CAPITULO I

Reunião ou

Rikou e a Vampira

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O sol já estava alto no céu enquanto o ônibus escolar quase vazio corria em alta velocidade com um único destino, a Academia Particular Youkai. As duas únicas pessoas alí dentro era o motorista, um homem estranho com um bigode ainda mais estranho, ele estava vestindo um uniforme comum de chofer azul meia-noite e para combinar com o seu uniforme, um chapéu estava sobre sua cabeça ocultava seus olhos e criando uma sombra sobre eles. O homem parecia sinistro com o seu sorriso cruel apenas de nunca tirar o charuto de sua boca.

Seus olhos caíram sobre o outro passageiro do ônibus, um jovem de aproximadamente quinze anos estava sentado um pouco mais afastado do motorista seus grandes olhos castanhos chocolate estavam fixos na janela aparentemente perdido em penssamentos, seu cabelo meio a meio (castanho e preto) chegava um pouco abaixo das orelhas, seu rosto era ligeiramente arredondado em pleno desenvolvimento mais possuía uma beleza suave que ninguém poderia ignorar apesar de usar óculos de aros finos e lentes ovais que escondia seus olhos. Ele também estava vestindo o típico uniforme escolar da academia youkai, calças oliva (ou seria creme?) camisa branca com uma gravata vermelha desamarrada que caia frouxamente sobre o casado verde marinho.

Esse jovem parecia um menino normal, mais na verdade ele não era outro senão o jovem mestre de todos os youkais, o terceiro líder do clã Nura, o neto do Nurarihyon, Nura Rikuo.

–Você é novato na Academia Youkai? – Rikuo virou-se para o motorista surpreendido a pergunta.

– Hum, sim.

O homem riu, divertido com a surpresa do menino, mais ainda sim não virou-se, seus olhos fixos na estrada.

– Nesse caso você deve se preparar agora. –Continuou o motorista. – Quando nós sairmos desse longo túnel estaremos em frente à escola.

O homem se virou e Rikuo pode ver seus olhos brilhantes um sorriso sinistro em seus lábios.

– A academia youkai é... Uma escola muito horripilante.

Os olhos do jovem se arregalaram um pouco mais depois ele sorriu educadamente para o estranho motorista misterioso.

– Tenho certeza de que é.

A expressão do homem não mudou quando ele se voltou para a estrada novamente, Rikou soltou um suspiro. Por que ele estava ali mesmo? “Ah, sim. Vovô me convenceu. Mais, como me chantageou para vir a este lugar.” Ele se lembrava muito bem aquele dia, quase três anos após a batalha contra o Nue, ele havia finalmente terminado o secundário (depois de muitas horas sem dormir tentando recuperar a matéria que perdera enquanto estava enfrentando Seimei, para a grande irritação de Zen que teve que cuidar dele toda a vez que desmaiava por esgotamento, e ainda havia suas obrigações com o clã a serem cumpridas pois aparentemente o clã Nura estava ainda mais popular depois da sua ultima vitória. Em suma Rikuo mal via os amigos e quase nunca saia de casa a não ser para ir a escola ou encontrar com possíveis novos aliados que por sorte, em sua maioria, preferia ir pessoalmente a Nuragumi).

Remembering ON

Um folheto simples foi quase enfiado no seu rosto.

–O que é isso?-perguntou jovem líder, se afastando do papel que aparecera praticamente do nada enquanto este estava ocupado tomando o seu café da manhã.

–Sua nova escola. –Respondeu Nurarihyon simplesmente.

O menino franziu a testa para o velho youkai não era comum esse tipo de comportamento do seu avô, ele normalmente se opõe a Rikuo continua seus estudos numa escola humana, o que o velho estava aprontando agora?Seus olhos lentamente se arregalaram enquanto lia o que estava escrito no folheto, ele engasgou, aquilo não poderia estar certo não é? Uma escola só para youkais?Seus olhos caíram sobre o seu avô chocado, impressionado e ao mesmo tempo irritado. Então é isso que aquele velho pretende, enviá-lo para uma escola só para youkais?Isso nunca iria acontecer.

