Medos escrita por RaiscaCullen


Capítulo 2
Capítulo 2 BONUS




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BONUS:

No outro dia acordei com braços fortes ao redor de minha cintura, sorri para sua possessão de carinho. Suspirei e lentamente retirei seus braços ao meu redor.

Peguei uma roupa e fui em direção ao banheiro, tomei um banho rápido e me vesti. Sai do banheiro e voltei para o quarto, ele ainda dormia tranquilamente. Sentei na beira da cama e beijei seu rosto.

-Bom dia. –Falei distribuindo beijinhos por seu rosto, ele sorrio e abriu os olhos lentamente.

-Bom dia. Adorei ser acordado com beijos, quero ser acordado assim todos os dias. –Falou ao me puxar para um beijo.

-Se fosse possível eu sempre acordaria você assim. – Falei sorrindo.

-E será, só me de um dia e você poderá sair daqui. –Falou ao se levantar.

 -Não prometa o que não ira cumprir. –Falei com pesar ao me levantar da cama.

-Não se preocupe Sofia eu irei cumprir o que prometi a você. –Disse ao beijar minha testa. –Tenho que ir. –Falou ao se afastar. –Te vejo mais tarde. – E se foi. Suspirei resignada. Sai do quarto e fui para os jardins. Sentei-me embaixo de uma arvore, Cristini se aproximou com seu ursinho sorrindo e sentou-se ao meu lado.

-Ei como vai o seu ursinho? – Perguntou-me. Olhei-a interrogativamente.

-Meu ursinho? – Perguntei confusa. –Não tenho urso Cris. – Disse docemente. Ela deu de ombros e levantou-se. Suspirei.

Fui para dentro de meu quarto e peguei um livro para ler(Diários de um Vampiro) e me deitei em minha cama. Acho que acabei cochilando, pois acordei com o baque do livro caindo no chão. Esfreguei meus olhos e levantei. Estava com fome, fui para o refeitório, todos já estavam almoçando, sentei-me e comecei a olhar todos a minha volta. Eu não tinha tantos problemas assim, talvez eu ficasse triste de vez em quando, mas com certeza não precisava estar aqui! Lagrimas traiçoeira caíram sobre meu olhar embaçando minha visão. Sequei-as, levantei para pegar algo para comer.

Depois que terminei de comer voltei para meu quarto, sentei em minha cama, esperando.

                                                                   ...

Sai do quarto de Sofia e fui direto para meu escritório rever algumas papeladas suas. Não seria difícil de tirá-la deste hospício ate o medico que tinha a internado  concordava que ela não deveria de estar aqui. Suspirei e me recostei em minha cadeira. Devia ligar para alguém, mas antes tinha que ter tudo pronto. Assustei-me com batidas na porta.

-Entre. – Disse, a porta foi aberta e Dr. Thomas entrou.

-Estou atrapalhando em algo? – Perguntou-me receoso.

- Não Dr. Estava mesmo precisando falar com o senhor. – Disse ao lhe pedir que sentasse com um gesto de mão. – Gostaria de falar com o senhor sobre o caso de Sofia. –Falei vagarosamente.

-Não precisa falar nada Lorenzo, eu já sabia e eu também acho que esta na hora dela sair dessas paredes e se mostrar verdadeiramente  para o mundo, assim como fez com você ontem. –Disse me surpreendendo com suas palavras, pensava que iria demorara a convencê-lo.

-Pensei que o senhor iria discordar de mim e iria continuar com o tratamento dela, mas já que o senhor tem plena consciência e concorda comigo ela poderá sair hoje mesmo então? –Perguntei cautelosamente. Ele suspirou.

-Poder ela pode, mas...

-Mas? – Perguntei intrigado.

-Mas temos que comunicar a família. Os tios dela. – Falou.

-Pensei que ela sendo já de maior poderia decidir o que fazer da vida. – Falei intrigado.

-E pode, mas os tios têm o direito de saber sobre sua saída. –Disse.

-Deixe que eu falo com eles. – Falei ao levantar. –Acho que vou vê-la. –Disse ao parar na porta.

-Faça isso enquanto eu encaminho a papelada dela para saída. –Falou ao me seguir para fora.

Sai dali um momento, fui para os jardins respirar um pouco, já era a hora do almoço, estava quase tudo resolvido, só faltava falar com os tios dela. Meu maior medo.

Realmente eu me perdi por essa garota. Não pensava antes de agir e mais uma vez me vi agindo sem pensar. No momento que colocasse seus pés fora desse lugar iria pedi-la em casamento.

Peguei meu celular e disquei o numero que já havia salvado para ligar, tocou três vezes e uma voz de homem atendeu.

-Alou? Quem fala? – Perguntou-me a voz do outro lado da linha. Suspirei e olhei para meu relógio no pulso.

-Boa tarde eu me chamo Dr. Lorenzo, sou da clinica de psiquiatria onde esta internada sua sobrinha Sofia. Gostaria de saber se o senhor poderia vir ate aqui para conversarmos sobre sua sobrinha. -  Falei claramente nervoso. Nenhuma resposta. –Senhor? O senhor me ouviu? –Perguntei apreensivo.

-Estou ouvindo sim. – Respondeu-me. – Sobre o que seria o assunto de Sofia? – Perguntou-me.

