“Life can bring you down

(A vida pode te deixar pra baixo)

Then turn you around

(E depois reverter tudo)

Well just take it from me

(Tire-a de mim)

And you will see

(E você vai ver)

You will see...

(Você vai ver...)”

Lá estava a guerra. Lá estava o caos que se alastrava por toda Hogwarts. E no meio de todos os destroços, Draco Malfoy acabava de lançar um crucio em alguém.  Já não sabia se a pessoa que atacava era um comensal ou estudante, ele mesmo não sabia se estava do lado dos comensais ou dos estudantes. No momento, ele só priorizava sua vida.

“That time will tell us when

(Que o tempo nos dirá quando)

To start again, start over again

(Começar de novo, começar de novo)

Time will tell us when

(O tempo nos dirá quando)

To start again

(Começar de novo)

Start over again

(Começar tudo de novo)”

Enquanto se defendia avistou uma garota que lutava bravamente contra tudo que vinha pela frente, sua roupa estava ficando em farrapos e as pontas do cabelo chamuscado. Mas não era apenas uma garota, era sua garota. Ele correu na direção dela e tocou-lhe o ombro, ela se virou espantada, mas Draco deu um minúsculo sorriso, insinuando que estava ali para ajudar.

"Life can bring you up

(A vida pode te alegrar)

Then steal your luck

(E depois roubar a sua sorte)

Well just take it from me

(Bom, apenas tire-a de mim)

And you will see

(E você vai ver)

You will see?

(Você vai ver...)"

Depois de muita luta e esforço os dois conseguiram se livrar dos comensais que os perseguiam. Entraram em uma sala que parecia ainda estar salva da guerra e se abraçaram. Por um mísero instante tudo a volta dos dois parecia ter se extinguido e os barulhos da guerra não passaram de chiados distantes. Mas no momento que se separaram tudo voltou ao normal; voltaram os temores, os barulhos ensurdecedores e as dores, tanto físicas como psicológicas. O som de uma explosão ao longe os assustou, e como consequência entrelaçaram suas mãos, um de frente para o outro e colaram suas testas.

"That time will tell us when

(Que o tempo nos dirá quando)

To start again, start over again

(Começar de novo, começar de novo)

Time will tell us when

(O tempo nos dirá quando)

To start again

(Começar de novo)

Start over again

(Começar tudo de novo)"

-Você está bem? – Perguntou Draco

-Sim – Respondeu Hermione Granger

-Tenho que te tirar daqui a tempo.

- Não! Estou sozinha! Me perdi do Rony e do Harry, me perdi de todos e não vou sair daqui até essa guerra acabar, ou até eu morr...

Draco interrompeu colocando seus dedos nos lábios dela, ele não suportaria nem imaginar essa possibilidade.

                - Não vou deixar isso acontecer!  Por favor você precisa sair, está em grande perigo aqui. Não se preocupe com Har...

                - EU NÃO VOU DEIXA-LOS! Escuta eu te amo, ouviu? Mas não deixarei meus amigos. – A voz de Hermione era autoritária e tranquilizadora ao mesmo tempo, Draco sabia que ela não deixaria Harry e Rony, mas temia por sua vida.

                - Quando tudo isso terminar, eu te prometo, as coisas vão melhorar. Nós podemos começar de novo, fazer tudo do jeito certo e dessa vez eu enfrentarei meu pai, não importa o quanto ele resista. Seu amor é tudo pra mim.

E nesse momento fizeram o mesmo de antes, entrelaçaram suas mãos, colaram as testas e iam dar um beijo. O tipo de beijo que os casais dos livros dão antes de irem para a morte certa, mas isso não foi possível, uma explosão os interrompeu.

"After all you’ve done

(Depois de tudo que você fez)

You thought there’d be someone

(Você achou que haveria alguém)

Who’d give you everything you want

(Que lhe daria tudo que você quisesse)

After all this time

(Depois de todo esse tempo)

You think they’d throw you a line

(Você achou que eles iam te falar alguma coisa)

To let you know it’s gonna be, alright

(Para te falar que tudo vai ficar bem)

It’s gonna be alright...

(Vai ficar bem...)"

Hermione se levantou entre os escombros, tirou algumas pedras que haviam em cima de si e estancou um ferimento com sua varinha, até se dar conta de que não sabia mais onde estava Draco. Começou a procurar desesperadamente pela sala que agora parecia absurdamente grande, não sabia se era magia ou se o medo de ter perdido Draco fez parecer que o trabalho de procurá-lo seria muito maior. Usava feitiços e mais feitiços para separar os entulhos que se formaram, agora ela chorava, mas parou subitamente quando ouviu uma tosse leve. Foi em direção ao barulho, dessa vez usando suas próprias mãos para tirar as pedras de cima do garoto.

