Into Your Arms escrita por AnaSabel


Capítulo 27
Capítulo 26




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A semana se passou e com ela o último dia de aula finalmente chegou. Sexta feira. Todos estavam eufóricos e ninguém prestava realmente atenção nas aulas. Os professores falavam sobre os planos para o próximo trimestre e o baile de Primavera estava sendo comentado por todos nos corredores. Depois de muito esforço, consegui convencer minha tia a eu ir ao Zouk Lounge Bar. Ela não estava feliz com a situação e pela primeira vez, não me importei.

Ás 23h00 desci as escadas correndo e antes de abrir a porta olhei para tia Rose. Ela estava sentada no sofá e me encarou com o olhar sério.

– Se cuide. - ela murmurou.

– Pode deixar.

Lancei um sorriso genuíno para ela e saí de casa, entrando no passageiro do carro de Dave.

– Oi. - disse.

Os olhos cobaltos focaram em mim.

– Uau, você está linda.

– Obrigada. - sorri.

O Zouk Lounge Bar ficava a alguns quilômetros fora de St. Louis, então o caminho até lá foi mais rápido que pensei. Quando chegamos, Sarah, Ashley, Matt e Brian já estavam nos esperando. Entramos com as carteiras de identidades falsas e fomos tomados pela multidão e barulho da festa. Havia algumas banquetas desocupadas no bar a nossa esquerda e a direita as pessoas dançavam no ritmo de algum Dj que tocava. Brian solicitou nossa reserva e seguimos a uma pequena mesa ao fundo do Zouk, onde outras turmas de amigos também estavam.

– Eu vou ao bar, - gritei para quem pudessem me escutar. - alguém me acompanha?

Ashley veio comigo e sentamos em uma das banquetas. Fizemos nosso pedido e o bartender escorregou nossos copos pelo balcão junto com nossas bebidas.

– Começando bem as férias, Lissa?

Virei-me captando a voz grossa de Steven ao meu lado. Ele estava bem vestido, como sempre, e o sorriso despreocupado no rosto.

– O que você está fazendo aqui? - perguntei.

– Até onde eu saiba, esse lugar é público.

Ele me jogou uma piscadela e Ashley se apoiou no balcão tentando acompanhar nossa conversa. Ela abriu um pequeno sorriso quando viu Steven.

– Você é amiga da Lissa, certo? - Steven abriu um sorriso sedutor e Ashley pareceu desorientada por alguns segundos.

– É... Sim. Ashley.

Ela lhe ofereceu a mão junto com seu melhor sorriso. Steven dispensou seu gesto e se curvou para beijar seu rosto.

– Steve. - ele disse, ainda perto de seu rosto.

– Está bem, já percebi que estou sobrando.

Levantei da banqueta, porém antes de sair me virei para Steven.

– Steve, você sabe se... Andrew estará aqui?

– Serve aquele?

Ele acenou com a cabeça em direção a Andrew que passava pela porta. Pisquei atordoada fitando seu jeans, suas botas e sua camisa preta dobrada até os cotovelos.

– Andrew, até que enfim!

Ele e Steven se cumprimentaram e depois ele beijou a bochecha de Ashley. Andrew caminhou até mim, parando a minha frente. Seus olhos escuros me fitaram e precisei de alguns segundos para me concentrar.

– Oi, Lissa.

Seus lábios se demoraram em meu rosto, quentes e firmes. Fechei os olhos, até sentir ele se afastar, cedo demais.

– Você nunca está menos que maravilhosa.

Ele abriu um sorriso.

– Obrigada. - sussurrei, sem saber ao certo o que dizer.

– Bom, eu vou... - atordoada, voltei para nossa mesa.

Atravessei a multidão até chegar á Sarah. Ela me estudou por alguns instantes.

– Você está bem? – perguntou.

Afirmei com a cabeça.

– Só preciso de uma bebida.

Ela pegou um pequeno copo na mesa com um líquido transparente e ofereceu para mim.

– Isso irá resolver seu problema.

Sarah abriu um pequeno sorriso quando agarrei o copo de tequila e o virei em um segundo. Ele desceu queimando em minha garganta, mas a sensação era boa demais para eu me importar.

– Vamos dançar. - falei.

Puxei Sarah até a pista de dança e seguimos o ritmo da multidão. Um homem vestido com um capuz preto apareceu ao meu lado. Meus ossos congelaram e minha respiração parou. Ele se virou para mim com um sorriso escancarado, até que percebi ser qualquer um.

– Acho que estou ficando obsecada.

– Ou bêbada. – riu Sarah.

Ainda não.

