Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 45
Capítulo 45 - O Despertar Da Feiticeira


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas!

Capítulo fresquinho pro'ceis, com a chegada de uma pessoa bastante aguardada por alguns... :)



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A viagem de volta à Mystic Falls fora perturbadoramente silenciosa. Por mais que Damon tenha tentado “quebrar o gelo” algumas vezes, contando alguma piadinha ou fazendo um de seus famosos comentários irônicos, nada daquilo pareceu surtir efeito. Bonnie se limitava a encarar a paisagem que passava por sua janela, enquanto Abby se mantinha de olhos fechados, como se quisesse fugir de qualquer olhar reprovador ou acusatório que algum dos outros dois pudesse lhe lançar. Ainda se sentia meio sem chão por rever a filha depois de tantos anos afastada.

Quando a placa de boas vindas da cidade finalmente apareceu à frente, o vampiro não pode conter um suspiro de alívio, afinal, estava quase se sentindo deprimido com aquela situação. E bem, ficava no quase porque ele era Damon Salvatore, certo? Jamais se deixaria abalar por coisas tão humanas... Ou era assim que ele gostava de pensar, ao menos.

– Quer passar em algum lugar antes, ou podemos ir direto àquela casa cheia de espíritos mal humorados? – Damon questiona com um sorriso, voltando sua atenção para Bonnie.

– Quanto antes terminarmos com isso, melhor... – diz ela, encarando a mãe através do retrovisor por apenas alguns segundos.

– Tudo bem – ele responde, com um suspiro. – Caixão misterioso... aqui vamos nós – completa, pisando mais fundo no acelerador.

Foram necessários mais alguns minutos para chegarem à velha casa, e quando finalmente a fachada parcialmente arruinada entrou no campo de visão dos três, nenhum deles parecia realmente confortável em estar ali.

– Chegamos – Damon murmura, desprendendo o cinto de segurança e saindo do carro em seguida.

– Alguém esteve aqui – Bonnie cochicha mais para si mesma do que para os outros. – Conseguem sentir? Parece que há alguma agitação no ar...

– Não tenho super poderes, bruxinha! A única coisa que sinto é um enorme rancor dessas bruxas velhas – o vampiro responde, cruzando os braços ao se recostar sob o capô do carro.

– Como pode ter rancor de pessoas que você nem mesmo conheceu? – Abby pergunta parecendo confusa, falando pela primeira vez desde que saíra de sua casa.

– Elas tentaram me fritar, tenho esse direito! – responde Damon, bufando irritado.

– Ok, não está mais aqui quem perguntou... – diz ela, erguendo as mãos em sinal de rendição. – Está preparada para isso, Bonnie? – questiona, encarando a garota que permanecia muito séria.

– E isso agora te importa? – a garota retruca zangada, apanhando a mochila que trouxera e tomando a dianteira, seguindo para a entrada da casa. – Você não vem? – pergunta a Damon, que não movera um músculo sequer para acompanhá-la.

– Não – ele responde simplesmente, dando de ombros. – Prefiro me manter bem distantes dessas defuntas recalcadas! Aposto que é tudo inveja do meu belo par de olhos azuis... – completa, com um sorriso convencido.

– Como quiser! – diz Bonnie girando os olhos, mas sem conseguir conter um sorriso divertido. Seguiu para o interior da casa no instante seguinte, sendo acompanhada de perto por Abby.

Os degraus gastos rangeram de forma sinistra quando mãe e filha desceram até o porão, local que abrigava o caixão que haviam pego na mansão de Klaus. Abby encarava o objeto de madeira escura levemente espantada. Fora advertida do que se tratava, mas vê-lo com seus próprios olhos ainda lhe causava um estranho arrepio.

Após tentarem mais uma vez abri-lo da maneira mais simples, com as mãos e um bocadinho de força, puseram-se a trabalhar para abri-lo de outro modo. Enquanto a mulher espalhava algumas velas em volta do caixão, a garota folheava o grimório em busca do feitiço que tentariam conjurar.

Com tudo pronto, elas se colocaram lado a lado, dando as mãos em seguida. À luz das chamas das velas, que pareciam dançar e lançavam formas estranhas pelas paredes escuras, Bonnie e Abby se puseram a murmurar palavras que não poderiam ser entendidas por uma pessoa comum.