Remembering OFF

Oh sim, quem ele estava enganando? Nurarihyon sempre conseguia o que queria da sua própria maneira, no fim ele e sua mãe conseguiram convencer Rikuo a tirar umas “férias” como líder do clã e partir para a Academia Youkai, felizmente ou seria infelizmente? Seus guarda costas Tsurara e Aotobou ficaram na mansão, não por opção é claro, principalmente Tsurara que implorou com olhos de cachorrinho para ir junto, mais seu avô recusou dizendo que enquanto o seu líder estava fora era necessário que todos os ayakashis permanecerem na mansão para proteção, apesar das coisas estarem bastante calmas ultimamente, eles devem sempre se manterem alerta para qualquer tipo de ataque. Rikuo não pode deixar de concordar.

Seus penssamentos foram interrompidos quando o ônibus parou. Rikuo piscou um pouco tentando se orientar, ele finalmente notou que não estava mais na cidade, na verdade eles não estavão mesmo no mundo humano mais.

– Estamos aqui meu jovem. –disse o motorista, quando Rikuo saiu do ônibus. – Tome cuidado... –depois acrescentou tão baixinho que o meio ayakashi quase não conseguiu ouvir. – Jovem mestre da escuridão. – as portas se fecharam antes que Rikuo pudesse disser qualquer coisa e o ônibus partiu. Ele ainda podia ouvir a risada do estranho motorista quando o ônibus desapareceu numa curva.

“Como ele sabia?”o menino não pode deixar de imaginar. Será que era uma coisa de youkai saber sobre coisas que não deveriam saber? “Isso não importa.” Penssou balançando a cabeça, “Ele deve conhecer o vovô, afinal o clã Nura é muito popular.” Sim provavelmente era isso seu avô tem o costume de fazer amizade com todos que encontrava. “Não seria uma surpresa se eles realmente se conhecessem.” Concluiu finalmente.

“Droga eu vou me atrasar”, ele olhou ao redor e viu o espantalho cabeça de abobora ele “segurava” uma placa com kanjis que diziam “Academia Youkai”, ao lado do mesmo estava uma arvore morta, e em seus galhos, corvos negros grasnavam para ele ameaçadoramente, ignorando-os Rikuo viu logo á frente um mar vermelho vivo. Ao longe ele avistou um castelo que se erguia imponentemente a cima da floresta morta, esse era um cenário perfeito para um filme de terror ocidental.

Rindo com a idéia o jovem seguiu para o único caminho que ele viu, enquanto caminhava pela trilha entre os galhos mortos e lápides espalhadas por todos os lados que olhava, ele não pode deixar de pensar que Tono era mais acolhedora do que esse lugar, eu sorriu com as lembras de seus amigos distantes. Quanto tempo ele não os via, dois anos? “Itaku, deve estar muito irritado pela falta de notícias minhas.” Ele estremeceu em imaginar a reação do Kamaitachi mal humorado quando se vissem novamente...

– Gyaaaaaaaa, oh não! Saia da frente!

Rikuo saltou com a voz e virou-se em tempo de ver uma garota em uma bicicleta voando diretamente para ele, o golpe levou os dois ao chão e a bicicleta foi arremessada pra longe.

– I-i-itai. – Ele gemeu segurando a cabeça que havia batido violentamente contra o chão (era uma coisa boa ele ser cabeça dura se não o dano poderia ter sido maior do que um galo), ele podia sentir os sangue começar a escorrer de sua bochecha lesionada pelo pedal a bicicleta descontrolada. Ele tentou se levantar sentindo-se tonto sua mão tocou algo macio. –O que o?

Seus olhos se arregalarão ali na sua frente estava à menina mais bonita que vira em toda a sua vida, com longos cabelos rosados e grandes olhos esmeralda brilhante, ela parecia tão desnorteada quanto ele. Foi então que o menino notou a coisa macia em que sua mão se apoiara, era a parte inferior da cocha da jovem, envergonhado ele tirou rapidamente a mão, por sorte a garota não notou nada.

– Oww, me desculpe! –disse ela um pouco tonta. – Eu fico meio tonta porque eu sou anêmica...

Sua voz soou fraca mais ainda sim doce e suave que só fez com que as bochechas de Rikuo assumissem um tom mais escuro de rosa.

