Sentimentos Ocultos: O Começo escrita por Vick Yoki


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Novo personagem na área....



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– Mogie?

– Ãm... O que?

– Mogie, acorda.

– Estou aonde?

Está em casa, você dormiu muito.

– O que?

Levantei rapidamente e peguei a primeira roupa que vi no armário. Não me importaria se estivesse vestida como um arco-Iris.

– Como eu pude dormir tanto?

– Não sei, mas se fosse você não ia a escola hoje.

– Tenho que ir.

– Aposto que é por causa do Filipe.

– Claro!

– Então ande mais rápido. Eu vou te levar e você arruma esse cabelo no carro.

– Ok.

Valen me levou a toda velocidade para escola. E eu fiquei imaginando como iria voltar para casa.

– Qual seu próximo horário?

– Era Educação Física mas agora já deve ser aula de Biologia.

– Então corre.

– Ok, valeu Valen.

– De nada.

Fui correndo até chegar a porta da sala. Bati, e quando a porta se abriu eu cai de cara no chão. Preciso dizer que todos riram de mim? Mandei todos pra puta que pariram eles e nem precisei entrar na sala.

– Mandou os alunos para a... Que pariu?- O diretor tinha vergonha de falar palavrão aqui na escola mas aposto que lá fora ele era bem diferente.

– Saiu diretor, simplesmente saiu.

– Que péssima reputação.

– Vish, eu ainda tenho reputação?

– Vou te dar três dias de suspensão.

– Não seja bobo diretor, assim vai me dar um presente. Vou poder ficar de boa em casa e tudo mais.

– Tem razão, é melhor te dar um castigo dentro da escola. Você vai ajudar o professor West em tudo que ele precisar, será uma secretária.

– O que? Por quanto tempo?

– Uma semana.

Era só o que faltava!

***
Fiquei o resto do segundo horário e o terceiro no refeitório. Queria pensar em Filipe e lembrar que perdi um horário perfeito para conversarmos. Onde ele estaria agora? Será que ele está pensando em mim? O que ele está fazendo? Porque ele não estava em meu sonho? Porque eu dormi tanto? Porque eu falei palavrão? Porque eu tenho que ajudar o West? Em poucos minutos o refeitório foi ficando repleto de pessoas. Logo avistei “as mosqueteiras” e meu anjo. Elas estavam conversando e rindo alto como best friends, já Filipe estava triste. Fiquei olhando para ele esperando que ele capturasse meu olhar, e ele capturou. Logo, seu semblante mudou formando um sorriso imenso. Ele estava feliz por me ver.

– Aonde você se enfiou?- Perguntou Theresa.

– Eu cheguei no segundo horário, disse um palavrão, fui pra sala do diretor, recebi o castigo de ter que ajudar o West, fiquei o resto dos horários ouvindo musica e refletindo a vida. Agora estou tomando café com waffer.

– Poxa, que vida monótona.- Disse a idiota Courtney. Apenas ignorei seu comentário e comi um waffer. Filipe estava olhando fixadamente para mim. Cochichei ao seu ouvido: - Oi, senti sua falta.

– Eu também anjinho.

Demos um pequeno sorriso ignorando as meninas.

– Que tal se você fosse algum dia lá em casa?- Disse Filipe, agora falando normalmente.

– Seria uma boa Lipe, mas creio que Barbara não aprova minha presença.

– Ela aprovará, você só precisa conquistá-la.

– É, mas não conseguirei.

– Como sabe se não tentou? É só você usar seu charme e conversar com ela de maneira natural. Fale sobre coisas nerds como jogos, filmes, animes... Ela gosta disso.

– Tomara que dê certo.

– Vai dar. Que tal na sexta?

– Ok, mas e você, não quer ir a minha casa?

– Quero. Quando?

– Segunda. Temos que reconciliar nossas famílias.

– Verdade. Mas como irei convencer sua mãe?

– Use seu charme.

– Hahaha!

Filipe deu um beijo na minha bochecha e ficou me encarando. Ele era incrível!

– Então Fêh, o que você acha de irmos ao Cine Park hoje?- Perguntou Jessica, cortando o clima.

– Boa ideia! Mogie, vem com a gente.

– Não posso, tenho que trabalhar hoje.

– Hm, que pena.

Jessica ficou aquela cara de cobra que acabou de dar o bote me provocando a vontade de jogar café quente em sua roupa.

– Outro dia nós iremos lá e levamos a Mogie. Não é meu bem?- Disse Filipe para Jessica.

– Com certeza.

Meu bem?! Keep Calm and NÃO JOGUE CAFÉ NESSA BITCH!

