Into Your Arms escrita por AnaSabel


Capítulo 32
Capítulo 31




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Passos pesados atravessaram meu quarto e alguém me sacudiu rudemente por cima das cobertas.

– Acorde, Lissa!

Resmunguei e puxei a coberta até cobrir todo o meu rosto.

– Vamos! – exclamou, Sarah.

– Não – murmurei.

A cama desceu ao meu lado com seu peso e ela tirou toda a coberta que tampava meu corpo. Pisquei desorientada com a luz clara e forte que atingiu meus olhos.

Encarei-a, zangada.

– Me deixe dormir.

– São 9hda manhã e você ainda não tem um vestido para o baile.

Franzi o cenho.

– E quem disse que eu vou ao baile?

Sarah cruzou os braços junto ao peito e se levantou de minha cama.

– Eu. – ela disse – Estou obrigando você a ir, porque foi candidatada para rainha do baile junto com Dave. Então trate de se levantar, tomar um banho que ainda precisamos pegar a Ashley.

Revirei os olhos e rolei na cama, escondendo o rosto debaixo dos travesseiros.

– Eu não ligo para isso. – resmunguei.

– Rápido, Lissa! – protestou.

– Estou indo, calma.

Soltei uma pequena risada de sua irritação e me arrastei até o banheiro. Depois de um banho rápido, vesti meias calça preta, um vestido claro de renda, botas e um cardigã preto. Deixei meu cabelo cair sobre os ombros em longas ondas e desci as escadas de casa. Sarah me esperava no andar debaixo com a chave de meu Mini Cooper na mão.

– Espero que esse seu carro aguente uma viagem até Columbia.

– Ei, não desmereça meu carro! – reclamei. - É claro que ele aguenta.

– Ele parece tão pequeno. – ela riu.

– Ele é pequeno.

Peguei a chave da mão dela e saímos de casa. Na garagem, no lugar do carro de tia Rose, meu Mini Cooper branco reluzia. Entramos no carro e fomos até a casa de Ashley.

– Onde sua tia foi? – perguntou Sarah.

– Viajou pra Dallas.

– Por quê?

– Coisas do trabalho. – suspirei. – Alguns meses atrás, Tia Rose disse que a empresa estava enrolando ela, mas na verdade ela estava enrolando eles todo esse tempo não querendo deixar eu sozinha em casa depois do que havia acontecido.

– Ela foi bondosa com você. – Sarah abriu um pequeno sorriso.

Parei na frente da casa de Ashley e buzinei.

– Você está com uma cara de sono horrível, Lissa. – Ashley entrou no carro e bateu a porta atrás de si.

– Bom dia pra você também. – murmurei.

Era uma hora e meia de viagem até Columbia, passando por paisagens monótonas e iguais. Abri as janelas, deixando o vento gélido lamber meu rosto e bagunçar meus cabelos, jogando-os sobre meus olhos, enquanto batia os dedos no volante, escutando uma música pop rock qualquer que Sarah havia colocado. Paramos para tomar café em uma pequena padaria e esse foi o único momento que conversamos realmente. A maior parte da viagem se seguiu em silêncio.

– Em que loja exatamente nós iremos? – perguntei. - St. Louis tem algumas lojas de vestido, mas Columbia?

– Minha mão conhece uma ótima. – respondeu Ashley animada.

– E provavelmente a única. – Sarah rezingou.

Pelo retrovisor vi Ashley revirar os olhos. Ela ergueu o corpo e entrou no meio de mim e Sarah me guiando até uma pequena loja em uma rua secundária do centro de Columbia. Estacionei o carro e, pela vitrine, não acreditei que iria mesmo achar algo que gostasse.

Meu humor piorou quando depois de meia hora ainda não havíamos encontrado nada. Não que eu estivesse ajudando, já que só Sarah e Ashley estavam procurando os modelos e eu apenas os provava e balançava a cabeça em negação.

– Você precisa gostar de algo, Lissa! – disse Sarah e logo em seguida levantou um vestido rosa de cetim, ridículo.

– Eu estou indo forçada nesse baile e vocês ainda querem me forçar a gostar de algo? – retruquei.

– Isso se você não estiver negando todos para realmente não ir ao baile. – disse Ashley.

