Sentimentos Ocultos: O Começo escrita por Vick Yoki


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Benny conta para Mogie a causa da raiva de Rita sobre os Wilkers.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/274205/chapter/24

Após aulas entediantes, finalmente fomos embora para casa. Tive que dar carona para Luke, já que ele e Theresa ainda não estavam de acordo. Ele falou sobre ela o caminho inteiro e eu como boa amiga que sou fingi ouvir tudo.       

- Bom, é aqui que eu me despeço. Obrigada por me ouvir e obrigada pela carona.       

- Não há de que Luke.       

- Tchau, amanhã eu acabo de contar a história da praia.             - Ok, tchau!       

História da praia??            

Entrei em casa e encontrei Valentim fazendo o almoço. Valentim virou-se para mim e sorriu.         

- Olá flor do campo, como foi a aula?         

- Muito boa.- Respondi jogando a mochila no sofá.         

- Huum.. Pela sua cara parece ter sido maravilhosa!         

- E foi..- Fiquei lembrando das minhas aventuras com Filipe e senti vontade de gargalhar.         

- Quando eu tinha a sua idade eu também ficava muito animado quando ia pra escola encontrar minhas namoradas.              Ops... Ele já está desconfiando.         

- Namoradas?- Fingi de desentendida.         

- É, eu tinha várias. Mas você não parece ser daquelas que tem muitos namorados. No mínimo você deve ter um e eu sinto que já conheço este individuo.         

- Depois vem dizer que só eu tenho dom de percepção.              - Então eu acertei?       

 - Er... Sim.         

- Yes!!       

- Poxa, eu ia contar mas eu estava nervosa quanto a reação da minha mãe e este tempo todo eu tentei conversar com ela, mas nós nunca nos encontrávamos ou nunca tínhamos tempo.         

- Eu te entendo Mogie, e se quiser pode me sempre desabafar comigo. Somos amigos e você sabe.         

- É, eu sei.         

- Então, o garoto é o filho do meu amigo Wilker?

- Sim, é o Filipe.         

- E a família dele sabe?         

- Sim.         

- Você já conversou com eles?         

- Ontem, eu fui lá.         

- Espertinha hein?          

Demos uma risada de alguns segundos. Após isso, mais perguntas...         

- O que os pais dele disseram sobre o namoro?         

- Os pais dele aceitaram e os irmãos também, exceto Barbara.         

- Barbara? Aquela garota entojada?         

- Não sei se é entojada.         

- Ah, diz isso porque não conhece. Porque “exceto Barbara”? O que ela fez?         

- Me ignorou.         

- Já era de se esperar! Você tem que conquista-la aos poucos.         

- Imaginei. Mas acho que preciso conquistar a minha mãe primeiro.         

- Isso é verdade! Se precisar de apoio, estarei pronto para te apoiar.         

- Obrigada!         

- Não há de que.         

Tirei a mochila do sofá e a levei comigo até o quarto (lê-se refúgio). Não conseguia parar de pensar em Filipe. Ele era tão importante para mim que ás vezes acho que morreria sem ele. Então, me lembrei daquelas cenas de filmes em que as mocinhas ficam pensando em como o mocinho podia estar ali com elas, e mandei um pensamento para Filipe com a esperança de que ele recebesse o que provavelmente não aconteceria. E para melhorar meu estado resolvi ouvir Wish You Were Here da Avril Lavigne. Troquei o casaco e desci para almoçar já que daqui a pouco estaria a caminho da lanchonete.          

- O que temos pra hoje meu amor?- Disse Rita.         

- Que tal espaguete e frango frito?         

- Uma comida com alto teor calórico.         

- Uma comida saborosa!- Respondi dando um pequeno abraço em minha mãe.         

- O que deu nela?- Disse precisamente para Valen.         

- Talvez ela esteja mais feliz que o normal.         

Ele adorava jogar indiretas para que minha mãe ficasse desconfiada e isso me irritava muito. Humpt!         

- Como assim, mais feliz que o normal?         

- Ah, não sei. Talvez o dia tenha nascido mais bonito para ela.         

Exploda Valen!         

- Não me convenceu.         

- O Valen está brincando, pra mim o dia está normal. Vamos almoçar?- Fiz um sinal para que eles viessem para a mesa.         

O almoço foi bom, conversamos muitas coisas. Minha mãe disse que não iria voltar para a lanchonete, disse o que Frederico estava impossível. Tava na cara que era mentira, ela estava com preguiça de trabalhar. Mas aposto que se o Valen a chamasse para fazer compras ela ia na hora.          

- Vou indo, alguém tem que trabalhar nesta casa.         

- Hahaha! Engraçadinha hein? Eu também trabalho!              Ah é mesmo! Ele trabalha como economista mas fica praticamente o dia todo em casa.         

- E você mamãe, vai fazer o que?         

- Vou descansar, amanhã eu volto para lá.- Disse dando um selinho em Valen.         

- Er... To vendo que sobrei! Fui!         

Coloquei uma musica para tocar e caiu Believe do Skillet.

* Sou de fã de Skillet, okay?
         

Se você acreditou         

Quando eu disse         

Eu ficaria melhor sem você         

Então você nunca me conheceu de verdade         

Se você acreditou         

Quando eu disse         

Que eu não estaria pensando em você         

Você pensou que soubesse a verdade, mas você está errada         

Você é tudo que eu preciso         

Somente me diga que você ainda acredita
                                      ***

 Cheguei rapidamente a lanchonete e dei de cara com Benny. Ainda bem que não era o Frederico!         