– Minha próxima aula é Lingua Inglesa e a de vocês?- Theresa perguntou.

– A nossa é física.- Disseram as “piranhas”.

– A minha também.- Disse meu anjo.

Droga! Eu vou ter aula com o enjoadinho.

– A minha é de história.

– Shiii, que maus.- Disse Filipe.

– Pois é. Bom, vou nessa, até mais.- Disse me despedindo deles.

– Até. - Disseram as três.

– Até, meu anjo.- Disse Filipe me dando um beijo na testa. Caminhei até chegar a sala 13B. Respirei fundo e entrei. Não tive tempo nem para me sentar e já ouvi a voz chata do West. - Morgana, pode fazer o favor de buscar água para mim? - Mas a aula não irá começar daqui a pouco?

– Sim, e ande logo pois estou com muita sede. Obedeci e fui buscar água para o professorzinho. No caminho para o bebedouro dei de cara com Courtney e Seth se pegando. Fingi que não tinha visto nada e me virei para ir até a sala dos professores quando dei de cara com Luke.

– O que você tá fazendo?

– Estou recuperando minha Theresa.

Luke tirou algumas fotos e sorriu para mim.

– Luke, não me meta nisso.

– Hahaha! Vou ter minha Tê de novo.- disse parecendo não ligar para o que eu tinha dito.

Luke me acompanhou até a sala dos professores empolgado com o que tinha acabado de ver.

– Eu sabia que estava rolando algo.- Disse Luke animadíssimo.

– Escuta Luke, o que você pretende fazer com essa fotos? - Simples, primeiro vou conversar com Theresa e fazer com que ela me perdoe. Depois envio as fotos pelo email da Courtney e fim!

– Tá tudo muito perfeito mas como você vai enviar pelo email da Courtney?

– Boa pergunta! Você não disse que seu padrasto era racker?

– Quando eu disse isso?

– No carro.

Não, de novo não.

Flash Bach On

– Eu tava pensando em rackear algumas coisas mas eu não sei como fazer.

– Hum.

– Você conhece algum racker?

– Não.

– Sua mãe?

– Não.

– Seu pai?

– Não.

– E o seu padrasto? Talvez ele seja um racker?

– Aham.

– Serio? Ele é um racker?

– Aham.

– Ótimo!

– Aham.
Flash Back Off


Que raio de conversa foi essa?

– Eu vou descobrir o email da Courtney e seu padrasto vai rackear, ok?

– Ok?- Respondi duvidando.

– Valeu Mogie!- Disse Luke me dando um beijo na bochecha.

– Ei! Sem intimidades, ok?

– Ok!

Entrei na sala e tive que encarar o olhar feroz do professor. Deixei a água em sua mesa e me sentei na ultima carteira para que pudesse viajar em meus sonhos e ilusões, para que pudesse sonhar com meu Filipe. Estava torcendo para que nosso amor não acabasse como o dos meus pais, para que durasse o tempo necessário, e para que nossos corações não sofressem. Sem que eu percebesse, o horário acabou e eu poderia sair dali tranquilamente se não fosse o West.

– Morgana, leve estes materiais para a sala 12D.

– (suspiro) Ok.

Entramos na 12D e encontrei os traidores lá. Theresa estava na minha sala de artes então eles poderiam ficar juntinhos. Blérg! Filipe e Jessica também estavam na minha sala de artes.

– Deseja mais alguma coisa?- Perguntei ao West.

– Não. Pode ir, obrigada.

– Disponha.- Não queridinho, não ouça o que eu falo. Fechei a porta e fui para o jardim. Nossa aula seria ao ar livre. Estava completamente feliz, até que minha felicidade se quebrou quando eu vi Filipe e Jessica juntos.

– Srta Gallego, onde estava?

– Estava ajudando o Sr. West.

– Hum. Seu par é o Sr. Bennington.- Disse a Srta. Oliva, apontando para um garoto que estava “no fundo”.

– Ok.

Caminhei até o tal de Bennington e fiquei feliz quando vi que Theresa e Mike estavam juntos, já era um progresso. No meu caminho, encontrei com Filipe.

– Olá anjinho.- Disse Filipe a mim.

– Olá!- Tentei ser natural com Filipe.

Continuei andando até chegar ao Bennington que estava com fones de ouvido. Toquei em seu ombro chamando sua atenção, mas não resolveu. Então, tirei seus fones de ouvido. - Ei!

– Sr. Bennington, a aula já começou há dez minutos. Temos um trabalho para fazer, e somos uma dupla então, devemos começar, certo?

– Você faz o trabalho, eu vou continuar ouvindo musica.