Joguei-me em uma das poltronas espalhadas pela loja, irritada. Olhei meu reflexo no espelho de moldura branca e larga que havia à minha esquerda, fitando meu olhar exausto de noites passadas em claro. Através do espelho, um vestido azul claro me chamou a atenção. Caminhei até a arara em que ele estava pendurado e o peguei pelo cabide, avaliando-o. O vestido tinha uma faixa larga e fixa marcando a cintura e seu busto era bordado por milhares de pedrinhas pratas. A saia longa e rodada era de tule, assim como as finas alças. Era lindo.

– E o que vocês acham desse? – girei em direção a Ashley e Sarah, colocando o modelo na frente de meu corpo. Seus olhos brilharam em aprovação e suspirei. Encarei o vestido, pensando que eu não tinha ideia do que esperar daquela noite.


Chegamos a St. Louis na metade da tarde e fomos direto para a casa de Ashley, ou seja, passei incansáveis horas trancada em um quarto me arrumando. Elas estavam extremamente entusiasmadas. Ashley não parava de falar em como Steven era perfeito – nesses momentos eu apenas ria – e em como colocaria todas as garotas para babar com seus pares medíocres, enquanto ela estaria com um cara mais velho. O sorriso de Sarah era pura satisfação por tudo ter dado certo, já que ela estava ajudando com a organização.

– Eu sei que você não está animada para o baile, mas tente pelo menos ficar um pouco feliz por mim? – perguntou Ashley.

Ela posicionou-se atrás de mim na cadeira de sua penteadeira a qual eu estava sentada e abri um sorriso cabisbaixo para Ashley através do espelho. Ela pegou algumas mechas de meu cabelo que eu havia acabado de ondular e começou a prendê-las em um coque baixo. Alguns fios ficaram soltos ao redor de meu rosto, o emoldurando, e fixei minha franja na lateral da cabeça, deixando-a pender levemente. Terminei minha maquiagem delineando meus olhos com uma fina linha preta em cima da sombra clara, bem rente aos cílios, e passei uma camada de rímel. Por último, vesti meu vestido com a ajuda de Sarah para fechá-lo e então calcei um sapato de salto alto. O corpete se moldava perfeitamente ao meu corpo, abrindo-se depois na saia rodada.

– Ei. – gritou Sarah do corredor. - Dave chegou.

Algo dentro de mim se desmanchou.

– Dave? – perguntei.

– Ele é o seu par no baile, com quem mais você queria ir?

– Tinha que ser o Dave?

– Lissa, você não pode evitar ele o resto da vida.

Respirei fundo duas vezes. O ar parecia se perder no caminho até meus pulmões, como se algo tivesse bloqueando sua passagem. Encarei meu reflexo, testando um sorriso que pareceu um tanto forçado e prometi a mim mesma que faria aquela noite valer a pena.

Desci as escadas e abri a porta da casa de Ashley. Sorri com a visão que tive em minha frente. No primeiro instante, Dave estava com a cabeça abaixada e mexia em seus cabelos negros impacientemente, enquanto a outra mão estava atrás de seu corpo. Ele estava com um terno preto e usava até sapatos sociais. Quando seu olhar subiu lentamente, os olhos azuis cobalto e cálidos reluziram em minha direção. Um canto de sua boca se ergueu em um sorriso torto. Ele parecia um pouco envergonhado e eu amava isso nele. Amava o fato de ele ser tão simples, tão humano.

– Você está linda. – ele murmurou.

Senti minhas bochechas esquentarem.

– Você colocou terno. – eu ri.

Dave deu de ombros e sorriu.

– Não é tão ruim, mas eu ainda preferia estar de calça e moletom. Além disso, minha mãe insistiu para eu por gel no cabelo. – ele revirou os olhos. - Eu tentei tirar, mas talvez não tenha funcionado muito...

Soltei uma risada e ergui meu corpo em sua direção. Nas pontas dos pés, tentei arrumar seu cabelo, mas já estava todo desgrenhado. Ele continuava lindo.

– Não está ruim. – murmurei.

Abaixei o braço, ficando apenas alguns centímetros distante dele. Dave me fitou por alguns segundos, então estendeu uma caixa transparente em nosso meio.

– Eu trouxe para você. – disse. – É uma tradição.

Ele abriu a caixa, retirando um corsage de rosas brancas.

– É lindo! – falei com a voz fraca.

Ofereci o braço e Dave colocou o pequeno buquê, fechando a pulseira de pérolas ao redor de meu pulso. Levantei a cabeça em sua direção e sua mão deslizou por meu rosto até seus dedos tocarem minha nuca.

