Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 10
Capítulo 10 - Cinco Séculos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Alguém aí ansioso pelo novo capítulo?
Bom, vamos começar a 2ª Fase, e esse capítulo é como uma introdução.
Diferente dos outros, esse é em 1ª pessoa, narrado pelo Elijah.
Espero que gostem!



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* Elijah *

“Passei 40 anos adormecido em um caixão, e quando despertei, a dor ainda estava comigo, tão cruel e torturante quanto no dia em que a perdi.

Acordei na Inglaterra, e o que encontrei me deixou ainda mais aflito: Klaus livrou-se de toda a humanidade, desligou-se da dor e dos demais sentimentos. Disse-me que foi a maneira mais fácil de lidar com a perda dela. Agora a única coisa importante para ele era achar um meio de quebrar a maldição que nossa mãe havia lançado sobre ele. Ele já estava de posse da pedra da lua, e agora só restava esperar pelo surgimento da doppelgänger Petrova. Uma moça igual à Tatia.

Perguntei-me algumas vezes que efeitos uma garota como essa poderia ter sobre mim e sobre meu irmão. Será que, tendo amado Tatia no passado, ele poderia religar seus sentimentos e apaixonar-se por ela? E quanto a mim? Seria essa moça capaz de curar as feridas que ainda sangravam em meu coração?

Acredito que não. O amor que eu acreditava sentir por Tatia era uma espécie de feitiço, era quase impossível não gostar dela, admirá-la, cobiçá-la.

Mas o que sinto por Sofia é muito maior do que isso. É uma vontade de proteger, de fazer feliz, de proporcionar-lhe as mais belas coisas desse mundo, de tê-la sempre ao meu lado, vê-la sorrir, tocá-la, acolhê-la num abraço apertado, secar suas lágrimas quando estiver triste, afagar seus cabelos e dizer que vai ficar tudo bem. E torná-la minha pela eternidade.

Não, ninguém será capaz de tomar seu lugar, mesmo que eu jamais possa vê-la novamente. Jurei amá-la para sempre, e se isso significa carregar essa dor pela eternidade, é o que farei. Se é a dor a única coisa que posso levar comigo, vou aceitá-la de bom grado.

Voltei a Torino alguns dias depois de ser despertado por meu irmão para visitar o túmulo dela. E o que vi fez um sorriso brotar em meus lábios. Lá estava ele, forte, verdejante e florido. O pé de azaléias que eu mesmo plantei ao lado de seu túmulo no dia do enterro ainda estava lá, mesmo depois de tantos anos, e parecia sorrir para mim. Até mesmo o perfume das flores era diferente do normal. Lembrava o perfume dela, minha Sofia. Ajoelhei-me ao lado do pé de azaléias e jurei voltar todos os anos para manter essa parte de minha amada, as flores que a acompanharam no dia de nosso noivado, viva pela eternidade.

(...)

Passados 10 anos, a doppelgänger Petrova chegou a nós. Ela havia sido expulsa de seu país de origem, a Bulgária, e tentava recomeçar a vida na Inglaterra. Um dos subordinados de meu irmão, um vampiro chamado Trevor, encontrou-a em Londres e a trouxe até Niklaus.

Me surpreendi muito quando vi Katerina pela primeira vez. Era como ter Tatia à minha frente. E ela parecia causar naqueles ao seu redor o mesmo tipo de fascínio que sua ancestral.

Mas não me fascinava. Não mais. Há muito tempo que a beleza das Petrova tinha perdido poder sobre mim. E pelo que vi, Também não fazia efeito sobre Klaus. Ele não dava a mínima importância à vida daquela garota, ela era apenas a chave para quebrar a maldição.