- Eu não vou fazer nada sozinha! O trabalho é em DUPLA e eu devo fazer uma pintura sua e você deve fazer uma pintura minha.

Estranhei quando o esquisitinho se levantou do lugar onde estava e se ajoelhou diante da tela e fez movimentos de desenho. Decidi que também deveria fazer o mesmo. Antes de começar, dei uma olhada para Filipe. Ele estava sendo acariciado por Jessica. ACARICIADO POR JESSICA?!


POV Filipe
Fomos todos para o jardim, a aula seria ao ar livre. Logo, a professora anunciou que iríamos fazer trabalho em dupla. Fiquei esperando por Mogie, mas ela não chegou. Então, Jessica me chamou.

– Vai fazer dupla com quem?

– Mogie.

– Am, mas ela não está aqui.

– Estou esperando por ela.

– Enquanto ela não chega, vamos fazer o trabalho juntos. - Bem... Ok.

Começamos a fazer o trabalho até que avistei Mogie. Ela disse algo no ouvido da professora e me encarou. Aposto que ela estava se perguntando por que eu estava com Jessica. Ela caminhou em direção a um garoto que estava no “fundo” do jardim. Quando ela passou por mim, chamei sua atenção.

– Olá anjinho.- Disse tentando ser amigável.

– Olá!- Ela disse animada, disfarçando seu encomodo. Ela se sentou com Bennington e eu...

– Fêh?

– Sim.

– Vou te pintar, deixe-me sentir seu rosto.

Jessica passou sua mão quente pelo meu rosto me provocando raiva.

– Jessica, tire sua mão do meu rosto por favor. Mogie está aqui, não quero que ela pense mal.

– Ok, me desculpe.

Olhei para Mogie e seus olhos estavam fumegando.
Fim do POV Filipe

– Já acabou esse desenho, Bennington?

– Chester.

– O que é Chester?

– O meu nome.

– Tanto faz. Já acabou?

– Já.

– Ótimo! Deixe me ver.

– Não. Eu vou mostrar para a Srta. Oliva.

Srta. Oliva pediu para que levantássemos e pegássemos nossos desenhos e apresentassem. A primeira dupla foi Theresa e Mike. Mike desenhou uma Theresa linda, cabelos longos e loiros, um olhar brilhante e apaixonado. No final da sua apresentação, Mike deu um selinho em Theresa, que não repudiou. Theresa apresentou um Mike estiloso, descolado mas com um olhar perdido. No final, ela deu um selinho em Mike, mostrando que aparentemente eles estavam de boa. A segunda dupla era Jessica e Filipe. Filipe mostrou uma garota colorida com um coraçao em preto e branco no lado esquerdo da blusa. Ele explicou que a garota tinha muitas coisas, mas seu coraçao estava vazio. Jessica mostrou o mesmo, um garoto em colorido e um coraçao preenchido até a metade. Disse que o garoto também tinha muitas coisas, e seu coração estava preenchido, mas não totalmente. Ao acabar de explicar ela tentou dar um selinho em Filipe, que virou o rosto. Ela não tinha o direito de fazer isso com a gente! Quem ela pensa que é para falar se o coraçao do Filipe está completo ou não? A professora chamou várias duplas até que chegou na nossa vez.

– Srta. Oliva, esta é a Morgana.- Disse Chester virando o quadro mostrando uma boneca palito, com a cabeça da garotinha do filme O Exorcista. Todos começaram a rir e ele disse que não tinha uma teoria para esse desenho.

Eu estava quase chorando ali, mas não daria esse gostinho para Jessica, nem para Chester nem para Filipe. Levantei a cabeça e mostrei meu desenho.

– Esse, é Chester Bennington. Um garoto aparentemente completo, que tem uma casa bonita, uma família bonita, um vida bonita. Mas, esse é o verdadeiro Chester Bennington, um garoto vazio, fútil e ignorante.- Disse mostrando dois desenhos, um de um garoto alegre e bonito e o segundo de um garoto triste, vazio, feio.

– Isso não é da sua conta!- Disse Chester, gritando. Entreguei o desenho para a Srta. Oliva, peguei minhas coisas e sai do jardim direto para o estacionamento. Parei até que ouvi a voz de Filipe.

– Mogie!

Me virei e o encarei.

– Sim.

– O que aconteceu na aula de artes não foi proposital. - Eu entendo.

– Mesmo?

– Mesmo.

Ele ficou por um tempo em silencio.

– Tá tudo bem, Lipe?

– Tá. Você... Quer uma carona?

– E as meninas?

– Bem...

– Estamos aqui! Vamos Fêh?- Disse Courtney

– Mogie, você...

