Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 63
Capítulo 63 - Prisioneiros


Notas iniciais do capítulo

Hey people, finally um novo capítulo!

Espero que gostem.



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A caminhada pela floresta até a área residencial de Mystic Falls não fora tão longa quanto Mikael calculara de início. A lua ainda pairava no céu noturno quando divisou as primeiras construções, e alcançara seu destino vários minutos antes dos primeiros raios de Sol despontarem no horizonte.

Já observava a frente da casa há algum tempo quando finalmente ouviu um ruído que chamou sua atenção. Vinha do piso inferior, o que significava que uma das garotas havia despertado. Pelos passos leves, só podia ser a vampira loira que tivera a audácia de apunhalá-lo quando regressara à cidade da primeira vez.

"A vadiazinha será a isca perfeita, e ainda vai me proporcionar uma vingança quase poética" pensou Mikael, dirigindo-se à varanda da casa dos Gilbert. Aparentemente, os irmãos ainda dormiam, o que facilitaria bastante na realização da primeira etapa de seu plano.

O vampiro passou as mãos pelos cabelos rapidamente, deixando-os com o aspecto ainda mais desgrenhado. Arrancou ainda alguns botões da camisa e só então tocou a campainha, apoiando-se no batente da porta com uma expressão de dor e cansaço.

A porta se abriu alguns segundos depois, e quando Mikael deparou-se com a preocupação no olhar de Caroline, deixou-se cair de joelhos, ofegante.

— Oh. Meu. Deus... Alaric! - exclama ela, colocando-o de pé com facilidade. - O que houve com você? Foi assaltado? Onde esteve? - a loira indaga, tentando carregá-lo porta adentro, sem sucesso. - Espere... Por que você não...

— Surpresa! - Mikael exclama, livrando-se do apoio que a garota oferecia e quebrando seu pescoço num piscar de olhos, sentindo o corpo dela pesar em seus braços no segundo seguinte. - Venha  - criança, vamos dar um passeio - completa, disparando rua afora.

*************

Stefan estava na cozinha, preparando torradas e ovos mexidos, distraído com o leve cantarolar de Rebekah no andar superior, quando o som da aproximação de um veículo chamou sua atenção. Em seguida, três portas foram abertas e fechadas com estrondo, e pouco depois a porta da frente da mansão se abriu com um leve rangido.

O vampiro de profundos olhos verdes secou as mãos num pano de prato e apagou a chama do fogão, colocando a frigideira quente sobre o balcão de mármore em seguida. O barulho do chuveiro também cessara, o que significava que a namorada também ouvira a chegada das visitas.

Antes mesmo de chegar à enorme sala de estar, o aroma inconfundível de sangue o atingiu, sobressaltando-o. Vinha misturado com outro perfume familiar, mas ele não pretendia perder tempo pensando sobre aquilo.

— O que foi que aconteceu aqui? - Stefan indaga, deparando-se com uma Sophie com profundas olheiras e sangue seco grudado nos cabelos. - Você está bem? - continua, aproximando-se dela num piscar de olhos e puxando-a para seus braços.

— Estou bem, não se preocupe - a garota responde, envolvendo a cintura dele com força. Sentia-se bem ali, segura naquele abraço.

— Não me preocupar? Soph, você está péssima, pálida e suja de sangue! Como posso não me preocupar? - ele questiona, fitando-a naqueles olhos que refletiam os seus.

— Acredite irmão, o pior já passou - diz Damon, servindo-se com uma dose de whisky.

— Será que algum dos três pode nos dizer o que aconteceu? - Rebekah questiona, parando ao pé da escada com os braços cruzados. - Que tal você, irmão? Pode começar dizendo por que está tão descomposto - completa encarando Elijah, que vestia a camisa manchada com o sangue de Sophie.

— É uma longa história irmã, e não acho que...

— Ah, qual é! - Damon o interrompe, com uma expressão indignada. - Não precisa poupá-los dos detalhes sórdidos - continua, voltando a encher o copo que tinha nas mãos. - Primeiro e mais importante: nossa pequena garotinha Salvatore não é mais virgem! Pode acreditar nisso, Stefan?