Já eu, via de outro modo. Ela não merecia morrer. Ela era apenas uma menina ainda, como Sofia era quando morreu, e tinha muitas experiências para vivenciar. Era bonita, simpática e uma boa amiga. Sim, me afeiçoei a ela, mas não no sentido romântico. E então busquei alternativas para salvá-la. Eu conhecia algumas das bruxas aliadas a Klaus, e uma delas me deu uma poção que traria Katerina de volta à vida. Mas nem tive tempo de contar a novidade a ela. A maluca simplesmente fugiu, e ainda levou consigo a pedra da lua.

Niklaus ficou possesso. Matou meia dúzia de subordinados assim que descobriu a fuga, e depois veio me cobrar explicações, afinal, se eu queria tanto salvá-la, poderia ter lhe ajudado a fugir. Mas eu jamais o trairia. Jurei a ele que a encontraria e a traria de volta. E ele jurou vingança. Partiu cerca de 1 hora depois rumo à Bulgária e aniquilou toda a família de Katerina.

Depois dessa atitude de Klaus, percebi que tinha perdido meu irmão de vez. Seria praticamente impossível trazer seu lado humano, divertido e amigo de volta.

Sendo assim, parti alguns dias depois para cumprir minha missão. Mas encontrar Katerina se mostrou mais difícil do que poderia imaginar. Por baixo daquele sorriso doce, escondia-se uma mulher ardilosa. Perdi vários séculos nessa caçada.

(...)

Entre minhas idas e vindas atrás da doppelgänger, meu adorado irmão aprontou mais das suas: primeiro, empalou Kol e o trancou em um caixão, pelo simples fato do caçula estar cansado de sua tirania. Para piorar, lançou o caixão ao mar, onde eu não poderia encontrá-lo. Algumas décadas depois, foi a vez de Rebekah sentir a fúria de Niklaus. Pelo que eu soube, ela quis abandoná-lo por amor a um rapaz, e Klaus não permitiu, dando a ela o mesmo destino de Kol e Finn: adaga, caixão e mar. E lembrar que Finn teve esse destino por amar Sage. Ela nos odiava e queria virá-lo contra nós, sua própria família. Klaus me convenceu de que estaria protegendo Finn de si mesmo trancando-o em um caixão, e na época, me pareceu mesmo o certo a se fazer, mas agora, não tenho tanta certeza. Me pergunto se Klaus teria feito o mesmo comigo se ele e Sofia não tivessem se tornado amigos. Provavelmente.

Enfim, após Klaus ter me tirado todos, a única coisa que me restou foi a sede pela vingança. Ele pagaria com a própria vida pelo que fez com minha família. Só seria preciso esperar a oportunidade perfeita.

E enquanto a oportunidade não surgia, aproveitei para cumprir minha promessa mais importante: manter as azaléias vivas.

Viajei a Torino, como fazia todos os anos, e me instalei em nosso castelo. Tudo aqui me trazia lembranças dela. As mais doces lembranças, na verdade. O perfume, o som de seu riso, a sensação de meus lábios tocando os seus, e de tê-la entregue em meus braços. Lembranças dos dias em que pude fazê-la feliz. Dos dias em que ela me fez feliz.

Saí logo cedo em direção ao antigo cemitério, e no caminho, passei em frente a entrada da antiga fazenda dos Salvatore. A propriedade estava vazia a quase 200 anos, desde que Giovanni Salvatore mudou-se para a América com os filhos, Lorenzo e Giuseppe. Perdi a conta de quantas vezes fiz o caminho até a casa principal, apenas para tentar senti-la mais próxima de mim. Estava pronto para repetir esse caminho mais uma vez, mas notei ao longe uma pequena coluna de fumaça ganhando os céus, sinal de que havia alguém na casa. Quem poderia ser? Não me lembro da propriedade ser posta à venda, então, a possibilidade de serem novos moradores era remota. Seriam vândalos? Ou então... algum descendente dos antigos moradores. Seria possível? Será que a família formada pelo pequeno Giuseppe há mais de 500 anos ainda possuía algum descendente vivo? Me senti tentado a ir até a antiga casa e descobrir, mas um telefonema me tirou de meus devaneios.