– N-Não se preocupe, a culpa foi minha eu deveria estar prestando atenção na estrada. –ele riu nervosamente tentando esconder o constrangimento. Droga, ele estava corando? Isso nunca aconteceu antes. Era a primeira vez que uma garota tinha tanto efeito sobre ele, ele estava se tornando um pervertido? “Sua pele era tão macia” Pensou mais imediatamente ele se sentiu mal por pensar em algo como isso num momento tão impróprio. Mais era impossível negar que a menina era absolutamente linda.

Ele ergueu a cabeça só para dar de cara com olhos verdes brilhante. A garota de cabelos rosa havia se aproximado quando ele estava distraído e agora o encarava com preocupação.

– Ah, não, você está sangrando. –disse ela tirando um lenço do bolso com intenção de limpa-lo. Mais parou de repente cheirando o ar. – Oh... O cheiro do... Sangue. Eu... Eu... Não consigo...

A garota caiu para frente e Rikuo instintivamente segura-a, sua cabeça estava encostada no peito do jovem senhor da noite, que parecia chocado demais para dizer qualquer coisa.

Ela ergueu a cabeça, seus rostos ficaram muito próximos.

– M-me desculpe mais... Eu sou uma vampira!

Com isso ela mordeu o pescoço do Rikuo que continuou sem reação, um gemido dolorido saiu de sua boca semi aberta enquanto sentia seu sangue sendo sugado. Seus olhos arregalaram e seu coração batia contra o seu peito cada vez mais rápido, seu rosto havia se tornado completamente vermelho agora, então o mais rapidamente e gentilmente possível ele empurrou a moça longe de seu pescoço.

– Mais o que? –ele tocou seu pescoço com intenção de encontrar marcas de ferida, mais tudo o que sentiu foi a pele lisa, como se nunca tivesse sido tocada antes a única coisa estranha ali era uma marca rosa do batom que a menina esquisita usava. –Porque você me mordeu?

A garota olhou envergonhada e culpada ao mesmo tempo.

– Me desculpe, eu sou Akashiya Moka. Embora não apareça eu sou uma vampira.

Uma vampira? Rikuo encarou a moça, estupefato ele nunca conheceu um vampiro antes, ele costumava pensar que vampiros normalmente viveriam apenas no ocidente, ele leu sobre eles uma vez na biblioteca da mansão, vampiros eram classificados como monstros classe S possuíam uma imensa força, olhos vermelhos e cabelos prateados. Mais essa garota, parecia uma menina comum de colegial.

– Uau, eu nunca conheci um vampiro antes. –disse ele animadamente, surpreendendo a moça. – Eles realmente são criaturas impressionantes Moka-San.

A menina sorriu radiante.

– Verdade, você não odeia nossa espécie?- perguntou ela corando um pouco com o elogio, Rikuo balançou a cabeça sorrindo de volta. –Há muito obrigada, seu sangue é muito delicioso! –completou Moka com uma expressão sonhadora de quem acabara de provar a refeição mais saborosa de toda sua vida. Ele olhou estranhamente para ela, sorriu “Ela é como Tsurara.” Ele não pode deixar de comparar Moka com a Yuki-onna alegre, as duas eram muito parecidas apesar da diferença óbvia em sua aparência.

– Obrigado... Eu acho. –Ele não sabia se ficava lisonjeado ou insultado, mais felizmente a vampira não notou a duvida em sua voz, seu sorriso se alargou. “Sim, exatamente como Tsurara.”

– Então se tiver tudo ok, por favor, seja o meu amigo. –falou ela. - Eu estava me sentindo muito solitária, pois não conheço ninguém aqui!

Rikuo olhou chocado com o pedido, ninguém nunca tinha sido tão direto com ele antes com exceção talvez de Yura, ele se sentiu culpado quando se lembrou que havia chutado a garota da cerejeira chorosa naquele dia. Mais, tecnicamente quem a chutou da arvore foi seu lado youkai, mais isso não o impedia de se sentir culpado afinal eles eram a mesma pessoa, talvez seja por isso que a Onmyouji odiava tanto sua forma noturna. Se ela não tivesse o surpreendido com a quele comentário ela poderia ter saído seca da mansão. Ele segurou o riso quando olhou para Moca com genuína felicidade.

– Mais é claro eu ficaria muito feliz em ser amigo de Moka-san.

Os dois sorrirão um para o outro as bochechas em chamas.

– Quando a cerimônia de entrada terminar, por favor, converse mais um pouco comigo ok?

– Sim.

