Beautiful Soul escrita por Maitê Guimarães


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não sei se vocês entenderam bem mas eles não terminaram não, a Lia falou aquilo no impulso. Boa leitura.



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Lia e Ju já estavam no Misturama com alguns amigos. Lia estava meio desconfortável no local e não via a hora de sair dali.

— Ju, porque a gente não vai assistir um filme em vez de ficar aqui? - Lia perguntou.

— Ah qual é, daqui a pouco vai ficar mais animado! - Ju disse sorrindo. Lia assentiu mesmo contrariada. O telefone da menina tocou e ela avisou Ju que iria atender. Lia foi para um lugar onde tivesse menos agitação e um pouco de silêncio.

— Alô?— Lia! - Dinho saudou animado.

— E aí, conseguiu sair ileso do guarda-roupa? - Perguntou divertida.

— É, a Tatá me ajudou. - Ele riu - Onde você tá?

— No Misturama, a Ju não me deixa ir embora. - Lia bufou, quando ouviu a voz de Ju ela desligou o telefone dizendo um "vou ter que desligar" rápido para o Dinho.

— Hey, quem era? - Perguntou Juliana.

— Número errado! - Mentiu Lia sorrindo, logo as duas voltaram para o local. Nando estava começando a tocar guitarra e estavam todos animados curtindo o clima. Lia também estava começando a ficar distraída quando notou o noivo de Fatinha passar pela calçada, ela sabia que Fatinha estava se agarrando com um menino um pouco atrás da parede da frente, então resolveu ajudar. A roqueira correu pra fora e antes que Eriberto pudesse entrar ela o abordou.

— Oi! - Ela disse, sorridente.

— Oi... Você é amiga da minha noiva não? - Lia assentiu - Ela disse que teria uma atividade extra na escola hoje e eu resolvi vir buscá-la, mas disseram que a maioria dos alunos estavam vindo para esse local.. 

— Er... Atividade extra?... Espera um pouquinho.. - Lia correu para tentar avisar Fatinha mas Eriberto entrou no local e viu a noiva se agarrando com outro antes.

— MARIA DE FÁTIMA?! - Ele berrou, todos olharam rapidamente e Fatinha se soltou do homem assustada.

— Eriberto? - Foi a única coisa que ela conseguiu pronunciar.

— Sua... sua... sua... vadia! Quem você pensa que é pra fazer isso comigo?! Logo hoje que eu... iria fazer nosso compromisso ser algo mais sério... - Ele jogou a caixinha preta de veludo no chão com todo ódio que sentia da loira no momento, Fatinha começava a chorar e Lia queria poder ajudar, mas não podia. 

— Eu posso expli...

— Sim, você pode, e você vai! Pros seus pais e pra mim, na sua casa! - Ele puxou ela pelo braço mas Lia se meteu na frente.

— Tem uma lei que proibe qualquer homem de agir com brutalidade com uma mulher, ela errou e é uma anta mesmo, mas ela já me ajudou e eu não admitir que você aja assim com ela. - Lia disse, todos ficaram chocados e Fatinha tentava lutar contra as lágrimas grossas que caiam sobre seu rosto.

— Lia... - Fatinha argumentou, mas Lia não saiu do lugar. Ju ficou pasma com a atitude mas mesmo assim apoiou a amiga. Eriberto bufou e pegou a caixinha que tinha jogado no chão e saiu do local, sem olhar pra trás. Fatinha abraçou Lia chorando, a roqueira não sabia o que fazer, odiava ter que ser conselheira ou algo do tipo, mas tentou consolar a periguete.

— Olha, você pode dormir lá em casa hoje.. Sei que vai ser barra aturar seus pais depois dessa. - Disse Lia, Fatinha assentiu. Todos do local continuavam olhando as duas. Lia disse à Ju que iria embora e a amiga assentiu, Juliana disse que ficaria ali mais um pouco mas que logo iria ver como estava Fatinha. Assim que chegou em casa Lia avisou a avó que Fatinha dormiria ali hoje, Paulina nem se importou muito, achou normal. As duas foram para o quarto.

— Eu tô ferrada. - Confessou Fatinha limpando as lágrimas.

— Tá mesmo.. Quer dizer... Ah, eu não sei como agir ou o que dizer com essa situação, não sou tipo "A amiga pra todas as horas" na verdade eu nem me considerava sua amiga, você é uma insuportável comigo, mas...

— Nossa, Lia! Que força cê tá me dando, hein? - Fatinha riu sem graça, e Lia notou que estava falando o que não devia. As duas ficaram conversando por um tempo e Lia até contou o que havia rolado na praia com Dinho, e claro, pediu para Fatinha ficar quieta quanto à isso perto de Ju.

(...)

Lia acordou com a cortina sendo aberta e uma música animada tocando, ela colocou o travesseiro sobre o rosto e bufou.

— Desliga isso, Tatá. - Falou com a voz abafada pelo travesseiro. 

— Liaaaaaa, cê tem muito short lindo, vai ter que me emprestar! - Fatinha disse, animada. Lia tirou o travesseiro do rosto e levantou contra gosto, ela apagou o rádio e ficou olhando a periguete totalmente séria. 

— Tô começando a me arrepender de ter te trazido pra cá. - Confessou. As duas se arrumaram rápido e tomaram café, logo depois foram para a escola junto de Ju.