– Dave... – sussurrei.

– Eu sei, Lissa.

– Não, você não sabe.

Tirei sua mão de meu rosto e a apartei entre as minhas.

– Eu fui ridícula ao achar que você não entenderia quando eu dissesse que não poderíamos ser mais do que amigos. Fiquei com medo do que você pensaria e que acabaríamos estragando a única coisa que tivemos. Eu acabaria estragando. Porque sou indecisa e confusa e não quero te perder. Eu não quero estragar isso. – fitei nossas mãos entrelaçadas. - Eu não sou como um carro que você pode consertar. Eu nunca mais vou funcionar direito.

Dave abriu um pequeno sorriso e então seus braços envolveram minha cintura e ele mergulhou o rosto no meu pescoço, respirando contra minha clavícula.

– Eu deveria saber que você nunca me abandonaria, seja lá qual for minha escolha. – falei.

– Nunca. – ele sussurrou simplesmente. Dave se afastou e seus dedos levantaram meu queixo, fazendo minha testar encostar-se à sua. Seus olhos estavam fechados e ele respirava o mesmo ar que eu. – Eu sou seu, mas você nunca será minha. Acho que posso sobreviver com isso.

Assim que nos afastamos, Dave me ajudou a entrar em seu carro e partimos para o baile. Ainda havia alguns feixes de luz do sol a oeste, contrastando com o azul escuro que se prolongava no céu. O baile seria no ginásio, porém quando chegamos ao colégio, nada estava realmente parecido com uma escola. Luzes amarelas decoravam o jardim, assim como nas extremidades do tapete vermelho em que caminhávamos para chegar ao ginásio. A música tocava alta e corpos rodopiavam embaixo de fios com luzes coloridas balançando no teto, enchendo a pista de dança. Atrás do Dj havia um grande painel digital com fotos do ensino médio passando e balões pendurados em lugares estratégicos.

– Não acredito que estou fazendo isso. – murmurei.

– Não reclame. – Dave disse. – Esse vai ser o melhor baile de todos.

Deixando que ele me guiasse, atravessei o salão indo até a mesa em que estava nossa turma. Depois de cumprimentar todos e escutar os mesmos elogios, Ashley, Steven e Sarah chegaram.

– Olá, Hathaway. – disse Steven, com o rotineiro sorriso no rosto. – Você está como um fantasma de Grace Kelly.

– Obrigada. – sorri. – Ver você em um baile colegial é quase surpreendente, Steve.

Ele riu e antes que pudesse responder, a voz de Ashley se exaltou no meio da conversa.

– Quem diabos teve a brilhante ideia de colocar um painel com fotos velhas passando? Estão querendo acabar com minha reputação... – resmungou.

Sarah respondeu algo, porém eu já não escutava a conversa. Eu estava lá com meu vestido de festa, sem ninguém para impressionar. Havia algo faltando. Meus olhos correram atentos pelo salão à procura de algo, ou melhor, de alguém. O peso em meu estômago era um incômodo e eu não sabia se vê-lo melhoraria algo.

– Ele não está aqui. – murmurou Sarah perto de meu ouvido.

Minhas mãos caíram na lateral de meu corpo, no mesmo momento em que a decepção o tomou.

– Do que você está falando? – pigarreei.

– Eu sei o que você está procurando e você sabe o que estou dizendo.

– Como você sabe que ele não está aqui? – perguntei.

– Quando eu estava entregando os folhetos do baile, eu perguntei a Andrew, ele disse que não viria.

Meus olhos encontraram os de Sarah, e então eu abaixei a cabeça. Ele deveria ter entrado pela porta e eu seria como um milhão de estrelas brilhantes, eu estaria feliz. Mas agora, eu estava desmoronando.

– Ele não está aqui. – repeti, sussurrando.

Sarah colocou a mão em meu ombro, o apertando suavemente.

– Olhe para mim, Lissa. – ela disse e eu o fiz. – Você não vai deixar, de jeito nenhum, isso estragar sua noite. Esse é o baile esqueceu? Aquele que esperamos desde pequenas. Você vai poder resolver isso com Andrew amanhã, depois de amanhã, mas você está aqui agora, com seus amigos. Está bem?

Soltei um suspiro pesado e assenti, abrindo um pequeno sorriso.

– Agora vamos dançar, porque eu amo essa música.