Deixei a música encher meus ouvidos e tomar meu corpo. Continuei dançando com Sarah e não demorou para Dave e Matt se juntarem a nós. Dave me observou e como se pedisse permissão, ele se aproximou devagar e envolveu minha cintura. Minhas mãos subiram pelos seus braços, parando em sua nuca. Nossos rostos ficaram a centímetros enquanto dançávamos a batida sobre as luzes verdes e vermelhas. Pendi minha cabeça para trás, enquanto Dave abaixou o rosto em minha direção e beijou meu pescoço. Suas mãos pressionaram minha cintura e seus lábios subiram até meu maxilar. Dave soltou minha pele, me encarando, e deixei um sorriso escapar em meu rosto.

Brian se aproximou de nós trazendo copos de tequila entre os dedos. Dave segurou minha cintura com um braço, enquanto pegávamos um copo das mãos de Brian.

– Isso merece um brinde. - disse Sarah sorridente.

Ela levantou o pequeno copo e fizemos o mesmo. Nossos copos se chocaram quase derramando o líquido para fora deles. Respirei fundo e derramei a tequila na boca.

– Onde está Ashley? - perguntou Brian.

Eu e Sarah nos encaramos e depois observamos a nossa volta. Meus olhos pararam no bar e soltei uma risada. Uma mão de Steven estava emaranhada nos cabelos loiros de Ashley e a outra segurava sua cintura, enquanto se beijavam.

– Meu Deus, você deveria ter apresentado ele pra mim também. – disse Sarah em meu ouvido.

Virei-me para Brian.

– Ela está aproveitando sua noite e ninguém quer desperdiçar a tequila dela, não é?

Peguei o copo de Ashley da mão de Brian e bebi todo o líquido. Minha visão ficou turva e tudo ao meu redor girou por alguns segundos.

– Chega de tequila por hoje. - disse Sarah.

– Estou apenas começando.

Sorri para ela e voltei para o meio da pista de dança. Acompanhei a música, até que uma mão agarrou meu braço e sorri, esperando ver Dave ao me virar.

– Dav... – meu sorriso fechou. – Andrew. - murmurei.

Ele me puxou para fora do aglomerado de corpos quentes e suados.

– O que você está fazendo? Tire as mãos de mim! - falei.

– Você já bebeu demais, Lissa.

– O que? Eu estou me divertindo, pare de bancar meu irmão mais velho.

– Irmão mais velho... - ele riu.

– Me larga!

Puxei meu braço com força e pisei duro no chão, o fazendo esbarrar em mim.

– Você não vai estragar minha noite! – gritei.

– Só quero te levar pra casa.

– E eu não quero ir pra casa, estou com Dave.

– É, eu percebi.

Andrew desviou os olhos.

– Você...

Ele se voltou para mim, fazendo minha frase se perder em todo aquele barulho. Andrew se aproximou o suficiente para eu sentir o calor de sua pele e sua respiração instável soprar meu rosto. Seus olhos escuros me fitaram com raiva e ternura.

– Pare de fazer isso. - sussurrei.

Um sorriso quase imperceptível apareceu em seu rosto e encarei seus lábios.

– Isso o que?

Seu rosto diminuiu mais um centímetro a distância entre nós com cautela, e voltei a observar seus olhos. A falta que eu sentia dele era grande demais para eu me controlar e minhas mãos agarraram a lateral de sua camisa.

– Você ainda me quer. - ele sussurrou.

Quando seus lábios roçaram os meus, eu voltei do torpor. Minhas mãos empurram seu peito com força e ele esbarrou em alguém.

– O que você… - gaguejei de raiva. – Eu não vou voltar pra você! Pare com isso!

– Você quer que eu faça o que? Simplesmente desista de você?!

– Sim!

Andrew me observou e se afastou dando uma passada longa para trás.

– Suas tentativas em me afastar não serão o suficiente para eu deixar você ir..

Ele deu as costas para mim e vi seu corpo se perder na multidão. Senti as lágrimas marejarem meus olhos, mas não deixei elas caírem. Segui em direção ao bar e me joguei na banqueta ao lado de Steven.

– Cadê Ashley? - perguntei.

– Foi falar com Sarah, ir ao banheiro, algo assim. – seus olhos pararam em mim. - Você está bem?

– O que você está bebendo?

Antes que ele pudesse responder, peguei seu copo e tomei o líquido âmbar que arranhou minha garganta. Whisky. Cinco segundos depois um calor irradiou meu corpo e entorpeceu minha garganta e boca, o que tornou mais fácil tomar o segundo gole e o terceiro.

– Já percebi que não está nada bem. - ele murmurou.

– Eu quero um desses. - falei para a mulher do bar e ela me entregou um imediatamente.

– O que aconteceu? - Steven perguntou.

Tomei mais um gole.

– Aquele seu amigo é um idiota. - murmurei zonza. - Ele vem até aqui, estraga minha noite, a minha vida! E ainda quer fazer eu voltar para ele?

– Acho que você devia ir pra casa.

– Eu achava que você era mais legal. – retruquei, bebendo novamente.

Steven riu.

– Fui estúpida em achar que iríamos ser felizes para sempre, isso é ridículo.