Ele estava acabado. O rosto tinha graves ferimentos e sentia dificuldade ao respirar; e antes de Hermione começar a retirar os escombros da cintura para baixo ele sussurrou:

                - Não sinto minhas pernas.

A garota se assustou ao ouvir aquilo e por isso resolveu finalmente usar a varinha para acelerar o processo. Draco não estava enganado, ele não poderia sentir suas pernas, pois elas não estavam mais ali. No lugar havia apenas sangue. Hermione começou a chorar, não sabia se de susto ou tristeza e Draco mais uma vez sussurrou:

                - Não há nada que possa ser feito.

                - Não diga isso. – Falou Hermione entre lástimas – Eu, eu sei um monte de feitiços, vou te ajudar, só preciso, preciso...

                - Não. Esse foi o meu castigo. Como eu pude pensar que alguém me perdoaria e ficaria do meu lado depois tudo que fiz?

                - Eu estou aqui Draco. Eu não só vou ficar do seu lado, como eu vou te amar pro resto da minha vida.

                - Seria legal, não seria? – Dizia Draco com cada vez mais dificuldade. – Levar nossos filhos à plataforma 9 ¾ daqui alguns anos né? Queria ter 2 filhos.

                - Sim Draco. E isso vai se realizar, você vai ver nossos filhos, Mandy e Paul, embarcando no expresso de Hogwarts e eu ainda estarei ao seu lado.

                - Mandy e Paul? Eu gostei...

E depois dessa frase Draco deu seu último suspiro. Hermione gritou. Antes os barulhos da guerra tinham sido abafados pelo calor do abraço de Draco Malfoy, agora foram retirados da cabeça de Hermione pelo seu grito. Isso não podia estar acontecendo. Seu querido Draco não podia ter morrido. A garota estava tão fora de si que ainda segurou na mão de seu amado, gritando desesperadamente para que ele voltasse, mas só se via o cinza opaco de seus olhos. Ela perdeu as forças e passou a chorar no colo do loiro, talvez, como um velho conto trouxa dizia, suas lágrimas o curassem assim como curou o príncipe encantado da Rapunzel... ou seria a Cinderela? Já não sabia mais, tudo havia perdido o sentindo.

A sala onde Draco e Hermione se esconderam minutos antes não existia mais, depois da explosão ela passou a ser apenas mais um lugar destroçado pela guerra. Agora Hermione estava vulnerável, debruçada sobre o colo de Draco e não percebeu quando um comensal se aproximou.

                - Avada Kedavra!

Para Hermione, esse som só não foi mais aterrorizante do que o último suspiro de Draco Malfoy.

"That time will tell us when

(Que o tempo nos dirá quando)

To start again, start over again

(Começar de novo, começar de novo)

Time will tell us when

(O tempo nos dirá quando)

To start again

(Começar de novo)"

- Tome isso seus trasgos nojentos!! – Uma pequena garota com chapéu de bruxa e graveto na mão apontava para o nada e gritava em um bosque perto de casa.

                - O que está fazendo? – Um menininho loiro disse ao aproximar-se dela, mas deu um passo para trás quando ela apontou o graveto para ele.

                - Estou lutando contra os trasgos, quer me ajudar? – Respondeu a garotinha como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

                - Está brincando de bruxa?

                - Não! Eles estão logo ali, você consegue ver? Vem aqui do meu lado pra ver melhor.

                - WOW! Como podemos nos proteger? – O menino entrou na brincadeira.

                - Aqui, pegue isso e faça todos os feitiços que você sabe. – A garota pegou um graveto do chão e ofereceu ao loirinho, quando suas mãos se tocaram eles sentiram algo estranho, era como um Déjà Vu, mas não sabiam o que isso significava, eram muito novos.

                - Eu sou Paul e você?

                - Meu nome é Mandy. Agora vamos logo antes que os trasgos dominem o mundo!

                - YAAAAH. Os dois gritaram enquanto corriam bosque adentro brandindo suas varinhas.

Naquela noite a Mandy teve um sonho: nele aparecia um garoto grande e loiro, parecido com Paul, só que bem mais velho e uma menina de cabelos castanhos, parecia ter a mesma idade do homem loiro. E antes que esse abraçasse a mulher, ele disse:

                - Eu te prometi que começaríamos de novo.

"Start over again

(Começar tudo de novo)"