Revirei os olhos, rindo e ela me arrastou até a pista de dança. Logo Ashley e os outros se juntaram a nós. Ela me entregou um copo vermelho que deduzi ter ponche dentro e o bebi. As luzes contornam nossos corpos, enquanto pulamos no meio da multidão. Dançamos sem nos importar se estavam nos olhando, dançamos dos jeitos mais bizarros. Havia barulho demais para conversarmos, então cantamos nossas músicas favoritas e gritamos a noite toda. Estava com minhas garotas, não há lugar que preferia estar.

– Eu amo vocês! – gritou Ashley, passando os braços ao redor de meu pescoço e de Sarah.

– Você está bêbada? – riu Sarah.

– Claro que não. – disse séria.

– Nós também te amamos, Ashley. – falei e ela sorriu. – Eu também amo vocês. Apesar de tudo, vocês nunca me abandonaram, foram as únicas que estiveram sempre comigo. Sei que um dia a gente poderá se separar, mas eu nunca vou me esquecer disso e vou ser grata eternamente.

Sarah fungou e eu ri dela, enquanto nos abraçávamos e gargalhávamos no meio de uma multidão de corpos dançantes.

Depois de nossos pés já estarem doloridos, fomos até a cabine de fotos, a grande ideia de Sarah. Pegamos alguns utensílios que havia em uma caixa ao lado da cabine e coloquei um arco da Minnie e uma pluma roxa ridícula. Amontoamos-nos lá dentro e tiramos fotos, rindo, até as pessoas do lado de fora começarem a reclamar. Depois ainda tirei fotos com apenas Ashley e Sarah beijando minhas bochechas e fazendo as piores caretas, e então com Dave que usava com uma gravata brilhante pendurada no pescoço.

Voltamos para a pista de dança, mas dessa vez ficamos observando as imagens que apareciam no painel, rindo de como o tempo havia sido generoso com cada um de nós. Havia tantas fotos, algumas que eu não fazia nem ideia da existência – essas eram as piores. Quando uma foto minha vestida de líder de torcida do ano passado junto com Matt apareceu, uma nostalgia me atingiu subitamente como uma pancada. Eu olhei em sua direção e apenas abri um sorriso para ele, sem mágoas ou resentimentos.

Quando era quase meia noite, fui ao banheiro. Logo seria a escolha para rei e rainha do Baile de Primavera e apesar de eu não me importar com isso, precisava arrumar meu cabelo que já estava todo desordenado. Sai do ginásio indo ao banheiro do lado de fora e suspirei aliviada quando entrei e não havia ninguém. Peguei um papel toalha secando o suor que estava impregnado na pele de minha testa, passei uma nova camada de batom e arrumei algumas mechas de meu cabelo, recolocando o grampo que os prendiam. Agradeci mentalmente a Sarah pelo semblante alegre estampado em meu rosto.

Quando estava saindo, Kate atravessou a porta do banheiro e a bateu com força atrás de si. Eu havia a visto em alguns momentos no salão, mas não prestara certa atenção. Ela estava bonita. Seus cabelos estavam ondulados e soltos, e seu vestido era vermelho e justo, abrindo levemente na parte de suas cochas. Porém sua expressão não era nada contente.

– Ouvi rumores de que você será eleita à rainha do baile. – cuspiu.

Dei de ombros.

– São rumores. – falei.

– Você – Kate levantou seu dedo em minha direção e se aproximou de mim com passos duros – esteve se fazendo de coitadinha a semana inteira apenas pra sentirem pena de você e assim acabaria ficando com a coroa.

– Eu estou pouco me lixando pra essa coroa. – retruquei.

– Isso é o que você diz, porque sabe que irá ganhar. Você é popular e bonita... – assim que disse isso, suas palavras cessaram. Ela percebeu que havia acabado de admitir.

Um silêncio pesado caiu sobre nós.

– Kate, você deve pensar que é fácil para mim, que tenho uma vida fácil. – balancei a cabeça. – Mas não é. Pelo menos você não precisa estar sempre com medo.

Ela baixou a guarda naqueles minutos.

– Do que você tem medo? – perguntou com a voz baixa.

– Do futuro. – respondi sincera.

Uma leve risada brotou em sua garganta.

– Não há o que você temer, você deve ter um futuro brilhante planejado. – disse.