Bebi o resto do whisky e peguei o copo de Steven.

– Ele pode ter uma foto da ex em casa, mas eu não posso dançar com meu amigo? Você sabia que ele tem uma foto daquela Brooke em casa? Quem tem uma foto da ex guardada?

Steven pensou por alguns segundos, apesar de ser uma pergunta retórica.

– Um híbrido. – ele respondeu.

Comecei a rir.

– Dane-se, eu não tenho uma foto de Matt guardada.

– Você já namorou Matt?

Assenti e Steven pareceu segurar o riso.

– Isso também é ridículo, eu sei.

Suspirei, me debruçando sobre o balcão e apoiei a cabeça em uma mão, olhando para Steven. Coloquei o copo na boca, mas Steven o puxou.

– Você já bebeu isso o suficiente.

– Agora eu quero uma cerveja.

Antes que eu pudesse pedir, a mulher colocou uma em minha frente. Tomei um grande gole, deixando o gosto amargo invadir minha boca.

– Eu... Eu... - gaguejei. - Devo estar entediando você.

Levantei da cadeira tropeçando no salto e quase caindo no chão.

– Acho que agora você está pronta para ir embora. - disse Andrew segurando minha cintura.

– Não, ainda estou bebendo essa.

Tomei a cerveja e ri, apoiando a cabeça no ombro de Andrew. Ele tirou a pequena garrafa da minha mão e a colocou no balcão.

– Venha. - ele murmurou.

– Não. – sussurrei, enterrando a cabeça em seu pescoço e respirando o cheiro inebriante que me deixou ainda mais embriagada. - Dave vai me levar.

– Nesse momento ele deve estar ainda pior que você.

– Não, não estou. - disse Dave, parando ao nosso lado.

– Dave! - gritei e sorri para ele.

– Eu trouxe ela e eu vou levá-la, Andrew.

– É. – concordei. Não sabia exatamente o que falar ou o que pensar.

Me desprendi de Andrew, quase não conseguindo me manter em pé. Dave passou a mão por minha cintura e atravessei seus ombros com o braço, deixando ele levar todo meu peso.

– Steve, - falei. - cuide de Ashley.

– Pode deixar.

Steve sorriu e joguei um beijo para ele. Lancei um último olhar para Andrew e sai do Zouk Lounge Bar. Dave me colocou no passageiro com cuidado e me levou para casa. Cochilei metade do caminho e apenas senti quando Dave freou na frente de minha casa.

– Você bateu seu recorde de bebida essa noite.

– Eu sei. - falei rindo.

Ele me tirou do carro e me levou até a porta.

– Você está com as chaves?

Assenti e abri minha bolsa sem enxergar realmente o que havia ali dentro.

– Deixe-me ver. - disse Dave.

Ele pegou minha bolsa e tirou as chaves. Abriu a porta, enquanto eu cambaleava para dentro de casa. Dei três passos, me segurando no corrimão da escada. Olhei para ela, vendo o dobro de degraus. Antes que pudesse pisar no primeiro, senti os braços de Dave em minhas pernas e ele me pegou no colo como se eu tivesse cinco anos.

– O que você está fazendo? - perguntei.

– Vou te levar pra cama.

– Não vou transar com você! - falei alto demais.

– É claro que não, Lissa, mas não vou deixar você subir isso sozinha.

– Uhum. - murmurei.

Apoiei a cabeça em seu peito e fechei os olhos, escutando as passadas dele pelos degraus. Uma porta rangeu e achei que logo estaria na minha cama.

– Lissa... - tia Rose disse baixinho.

Levantei a cabeça em sua direção e abri um sorriso ainda com os olhos fechados.

– O que aconteceu com ela?

– Talvez tenha bebido um pouco demais. - respondeu Dave.

Abri os olhos.

– Só um pouquinho. - falei rindo.

– Amanhã teremos uma conversa. – murmurou, séria.

– Mal posso esperar. - sussurrei, jogando a cabeça nos ombros de Dave.

Dessa vez escutei minha porta abrir e o colchão macio afundar com meu peso. Os sapatos saíram de meu pé e a coberta subiu até meu pescoço. Até então não havia percebido o quanto estava frio e tremi. Dave passou as mãos em meus cabelos.

– Se você lembrar, ligue para mim, quero saber se está viva.

Antes que sua mão me deixassem por completo, a segurei.

– Não quero ficar sozinha. – sussurrei.

Ele ponderou por alguns segundo e depois tirou os sapatos, se deitando em minha cama. Me virei para ele e seus braços envolveram meu corpo no frio. Me aconcheguei ao seu lado, apoiando a cabeça em seu ombro. Antes que pudesse sentir a dor latejante em minha cabeça, caí em um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Mil desculpas pela demora, eu ia mesmo postar naquele sábado, mas meu computador foi pro concerto e agora consegui pedir pra minha amiga postar. Obrigada e comentem!



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