Então eles se despediram e seguiram cada um para um lado, mais antes que pudessem ir muito longe Rikuo se lembrou de uma coisa.

– A propósito Moka-san. –A menina se virou curiosa. – Eu sou Nura Rikuo.

A menina olhou sem entender por um segundo, então sorriu brilhantemente. “Tão bonita”, ele não pode deixar de pensar.

– Estou muito feliz em conhecê-lo Rikuo-kun.

 

Depois da cerimônia de entrada; primeiro ano, sala três.

– Olá para todos e bem vindos à Academia Youkai! Eu sou a professora Nekonome Shizuka. –disse a mulher de cabelos de palha e orelhas de gato (que estavam escondidas nos cabelos), “Ela parecia muito animada, para alguém que vai dar aulas para um bando de monstros adolescentes.” Pensou Rikuo olhando impressionado para a mulher gato, a sua nova professora. – Eu imagino que todos vocês já sabem, mas... –continuou ela com um sorriso de orelha a orelha. – Está é... Uma escola para monstros!

Depois dessa afirmação, ouve resmungos em acordo, palmas de alunos excessivamente animados e até alguns assobios idiotas. Shizuka sensei continuou explicando os motivos sobre a criação da escola, mais Rikuo não estava mais ouvido, ele olhou para fora da janela suspirando, “Onde estaria Moka-San?” É uma pena que eles não estavam na mesma classe, ela foi à primeira amiga que fez ao chegar nessa escola apesar da menina de cabelos rosa ter o atropelado com sua bicicleta e depois sugado o seu sangue.

–... Então para essa reação, tem uma regra escolar. –O menino voltou à atenção para a professora. – Vocês todos terão que viver nessa academia em suas formas humanas! – ouve alguns gemidos mais a professora ignorou. – Entenderam? Essa é umas das medidas necessárias para coexistir com os seres humanos. Você nunca deve deixar os outros estudantes saberem sua verdadeira forma.

“Isso é ótimo.” - pensou Rikuo aliviado, ele era limitado a sua forma youkai apenas a noite.

– Ei professora, - disse uma voz masculina mais á frente, todos os estudantes voltaram sua atenção para o menino alto, musculoso, de cabelos castanhos penteados para trás. – Não é melhor para nós, comer todos esses humanos? E no caso de lindas garotas, o melhor é molestá-las?

Rikuo tentou manter o rosto impassível com o comentário, mais por dentro o seu estomago se revirava de nojo e seu sangue youkai pulsava em suas veias, ele respirou fundo varias vezes para se abster de vociferar ofensas para o idiota sentado duas carteiras de distancia.

– Oh. – Começou Shizuka que não parecia muito afetada com as palavras de um dos seus estudantes. – Casualmente, aqui na Academia Youkai, os professores e estudantes são todos monstros, não há nenhum legitimo humano aqui!

“Bom saber” - pensou o jovem com certo alivio, ele não queria sequer saber o destino do humano infeliz que colocasse os pés naquele lugar cheio de monstros assustadores.

A mulher neko continuou:

– Uma vez que esta academia está nesse mundo sagrado. –falou ela dramaticamente. – Para esses humanos que acabam sabendo sobre nossa existência, simplesmente os matamos!

O moreno olhou com os olhos arregalados para a professora, ele realmente não precisava saber isso! “Espero que ela esteja brincando”, mais alguma coisa no tom da mulher felina de olhos puxados lhe disse que ela falava muito sério. Ele estremeceu involuntariamente.

– Me desculpe! -soou uma voz conhecida da porta. – Depois da cerimônia de entrada eu fiquei perdida na escola, desculpe o atraso!

– Oh, tudo bem, apenas sente em um lugar!

– Ok.

Todos os meninos engasgaram quando a menina bonita de longos cabelos coloridos entrou na sala, Rikuo reconheceu imediatamente a nova amiga que ainda não pareceu notá-lo e caminhava pelo corredor não ouvindo (mais provavelmente fingindo não ouvir) os comentários lascivos e os resmungos invejosos dos seus companheiros de classe. Finalmente seus olhares se cruzaram quando a menina distraída passou ao lado de sua carteira.

– Moka?

– Hun? Rikuo-kun?

Os dois se encaram confusos, até que...

– É o Rikuo-kun! –gritou animadamente à rosada, se jogando nos braços do menino extremamente surpreso. –Nós estamos na mesma classe!?