— Cala a boca, Damon! - exclama Sophie, num misto de vergonha e irritação.

— Sorte minha Soph não ser o meu "tipo" de garota, ou estaria de coração partido a essa altura - o moreno prossegue, como se não houvesse sido interrompido. - Então temos uma bruxa louca, velha conhecida nossa, fazendo um abracadabra bem perverso, que fez com que nossa pequena Sophie derramasse um pouco de seu sangue e escorregasse até o limbo.

— Isso deveria fazer algum sentido, Damon? - o Salvatore mais novo indaga, genuinamente confuso.

— Por um instante ridiculamente longo, eu achei que não conseguiríamos trazê-la de volta - o rapaz de olhos azuis continua, encarando Sophie com uma expressão dolorida. - Felizmente Bonnie conseguiu resgatá-la, no fim das contas - completa, bebendo um longo gole de seu Bourbon.

— Ainda estou confusa - a vampira Original confessa, colocando-se ao lado do namorado.

— Desculpe, mas a edição simples para loiras ainda não foi publicada. Foi mal, cunhadinha!

— Damon! - Sophie exclama, lançando na direção dele o primeiro livro em que conseguiu por as mãos.

— Achamos que Esther usou o sangue de Sophie para ligá-la a algum feitiço poderoso, que acabou drenando uma parte de sua força vital - Elijah explica, sem dar atenção às caretas que Sophie e Damon faziam um para o outro. - Essa ligação, aparentemente, absorveu também qualquer benefício que a mágica por trás do sangue de vampiro tenha oferecido, o que fez com que velhos ferimentos voltassem a se abrir - o Original continua, parecendo ainda mais desconfortável. - A bruxa Bennett teve muito trabalho para manter o corpo de Soph estável tempo bastante para que ela estivesse pronta para despertar.

Nos momentos que se seguiram, Sophie pode sentir todos os olhares fixos nela. Odiava ser o centro das atenções e motivo de pena alheia. Aquilo a deixava parecendo a pobre garotinha rica que não tinha mãe, aquela cujos coleguinhas de turma cochichavam pelos cantos quando achavam que ela não podia ver ou ouvir. Mas não era mais uma criança assustada. Aprendera a ser forte e corajosa e não aceitaria que a vissem como uma boneca de porcelana, daquelas que se quebram facilmente!

— Agradeceria muito se parassem de me olhar como se eu fosse um filhote que caiu do caminhão de mudança - diz ela, emburrada e de braços cruzados. - Aliás, acho melhor subir e tomar um banho decente - completa, virando-se para as escadas e subindo a passos duros.

— Talvez eu devesse conversar com ela - Elijah sugere, logo após ouvir a porta do quarto fechando com um estrondo.

— Apenas conversar, deixemos bem explicado! - Damon responde, encarando seriamente o vampiro Original. - Mantenha suas mãos bobas bem longe daquele corpinho, ok? - o moreno continua, sem se deixar intimidar pelo olhar ameaçador do outro. - Minha casa, minhas regras! - completa, mostrando seu sorriso torto tão característico.

O vampiro de olhos castanhos inspirou profundamente antes de dar as costas ao Salvatore mais velho e subir as escadas. Ao alcançar a porta do quarto de Sophie, deu duas leves batidas e entrou, deparando-se outra vez com a garota vestindo apenas a lingerie.

— Sophie, eu... - ele começa, sem desviar o olhar. - Está tudo bem?

— Por que todos me perguntam se estou bem? - a loira responde, brava. - Não sou feita de cristal, sabia?

— Eu sei! Você é uma Salvatore, do tipo que não desiste e que não se entrega enquanto houver um mínimo de chance - diz ele, aproximando-se e envolvendo a cintura dela num abraço. - Você é minha noiva, a mulher que eu amo, e isso a deixa ainda mais forte e determinada! Mas é humana, e todos temos medo de perdê-la - continua, mergulhando no olhar dela. - O que seria de mim sem você, gatinha brava?

— Prefiro não descobrir - Soph responde, puxando-o para um beijo intenso. - Fica comigo?

— Nós... Não dev...