-Ela esta liberada para sair desta clinica. E eu gostaria que o senhor viesse ate aqui para conversamos melhor. – Falei preocupado.

-Liberada? Sofia esta liberada? –Perguntou  com certo receio.

-Sim, ela esta. Então... O senhor poderá vir?

-Sim, eu e minha esposa iremos. –Declarou. Suspirei de alegria.

-Estarei esperando o senhor e sua mulher. Ate mais. – Disse ao desligar.

Agora era só esperar.

                                                             ...

Realmente ficar esperando já não era tão divertido, estava impaciente. Acho que se passaram muitas horas e nada de Lorenzo aparecer. Suspirei triste, ele tinha me prometido que iria tirar-me deste lugar. Era melhor eu ficar lá fora. Lá fora...

Quando abri a porta fiquei surpresa. Lorenzo estava parado em frente a porta com o punho pronto para bater, atrás dele tinha duas pessoas desconhecidas, mas que não me eram estranhas. Franzi o cenho e estreitei meus olhos.

-Oi Sofia. – Disse sorrindo de canto.

-Oi. – Falei brava.

-Podemos entrar? Hoje você tem visitas. –Falou ao me mostrar o casal.

-Você me prometeu algo, e estou esperando! – Disse emburrada.

-Sim eu prometi e estou cumprindo o que disse, mas precisava falar com seus tios. – Falou apontando para o casal, arregalei meus olhos, aqueles ali na minha frente eram meus tios? –Podemos entrar Sofia? – Perguntou ao me guiar para dentro do quarto e me sentar na cama. –Você esta bem? – Preocupação estava estampada em seu rosto, sorri para ele e olhei mais atentamente para meus tios, ouvi seu suspiro de alivio.

-Sofia eu e sua tia sentimos muito e pedimos perdão. – Disse meu tio Leonard.

-Eu e seu tio não sabíamos como cuidar de você, ainda mais com sua depressão sua tentativa de se matar nos assustou muito. Sentimos-nos muito. -  Falou tia Marie.

Fiquei algum tempo em silencio analisando suas palavras, de certa forma elas foram sinceras, mas o passado é algo que eles jamais poderão mudar.

-Eu perdôo vocês. – Disse verdadeiramente.

Eles me encararam assustados e  olharam para Lorenzo esperando uma resposta para minha súbita sinceridade, ele balançou os ombros e olhou para mim sorrindo, aprovando meu ato.

 -Que ótimo querida! Então você pode se preparar que vamos para casa hoje mesmo. – Disse Marie aliviada e contente, pelo menos acho que era. Olhei para Lorenzo procurando uma resposta para meu pedido mudo. Ele sustentou meu olhar, tentando desvendar o meu ser inteiro somente com seus olhos. Ele somente assentiu uma vez, sorri e fui retribuída com seu lindo sorriso.

-Não vou morar com vocês. –Falei ao surpreendê-los.

-Como não ira morar conosco? Onde vai morar? – Perguntou Leonard.

-Vou morar com Lorenzo. –Disse ao me levantar e abraçá-los. – Já perdoei vocês, não vou abandoná-los, mas agora vou viver minha vida do meu jeito ao lado de Lorenzo. – Disse ao me afastar. – Eu realmente amo vocês. – Falei sinceramente deixando lagrimas escorrer livre por meu rosto.

-Nos também te amamos...

                                                           ...

9 MESES DEPOIS...

Depois de reencontrar meus tios eu e Lorenzo saímos juntos da psiquiatria  e fomos para seu apartamento, me instalei em sua casa, agora nossa casa. Meus tios apresentaram meu primo de dez anos.

Após três meses eu e Lorenzo nos casamos e hoje vivemos em um apartamento maior, pois nossa família iria aumentar. Dois meses depois do casamento descobri que estava grávida de gêmeos, uma menina e um menino, já dava ate para vê-los no ultra-som, agora que estava com quatro meses de gestação. Toda a família me paparicava, a mãe de Lorenzo sempre vinha aqui e fazia vários bolos para mim, toda vez que meu sogro me via ele fazia questão de dizer que eu era uma excelente parteira, pois tinha quadris grandes, ficava vermelha feito pimentão de vergonha. O que incomodava mesmo eram os enjôos constantes, sonos excessivos, fome vorás. Lorenzo dizia que não tinha que me preocupar, pois estava fazendo tudo em dobro. Mesmo grávida eu não desisti de trabalhar. Quando sai da psiquiatria procurei um emprego de escritora em um jornal e me empregaram mais que depressa. Fiquei muito feliz por conseguir minha independência.

Hoje vejo que eram meus medos que me dominavam. Mas agora eu os domino, não os tranco, mas também não os deixo solto,as vezes eles aparecem para me dar um ola!

Diante dessa nova vida que tenho vocês sabem quais são meus maiores medos?

             Sabem dos meus temores?

Minhas inseguranças?

Se não sabe é porque nunca sentiu medo, nunca temeu por algo, e jamais soube o que é ter insegurança.

Por que seus medos estão dentro de você! Só  precisa achá-los e enfrentá-los.

Pois medos são simplesmente medos, e eles vão onde você for.

                                                                                                                       Fim.


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