Imediatamente comentários encheram a classe:

– Quem é esse cara?

– Qual é a relação dele com essa garota?

Nenhum deles notou um aluno em particular observando-os com interesse.

 

No final da aula

– Hey, Hey! Este não é um ótimo corredor?-disse Moka enquanto mantinha um aperto de ferro sobre o braço de Rikuo. Assim que a aula acabou, Moka o puxou (praticamente o arrastou) rapidamente para fora da sala de aula para explorar a escola.

– Sim, eu acho... - respondeu Rikuo enquanto tentava o seu melhor para ignorar o brilho de morte enviada a ele por toda a população masculina youkai.

Moka continuou a arrastá-lo pelo corredor até que eles foram parados por um colega de classe.

– Hmmm, que belezinha. -disse ele consigo mesmo enquanto olhava para Moka. Rikuo o reconheceu imediatamente como o menino musculoso que fizera comentário infeliz sobre os humanos.

O que ele queria?

– Você se chama Akashya Moka certo!? -perguntou ele. - Eu sou seu colega, Komiya Saizou!

Antes que Rikuo soubesse, Saizou agarrou-o pelo colarinho e o suspendeu.

– A propósito, o que uma garota linda está fazendo com um cara como este? -continuou. -Não seria alguém como eu muito melhor que esse tipo de cara? Porque não saímos apenas nós dois e temos alguma diversão? -pediu ele muito próximo de Moka.

De repente onda de raiva fez com que o sangue de Rikuo fervesse o menino estreitou os olhos meassadoramente e lançou uma onda de Medo a Zaisou que imediatamente soltou-o. Levantando-se, Rikuo agarrou a mão da menina.

– Vamos Moka! -então os dois fugirão. Enquanto a dupla desaparecia pelo corredor, Zaizou continuou no mesmo lugar paralisado.

– Será que... Será que seus olhos ficaram vermelhos?

Longe dali escondidos sob a escada estavam Rikuo e Moka tentando recuperar o fôlego.

– Isso foi surpreendente não foi? Eu fiquei um pouco assustada. Você está bem Rikuo?- perguntou Moka enquanto ofegava um pouco.

– Sim, eu estou bem. -disse ele. Mais sua mente estava ocupada pensando sobre o que aconteceu lá atrás.

"Como eu ativei o meu medo? Não é mesmo noite!" Rikuo rapidamente pensou em uma conclusão razoável. "Talvez seja porque este é um mundo criado penas para monstros. Gostaria de saber se eu posso usar qualquer outro de meus poderes yokai?"

O restante do dia foi gasto explorando o terreno da escola, acredite ou não o lugar tinha muitas coisas para serem vistas, no final da tarde ambos pararam na frente de uma gigantesca construção antiga cercada por arvores secas e lápides e qualquer outra coisa que pudesse fazer o cenário ainda mais assustador.

– Olhe Rikuo! Esse é o dormitório, nós iremos viver nele!

Ele não pode ajudar, mas soltar um gemido decepcionado. Moka, por outro lado, pareceu apreciar o lugar.

– Tão legal! Tal construção, com tanta dignidade e reputação...

Rikuo olhou pra ela.

– Você está falando sério? -Moka assentiu.

– Você não gostou Rikuo? Isso é estranho, mesmo que você sendo um monstro. -Ela fez uma pausa antes de perguntar: - A propósito, que tipo de monstro você é?

– Há, eu... –será que ele deveria contar a ela? E se ela tratá-lo diferente depois disso? Mais por outro lado ela havia lhe dito que era uma vampira, eles eram amigos ele não deveria confiar nela? Rikou abriu a boca para responder, mais Moka foi mais rápida.

– Mostrar a sua forma verdadeira é contra as regras da escola não é. –lembrou ela. – Me desculpe não deveria ter feito essa pergunta.

– Não, está tudo bem. –Discutir sua forma verdadeira o fez se lembrar de uma coisa. – Moka-san, você me disse que é um vampiro, mas pra mim você parece um ser humano normal, por quê?

– Agora eu pareço uma linda humana, mas... Se eu tirar esse rosário do meu peito. –disse ela apontando para o rosário pendurado no pescoço. – Eu me tornarei a verdadeira coisa, uma maligna e assustadora vampira!