Passado algum tempo, um ruído alto vindo da direção do caixão se espalhou pelo porão. Mesmo temerosa, a bruxinha se aproximou e tentou mais uma vez abri-lo, enfim conseguindo algum progresso. Mas ao erguer a tampa pesada, uma luz muito forte preencheu o lugar, fazendo ambas levarem as mãos ao rosto e caírem de joelhos no chão, perdendo momentaneamente a consciência de onde estavam.

Do lado de fora, Damon também pode ouvir o som de algo se partindo, e no momento em que chegava à entrada da casa, uma luz forte o cegou, fazendo-o sentir como se estivesse frente a frente com o Sol, tamanha a dor que se espalhara por seu corpo.

Sem fôlego, ele se deixou cair de encontro ao chão, a luz branca sendo substituída rapidamente pela escuridão.

**********

Após a ligação que recebera de Elijah, fora muito difícil para Rebekah manter Stefan sossegado onde estava. Ao descobrir que Finn poderia estar a caminho, a primeira reação dele foi dizer que precisavam encontrar Sophie e trazê-la para a segurança da mansão. Foi preciso a garota dizer que estava na companhia de Kol para que o rapaz ficasse minimamente aliviado.

Ainda assim, Stefan enviava sms’s para a prima de cinco em cinco minutos, e recebia a cada nova resposta uma careta diferente, que fazia Rebekah explodir em gargalhadas ao seu lado.

– Ela está segura Stef, pare de chateá-la – diz a loira, empurrando o livro para ele. – Vamos nos concentrar e terminar logo esse bendito trabalho, ok?

– Não me importo se ela está com Kol ou com o Homem de Ferro, prefiro tê-la ao meu lado para ter certeza de que está bem! – ele resmunga, largando o livro sobre a mesinha de centro e cruzando os braços como uma criança emburrada.

– Você fica bonitinho fazendo bico...

– Não estou fazendo nada!

– Certo, vamos fingir que acredito nisso, ok? – Rebekah responde com um sorriso. – Agora... que tal desamarrar esse burro e voltar ao que estávamos fazendo?

– Hm... Parece que terei de tomar alguma providência para que acredite em mim, Srta. Mikaelson – diz ele seriamente, fazendo a garota suspender a respiração por alguns instantes. – Vejamos se meus métodos de persuasão ainda são eficazes... – continua, tirando o livro das mãos de Rebekah e aproximando seu rosto do dela. – Então – diz ele, que já podia sentir a respiração dela contra sua pele, - ainda acha que estou emburrado?

– Você... O quê? – ela sussurra desconsertada, tentando voltar a pensar normalmente.

– É... acho que ainda funciona – o rapaz responde com um sorriso, unindo seus lábios aos dela em seguida.

– Isso foi jogo sujo, Sr. Salvatore – a vampira murmura alguns instantes depois. – Você merece ser duramente castigado – completa, puxando-o pelo colarinho da camisa para mais perto dela e beijando-o com fervor.

Eles só voltaram a se separar, mesmo que meio a contra gosto, quando o celular da loira começou a tocar sobre a mesinha de centro, sendo prontamente seguido pelo aparelho dele. Ainda sorrindo, ela apanhou o aparelho e atendeu a ligação:

– Elijah...

– Algum sinal do Finn? – ele questiona, sem nem mesmo cumprimentá-la.

– Na verdade não, ainda estamos na mansão Salvatore – a garota responde, temendo algum tipo de represália.

– Rebekah – diz Stefan, que acabara de receber uma ligação de Caroline, - precisamos ir. Soph está com problemas! – completa, explicando rapidamente o que acontecera.

– Nos encontre no Mystic Grill o mais rápido possível irmão – Rebekah diz a Elijah logo em seguida, e pode notar pela mudança na respiração dele que ficara ainda mais tenso. – Encontramos Finn.

*********

Caroline, como os amigos, passara boa parte da manhã do domingo entretida com o trabalho de literatura. Matt só trabalharia mais tarde, então era o único momento que teriam para se reunir e trabalhar no capítulo que teriam de reescrever.

