Quinn com 6 anos de idade

“Por que nós precisamos ir embora?”. Quinn me perguntou sentada em sua cama, balançando as perninhas, enquanto eu arrumava suas malas. Hesitei um pouco antes de responder.

“Querida, você sabe que eu sou especial, não sabe?”. Perguntei cautelosamente.

“Sei”. Respondeu simplesmente.

“O que eu tenho de especial?”. Insisti me sentando ao seu lado.

“Você não cresce, é muito muito forte e é muito muito muito rápida”. Falou sorrindo. “Eu gosto quando você corre bem rápido comigo”. Completou dando risada.

“Eu também gosto de correr com você Quinnie”. Baguncei seus cabelos que agora estavam um pouco abaixo dos ombros, ela resmungou e começou a arruma-los me fazendo sorrir. “É por isso que nós temos que nos mudar, as pessoas não podem saber que eu sou especial”.

“É segredo?”. Perguntou com os olhinhos arregalados.

“Sim é segredo e só você sabe”. Sorri, beijando sua testa e voltando a arrumar suas malas. “E você não pode contar para ninguém”.

“Prometo que não conto”. Assegurou e subiu em sua cama começando a pular tentando alcançar o teto. Como se ela fosse conseguir. “Eu quero ser especial também Rach”. Falou depois de alguns minutos, ofegante de tanto pular.

“Vo... você é especial querida”. Gaguejei.

“Eu não sou rápida igual você, nem forte”. Fez bico.

“Você é especial do seu próprio jeito Quinnie”. Voltei a me sentar ao seu lado na cama.

“Eu quero ser especial igual a você”. Ela falou se sentando no meu colo. Droga o que eu falo pra ela?

“Você é muito pequenininha para ser como eu”. Respondi o melhor que pude.

“Quando eu crescer eu vou ser como você?”. Seus olhos brilharam animados.

“Vamos esperar você crescer para falar sobre isso, tudo bem?”. Desconversei.

“Tudo bem, mas vai demorar muito?”. Sorriu sonhadora.

“Um pouquinho, mas enquanto nós esperamos, nós poderíamos tomar somar sorvete o que você acha?”. Quinn era completamente viciada em sorvete.

“Oba, eu quero de chocolate”. Falou alegremente enquanto eu ia até a cozinha com ela no colo.

“Que seja de chocolate então”. Coloquei Quinn sentada em cima do balcão e fui até a geladeira.

...

“Eu não quero ir”. Quinn exclamou emburrada enquanto comia seu café da manhã.

Fazia uma semana que estávamos morando em Los Angeles e hoje era o primeiro dia de Quinn na escola, mas ela não parecia muito feliz com isso.

“Você tem que ir querida”. Falei sorrindo.

“E se não gostarem de mim?”. Perguntou abaixando a cabeça.

“É impossível alguém não gostar de você querida, sabe por quê?”. Perguntei e ela balançou a cabeça negativamente.

“Por quê?”.

“Porque você é uma garotinha maravilhosa, encantadora, esperta e linda. Todos vão querer ser seus amiguinhos na escolinha”. Respondi carinhosamente a fazendo sorrir.

“Te amo Rach, você é a melhor pessoa do mundo”. Respondeu enquanto descia da cadeira que estava sentada e veio me abraçar.

“Eu também te amo Quinnie”. A coloquei no meu colo e a esperei terminar o seu café da manhã.

...

“Por que eu tenho que ir aqui atrás?”. Reclamou

“Porque você é muito pequena para ir no banco da frente”. Respondi simplesmente.

“Mas eu não gosto da cadeirinha, não da pra me mexer e o meu bumbum fica dormente”. Reclamou se remexendo na cadeira me fazendo gargalhar alto. “É verdade”. Exclamou. Eu tentei falar alguma coisa, mas não conseguia parar de rir. Liguei o carro e fui ate a escolinha dela.

“Vamos querida”. Segurei sua mãozinha e comecei a andar até a sua sala. Quinn olhava tudo com olhos curiosos e dava alguns sorrisos tímidos para as crianças que olhavam para ela.

“Você vai ficar comigo né?”. Perguntou quando paramos em frente a sua sala.

“Eu não posso Quinnie, eu não sou mais criança”. Respondi carinhosamente.

“Você vai me deixar aqui sozinha?”. Seus olhos lacrimejaram.

“Você vai se divertir meu amor”. Falei me ajoelhando na sua frente.

