Beautiful Soul escrita por Maitê Guimarães
Notas iniciais do capítulo
Em primeiro lugar feliz ano novo pra todos vocês, espero que esse ano seja tudo de bom, porque é meu número favorito, awn! ♥ Enfim, boa leitura ^-^
Fatinha já não segurava mais as lágrimas e Lia se mantia imóvel olhando para a amiga, num gesto involuntário as duas se abraçaram.
— Lia, isso não pode estar acontecendo. - Murmura Fatinha, entre soluços. Lia aperta mais o abraço e consola a amiga.
— Você vai ter que contar pra ele, né? - Pergunta, depois de suspirar pesadamente. Fatinha se soltou do abraço e limpo as lágrimas que insistiam em cair.
— Tá maluca?!! Nunca! - Ela disse mantendo a calma, Lia ficou meio contrariada mas respeitou a decisão da amiga, ela lembrou do que aconteceu em sua casa e pegou o celular mas notou que estava desligado.
— Puts, tenho que voltar pra casa, meu pai deve estar pirando, fica bem, tá? - Ela disse e Fatinha assentiu. Lia saiu praticamente correndo e foi pra sua casa, não queria ter de entrar lá, mas era necessário. A garota abriu a porta e presenciou seu pai e sua mãe brigando.
— Lia, onde é que você estava? - Raquel perguntou, Lia arqueeou a sobrancelha, ironicamente.
— Uma pessoa que vai abandonar a família novamente não merece satisfações. - Respondeu à altura e se virou para o lado do pai.- PAI, como você é o ÚNICO aqui que eu devo satisfações vou te informar que eu estava no hostel com a Fatinha. - Ela disse, Raquel ficou indignada e Lorenzo assentiu, normalmente.
— Isso é falta de educação, Lia Martins! - Disse Raquel, Lorenzo logo se intrometeu.
— Raquel, você vai sair dessa casa antes mesmo de voltar pra África. - Disse o homem para a preocupação de Raquel, Paulina tinha ido numa sorveteria com Tatá e eles eram os únicos em casa agora, o telefone tocou e Lia foi atender. O homem que falava tinha um sotaque diferente.
— Alô? - Ele saudou, Lia estranhou e Raquel começou a prestar atenção.
— Quem é? - Lia perguntou.
— Poderia passar o telefone para a Doutora Raquel Martins? - Perguntou ignorando a pergunta anterior da roqueira que ficou incomodada com a situação e passou o telefone para a mãe imediatamente. Raquel atendeu e Lia e Lorenzo foram até o quarto conversar enquanto a deixaram ali.
— Lia.. Eu só tenho uma coisa a te pedir. - Lorenzo disse, Lia assentiu num sinal que ele continuasse a falar- Só não fica provocando a Raquel na frente da Tatá, ela é muito apegada a mãe e mesmo com tudo isso acontecendo eu sei que vai ficar do lado dela.
— Só isso?
— É...
— Tudo bem, pai. - Respondeu, meio sem vontade. Lorenzo sorriu e beijou o topo da cabeça da filha logo depois a deixando sozinha no quarto entre pensamentos. Lia estava se preparando para ir tomar um banho quando o telefone -que ela tinha colocado na tomada para carregar-, começou a tocar. Ela suspirou irritada e foi ver quem era.
"Dinho",
Lia decidiu ignorar por mais que seu coração mandasse atender logo a chamada, ela precisava dar um tempo e ele com certeza iria abordá-la de perguntas, ela viu o celular tremer mais algumas vezes e logo depois parou.
(...)
Dinho abriu os olhos assim que os pequenos raios do sol invadiaram seu quarto, Alice estava abrindo as cortinas de seu quarto.
— Mãe... - Resmungou ele, puxando as cobertas para o rosto.
— Meu filho, você não acordou com o desespertador, meus gritos e nem seu pai te chamando, acho que a luz do dia é a única maneira de te fazer levantar dessa cama. - Alice disse, puxando as cobertas e logo saiu do quarto. Depois de alguns minutos olhando pro teto Dinho levantou da cama e se arrumou para a escola, ele foi verificar a hora e viu que a essa altura Orelha já teria ido para a escola, o menino correu até a escola pois já estava bem atrasado assim que chegou no Quadrante Mocotó já estava fechando os portões.
— MOCOTÓ!!!!!! Posso entrar? - Ele pediu, fazendo uma carinha fofa. Mocotó verificou os dois lados e abriu o portão novamente deixando o garoto entrar.
— Entra, mas sem atrasos da próxima vez se o chefe descobre que eu abri o portão fora do horário me mata! - Ele disse, Dinho foi para a aula correndo e cuidando para ninguém notar que ele estava atrasado, assim que chegou na sala os alunos ainda estavam bagunçando e o professor ainda não tinha chegado, logo na entrada ele observou Lia conversando com Fatinha, um pouco nervosa, o garoto foi recebido com olhares da turma toda, e quando a namorada o viu ali cumprimentou normalmente.