— Eu preciso de você, Elijah... Por favor? - a loira murmura, mordendo o lábio dele enquanto desabotoava a camisa manchada.

— Damon me proibiu de tocar em você sob o teto dele – Elijah responde, com um sorriso quase tímido, vendo-a franzir o cenho em desgosto. – Sou um homem de palavra.

— Você pode ter dado sua palavra a ele, mas eu não dei a minha – ela rebate, tirando a camisa dele enquanto voltava a beijá-lo.

Num piscar de olhos o moreno pegou a garota no colo, sentindo a loira prender as pernas em volta de sua cintura em seguida. Um segundo depois, eles estavam sobre a cama da garota, com Sophie puxando levemente os cabelos de Elijah, enquanto as mãos dele subiam pelas coxas dela em direção à cintura.

— Me parte o coração saber que minhas instruções são desprezadas com tamanha cara de pau – diz Damon, escancarando a porta do quarto e parando junto ao batente. – Esperava mais de você Mister Ternos Chiques! – completa, cruzando os braços.

— Pra alguém que enfiou uma estaca de madeira no meu estômago da primeira vez que me viu, você se preocupa demais com a minha honra e virtude, Damon! – Sophie resmunga, fazendo careta para ele enquanto voltava a sentar-se na cama, seguida pelo Original.

— Não estou realmente preocupado com quem você beija ou deixa de beijar, sua tampinha. Mas temos assuntos um pouco mais urgentes no momento. Parece que nossa Barbie vampira sumiu, Bonnie acabou de ligar perguntando se sabíamos do paradeiro de Caroline. Se ela não está de olho nos Gilbert e nem com Klaus, significa que agora temos dois bichinhos perdidos! - continua, estendendo a camisa para o vampiro Original. - Sugiro que se apressem, temos uma reunião importante - completa, deixando-os a sós em seguida.

*********

Mikael já não aguentava mais ouvir aqueles aparelhos idiotas vibrando e tocando sobre a mesa de Alaric. Desde que chegara àquela sala de aula com a vampira desacordada, os celulares tocavam e vibravam, avisando sobre novos SMS's e chamadas não atendidas. Em alguns momentos, ele se sentiu tentado a atender uma ou outra ligação, principalmente se os nomes "Klaus" ou "Soph" apareciam na tela. O mesmo acontecia quando ele podia vislumbrar "Damon" escrito na tela do celular do professor de história.

Mas o antigo vampiro não pretendia dar-lhes esse gostinho tão cedo. Deixaria que eles se preocupassem um pouquinho mais. Daria a todos eles o sabor amargo e enjoativo da angústia, com uma pitadinha de medo e raiva, servidos numa taça cristalina de sentimento de total incapacidade.

Sentada à sua frente, Caroline parecia estar recobrando a consciência. A loira sentia-se zonza, como se estivesse imersa em uma espessa neblina cinzenta. A cabeça parecia pesar uma tonelada, e os sentidos, normalmente tão aguçados, não estavam lhe servindo para nada.

Pouco a pouco, as coisas ao seu redor se tornavam mais nítidas, como o som longínquo de seu celular vibrando. Aquele barulhinho quase insignificante fez sua mente voltar-se rapidamente para uma pessoa: Klaus. Care não sabia dizer quanto tempo havia se passado desde a última vez que ouvira aquele ruído, mas fora por causa do híbrido que o ouvira.

"Bom dia, meu amor. Espero ansioso pelo momento em que seu turno de babá termine para que possa tê-la novamente em meus braços. Com amor, K." Fora com essas palavras que Caroline acordara, após uma noite de vigília na casa de Elena. Lembrava-se do sorriso que se abriu em seu rosto após lê-las uma... Duas... Dez vezes. Com algum esforço, podia recordar de que estava prestes a responder quando ouviu o som da campainha. Do momento em que abriu a porta até então, o mundo parecia completamente borrado.

— Klaus? - a loira murmura, tentando focalizar o que se encontrava à sua frente. A cabeça ainda parecia girar, e tinha a nítida impressão de que algo queimava a pele de seus pulsos e tornozelos. - Onde estou?