“Eu não quero ficar sem você”. Abraçou meu pescoço soluçando baixinho.

“Eu vou voltar querida, quando você estiver saindo eu vou estar aqui esperando por você”. A apertei contra mim.

“Vai mesmo?”. Perguntou mais calma, se afastando um pouco para olhar meus olhos.

“Claro que vou Quinnie, eu sempre vou voltar”. Falei beijando sua testa.

“Vocês duas são lindas juntas”. Escutei uma voz ao meu lado.

“Desculpe, eu não queria atrapalhar”. Falei para a professora da Q, me levantando.

“Você não atrapalhou, é sempre bom ver pessoas que se importam com as crianças assim como você”. Falou e abaixou os olhos para olhar para a Quinn sorrindo. “Qual é o nome dessa linda garotinha?”. Fazendo Quinn se esconder atrás da minha perna.

“Quinn”. Respondeu baixinho me fazendo sorrir.

“Olá Quinn, meu nome é Rebecca e eu vou ser sua professora”. Ajoelhou-se na frente da minha pequena. “Os outros estão brincando lá dentro, você quer brincar também?”. Perguntou carinhosamente.

“Quero”. Respondeu baixinho depois de olhar pra mim.

“Vamos, as outras crianças vão adorar te conhecer”. Rebecca se levantou estendendo uma mão na direção da Quinn.

“Vejo você depois né Rach?”. Perguntou.

“Claro meu anjo”. Eu me abaixei a abraçando outra vez. Quinn aceitou a mão que Rebecca estava oferecendo.

“Ela vai estar segura, não se preocupe”. Ela me falou quando viu a hesitação nos meus olhos.

“Obrigada”. Sorri

“É o meu trabalho, eu adoro esses pequenos”. Sorriu de volta. “Vejo você no horário de saída”.

“Até depois”. Me despedi e assisti Quinn entrar na sala junto com a professora.

Antes de voltar para casa, aproveitei a ocasião e fui caçar, eu não conseguia fazer muito isso com Quinn sempre ao meu lado. Depois de me sentir saciada, passei no mercado para comprar algumas coisas para a pequena e fui pra casa.

O cheiro da Quinn já não me incomodava tanto quanto antes. Não que tivesse diminuído, mas eu aprendera a controlar melhor minha vontade de beber seu sangue, assim nem precisava caçar com muita frequência.

Sem ter muito o que fazer, liguei meu vídeo game e joguei por horas seguidas até que chegasse o horário de buscar Quinnie na escola, eu já estava morrendo se saudades, iria ser difícil ficar longe dela todos os dias.

Parei o carro no estacionamento do lugar e segui o mesmo caminho que fiz mais cedo, alguns homens tentaram dar em cima de mim, mas eu não dei bola, a única coisa que eu queria agora era ver a minha pequena.

“Raaaach”. Quinn gritou assim que me viu e veio correndo me abraçar.

“Oi meu anjo”. A abracei, girando Quinn no ar enquanto ela gargalhava.

“Você veio”. Falou baixinho enquanto escondia seu rostinho no meu pescoço.

“É claro que eu vim querida”. Falei carinhosamente.

“Olha quem esta aqui”. Ouvi Rebecca falar. “Viu Quinn eu disse que ela estaria aqui”. Falou carinhosamente e sorriu quando Quinn corou.

“É”. Falou simplesmente, fazendo Rebecca e eu rir.

“Obrigada”. Agradeci verdadeiramente.

“Não precisa agradecer”. Me olhou sorrindo. “Nos vemos amanhã Quinn?”. Se dirigiu a minha pequena.

“Sim”. Abriu um sorriso enorme. Rebecca se despediu de nós duas e se afastou.

...

“Como foi na escola Quinnie?”. Perguntei colocando o carro em movimento.

“Foi Muiiiito legal”. Exclamou entusiasmada. “Eu tenho amigos já”. Falou batendo palmas alegremente.

“Sério meu anjo?”.

“Sim, o Gabriel, a Paula, a Lilian, a Bruna e o Matheus”. Falou enquanto contava nos dedos.

“Isso é incrível querida e o que vocês fizeram?”. Perguntei.

“Nós desenhamos, cantamos, brincamos de pega-pega, de esconde-esconde, de...”. Quinn falou da escola o resto do dia e estava mais do que ansiosa para voltar amanhã.

(Quinn com 6 anos)

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