A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 61
Parte IV - Capítulo 61 - Bônus V (Especial)


Notas iniciais do capítulo

Oooi pessoas! Sorry a demora, mas estava sem internet, e o capitulo não estava pronto, MAAAS acordei com inspiração pra fazer um bônus que mistura passado e futuro, e está meio NO SENSE, mas lá embaixo dou uma explicada.



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Capitulo 61

Bônus V (Especial)

O despertador tocava alto e a música entrava em meus ouvidos como um tiro, de tão insuportável. Quem havia mudado o toque de novo?

Peguei meu celular embaixo do travesseiro e desliguei o alarme com um aperto furioso. Ainda era seis da manhã, e com certeza mataria alguém – cujo nome era Damen – por fazer essas gracinhas. Era o dia da minha prova de física, a mais importante do ano, e ele sabia o quanto isso era importante para mim e meu futuro na área de física nuclear.

Saí da cama jogando o edredom longe e fui tomar um banho quente e relaxante enquanto planejava uma morte lenta e dolorosa para meu irmão. Ás vezes duvidava que éramos gêmeos.

Escolhi a roupa mais confortável do meu armário, pegando uma calça jeans escura e blusa de seda azul celeste com uma faixa na cintura, em combinação com meu maravilhoso e inseparável amigo all star preto. Me vesti e pendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e frouxo. Peguei minha mochila em cima da escrivaninha e saí a arrastando para a cozinha, onde já podia ouvir meus pais conversando.

– Bom dia. – cumprimentei os dois.

– Bom dia, querida. – minha mãe me deu um beijo estalado na bochecha, enquanto papai se concentrava na frigideira onde fazia panquecas.

– Porque acordou tão cedo? – perguntou, e nesse momento Damen entrou na cozinha com seus cabelos ruivos espetados com gel e um sorriso travesso.

– Alguém – fuzilei-o com os olhos – mudou a hora do meu despertador. De novo.

– Damen! Quantas vezes já não falei para parar com isso! Não é certo! – mamãe o repreendeu com uma ruga de nervosismo aparecendo entre os olhos, mas sua voz se mantendo doce como sempre. Apesar de ter quarenta anos parecia não ter mais que trinta.

– Colocou para despertar a que horas? – papai perguntou em meio a risadas.

– Zachary! Não ria, isso é sério! – ela o repreendeu colocando as mãos na cintura – E você, mocinho, como castigo vai acordar ás seis da manhã no domingo.

– Mas mãe! – ele reclamou abrindo a boca inconformado.

– Nada de mas.

– Tudo sua culpa, pirralha. – resmungou me dando uma cotovelada.

– Pirralho é você, idiota. – o empurrei contra a mesa, que rangeu ao receber o impacto me fazendo rir.

– Começaram cedo hoje. – Charity revirou os olhos e depois os escondeu atrás de sua enorme franja loira.

Lhe mandei um beijo e ela sorriu irônica. A garota era um poço de bipolaridade, e adorava ser invisível a todos apesar de ser tão bonita que isso era praticamente impossível.

Me sentei numa das cadeiras esperando que meu pai servisse as panquecas e, quando Damen ia se sentar ao meu lado, empurrei a cadeira com o pé discretamente, fazendo-o cair.

– Você está bem? – perguntei tentando não parecer a culpada.

– Ah, céus! Está bem, querido? – mamãe veio preocupada.

– Estou bem. – me fuzilou com os olhos, e assim que nossa mãe virou as costas senti algo duro bater contra minhas costas me fazendo ter uma cesso de tosse.

– Já chega. – papai veio com o prato de panquecas – Queremos pelo menos uma manhã em paz nessa casa.

Bufei e peguei um prato vazio, enchendo-o com as deliciosas panquecas com bastante geleia de amora por cima, para complementar, que derreteu com o calor da massa e escorreu pelos lados quase transbordando pelo prato.