– E mais uma vez você está enganada, Kate. – murmurei. - Você está enganada sobre mim e si mesma também. Não se martirize tanto. Seja mais que isso.

Deixei ela para trás, sozinha e caminhei de volta ao ginásio. Assim que entrei pelas portas, o diretor pegou o microfone. Corri até a pista de dança onde nossa turma estava e quando ele indicou os nomeados, subi com Dave até o pequeno palco montado à frente do painel que agora apresentava o símbolo do colégio.

– Atenção alunos, temos aqui os candidatos a rei e rainha do Baile de Primavera. A votação foi encerrada e chegou o momento mais esperado da noite. Rufem os tambores, por favor. – uma sequência de sons de bateria se seguiu e então o silêncio absoluto. – E este ano o rei do baile é... David O’Connor! – seguiu-se uma salva de palmas junto com assovios e gritos. Olhei para Dave, sorrindo, enquanto ele seguia até a frente do palco. Então o diretor continuou. – Agora, a rainha de 2013 é – ele abriu o envelope com certa dificuldade e olhou para mim. - Lissa Hathaway.

No primeiro momento, fiquei sem reação, sem saber exatamente o que fazer, então Dave se virou para mim e um sorriso atravessou seu rosto. Eu fui até seu lado, ao mesmo tempo em que uma nova salva de palmas tomava o ginásio. Senti a coroa repousar em minha cabeça e abri um sorriso. Eu não me importava com nenhuma coroa, mas a sensação que se seguia depois de tê-la era algo gratificante.

Mordi o lábio quando uma sensação instável se apoderou de meu estômago. As mãos de Dave se fecharam ao redor da minha e ao olhar para a multidão em minha frente que abria um circulo na pista de dança, minha visão voou para o final do salão, como se um imã o tivesse puxado. Meu corpo gelou e estremeci. Minha mão apertou a de Dave e percebi que ele olhou de relance para mim. Já devíamos estar descendo o palco, porém não conseguia mexer um dedo sequer. Eu estava imóvel, fitando a figura de Andrew em um terno preto. Ele não sorria para mim ou muito menos demonstrava alguma reação ao o que estivesse acontecendo. Tudo parecia se desintegrar à medida que ele foi se afastando e torci pelas lágrimas não caírem de meus olhos. Apenas quando Andrew saiu do ginásio, consegui permitir meus pés a se moverem e fui com Dave até a pista de dança. Uma mão sua rodeou minha cintura e a outra segurou a minha na altura de seu ombro. Ele abriu um sorriso incentivador para mim e tentei relaxar em seus braços. Aproximei-me mais dele, buscando o calor reconfortante de seu corpo, enquanto me guiava em uma dança calma.

– Você não queria estar aqui. – ele sussurrou em meu ouvido.

– Não foi tão ruim. – admiti.

– Mas se não fosse por Ashley e Sarah, você não estaria aqui.

Assenti, porque sabia que era total verdade.

– E o que você está fazendo aqui agora? – Dave perguntou.

Franzi o cenho, sem entender o que ele tentava me dizer.

– Eu sei quem você viu e eu sei aonde queria estar. Você ainda se importa ou se lembra quais os motivos de terem terminado?

– Eu não estou entendendo aonde você quer chegar com isso, Dave.

– Simples. – ele deu de ombros - Siga seu coração. O que ele está gritando pra você nesse exato momento?

Não apenas meu coração gritava, mas todas as células de meu corpo imploravam por Andrew.

– Dave – murmurei e abri um pequeno sorriso. – Você não existe.

Ele riu.

– Eu vou deixar você ir, mesmo que isso signifique ter que deixá-la ir com outro.

Fitei os olhos azuis cobalto ao qual eu nunca me acostumaria, ao qual eu sempre me permitiria afundar. Eles estavam relaxados e não havia nenhuma mágoa. Ele era a melhor pessoa que eu já havia conhecido.

– Eu te amo. – sussurrei.

– Eu gostaria que fosse o suficiente.

Dave se aproximou até eu sentir seus lábios quentes e macios repousarem em minha testa e fechei os olhos, saboreando seu toque.

Por fim, me desvencilhei de seus braços e corri.


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Notas finais do capítulo

Capítulo do baile, uhul hahahah
Como estamos na reta final, nesse capítulo teve a despedida de alguns personagens, infelizmente :(
Espero que tenham gostado e comentem!

p.s.: não vejo a hora de postar o próximo, muitos feelings ♥



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