– Pode ir, Valen virá me buscar.

– Tem certeza?

– Sim.

Não.

– Ok, tchau.

– Tchau.

Porque ele não vê que tudo que eu quero é a presença dele aqui comigo? Tudo ficou tão diferente após a chegada delas, ele está mais distante. Como faço para recuperar seu amor?

– Tá difícil?

– Muito.

– Por causa delas?

– Sim.

Espera ai... West?!

– Olá Mogie!

– O que está fazendo aqui?

– Estou conversando com você.

– Fora isso!

– Fora isso estou te ouvindo.

– Aff.

– Deixe me ver se entendi. Você sente que está perdendo seu amor por causa de duas garotas que apareceram dizendo que são “amigas” do seu namorado?

– Mais ou menos.

– Quer recuperá-lo?

– Claro!

– Então marque território, mostre que ele é seu.

– Como?

– Passando mais tempo com ele. Mas, você o ama de verdade?

– Claro que amo! Morreria sem ele.

– Isso não é amor, é paixão.

– E qual a diferença?

– Paixão é uma coisa avassaladora, ardente. Você se sente mal quando não tem o individuo por perto, você sente que morreria sem essa pessoa. Esse sentimento é momentâneo. - Então sugeres que eu me afaste dele?

– Pelo contrário, se achegue a ele. Mas deve aprender que nada dura eternamente, um dia o encanto acaba, então você deve entender que se ele te deixar você deverá continuar seguindo em frente e talvez encontre outra pessoa que seguirá com você.

Aquelas palavras pesaram muito, mas eu entendi o que deveria fazer.

– Obrigada West, você me fez pensar em muitas coisas. - Fico feliz por ter feito algo útil. Ah, mas fique sabendo que não somos amigos ok? Você vai continuar me servindo e eu vou continuar cuidando da sua vida.

– Ãm?!

– Estou falando sério!- West saiu dando uma risada maléfica.

Droga, esse cara me ama, só pode! Logo me toquei de que não tinha ninguem na escola e que não havia ligado para Valen. Não tem como ficar pior! Olhei para os lados e dei de cara com o idiota do Chester. É, podia ficar pior.

– Continua na escola?- Chester pergunta.

– Não. Essa imagem que você vê na sua frente é a garotinha do Exorcista.

– Ficou com raiva por causa do desenho?

– Não, imagina! Eu adorei.- Respondi, irônica.

– O tal de Filipe Wilker é seu namorado?- Perguntou ignorando minha resposta.

– Não sei.

– Como assim não sabe?

– As coisas estão muito diferentes entre nós.- Dei uma pausa- Não sei por que estou contando isso para alguém como você.

– Não se preocupe, eu sou confiável. Perigosamente confiável.- Disse dando uma risada maléfica como a de West, só que melhor.

– Essa era a fala dele. Ah, eu queria que ele estivesse aqui.

– Venha, irei te levar para casa.- Respondeu mais uma vez ignorando minha fala.

– Ok, já que não tenho escolha.

Chester me levou até seu carro que era uma BMW em preto fosco.

– Seu carro é bonito.

– Como o dono.- Respondeu convencido.

– Infinitamente melhor que o dono.

– Pode até ser, mas se esse carro estivesse sem mim você não poderia ir para casa.

– Ok, você venceu.

– Hahaha!

Chester colocou um cd no carro e logo começou a tocar a música do Black Veil Brides, Knives and Pens. Não sabia que ele curtia rock, muito menos BVB. Ficamos em silencio por um tempo até que resolvi fazer um comentário.

– Eu nunca tinha te visto no colégio antes.

– Talvez porque você só tenha olhos para seu anjo.

– Como sabe que eu o chamo de anjo?

– Não sou tão idiota.

– Hm, pensei que fosse.

Ficamos rindo por segundos. Não entendi o motivo da nossa risada, só sei que estava sendo divertido.

– Ali.- Disse apontando para minha casa.

– Sua casa é bonita. Ótimo gosto.

– Meu padrasto foi quem comprou esta casa.

– Seus pais são separados?

– Não, a minha mãe vive um triângulo amoroso com meu pai e meu padrasto, mas eles estão disputando quem vai ficar com o sofá.

– Hahahaha! Você é divertida.

– Não brinca!- Disse, mais uma vez irônica.

– É serio.

– Obrigada, você também é, mas não se convença, foi só um elogio.

Desci do carro indo em direção a porta da minha casa, até que ele me chamou.

– Ei Mogie!

Me virei e o olhei.

– Eu ainda te odeio.

– Hahaha! Eu também.- Respondi mostrando meu dedo do meio para ele.


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Notas finais do capítulo

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