Quando o rapaz saiu para ir até o Mystic Grill, ainda faltava uma página para a conclusão do trabalho deles, e mesmo que preferisse a liberdade de um passeio ou horas de conversa à toa com os amigos, a garota se empenhou para se livrar logo daquilo.

Estava imprimindo três cópias do arquivo – só por precaução, certo? – quando o toque do celular chamou sua atenção. Era seu pai, convidando-a para almoçar com ele e o companheiro na cidade vizinha. Apesar de adorar a companhia de ambos, Caroline ainda tentou argumentar dizendo que já estava perto do meio dia e que demoraria no mínimo uma hora para chegar, mas Bill Forbes não lhe deu ouvidos e disse que esperariam mesmo assim.

Sem muitas opções, a loira apenas assentiu e disse que iria o mais rápido possível.

Foi na companhia do pai e do namorado dele que Caroline passou a tarde, conversando animadamente sobre os mais diversos assuntos. Era engraçado como conseguia se sentir tão à vontade na presença dos dois, mesmo que tivesse achado a ideia da união homossexual do pai um tanto estranha no início.

Apenas quando haviam lhe perguntado sobre os garotos de Mystic Falls e se ela tinha algum pretendente em vista, foi que a garota não soube bem o que responder. Seu primeiro impulso era de dizer que estava muito bem sem precisar lidar com os sentimentos confusos que envolvem estar apaixonada por alguém. Mas antes que pudesse colocar os pensamentos em palavras, o sorriso de Klaus invadiu suas lembranças, deixando-a momentaneamente sem voz. Bill deve ter percebido algo, pois no segundo seguinte abriu um largo sorriso e soltou um “sabia que havia algo por trás dessa luminosidade em seu sorriso!”, o que fez a eterna “Miss Mystic Falls” corar.

Já começava a anoitecer quando Caroline pegou a estrada para voltar para casa. Por sorte, a viagem fora tranquila e logo ela podia avistar a placa de “boas vindas” da cidade.

Apesar de estar cansada e seu corpo clamar por um bom banho quente e uma cama confortável, a garota mudou de planos ao avistar Sophie e Kol em frente ao Mystic Grill. Poderia ter apenas acenado e ido direto para casa, não fosse a expressão de dor e pânico no rosto da amiga.

A vampira estacionou o carro de qualquer maneira e apanhou o celular, discando rapidamente para Stefan. Após pedir para que ele viesse ao seu encontro o mais rápido possível, ela correu até onde os outros estavam, avistando Finn e outro rapazinho caído aos seus pés há apenas alguns metros de distância.

E se por um instante Caroline vira Sophie empalidecer, parecendo que ia desmaiar, e Kol se colocar próximo o suficiente para ampará-la se ela caísse, no momento seguinte a garota pareceu explodir em fúria e se lançou na direção do outro Original, que permanecia observando sorridente o desenrolar da cena.

– Seu filho da mãe! – gritava Sophie histérica, sem se importar de chamariam a atenção ou não. – O que você fez seu bastardinho? O que você fez? – completa esmurrando o peito de Finn, que parecia não se importar com os tapas que recebia.

– Estou apenas devolvendo a dor que você e meus amados irmãos infligiram a mim, já que não posso tocar em você bonitinha – ele responde com simplicidade, sem se dar ao trabalho de buscar uma outra justificativa que soasse menos vingativa.

– Soph, acalme-se! – pede Kol, agarrando-a pela cintura e afastando a garota de seu irmão antes que ele resolvesse revidar.

– Me acalmar? Você viu o que ele fez! Sam era meu melhor amigo, nos conhecemos desde sempre, e... E o que vou dizer para o meu avô? E para Anabeth? – diz ela, sussurrando a última frase. – Que o neto dela morreu por culpa minha? - e nesse momento a garota já não lutava mais, o rosto molhado pelas lágrimas que caíam rapidamente, largando-se nos braços do rapaz que a amparou sem dificuldade alguma.

*******

Após falar com Rebekah, Elijah correu o mais rápido que pode para o centro da cidade, afinal, havia alguns bons quilômetros separando o lugar onde ele e Klaus se encontravam de onde ficava o Mystic Grill. Durante todo o percurso, as lembranças de Sofia ensanguentada e sem vida o atormentaram, sendo substituídas rapidamente por uma visão muito parecida onde, ao invés de amparar a ex-noiva, ele segurava Sophie em seus braços, o rosto pálido e gélido, o coração silencioso pela eternidade...