Atendi a ligação e me surpreendi com a voz que ouvi. Jamais imaginaria que ela pudesse me ligar, Rose Marie, amiga e cúmplice de Trevor na fuga da Katerina. Ela disse-me que havia encontrado algo de meu interesse e queria usá-lo para conseguir o perdão de Klaus. Respondi-lhe que estava na Itália e a veria em 1 ou 2 dias, e desliguei.

Segui meu caminho até o antigo cemitério, e poucos minutos depois, estacionava em frente aos velhos e conhecidos portões. Meus pés refizeram o tão conhecido caminho até o túmulo de Sofia. Parei ao lado da pedra antiga e passei meus dedos sobre o nome quase apagado de minha noiva. Anotei mentalmente que precisava mandar alguém para revitalizar a lápide. Olhei para o lado e vi um pequenino pé de flores já com seus primeiros botões. Eu o havia plantado no ano anterior para dar seguimento às flores, afinal, plantas não são eternas.

Passados alguns minutos, um perfume muito familiar me atingiu. Não poderia vir das flores, pois o vento vinha do sentido contrário. Virei-me em direção a entrada do cemitério, e então a vi. A princípio, achei que fosse minha mente, ou até meu coração, me pregando uma terrível peça. Mas a garota parecia sólida e real demais para ser apenas uma alucinação. Ela vinha em minha direção devagar, olhando ao redor, provavelmente procurando por algo. Meu primeiro impulso foi o de correr até ela e tomá-la em meus braços, mas me refreei. E então eu vi: ela trazia presa ao pulso esquerdo a pulseira que pertenceu a minha mãe, a mesma pulseira que dei a Sofia no dia em que a conheci. Senti meu coração disparar em meu peito, e fui tomado por uma dor sem tamanho. E então ela olhou em minha direção, e por breves segundos, mergulhei na imensidão verde de seu olhar. Disparei para longe dali no mesmo instante, entrei no carro e saí cantando pneus, repetindo para mim mesmo que Sofia estava morta, e que o que eu havia visto não passava de uma dolorosa alucinação. Fui direto para o aeroporto e embarquei no primeiro vôo para a Virgínia, Estados Unidos.

Longas horas depois, parei em frente a um velho casarão. Entrei sem me anunciar e encontrei Rose Maire a minha espera. Ela me fez prometer que perdoaria a ela e ao Trevor, e assim que lhe dei minha palavra, ela me levou pelos corredores até um amplo salão, e lá pude ver o que ela tinha para mim: uma nova doppelgänger Petrova. Fiquei realmente surpreso com o fato, pois acreditava que a linhagem tinha terminado com Katerina. E o melhor: a garota era humana. Eis que a oportunidade de vingança que espero a tantos anos enfim sorriu para mim.

Após acertar minhas contas com Trevor, ouvi ruídos no andar de baixo. Me dirigi à entrada da casa e fui surpreendido por dois garotos que tentavam resgatar a doppelgänger. Após alguns minutos de luta, me vi pendurado na parede com uma parte da escada atravessando meu peito.

Algumas horas mais tarde, já recuperado, entrei em contato com meu bruxos aliados, Jonas Martin e seu filho Luka, e pedi que me dessem a localização da nova doppelgänger, e eis que descubro que ela vive na cidade que hoje chamam de Mystic Falls. Tive de rir do fato, pois parecia que o destino estava me levando de volta para casa.

Piadas do destino à parte, me dirigi à Mystic Falls e encarreguei meus bruxos de ficarem de olho na garota. Numa das tentativas dela de obter respostas sobre Klaus, tive de ir atrás dela e de seus amigos, e livrá-los de alguns capachos de meu irmão. Foi então que olhei atentamente para o rapaz que a estava acompanhando, e o que vi me deixou atordoado: seus olhos tinham o mesmo tom de azul que os olhos dela, de minha Sofia. Disparei para longe dali com os pensamentos fervilhando. Será que o destino seria tão desgraçado ao ponto de colocar um dos descendentes do pequeno Giuseppe no meu caminho? Ou será que, depois de tantos séculos de dor, minha mente enfim tinha sucumbido à loucura?


