Aos poucos ela ia deixando seu lado solitário para ficar perto dele, ela ia demonstrando como ela era de verdade. Uma menina doce que era facilmente impressionada, e, ele sempre aproveitava um pouco desse lado para fazê-la sorrir, e a cada sorriso que ela dava o seu coração acelerava, parecendo que ia explodir e acabava ficava sem jeito perto dela nesses momentos. Nos outros? Bom, digamos que ele sabia se controlar um pouco, mas só um pouco.

Vários e vários dias muito felizes para os dois passaram e eles sempre ficavam juntos, ela sempre passeava ao lado dele e apesar de ver com frequência todas as outras pinturas ela só queria entrar na linda pintura que pertencia a ele. Para todos os outros ela continuou sendo o que sempre foi, mas para ele, era o que realmente era. Difícil entender... Um pouco talvez, mas às vezes é difícil explicar tudo com palavras.

Numa noite quando todas as pessoas “grandes” haviam ido embora e cada personagem estava em sua pintura algo diferente aconteceu. Todos já estavam recolhidos para passar mais uma noite, mas, de repente, um dos personagens saiu gritando e todos os outros foram ver o que era. A menina continuou no seu canto mais logo o lindo menino que sempre a visitava de dia veio no meio da noite e eles saíram juntos para ver o que acontecia.

Logo que se aproximavam seus olhos foram tomados por uma luz muito forte e quente de cor laranja avermelhada. A pintura estava pegando fogo. Fogo. E ele continuava se espalhando pelo local da exposição. E uma pintura já havia sido totalmente consumida pelo fogo. E de repente os dois escutam um grito e decidem ir descobrir o motivo do grito. Quando atravessaram toda aquela multidão que formava um circulo em volta de algo eles viram que no centro havia um poça colorida. E uma das figuras disse que ele havia derretido e que a pintura que fora consumida pelo fogo pertencia a ele. E logo a figura que havia dito isso também derreteu. Todos olharam para a pintura da figura que acabara de derreter e entraram em desespero. A pintura daquela figura já havia sido consumida pelo fogo. Todos começaram a correr e o fogo continuava a se espalhar numa velocidade assustadora. E por causa do alvoroço da multidão a pequena menina olhou a sua volta a procura do menino, mas não o encontrou. E continuava a procura-lo, olhando de um lado para o outro, e ia sendo empurrada pela multidão que procura um jeito de sobreviver. E enquanto corriam aos poucos cada um ia derretendo e o fogo chegando cada vez mais próximos dos outros quadros.