de me aproximar da Gina e tudo o mais. Mas quero que você saiba que eu amo a sua irmã! - Harry soltou tudo num fôlego só, enquanto Rony passou para um tom de vermelho e depois para um tom quase roxo.

Harry não teve tempo de pegar a varinha, quando percebeu já tinha sido golpeado no rosto e seus óculos já tinha ido parar no chão.

_ Você fez o que?! Seu aproveitador! - gritou Rony.

_ Aproveitador? Ta me zoando, né? - Harry retrucou.

_ Minha irmã é uma menina indefesa! Como você ousou fazer isso com ela! - ele gritou enquanto apalpava os bolsos a procura da varinha – E me devolve a minha varinha!

_ Pra começar a Gina não é uma menina indefesa, ela tinha a varinha com ela e se ela não usou para me lançar uma azaração é porque ela queria que aquilo acontecesse! E mais, foi ela quem me agarrou assim que eu entrei no quarto, eu tentei parar mas ela disse que queria continuar, então... - Harry se defendeu – E eu não vou devolver a sua varinha até você se acalmar.

_ Você quer que eu me acalme? Ai vai uma notícia para você, Sr. Eleito, eu não vou me acalmar! E outra, eu vou contar para meu pai e meus irmãos e você saberá que não se deve mexer com a menininha dos Weasley!

_ Ah! Você é fracote demais, eu esqueci... Tem que chamar o papai e irmãos mais velhos para darem uma lição no cara mau! - debochou Harry já cansado da cena do amigo.

Quando Harry viu, Rony já tinha partido para cima dele, ele tentava a todo custo pegar a varinha de volta. Mas, de repente, a porta explodiu fazendo ambos irem parar no chão.

_ O que diabos tá acontecendo aqui?! - Jorge exigiu.

_ Eu só estou tentando pegar minha varinha de volta – resmungou Rony se levantando.

_ Vocês não são mais crianças! Harry, devolva a varinha do Ron – pediu Jorge.

_ Eu não! Ele vai me matar assim que eu entregá-la! - negou Harry.

_ Voldemort tentou te matar em várias ocasiões e não conseguiu, duvido que Ronald consiga – debochou Jorge.

_ Com a raiva que estou, aposto que eu conseguiria – resmungou Rony.

_ Mas por que você iria querer matar o Harry? - Jorge perguntou ao irmão mais novo.

_ Porque ele está abusando da inocência da nossa irmãzinha! - Rony acusou.

_ A Gina? Inocente? Adorei a piada, Ron! - disse Jorge rindo – Harry, por que você não me conta?

_ Ele acha que a Gina é uma menina indefesa e que eu estou me aproveitando disso – Harry respondeu.

_ Se ela consente com o que quer que seja que vocês estejam fazendo, o que tenho uma vaga ideia do que seja, para mim não tem problema – disse o ruivo mais velho – E você, Rony, também não deveria ter problema com isso. Gina se tornará maior de idade em uma semana, então ela já sabe muito bem o que está fazendo. E, além disso, Harry é seu melhor amigo e gosta muito dela, você deveria confiar nele.

_ Valeu, Jorge – Harry agradeceu pelo discurso.

_ Você vai me devolver minha varinha, ou não? - Rony disse ainda irritado.

_ Quer saber? Toma! - Harry estendeu a varinha – quer me matar, me mata. Mas não reclame das consequências.

Rony pegou a varinha e voltou para sua cadeira atrás da mesa. Jorge percebeu que já tinha acalmado Rony, então se retirou da sala e em seguida consertou a porta com um feitiço. Harry chamou pelo amigo algumas vezes, mas foi totalmente ignorado. Depois da décima vez, ele desistiu e foi embora.

Passou pela oficina de Jorge e entrou na lareira voltando para casa dos Weasley, onde encontrou Gina sentada na sala.

_ Oi – ela disse ao vê-lo – Fiquei preocupada, você demorou muito. Achei que o Ronald tivesse te matado.

_ Se não fosse pelo Jorge, ele teria. Mas estou vivo e quero saber se estamos bem – ele foi direto.

_ Me preocupar não quer dizer perdoar, então eu acho que não estamos bem – ela respondeu se levantando do sofá e saindo para o jardim.

_ Ótimo – ele falou pra si mesmo.

Harry subiu e foi direto paro o quarto de Rony onde pegou seu malão e jogou tudo seu dentro. Fechou o malão, pegou a gaiola vazia de Nix e desceu as escadas. Saiu para os jardins e aparatou. Ele desapartou no largo Grimmauld. Logo, ele se direcionou para o nº 12 e entrou na casa.

_ Monstro! - ele chamou e logo ouviu uns pezinhos correndo.

_ Sr. Potter! Monstro está surpreso em ver seu mestre por aqui! - disse o elfo fazendo uma reverência.

_ Vim passar uns dias, você pode levar as minhas coisas para um dos quartos? - Harry pediu.

_ Qual dos quartos, senhor?

_ O que estiver mais vazio.

_ Todos estão, Monstro queria fazer uma surpresa pro seu senhor! Monstro conseguiu tirar todos os quadros, tapetes e tudo o mais que ninguém conseguira tirar.

_ Como você conseguiu?

_ Acho que, quando a casa deixou de pertencer aos Black, os feitiços que impediam de retirar as coisas, se desfez.

_ Bom ouvir isso! O que você fez com as coisas?

_ Está tudo guardado em caixas lá no sótão.

_ Eu gostaria que você montasse o quarto de Sirius como era antes dele se mudar, você se lembra como era?

_ Monstro não gostava de entrar no quarto do menino Sirius e menino Sirius não deixava Monstro entrar, mas quando menino Sirius ia para escola, minha senhora mandava Monstro arrumar o quarto todo. Então Monstro ainda lembra.

_ Ótimo, faça o que te pedi e coloque minhas coisas lá.

_ Sim, senhor – Monstro fez uma reverência, pegou as coisas de Harry e sumiu com um estalo.

Harry não tinha muito o que fazer, mas se lembrou que ainda não tinha comido nada, então desceu para a cozinha. Quando terminava de comer, um expectro de lontra entrou na cozinha e, quando ele abriu a boca, a voz de Hermione foi ouvida.

_ Harry! Onde você está? Quando eu estava chegando n'A Toca, vi você aparatar e parecia que você carregava seu malão... Não me diga que o Ronald te expulso daqui! Por favor, responda logo! A Sra. Weasley está quase tendo um ataque!

_ Só me faltava essa! - Harry sussurrou pra si mesmo – É melhor eu responder logo... Expecto Patronum! Hermione, estou bem. Rony e eu discutimos, mas ele não me expulsou d'A Toca. Gina também não tá querendo falar comigo, então achei melhor dar um tempo daí. Diga para a Sra. Weasley que estou bem e que o Monstro está cuidando de mim. Estou no largo Grimmauld.

Quando seu cervo desapareceu de vista, Harry se dirigiu para a sala e se jogou no sofá, onde acabou dormindo.