Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 11
Capítulo 11 - A última joia da família, parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hello people!
Desculpem a demora pra postar, mas meu cérebro não quis colaborar comigo, e simplesmente não conseguia escrever.
Mas enfim consegui terminar o capítulo.
Este também será em primeira pessoa, e será sob o ponto de vista de uma nova personagem, a Sophie. *-*
PS: Esse capítulo era pra ser um tipo de introdução da personagem nova, mas como viajei muito na hora de escrever, ele ficou bem maior que o normal, então será postado em duas partes.
Divirtam-se! =)



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* Sophie *

Duas semanas de férias em Torino me parece um sonho. Quase não acreditei quando vovô apareceu em meu quarto com as passagens para a Itália, poucas horas depois de eu ter feito o pedido a ele. Francesco disse, com um largo sorriso nos lábios, para eu me divertir e tomar cuidado, e desejou-me sorte em minha busca pela antiga propriedade dos Salvatore em Torino, cuja existência descobrimos muito recentemente. Disse também que minha mãe teria orgulho de ver a garota que me tornei.

Nunca conheci minha mãe. Ela morreu logo após o parto, e tudo que sei sobre ela, descobri lendo o diário que ela escreveu durante a gravidez, e com meu avô.

Lorena tinha 19 anos quando engravidou, e foi largada pelo namorado logo após descobrir que eu estava a caminho. Isso a abateu muito. Ela, que sempre havia sido uma garota alegre e de bem com a vida, passou a ficar trancada no quarto, chorando por dias seguidos. Meu avô fez tudo ao seu alcance para ajudá-la, mas nada parecia surtir efeito.

No dia em que a gestação completou 6 meses, ela acordou aos gritos e foi até o pai, dizendo coisas sem sentido sobre uma garota que lhe assombrara os sonhos.

Quando procurei por isso no diário de Lorena, encontrei a seguinte anotação:

Acordei angustiada após um sonho que me pareceu real demais. No sonho, uma menina linda sentava-se à beira de minha cama. Suas roupas estavam sujas de sangue, e seu olhar trazia uma dor tão grande que fez meu coração apertar. Sua face estava banhada em lágrimas, e enquanto afagava meu rosto, ela disse num sussurro: ‘Me ajude, preciso salvá-los! ’ Quando reencontrei minha voz e perguntei de que maneira poderia ajudá-la, a menina pôs suas mãos em minha barriga redonda e disse baixinho: ‘Preciso dela. ’ Essa simples frase me encheu de terror, ela não tiraria meu bebê de mim. Afastei suas mãos de minha barriga o mais rápido que pude, gritando para que ela fosse embora. E num piscar de olhos, ela sumiu.”

Minha mãe mencionou esses sonhos durante 1 mês, e a cada dia, parecia mais assustada. As coisas pareceram mudar quando a gestação completou 7 meses, pois Lorena escreveu o seguinte:

“Ela me visitou novamente esta noite, e pela primeira vez, me explicou tudo. Ela pode salvá-los, e só precisa do meu ‘sim’ para isso.”

Então, no dia em que completou 8 meses, poucas horas antes de dar a luz, ela escreveu:

“Eu aceitei seu pedido, e pela primeira vez, vi um leve sorriso dançar em seus lábios. E então ela se foi. Adeus, menina Sofia. E olá, pequena Sophie. Espero que minhas escolhas não tenham te condenado ao sofrimento. Amo você.”

Poucas horas depois de meu nascimento prematuro, ela faleceu, vítima de complicações do parto. Desde então, somos eu e meu avô.

Francesco é mais que um avô amoroso, ele é praticamente meu anjo da guarda.
Ele sempre esteve ao meu lado, nos bons e nos maus momentos, como em minha primeira apresentação de teatro na escola, ou quando meus colegas chamavam minha mãe de louca logo após eu lhes contar sobre os sonhos que ela teve durante a gravidez. Além disso, fez tudo o possível para me dar uma ótima educação, pois sempre estudei nas melhores escolas, e sempre esteve preocupado com minha felicidade e bem estar, me mimando em diversos momentos. Ele também depositava total confiança em mim. No ano passado, ele permitiu que eu viajasse para o Brasil sozinha, com apenas 16 anos. Eu até insisti para que ele me acompanhasse, mas ele se disse velho demais para isso. Posso dizer que foram 8 dias incríveis, e que os brasileiros são extremamente acolhedores.

A ideia para a viagem à Itália surgiu após eu sonhar com um antigo castelo medieval há alguns dias atrás, onde se realizava um baile em que as pessoas conversavam em italiano. Conversando com meu avô sobre isso, descobri que nossa família é originária de Torino. Depois de uma rápida pesquisa na internet, a boa notícia: Torino era repleta de magníficos castelos esperando para serem visitados.