— Vejo que a donzela em perigo finalmente acordou de seu sono de beleza, embora... Permita-me dizer... Não tenha surtido muito efeito. Você está péssima!

— Alaric? - Caroline indaga, enfim conseguindo focalizá-lo. - O que aconteceu? O que está fazendo?

— Minha pobre e doce garotinha, não sou seu amigo professor. Nem poderia ser, afinal nunca tive muita paciência com crianças fracas e choronas, sabe? - o vampiro responde, olhando bem para o rosto dela. - Parece que ainda não descobriu com quem está lidando. É uma pena, realmente. Talvez isso - diz ele, cravando uma estaca em seu estômago e fazendo-a gritar de dor - faça sua memória refrescar um pouco.

— Mikael? - a vampira sussurra, tentando recuperar o fôlego. - Mas... Como é possível? Seu corpo virou cinzas, Sophie empalou você!

— Não posso discordar disso - ele responde, puxando uma cadeira e sentando-se de frente para ela. - A sensação de ter seu coração rasgado ao meio e as chamas devorando seu próprio corpo não são das mais fáceis de esquecer, sabe? Felizmente para mim - Mikael continua, com um sorriso -, pretendo dar essa mesma dor àqueles que, aparentemente, lhe são mais caros: meu filho bastardo e sua melhor amiga!

— Não pode machucá-los! O carvalho branco se foi, e Elijah nunca deixaria você se aproximar o bastante de Soph para tocar num só fio de cabelo dela - Caroline responde, encarando-o seriamente. - Você não pode vencê-los, já devia ter aprendido isso.

— É por essa razão, minha cara, que você está aqui! Com você em meu poder, deixo Niklaus e a bela Sophie atordoados demais para calcularem os riscos - diz o vampiro milenar, com um sorriso charmoso no rosto. - É meio óbvio que eles não virão sozinhos, mas não me importo em arrancar mais alguns corações. Até o final do dia, minha querida, nenhum deles estará vivo!

*********

Sophie podia ouvir o falatório e a agitação dentro da mansão antes mesmo das portas da frente se abrirem, mas no momento em que entrou na grande sala de estar, as vozes silenciaram.

— Alguém morreu? - ela indaga, encarando cada um dos rostos que se voltavam para ela. - Alguém quer me dizer o que está acontecendo?

— Você está bem, está viva mia principessa! - a voz de Kol sussurrava em seu ouvido, enquanto os braços dele a envolviam num abraço apertado. - Rebekah nos contou o que houve com você - o mais novo dos Mikaelson continua -, e digo que você quase matou um cara morto de susto, sabia? - ele completa, afrouxando o abraço e beijando-a no rosto.

— Não tive muita escolha ao quase morrer, mas me desculpe mesmo assim pelo susto - a garota responde com um sorriso, beijando-o na bochecha em seguida.

— Bem vinda de volta Sophie - era a vez de Klaus puxá-la para um abraço, ao qual ela retribuiu com força, pois sabia o quanto ele estava preocupado com Caroline.

— Alguma notícia da Care? - a garota Salvatore questiona ao se afastar. - Ou do Ric?

— Bonnie está trabalhando nisso - diz Stefan, indicando o escritório dos Mikaelson com a cabeça. - Damon acabou de trazê-la.

— E o que fazemos enquanto isso? Sentamos e esperamos? - Sophie retruca, sentindo a preocupação borbulhar em seu peito. - E quanto a Esther, sabemos de alguma coisa?

— A garota Bennett só precisa de alguns minutos, logo... - começa Elijah, sendo interrompido pelo celular da noiva.

— É ela - a garota afirma, surpresa e aliviada. - Por todos os deuses, Caroline! Onde você está? Quase nos m...

— Minha doce e adorada lady Sophie - a voz do outro lado da linha a interrompe, fazendo seu sangue gelar. - Sinceramente, senti falta de ouvir sua voz, embora seus olhos verdes tenham me assombrado por algum tempo após meu corpo ter virado cinzas - ele continua, parecendo se divertir. - Estou ansioso para reencontrá-la, assim como ao seu amigo Niklaus. Poderiam fazer a gentileza de virem me encontrar?

— Mikael!


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