– Rosário? –Perguntou Rikuo curioso. A menina começou uma explicação detalhada de como o rosário funciona para selar os poderes de um vampiro, ele estava tão absorto na conversa que não reparou a aproximação da garota.

– Mais mesmo com esse poder selado, ainda acabamos desejando sangue. – Disse, antes de morder o pescoço exposto de Rikuo.

"Por que eu?”, pensou enquanto o seu sangue era drenado dele.

 

Na manhã seguinte

Rikuo bocejou enquanto caminhava em direção da escola muito cedo na manhã. Atrás dele o sol mal tinha começado a subir e a lua ainda permanecia no céu. Outros alunos que haviam acordado tão cedo quanto Rikuo estavam se dirigindo a academia também.

– Hey... Espere aí garoto. –disse uma voz aparentemente do nada. Rikuo virou-se em tempo de ver Saizou vir em direção a ele, no minuto seguinte o menino mais alto o segurava pelo colarinho e o encurralava contra uma parede, suspendendo-o pelo colarinho. Os alunos mais próximos pararam imediatamente o que faziam para assistir.

– Eu vi que você se divertiu muito com Moka ontem! Não sei o que você fez comigo da ultima vez, mais vai pagar por isso hoje! Sua verdadeira forma, qual é a sua verdadeira forma! –Exigiu Saizou num tom furioso.

Rikuo mal conseguia respirar com o aperto no seu pescoço, mais ainda sim conseguiu encontrar fôlego.

– É contra as regras de revelar sua verdadeira forma. –respondeu. Saizou perfurado a parede bem ao lado do rosto de Rikuo.

– Dane as regras! Eu disse que quero saber a sua verdadeira forma e minha pergunta será respondida! Por que os olhos vermelhos quando você me paralisou lá? Responda-me! -Saizou exigiu novamente.

Rikuo ficou em silêncio por alguns segundos, tentando chegar a uma resposta. Ele não podia simplesmente revelar que ele era o youkai Nurarihyon De repente, uma idéia surgiu em sua cabeça.

– Um vampiro.

Zaisou fechou o punho e Rikuo se preparou para o impacto mais tudo o que sentiu foram os cacos da parede destruída pelo punho gigantesco do colega de classe bater contra a sua nuca. Os espectadores engasgaram quando viram uma parte do muro totalmente destruído, e imediatamente começarão a sussurrar entre si.

– Vampiro você disse!? Vampiros são monstros ocidentais cruéis! Eles são os melhores entre monstros usando seus poderes sobrenaturais.

Os olhos de Zaisou estavam cheios de raiva, ira e descrença. Os olhos de Rikou se arregalarão quando de repente os músculos de Zaisou começaram a almentar e seu cabelo começar a ficar um pouco confuso, Rikuo podia sentir o aumento do yoki do outro menino e imediatamente sabia que ele poderia ter que lutar de volta, a lua ainda estava alto no céu em confronto o dia, ele podia se transformar a qualquer momento.

Mais tão de repente que começou a transformação parou e o youki desapareceu completamente, sua aparência voltou ao normal e o menino maior libertou Rikou.

– De qualquer modo, não chegue perto da Moka de novo. Se você falar novamente com ela, você é um homem morto. –Avisou Saizou antes de ir embora.

Rikuo suspirou de alívio e levantou-se para limpar seu uniforme sujo de poeira. “Se ele realmente quis dizer isso;”- pensou. “Então terei de corrigi-lo da maneira mais difícil.”

 

Mais tarde no mesmo dia...

O sol estava começando a se por e a escuridão começava a se moldar. Moka caminhava em direção do dormitório.

– Rikuo! Rikuo! onde você está? –chamou. Durante todo o dia a menina de cabelo rosa esteve procurando pelo menino, mais não teve nenhuma sorte. Era como se Rikou a estivesse evitando? Mais porque ela havia feito alguma coisa errada? Será que ele estava bravo por ela ter perguntado sobre sua forma youkai?

Se fosse por causa por isso ela iria implorar pelo seu perdão, e jurar nunca tocar no assunto novamente. Quando ela estava em seu caminho para o dormitório do menino, uma mão agarrou seu braço.

– Hey! Porque você está aqui sozinha? –perguntou Zaizou. Moka engasgou surpresa. – Você não deve ficar sozinha Akashiya Moka, quando pode ficar com um cara como eu...