O Original só percebeu que havia parado de correr quando Klaus tocou seu ombro, tirando-o daquele torpor. Estava tão enredado em seu mar de dor que ficara completamente imóvel, apenas sentindo o coração se partir em milhares de pedaços enquanto aquelas visões o atingiam sem dó.

– Você está bem? – o híbrido questiona, desconfiado. – Aconteceu alguma coisa?

– Não, nada – Elijah responde simplesmente sem encará-lo, após alguns instantes em que lutou para enterrar mais uma vez aquelas lembranças.

Foram necessários apenas alguns minutos para que as luzes do centro da cidade entrassem no campo de visão deles, e pouco depois, a fachada do bar e restaurante se erguia de maneira imponente – se comparada aos prédios mais próximos, logicamente. Mas para confusão deles, não avistaram ninguém ali à frente.

Após diminuírem o passo, conseguiram avistar as pessoas que procuravam na pracinha que ficava ali próxima ao Mystic Grill. Sophie parecia chorar abraçada à Caroline, enquanto Kol, um pouco mais distante, velava o que pareciam ser dois corpos sem vida.

Elijah reduziu a distância que ainda os separava num piscar de olhos, aproximando-se das garotas preocupado.

– Caroline... Soph... O que houve? – ele questiona, olhando de uma para outra à espera de uma resposta. – Hey – continua, afagando os cabelos da garota que ainda soluçava baixinho, - não posso ajudar se não me disser o que aconteceu...

Sem dizer nada, Sophie apenas se desvencilhou dos braços da amiga e se agarrou a Elijah, pegando-o desprevenido. “É minha culpa, não é?” ela se limitou a sussurrar, antes de enterrar o rosto no peito dele. Confuso, ele apenas a abraçou, dando o tempo necessário para que ela se sentisse confortável para dizer mais alguma coisa.

– Kol deu um jeitinho para que Finn não sumisse mais uma vez – diz Klaus, ao se aproximar. – E aquele outro era amigo de infância da Soph. Parece que quebrar o pescoço do jovem Sam foi a única maneira quem nosso irmão encontrou de nos atingir.

– E o que pretende fazer? – Elijah questiona.

– Devolvê-lo ao caixão, já que não sabe se comportar. Ah, Rebekah! E... Stefan – diz o híbrido, ao vê-los se aproximando. – Bom ver a família toda reunida outra vez. Nos acompanham de volta à mansão? – ele pergunta, encarando Caroline por alguns segundos, como que para incluí-la no convite. – Vamos levar Finn e Sam para lá, e depois decidir o que fazer com o corpo do garoto.

– Quem é Sam? – Rebekah indaga, confusa.

– Te explico no caminho – responde Kol, que se aproximara carregando o rapaz.

– Este deve ser o Sam... – diz ela num sussurro. – Bem, podemos levá-lo no carro, não acha Stefan? Assim não corremos risco de chamar a atenção – ela sugere, olhando com uma carinha pidona para o rapaz.

– Bem, posso levar a Soph até lá no meu carro, e vocês também... se quiserem – diz Caroline, fazendo sinal para os irmãos Mikaelson.

– Viemos de moto, voltarei assim – responde Kol, com um sorriso fraco. – Mas nos vemos na mansão – completa, largando o corpo de Sam no porta-malas e dirigindo-se até onde deixara sua moto.

***********

Pouco mais de quinze minutos depois, estavam todos reunidos na sala principal da mansão Mikaelson. Klaus já estava com uma das adagas de prata nas mãos para empalar Finn, quando o som de uma porta de se abrindo chamou a atenção de todos, já que não esperavam mais ninguém ali àquela hora da noite.

Ao se voltarem para a porta que levava ao grande escritório, depararam-se com uma mulher de vestes que pareciam ser do século passado e com os longos cabelos loiros presos numa trança frouxa.

Rebekah, Kol, Klaus e Elijah a encaravam como se estivessem vendo uma assombração, e por alguns instantes, pareceram esquecer até mesmo de que deveriam respirar.

– Como vão, meus filhos?


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Notas finais do capítulo

Coments, please?

xoxo