- Olá cunhadinha!         

- Eai chicletinho!         

- Novidades.         

- Fala!         

- Paul conhece os Gallzmeyer, não pessoalmente, mas eles já foram assunto de muitas reuniões da nossa família.         

- Como assim?         

- Vamos pra cozinha antes que o Fredinho chegue.         

- Fredinho?         

- É! Hahaha!         

Entramos na cozinha e encontramos apenas Ted lá.         

- Oi Ted, onde estão os outros?         

- Jen e Korey estão servindo, Jasper e Tyler foram fazer compras. Frederico estava super estressado, então pedi para que ele ficasse de folga e garanti que cuidaria de tudo mas preciso de vocês.         

- Tudo bem, a gente te ajuda.         

Ted foi fazer o papel de Frederico na lanchonete e Benny e eu podíamos conversar a vontade.         

- Então, como eu estava te dizendo, os Gallzmeyer já foram assunto de nossas reuniões de família pelo simples fato de nossos avôs terem sido amigos.         

- Amigos? E porque minha mãe não se dá bem com sua família?         

- Porque esses “amigos” se tornaram inimigos!         

- E por quê?         

- Eles trabalhavam em uma empresa chamada World Galaxy. Certo dia, todos da empresa ficaram sabendo de um roubo que havia acontecido ali. Logo, as acusações caíram sobre seu avô que era o vigia. O meu avô sabia que quem havia roubado era um dos funcionários responsáveis pela empresa mas como este funcionário exercia muito poder na empresa ele poderia despedi-lo e meu avô precisava do dinheiro para sustentar a família então ele preferiu não arriscar o emprego.                - Meu Deus!         

- Pois é! Seu avô foi despedido sem ter culpa alguma e isso deixou o meu avô com muito remorso. Anos mais tarde eles se encontraram e conversaram a respeito disso. Meu avô disse a meu pai que George, seu avô o perdoou mais que ainda sentia muita culpa.         

- Agora eu entendo.         

- Mas.. Você ficará com raiva e com rancor, como sua mãe está?- Disse Benny entristecido.       

 - Nunca! Isso aconteceu no passado, não tem nada a ver com o agora. O que eu vou fazer é mostrar pra minha mãe que isso não vai levá-la a nada.         

- Bom saber que você pensa assim. Fiquei muito abalado com essa descoberta.         

- Eu também. Mas não se preocupe, iremos unir nossas famílias de novo.         

- Deus te ouça.         

Ficamos um bom tempo conversando a respeito disso. Logo, Jasper e Tyler chegaram e nos ajudaram com o trabalho. Ted ficou feliz por ter dado conta da lanchonete. Lá pelas 19h e 15min fechamos a lanchonete. Quando cheguei em casa, minha mãe estava no sofá assistindo TV com Valen. Subi e fui para meu quarto. Tomei um banho e peguei meu livro. Aos poucos fui fechando os olhos, mas não queria dormir, não queria ter aquele pesadelo de novo. Mas também não poderia ficar sem dormir, pois, amanhã tem aula e eu não posso faltar. Decidi que iria ser forte, que iria enfrentar meu medo de frente e que não iria deixar de dormir por causa de um sonho besta. Então, fechei os olhos e aos poucos fui me dirigindo para o local dos meus sonhos desde que mudei pra cá.         

                                  ****

 Decidi chamar aquele lugar de Deserto Frio. Deserto porque não havia ninguem ali e frio porque aquele era o clima daquele lugar. Ouvi barulhos de passos e me virei para trás preparada para o que fosse, mas para minha surpresa, era Filipe.         

 - Te assustei?         

- Não. Pensei que era aquele cara.       

- Eu acabei com ele, não vai voltar.         

- Não vai voltar.- Repeti         

Ficamos por alguns minutos em silêncio até que eu perguntei.         

- Não acha que deve me contar algo?         

- Acho, e vou contar.         

- Estou ouvindo.         

- Bom, eu pratico Jiu-jítsu e talvez por isso eu seja forte, mas eu decidi ocultar esse meu lado para que todos pensassem que eu era apenas um garoto comum.         

- Você nunca será um garoto comum.         

- Por quê?         

- Porque você é popular e porque namora comigo, e eu não sou comum então acaba que você também não vai ser.                 - Hahaha!          

Dei um abraço apertado em Filipe.         

- Estava com saudades.         

- Eu também.         

Fomos caminhando até uma árvore grande e nos sentamos perto dela. Havia começado a garoar.          

- O que você acha de ter um namorado que tem um diário?         

- Diferente.       

 - Anormal isso sim.         

- Anormal são os garotos que fingem não ter sentimentos. Aposto que os garotos da nossa sala ficaram envergonhados, pois você teve coragem de admitir que tinha um diário, eles com certeza não teriam.       

 - Você acha legal eu ter um diário?         

- Claro! E tenho muito orgulho de você.         

- Obrigada Mogie, você me encoraja sempre.         

- Você que me faz ter vontade de continuar vivendo.                Nossos corpos foram se encontrando e nossos lábios selaram um doce e calmo beijo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviews?!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sentimentos Ocultos: O Começo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.