 

No dormitório de Rikuo...

Rikuo estava deitado na sua cama com um olhar preocupado no seu rosto. Ele se sentia mal por evitar Moka o dia todo. Mais ele não queria ariscar, porque ele era indefeso durante o dia. Mais assim que a noite chegar, ele iria chutar a bunda de Zaisou. Depois ele iria se desculpar com Moka por suas ações. De repente, ele ouviu um grito.

O menino imediatamente saltou da cama.

– Isso sou como Moka! -Ele rapidamente pegou Nenekirimaru e disparou para fora do quarto.

Enquanto isso Moka assistia indefesa a transformação de Zaisou. Seus músculos cresceram em tamanho inimaginável, seu corpo começou a se tornar marrom e seus pés e mãos aparecerão garras pontiagudas. O youkai possuía uma longa língua por onde pingava saliva. O mostro soltou um riso apavorante.

– Eu vou desfrutar dessa pequena violação as regras. –Riu enquanto se aproximava de uma Moka aterrorizada. Mais parou quando ouviu uma voz familiar.

– Moka!

Ambos se viraram. Os olhos úmidos de Moka se encheram de alegria.

– Rikuo-kun! – chamou. Zaikou a empurrou de lado para encarar menino intrometido com um olhar assassino.

– Escoria. Eu acredito que avisei você para não chegar perto da Moka de novo... - Ele rosnou. Rikuo desembainhou Nenekirimaru.

– Deixe suas mãos imundas longe dela. –gritou, antes de fazer um corte longo e fino no braço do monstro, que imediatamente começou a sangrar. Zaisou gritou de dor e segurou o braço ferido. Moka levou a oportunidade para correr em direção de Rikuo com lágrimas nos olhos, a menina se jogou nos braços do jovem que quase caiu para trás com a força de Moka.

– Wahh, Rikuo-kun… Porque você está me evitando. –Ela chorou. Rikuo lhe deu um tapinha nas costas.

– Não, não. Eu sinto muito, mas vou explicar mais tarde. Agora temos que lidar com Saizou. - Respondeu. Moka olhou para ele e balançou a cabeça.

– Filho da puta! VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO! –Rugiu Saizou em fúria venenosa, então investiu contra o casal com o enorme punho apontado para eles.

– Cuidado! – Rikuo empurrou Moka para fora do caminho, mais para a surpresa de ambos a mão de Rikuo se prendeu no rosário que se arrebentou.

– O rosário... Saiu?

Uma onda youkai vinda do nada engoliu Moka, ambos Rikuo e Zaisou ficaram paralisados assistindo a aura violeta cercar Moka que imediatamente começou a mudar, seu longo cabelo rosa se tornou lentamente prata brilhante, seu corpo amadureceu e ela cresceu alguns centímetros.

Os Olhos de Rikuo estavam arregalados fixos no belo rosto da jovem mulher de cabelos de prata que passou a ser sua mais nova amiga Akashiya Moka.

– O...o que é ela? –Disse um pouco atrás, Rikou se virou para ver Zaisou olhando temerosamente a transformação de Moka. – Ela é uma pessoa diferente, esta não é Akashiya Moka.

Rikou por mais que não gostasse do Youkai não podia deixar de concordar, essa era uma Moka diferente. Mais no fundo andas ainda era a mesma pessoa. “Então é assim, que um vampiro de verdade se parece.” - pensou com admiração e certo temor.

O céu escureceu, na mesma hora que olhos se abriram revelando íris onde antes era verde esmeralda agora eram uma brilhante cor de púrpura intimidante.

O menino engasgou quando sentiu uma sensação estranha atravessa o seu corpo, seu sangue youkai parecia ter despertado na mesma hora que a vampira acordou. Ele tentou suprimir a queimação crescente em suas veias mais a sensação era muito intensa. O poder escapou do seu controle forçado sua transformação.

Outra onda ainda mais pesada de puro youki encheu o ambiente, traindo a atenção dos outros dois ayakashi mais tudo o que puderam ver foi uma nevoa negra encobrir menino de cabelos castanhos, quando a força espiritual se estabilizou e a nevoa negra começou a lentamente a desvanecer, Moka pode pegar um deslumbre de um jovem entre a névoa. O homem de longos cabelos branco e preto desafiando a gravidade saiu, seu uniforme fora substituído por um quimono negro e azul. Brilhantes olhos púrpuras olhavam diretamente pra ela, a vampira sentiu um arrepio correr por sua espinha.