Quando fiz o pedido da viagem a Francesco, ele me olhou desconfiado e perguntou se não era apenas um plano para fugir com algum namoradinho. Tive de rir dessa suposição dele, afinal, desde quando eu tinha algum namoradinho? A maioria dos garotos passava longe de mim. Eles queriam garotas que se arrastassem aos seus pés, e eu nunca fiz esse tipo. O único garoto com quem em meu dava bem era Sam, meu melhor amigo e neto de nossa governanta, a Sra. Annabeth. Acho que isso se deve ao fato de termos crescido juntos e de nos entendermos bem, como irmãos.

Enfim, voltando à viagem, vovô não me surpreendeu apenas com as passagens, mas também com a reserva em um dos melhores hotéis de Torino e com uma pasta com documentos antigos que ele conseguiu reunir sobre a propriedade da família.

Assim, 2 dias depois, no alto dos meus 17 anos, embarquei em mais uma viagem solo. Meu estômago parecia repleto de borboletas, tamanha a minha ansiedade. Longas horas depois, desembarquei em terras italianas.

Segui do aeroporto direto para o hotel, afinal, já estava escurecendo e eu precisava urgentemente de um banho e de longas horas de sono num colchão confortável.

Pela manhã, já refeita da viagem e depois de tomar um delicioso café da manhã, me pus a caminho da principal biblioteca da cidade, em busca de informações sobre os castelos da região e também sobre a antiga propriedade dos Salvatore e seus moradores.

Após pouco mais de 1 hora de pesquisa, descobri que a tal fazenda foi adquirida por volta de 1359 por Armando Salvatore, sendo utilizada somente como propriedade de verão até o ano de 1441, quando Genaro Salvatore mudou-se para a cidade com a esposa e os filhos. A partir daí, foi usada como residência principal e passada de pai para filho.

Outra descoberta interessante, além do fato de perceber que o sobrenome da família ainda tem grande peso por aqui, foi a imagem de um antigo castelo localizado a pouco mais de 12 km da propriedade de minha família, e que me pareceu estranhamente familiar. A legenda da imagem informava que a propriedade pertencera a uma importante família inglesa, e que o local não era habitado regularmente há muitos séculos. Fiz uma cópia da imagem e guardei comigo, tentaria conhecer o tal castelo durante meus dias em Torino.

Após o almoço, em que tive a oportunidade de degustar um saboroso “Agnolotti”, uma massa recheada com 4 tipos diferentes de carne, servida na manteiga e parmesão, e de agradecer aos deuses por minha genética impecável não me permitir engordar, aluguei um carro e me dirigi à propriedade dos Salvatore. Pouco mais de 30 km depois, parei em frente à entrada. Desembarquei do carro, o tranquei, e fui em direção aos velhos portões. Ao tocá-los, senti uma forte sensação de déjà vu, como se eu pertencesse àquele lugar.

Segui pelo caminho de pedras, admirada com o estado da propriedade. Apesar de estar abandonada há tantos anos, a natureza não se tornou “rebelde”. O caminho estava limpo, o bosque verdejante, tudo em seu devido lugar. Perto da casa as coisas estavam um pouco diferentes, a grama alta e os canteiros de flores estavam repletos de ervas daninhas, e as paredes externas da casa estavam tomadas por plantas trepadeiras, dando uma aparência um pouco sombria ao lugar.

Me aproximei da porta e a abri sem nenhuma dificuldade. Já dentro da casa, pude notar a beleza e o requinte dos móveis e objetos, mesmo com a grossa camada de poeira deixada pelo tempo.

Subi as escadas que levavam ao andar superior, e ao chegar ao topo, me deparei com um corredor e três portas. Segui até alcançar a porta mais distante. Abri a porta e entrei, me deparando com móveis cobertos por velhos lençóis que devem ter sido brancos um dia. Próximo a janela, algo chamou minha atenção. Me aproximei devagar e retirei o lençol, revelando um belíssimo espelho ricamente decorado com entalhes em sua moldura de madeira escura. Em um rápido vislumbre de minha imagem refletida, pude constatar que estava coberta de pó. Após algumas batidinhas básicas pra me livrar da poeira, voltei a me olhar no espelho, mas não foi a minha imagem que vi refletida ali, mas a de uma garota muito parecida comigo, vestindo um vestido de época azul claro manchado de sangue, e com um doce sorriso nos lábios. Pisquei algumas vezes, e quando voltei a olhar para o espelho, só o que vi foi o meu reflexo. Acho que a poeira secular afetou meu cérebro e me fez ver coisas que não existem. Por via das dúvidas, ajuntei o lençol caído no chão e voltei a jogá-lo por cima do espelho, saindo do quarto logo em seguida.