Alguns dias mais tarde, finalmente consegui falar com a garota, Elena, sem interrupções. Ela concordou em parar de tentar encontrar Klaus e esperar quietinha por ele, e eu prometi que manteria todos aqueles importantes à ela seguros, começando por seu namorado, que estava preso em uma tumba.

Fui até o local que ela me indicou, e me diverti ao ver Katerina presa igual um rato numa gaiola. Ordenei a ela que permanecesse lá dentro até segunda ordem, e ordenei ao garoto, Stefan Salvatore, que saísse da tumba. Sim, o destino me colocou no mesmo caminho que os descendentes do irmão de Sofia. Maldito! Como se perdê-la já não tivesse sido o bastante, tenho agora os irmãos Stefan e Damon sob minha guarda, me fazendo lembrar dela a todo instante. E para me deixar ainda mais perturbado, Stefan tinha os olhos no mesmo tom de verde daqueles que vi no cemitério em Torino.

Mais alguns dias se passaram, e Elena e seus amigos me traíram e empalaram duas vezes nesse meio tempo. Quando, enfim, a garota resolveu tirar a adaga de meu peito, descobri que os bruxos Martin estavam mortos, e que Klaus estava na cidade à procura dela para quebrar a maldição.

Conversamos por algum tempo e retomamos nosso acordo. Expliquei a Elena que a única maneira de matar Klaus era logo após a maldição ser quebrada, quando ele estivesse mais vulnerável, e que ela precisaria morrer para que isso acontecesse. Ela concordou em me ajudar e, em troca, lhe ofereci a poção que era para ser de Katerina.

Infelizmente, para ela, no dia em que a maldição seria quebrada e que eu, enfim, teria minha vingança, o amigo de Elena, o explosivo e impulsivo Damon, resolveu dar a ela seu sangue, anulando o poder que minha poção teria de trazê-la de volta à vida.

Mais tarde naquela noite, após Elena ter sido levada por meu irmão, me reuni a Stefan e Bonnie, a amiga bruxa de Elena, que detinha um grande poder, e juntos, fomos até o local onde a maldição seria quebrada. O plano era bem simples: deixaríamos que Klaus quebrasse a maldição, e no momento em que ele precisasse se transformar, a bruxinha canalizaria poder suficiente para derrubá-lo e incapacitá-lo, e depois, eu mesmo me encarregaria de arrancar o coração de meu irmão.

E teria dado certo, se não fosse por mim. No instante em que eu estava com o coração de Klaus literalmente em minha mãos, ele me disse que não tinha lançado nossos irmãos ao mar, e que ele os mantinha em um local seguro. Ele prometeu que me levaria até eles, então me agarrei a esta última esperança e parti com meu irmão dali.

Esperei a noite toda até que sua transformação em lobo terminasse, não podia correr o risco de perdê-lo de vista novamente. Quando ele enfim acordou, entreguei-lhe algumas roupas e pedi que ele cumprisse o que havia prometido a mim. Ele disse para eu não me preocupar e pediu que o acompanhasse até o apartamento que ele estava ocupando.

Ao chegarmos ao tal apartamento, encontramos Katerina acompanhada de Stefan Salvatore. Pedi que ele entendesse o que eu havia feito, afinal, era a minha família que estava em jogo. Acredito que, mesmo me odiando, ele entenderia, afinal, estava ali buscando ajuda para o irmão. Mas nem tive tempo de comprovar minha teoria, pois a última coisa que senti antes de perder os sentidos foi a fria adaga de prata atravessando meu peito."



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Notas finais do capítulo

Bom, aí está!
Digam o que acharam nos comentários, ok?
Até o próximo capítulo, em que vamos conhecer um pouquinho sobre o novo personagem.
Bjokas.... :*