— Ai meu Deus... - Fatinha murmurou para si mesma, Ju e Lia notaram um carro despejando malas na frente da escola e ficaram chocadas. - O que vocês estão fazendo? - A garota correu para perto do carro, onde estava Eriberto, e os pais de Fatinha.

— Tirando a vadia que eu criei como filha de casa! - Berrou o pai da garota, a metade do colégio já via tudo e Orelha filmava.

— Vocês não tem o direito! - Gritou a loira.

— Você que não tinha o direito de ter feito aquilo comigo, você agiu como uma meretriz! - Eriberto disse, humilhando a menina.

— Você tá revoltado por ser corno é? Pois eu não me arrependo! - E assim que ela terminou a frase sentiu um tapa atingir seu rosto fazendo-o formigar por alguns segundos, a face pesou e quando ela olhou pra ver por quem havia sido atingida viu que era sua mãe.

— Eu não te criei assim, eu não quero você na minha casa e nem quero enxergar sua cara tão cedo, Maria de Fátima! - E a mulher virou as costas logo depois de despejar todas as malas da garota na calçada, eram muitas coisas, provavelmente ela havia pego todas as coisas do quarto de Fatinha, desde acessórios da garota até coisas como chapinhas e perfumes porque parecia ter uma casa inteira na calçada do colégio.

— Prefiro guardar a lembrança de quando você era minha boa filha, minha menininha, minha princesa. - O pai dela despejou as palavras, as lágrimas agoram inevitáveis e praticamente impossíveis, o soluço do choro podia ser ouvido a uma distância imensa dela. Lia ficou chocada com a cena e assim que o carro deu partida deixando o colégio todo olhando a cena a roqueira foi pra perto da "amiga".

— Er... Er... Você quer que eu chame alguém pra levar suas coisas lá pra casa?... - Foi a única coisa que ela pronunciou, Fatinha não parava de chorar.

— Eu não posso ficar pra sempre na sua casa. - A loira falou entre soluços.

— Mas vai ficar o tempo que for necessário, vai, para de ser chata e levanta daí! Suas coisas vão lotar meu quarto, mas fazer o que né! - Lia riu, fazendo Fatinha rir sem jeito também. Ju ajudou as duas a pegarem algumas coisas e Fera também.

(...)

Já era de noite, Ju e Lia ficaram a tarde toda tentando animar Fatinha que parecia mesmo estar acabada. O celular de Lia tocou salvando-a da conversa sobre moda que tinhas e iniciado entre Ju e Fatinha. Ela foi até a área de serviço atender o telefone bem longe das meninas, pois poderia ser Dinho. Quando ela olhou o visor concluiu a dúvida, era mesmo Dinho.

— Hey!

 — Lia, preciso te ver. - Ele disse, praticamente implorando.

— Aconteceu alguma coisa? - Ela deixou a preocupação tomar conta do tom de sua voz.

— Eu tô passando muito mal. 

— Meu Deus, Dinho! O que aconteceu? - Lia começou a mexer nas folhas de uma rosa que estava na janela, a brisa suave e nem tão forte entrava no local fazendo-a sentir uma enorme paz.

— Meu coração está partido em mil pedaços, eu tô sentindo tanta sua falta que sou capaz de tomar toda água do mar morto, só pra te ver. 

— Ahhhhhhh, seu idiota! Quer me matar do coração? - Ela suspirou.

— E aí, quando vamos nos ver? - Dinho riu logo após o susto que havia dado na menina. Do outro lado da linha ele estava observando o teto, deitado na cama.

— Sei lá, a Ju tá aqui e ela não vai embora tão ced...- Antes que ela pudesse completar Ju apareceu na porta, Lia soltou o telefone e ele caiu no chão.

— Eita... O que foi, Lia? - Ju perguntou confusa.

— N..Nada! - Lia disse.— Hum.. Quem era? 

— Meu pai. - Respondeu de imediato.

— Seu pai tá ali na sala. - Ela franziu o cenho.

— Não! Eu quis dizer.. O Fera, ele queria o caderno de biologia emprestado,sabe como é! - Lia riu e revirou os olhos, a roqueira esqueceu de pegar o aparelho do chão e saiu do local deixando Ju sozinha. Juliana não hesitou em pegar o celular do chão e ver os últimos números que ligaram. Assim que ela leu "Dinho" ficou muito confusa. Resolveu discar, o garoto atendeu o telefone na primeira chamada.

— Esqueceu de dizer que me ama, é? - Ele abordou rindo, Ju deixou a boca se formar um perfeito "O", ela ficou extremamente chocada, isso não podia estar acontecendo. Ela desligou o telefone e foi praticamente correndo atrás de Lia que já estava no quarto com Fatinha.

— Como você pode hein, Lia?! - Ju jogou o celular na cama da roqueira, Fatinha olhou pra Lia que estava sem reação.


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Notas finais do capítulo

Preciso confessar pra vocês que eu estou muito triste os resumos da semana depois dessa.. A Ju vai mesmo ficar malvada, isso me deixou muito chateada... :(
Estão dizendo que a Lia pode ficar grávida porque ela está MUITO emotiva nos resumos! Oh my Goddddd *-* É isso...
Beijos.