Akashiya Moka podia se dizer (ou pelo menos seu lado vampiro), ser o tipo de mulher difícil de se impressionar. Mais... Aquele homem assustadoramente poderoso e pecaminosamente lindo lhe dava uma sensação estranha de formigamento por todo o corpo, foi essa pessoa que a despertou? Interessante.

– Assim como nas lendas. Olhos vermelhos e a imensa força sobrenatural. –falou Zaisou sua voz tremia e soava quase aterrorizada. - Vocês dois são vampiros!

Ambos se viraram para ver Saizou, ele tremia por mais que tentasse esconder o medo crescente. Moka estreitou os olhos para o monstro apavorado e lhe deu um sorriso falso.

– O que aconteceu arruaceiro? –Falou, sua voz havia mudado soando mais forte. Saizou de um passo involuntariamente para trás. Rikou encostou-se a uma arvore para apreciar o show. – Você... Me quer certo? –Continuou a vampira apontando para si mesma. – Apenas tente e pegue... A força...

O youkai gigantesco agora a encarava com raiva.

– Aqui. –Provocou. –Você não vem?

O monstro rugiu de raiva e avançou com fúria enlouquecida em direção da moça muito menor do que ele próprio. Rikuo sorriu, já imaginava o que aconteceria com o monstro estúpido o suficiente para atacar um youkai de nível muito superior ao seu.

Mãos com garras afiadas se fecharam entorno da vampira de cabelos de prata para a grande surpresa do monstro.

“Por... Por que ela não esquivou?”- Pensou Saizou com olhos arregalados. -“Por que ela não esquivou se tem olhos de morcego?”

– Me atacar com esse grau de poder. –veio uma voz feminina por entre os dedos do youkai. – Eu acho melhor você procurara o seu lugar!

E com isso desferiu um violento chute na mandíbula exposta de Saizou, o youkai voou com um grito e bateu contra as arvores quebrando-as ao meio.

– Um monstro de classe baixa como você não é nada para se mostrar com esse tamanho... Nem sequer tenho um digno oponente para um concurso de força!

Saizou apenas gemeu em resposta seme inconsciente. Olhos vermelhos da vampira voltaram-se para onde ela pensou estar Rikuo, apenas para encontrar a arvore vazia.

– Estou impressionado. –disse uma voz ao lado do seu ouvido. O corpo de Moka se enrijeceu com a proximidade. Mais fora isso seu rosto permaneceu impassível. Rikuo apenas sorriu com a reação da moça. – Não se preocupe Akashiya Moka, eu não machuco os meus amigos.

Concluiu ele para a surpresa da vampira.

– Quem é você?

– Nura Rikuo. –respondeu o nobre ayakashi. – Ou pelo menos o seu lado youkai, Nurarihyon. –Os olhos de Moka se arregalaram ligeiramente.

– Nurarihyon... Você quer dizer o líder de todos os youkais?

O ayakashi acentiu.

–Isso mesmo. Eu sou seu neto. Entretanto tenho apenas ¼ de sangue youkai em minhas veias, por causa disso sou limitado a assumir essa forma apenas a noite.

Fez-se silêncio enquanto Moka tentava entender o que acabara de ouvir.

– Acredito. – Falou Rikuo quando a vampira não se pronunciou. – Que isto seja seu.

Moka se viu olhando para o rosário que o outro youkai (que misteriosamente reaparecera na sua frente) segurava estendido a ela.

– Interessante, vou estar de olho em você. –Finalmente disse a vampira, estendendo a mão e tomando o rosário de volta. – Até nos encontrarmos novamente... Certifique-se de que seu humano cuide da minha outra eu!

– O mesmo vale a você. – Os dois sorriram um para o outro. E ao mesmo tempo enquanto Moka encaixava novamente o rosário e voltava ao normal, Rikou reverteu para a forma humana. Ele pegou rapidamente Moka quando ela caiu. Sua mente estava cheia de perguntas.

"Como ele assumir? Não é mesmo noite!" - Pensou. Rikuo decidiu receber suas respostas mais tarde. Por enquanto, ele tinha que levar Moka de volta ao dormitório