— Hey, marrentinha.. - Ele beijou a bochecha de Lia, Ju estava observando a cena distraída, ela sentiu um turbilhão de emoções, mas o sentimento que mais chamava atenção era uma mistura de confusão com arrependimento, ela não sentia mais raiva de Lia como antes, estava magoada, mas nem tanto. A it-girl notou que os dois ficaram conversando e pelo que se ouvia Lia perguntava o porquê do atraso do namorado, logo depois ela foi chamada por Morgana que queria falar sobre os problemas com os pais. Fatinha estava mais quieta do que nunca, a paranóia de que a barriga já estava crescendo fez a loira ir com uma blusa mais tapada, causando assunto pra turma. Lia também estava estranha, mas no seu caso o problema tinha nome - Raquel-, Dinho percebeu e resolveu perguntar o que estava acontecendo.
— Ah, nada... Porquê? - Respondeu confusa.
— Sei lá, deve ser impressão minha... Mas enfim, sabe o que a Fatinha tem? - Perguntou Dinho, Lia engoliu seco, ela sabia que não podia sair por aí dizendo "Ah, ela tem um bebê na barriga",mas também não podia acobertá-la para sempre, então resolveu fingir que não sabia de nada.
— A Fatinha? Sei lá, como eu vou saber o que ela tem? pergunta pra ela - Disse tentando mudar de assunto, Dinho estranhou tal atitude.
Depois que todas as aulas passaram "voando" Fatinha chamou Lia para ir até o hostel conversar sobre algumas coisas, ela estava realmente precisando de uma amiga. As duas foram até o quarto de Maria de Fátima passando correndo por Michel que nem ligou pois estava em um bom papo com uma gringa na recepção. Assim que chegaram lá as duas começaram a conversar, mas foram interrompidas por alguém batendo na porta. Fatinha abriu.
— Michel?
— Maria de Fátima, preciso que você cuide da recepção - Ele informou, parecia estar com pressa, Fatinha ficou confusa já que não era seu horário ainda. - Vou cubrir seu plantão de amanhã.
— Fechadoooooo, patrãozinho! - Concordou animada, Michel e ela bateram as mãos como um comprimento e logo ele saiu dali. Fatinha se arrumou e pediu para que Lia a esperasse um pouco.
— Vou ficar aqui fazendo o quê? - Perguntou Lia entediada.
— Refaz os deveres de matemática pra mim! Você não pode negar... - Pediu Fatinha se aproveitando da situação, Lia bufou mas não teve alternativa já que a amiga sorriu e saiu praticamente correndo dali. Uns minutinhos depois o celular de Lia tocou.
— Alô?
— Lia! Onde cê tá? - Dinho perguntou.
— No hostel, Fatinha me pediu pra repassar uma matéria pra ela... - Explicou ainda concentrada nos deveres do caderno, Dinho ficou em silêncio por uns segundos e logo disse um "espera aí" e desligou, Lia estranhou e decidiu não falar mais nada.A porta abriu levemente e Dinho entrou animado.
— Surpresa. - Ele disse, Lia ficou radiante e beijou o namorado, com tamanha paixão como o seu primeiro beijo com ele. Os dois ficaram se beijando quando o clima foi esquentando e Lia resolveu cortar.
— Adorei a surpresa. - Afirmou divertida.
— Que bom, mas e aí, o que tá fazendo? - Ele sentou na cama vendo os cadernos.— A Fatinha tá me escravizando. - Falou com um biquinho. Dinho murmurou um "own" e puxou Lia para mais perto de si, os dois riram. Dinho avisou que iria ao banheiro e Lia assentiu. Cinco minutos depois o garoto saiu do local totalmente pálido, Lia ficou preocupada.
— O que foi? - Perguntou ela, curiosa.
— O que é isso? - Ele levantou um objeto de cor rosa e branca que Lia reconhecia muito bem, era o teste de Fatinha. Nesse momento ou ela poderia dizer que o teste era da amiga e correr o risco de perder uma amizade ou assumir uma falsa gravidez, algo lhe martelava a cabeça dizendo "Calma, daqui a pouco alguém chega e te salva dessa, como todas as vezes" mas uns 20 segundos torturantes sob o olhar reprovador de Dinho haviam se passado e nenhum "anjo-sem-asas" havia passado da entrada da porta, ela suspirou.
— Um termômetro? - Respondeu fazendo outra pergunta.
— Não, Lia. Um teste de gravidez.
— Se você sabia porquê me perguntou? - Tentou aliviar a raiva que sentia no momento. Tanto de Fatinha por ter deixado o teste à mostra e de Dinho por ter ido no banheiro justo naquela hora.
— Lia, olha só, me explica.. Isso é seu? - Ele tentou falar devagar, como se explica algo para um bebê, como se Lia fosse uma criança que não tinha entendido a resposta de uma pergunta meio difícil.