Comemos em silêncio – uma raridade naquela casa – e minutos depois Leonard desceu ainda arrumando os cabelos castanhos e cacheados, com seu sorriso cercado por covinhas completamente aberto. Os outros dois estavam especialmente para uma comemoração que teria em suas escolas pelo feriado de Ação de Graças que se aproximava, e Gael usava um vestido branco com flores rosas e seu enorme cabelo preso por uma fita, e Kalem com uma roupa social e seu cabelo loiro partido de lado. Ficava feliz com a ansiedade deles, principalmente da minha pequena irmã, já que era seu primeiro ano numa escola de verdade.

– Bom dia. – ela cantarolou saltitante.

Todos responderam carinhosamente – era impossível contestar o quanto aquela menina era mimada por todos – e se sentou ao meu lado, como em todas as manhãs.

– Onde está Sue? – perguntou Charity. Normalmente ela era a primeira a estar ali na cozinha com nossos pais.

– Ela foi com Austin buscar a Eleanor no aeroporto. – papai respondeu coma boca cheia de mirtilos.

– Austin está aqui? – eu e Damen perguntamos ao mesmo tempo animados, fazendo nossa mãe rir.

– Ele chegou de madrugada.

Amaldiçoei a prova que me forçava a ir para a escola e não me permitiria ver meu irmão mais velho. Mas era animador pensar que mais tarde, quando voltasse, ele estaria montando a “barraca mágica” no quintal nos fundos com todas as sacolas do supermercado cheias de doces, refrigerantes e salgadinhos.

– Agora vão logo para a escola, antes que se atrasem. – mamãe mandou, entregando o almoço de cada um – E Delilah, sei que se sairá bem nessa prova. Boa sorte querida, e não se preocupe que Austin e sua avó ficarão com Sue hoje, não precisa buscar ela com a senhora Ernest. Kalem, Gael, façam uma linda apresentação, eu estarei lá mais tarde para assistir. Boa aula.

Saímos de casa e entramos todos no carro de Damen. Me sentei na frente com ele e os outros se ajeitaram no banco de trás. Fizemos o caminho de sempre: deixamos primeiro Kalem e Gael na escola, seguidos por Leonard e Charity que também estudavam na mesma escola e então era minha vez, mas minha escola era mais distante, o que nas dava um bom tempo para conversar. Ou para eu dormir mais um pouco, para descontar pelo menos uns minutos da noite mal dormida.

– Que bom que Austin já voltou, não é? – puxou assunto.

– É. – respondi simplesmente, com os olhos fechados.

– Engraçado como só parece desanimada quando não está batendo em mim. – resmungou com um “q” de mágoa – Aconteceu alguma coisa?

– Não dormi bem essa noite.

– Por causa da prova? – franziu a testa – Não seja dramática, você é uma nerd. Vai acertar tudo e ainda tirar pontos extras.

Ri baixo.

– Não, não é por isso. – parei de rir suspirando novamente – Chaz mandou mensagens a noite inteira.

Suas mãos apertaram o volante e os nós de seus dedos ficaram brancos. Apesar de adorar me irritar e provocar, era quase tão protetor quanto qualquer outro da família e odiava com todas as suas forças meu ex-namorado. Depois de me enganar para dormir com ele quase dois anos atrás Damen falou que se ele aproximasse mais uma vez de mim o socaria até matá-lo.

– Que tipo de mensagens? – perguntou entredentes.

– Esqueça isso. – me amaldiçoei mentalmente por ter contado.

– Esquecer isso? Está brincando? Nunca! Agora me dá o seu celular, ou eu conto pros nossos pais sobre isso.

Com raiva, peguei meu celular no bolso da calça jeans e entreguei pra ele. Fechei os olhos esperando que os xingamentos começassem, mas eles nunca vieram. Mesmo minutos depois, quando já tinha dado tempo de ler todas as dez mensagens mil vezes, ele ainda não tinha falado nada. Abri os olhos para conferir se ele ainda estava no carro, e encontrei seu rosto pálido encarando a rua inexpressivamente.

– Damen?

– Lembra naquele dia em que o papai ameaçou atirar nesse filho da mãe? – estremeci coma a lembrança e com seu tom de voz rude, então apenas assenti – Ele devia ter atirado.

– Por favor, esqueça isso.