Após um rápido tour pelos outros quartos, desci as escadas para conhecer os cômodos do andar inferior. Passei pela sala de jantar, cozinha, despensa, e então, encontrei um verdadeiro tesouro: a biblioteca. Quase não acreditei quando vi todos aqueles livros ali, em estantes que chegavam até o teto. Como tiveram coragem de largar tudo dessa maneira? Me aproximei de uma das estantes e puxei um dos livros com cuidado. Depois de espanar boa parte da poeira, pude ver a capa de couro escuro, e nela, o número 1820. Na lombada, havia um “S” desenhado numa letra floreada. Abri o livro com cautela para não correr o risco de estragá-lo, e corri os olhos por uma das páginas. Percebi que o livro era uma espécie de diário, com detalhes do dia-a-dia da fazenda, muito bem organizado e numa letra impecável. Agradeci mentalmente por Francesco ter me ensinado a língua italiana, pois assim eu podia compreender perfeitamente tudo o que estava eternizado no diário.

Ao observar mais atentamente as estantes, percebi que haviam inúmeros exemplares iguais ao que eu tinha em mãos, o que me garantiria horas e horas de viagem pelo passado da família. Mas como tudo que é bom dura pouco, tive de encerrar minha primeira visita, pois a tarde já estava chegando ao fim, e com ela, a luminosidade dentro da casa também.

Fechei o diário e me dirigi à porta da frente, fechando-a com cuidado depois de sair. Após mais uma rápida olhada em direção a casa, segui pelo caminho de pedras de volta ao carro. Embarquei e peguei o caminho para o hotel.

Assim que cheguei, me dirigi à recepção e pedi ao rapaz que conseguisse o contato de uma empresa de limpeza. Cerca de 30 minutos depois, ele ligou para o quarto onde eu estava hospedada e me passou os contatos que tinha conseguido.

Após alguns telefonemas, fechei contrato com uma equipe muito bem conceituada na cidade, que faria o serviço de limpeza da casa e a revitalização do jardim. Dei a eles carta branca quanto às despesas, e pedi que as cortinas e roupas de cama fossem substituídas, mas respeitando os padrões das originais. Fora isso, nada mais sairia da casa, além da sujeira, claro. Pedi ainda que tomassem o máximo de cuidado possível com os livros, documentos e objetos, pois não queria perder nada. Eles me deram uma prazo de 4 dias para realizarem o serviço, ou seja, 4 dias em que eu teria de me manter afastada de um lugar que me pareceu tão acolhedor e familiar.

Depois de tudo acertado, tomei um banho, me vesti e fui em busca de um bom restaurante, afinal, passei a tarde toda sem comer e estava faminta. Após pedir uma boa indicação na recepção, peguei o carro e me dirigi ao restaurante.


*********

Acordei cedo na manhã seguinte com uma nova ideia em mente. Antes mesmo do café da manhã, liguei para o aeroporto e reservei uma passagem no próximo vôo para Roma. Depois, liguei para a recepção e pedi ao rapaz que reservasse um quarto para mim no hotel da rede na capital italiana. Com isso acertado, tomei um bom banho, me vesti e desci para tomar café. Após o café, peguei minhas malas e fui para o aeroporto.

Duas horas e meia depois, eu já estava pisando em solo romano. Saí do aeroporto e fui direto para o hotel, onde deixei as malas e aproveitei para almoçar. Logo depois do almoço, parti para a excursão pela cidade.

Estar em Roma é como se ver dentro do livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown. Em 4 dias, visitei a Piazza Navona, onde pude admirar a “Fonte dos Quatro Rios”, de Bernini; conheci o Capitólio, onde antigamente estavam a Acrópole e o centro religioso, e que hoje em dia, abriga a prefeitura; o Coliseu, o maior anfiteatro de Roma; o Castelo Santo Ângelo e sua ponte decorada com 10 estátuas de anjos, feitas por Bernini; a Catedral de São Pedro, simplesmente magnífica; o Panteão, com seu óculo aberto para o céu; a famosa “Fontana di Trevi”, imortalizada por Anita Ekberg no filme “La Dolce Vita”; a “Villa Borguese”, construída no século XVI, e que hoje abriga um conjunto de obras de Bernini, quadros de Caravaggio, Ticiano, Veronese, Rafael, a Galeria Nacional de Arte Moderna e o Museu da Villa Giulia. Foram dias magníficos, divertidos e extremamente cansativos. Precisarei voltar mais vezes para conhecer o que não tive tempo de visitar. Ao fim do 4º dia, peguei minhas malas e me dirigi ao aeroporto, para embarcar no voo que me levaria de volta a Torino.



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Não sei se ficou à altura, mas foi o que meu cérebro lesado me permitiu fazer. rsrsrsrsrsrs
A segunda parte desse cap eu vou postar na próxima semana, ou quando eu terminar de digitar... o que acontecer primeiro!rsrsrsrs
Ah, e comentem, please!!!!
Bjokas.... :*