— Meu? tá doido?
— Então é da Fatinha? - Perguntou, curioso.
— Não.
— Então é seu! Ou vocês tem alguma amiga imaginária que faz teste de gravidez? - Perguntou, agora mais irritado.
— EXATO! - Ela disse alto, Dinho arqueeou a sobrancelha - Quer dizer, ela não é imaginária, mas o teste é dela... - Mentiu e mordeu o lábio inferior.
— Tá mentindo? - Ele perguntou, sério.
— Você não confia em mim? - Ela fez a melhor cara de decepcionada que tinha, Dinho suspirou e passou a mão pelos cabelos.
— Confio, mas eu não confio nesse negócio aqui - Levantou novamente o teste, agora mais alto. - Me explica, esses tracinhos querem dizer o quê?
— Não sei, não entendo isso! Olha, você quer me ajudar a terminar logo esse deve de matemática? - Ela tentou mudar de assunto.
— Estranho, nunca vi você ou a Fatinha falando dessa tal amiga. - Ele ignorou a pergunta anterior da namorada, fazendo-a ficar apavorada.
— Pois é, ela é turista, a gente só tá dando uma força pra ela.. Olha só, porque você não vai jogar video-game com o Orelha? - Ela sugeriu, sorrindo.
— Porque você tá me mandando embora? Tá nervosa?
— Claro que não, eu hein Dinho, você tá tentando me deixar nervosa? - Ela perguntou, desviando o olhar para a bolsa que estava em cima da cama.
— Uma pessoa geralmente fica nervosa diante de uma situação indesejada..
— Você acha é desejável ter seu namorado tentando bancar o detetive? - Respondeu irritada.
— Marrentinha, se você tiver algo pra me contar,me conta agora... - Pediu, suspirando.
— Você tá afim de brigar, né Adriano? - Lia colocou as mãos na cintura, Dinho soltou o teste em cima da cômoda.
— Não quero brigar não... - Respondeu, meio triste. Ele ainda estava desconfiado mas não queria armar uma discusão com Lia.
— Tá, então sai daqui e depois a gente se fala. - Ela falou sem perder a pose marrenta, Dinho riu do jeito que ela falou e deu um beijo na bochecha da roqueira, logo depois saindo e a deixando sozinha para conseguir recuperar o tanto de oxigênio que o seu corpo não conseguiu absorver naqueles minutos atrás. Dinho ia passando pela recepção quando decidiu perguntar sobre o tal teste para Fatinha.
— Fatinha, que amiga sua e da Lia é essa que tá grávida?
— O que? Ahn? - Fatinha ficou tensa, ele estranhou.
— A Lia disse que aquele teste que tinha lá na pia do seu banheiro era de uma amiga turista de vocês. -Ele explicou, Fatinha queria morrer por ter deixado o teste na pia, mas apenas tentou absorver a história que Lia tinha inventado.
— É verdade, tô com muito dó, sério Dinho. - Ela fez uma carinha triste, totalmente fingida que por segundos fez Dinho acreditar que ela verdade, ele assentiu e se despediu logo seguindo para a casa de Orelha. Assim que chegou no quarto do amigo ele se jogou na cama do mesmo.
— Ué, qual foi Ó pegador? - Orelha provocou sem tirar os olhos do computador onde ele fuçava no perfil de algumas meninas do colégio.
— Tô bolado com umas coisas. - Disse, sem vontade. Orelha ficou curioso e puxou a poltrona para perto da cama, disposto a saber o que incomodava o amigo.
— Com o quê?
— Acha mesmo que eu vou te contar? - Dinho riu.
— Ah, magoei! Pensei que fosse teu amig..
— Tá, tá! Chega de drama, mas não pode contar pra NINGUÉM... - Dinho pediu e ele assentiu-, eu fui no hostel ver a Lia que tava ajudando a Fatinha com uma matéria, daí eu achei um teste de gravidez.
— UAU! Vai virar matéria pro TV Orelha, já sei até o que colocar! Mas vem cá, a Fatinha ou a Lia tem mais chances de estarem esperando um "filhotinho"? - Orelha provocou fazendo uma voz fingida quando disse a última palavra, Dinho bufou.
— Não é pra contar pra ninguém, tô falando sério. Mas tô bolado porque a Lia ficou toda nervosa e inventou uma história de que era teste de uma turista do hostel.
— Convida ela pra jantar, se ela vier com aquelas frescuras de enjoo e desejo o teste era dela - Orelha disse sem se importar muito com a ideia que tinha acabado de ter, mas Dinho ficou maravilhado, era isso que ele faria.
— É isso! Acho que vai dar certo, se ela fizer isso vou ter certeza, a Lia não tem muita frescura com comida não..
— Imagina você como papai? Um mini "Ó pegador", isso daria uma ótima matéria pro meu vlog.
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