– Esquecer? O cara pede você em namoro, vai na nossa casa, da uma de cara legal e de boa família e um ano depois te leva para cama, para no outro dia terminar com você. Então ele volta, dois anos depois, mandando mensagens dizendo que sente falta da noite que passaram juntos, que está voltando para a cidade, quer se encontrar com você e “talvez repitam aquele momento”. Quer mesmo que eu esqueça isso? – vociferou furioso, e me encolhi no banco.

– Podemos mudar de assunto? – pedi baixo, com os olhos marejados, e isso pareceu despertá-lo.

– Me desculpe, é que eu só não suporto esse idiota e o que ele fez com você. Eu vou é comprar outro chip pro seu celular. – falou estacionando – Vai voltar com o Jamie?

– Sim, nós vamos embora assim que a prova acabar.

– Tudo bem, até mais tarde.

Infelizmente para mim – e felizmente para o resto da escola – Damen não estudava comigo por uma decisão dos nossos pais por brigarmos demais, então era ali que costumávamos nos separar.

Peguei meu celular de volta e saí do carro praticamente correndo. Minha sala era uma das ultimas e demorava no mínimo cinco minutos, e esse era o tempo que tinha para chegar lá. Entrei na sala correndo e me sentei, e um instante depois o professor de física entrou com um bloco enorme de provas.

Fiquei na sala por apenas uma hora; a prova estava mais fácil do que imaginei, e tinha certeza de ter tirado total. Não gostava muito quando me chamavam de nerd, CDF ou qualquer um desses apelidos do qual já me chamaram, mas ás vezes tinha de concordar que era mesmo.

– Já terminou? – Jamie perguntou sorridente assim que saí da sala.

– E você já está me esperando aqui? – segurei sua mão – Como foi na prova.

– Um desastre! – sua animação com o próprio fracasso me fez rir – E você? Ah, espera, não precisa responder. Tirou total.

– E como sabe?

– Eu vejo tudo, não sabia? – piscou para mim e me puxou para um beijo.

Fazia um ano que estávamos juntos, desde que chegou na escola para o intercâmbio, vindo da Inglaterra. Ele foi o primeiro amigo na escola, além do meu primo. Não era muito dada á convivência.

– Dá para pararem de se beijar um instante? – alguém pediu – Depois de um tempo isso cansa. E precisamos ir pegar nossos boletins do semestre. Hey, será que podem prestar atenção em mim?

– Ethan, você precisa de uma namorada, cara. – Jamie falou rindo, e eu o acompanhei deixando meu primo completamente vermelho.

– Calem a boca! E Delilah, Damen pediu para eu ficar de olho em você. Então não importa o que diga vou te acompanhar até em casa. Também a pedido dele.

– Por que? – perguntei indignada.

– Por causa de umas tais mensagens. – Ethan levantou uma sobrancelha sugestivamente.

– Mas que droga, ele está pior que o meu pai!

– Que mensagens? – Jamie perguntou estreitando os olhos.

– Chaz, de novo. – Ethan fez cara de tédio – Esse cara é um porre! Seu pai devia ter matado e esquartejado ele quando teve a chance.

– Esse é aquele ex-namorado? – Jamie perguntou sombrio. Droga, isso estava ficando pior do que eu esperava, em grande escala.

– Não, não é ele. – menti sentindo minhas mãos começarem a suar.

– Ah, por favor, Delilah! Você mente horrivelmente mal! – Ethan revirou os olhos – É ele sim, Jamie. O ex-namorado que enganou ela e tudo mais.

Bati a mão na testa – com certa vontade de ter feito isso é na testa de Ethan – e fechei os olhos, inconformada. No ultimo dia de aula do semestre, o ultimo dia do ano em que veria Jamie antes dele ir passar as férias com a família na Inglaterra, tinha que ter algo para estragar tudo.

– Delilah? – ele me chamou com olhar de quem exigia uma explicação.

– Depois a gente conversa, temos que pegar os boletins.- me esquivei e saí andando em direção á secretaria da escola.

Pegamos nossos boletins em silêncio, sem trocar nenhuma palavra, e fomos para o carro de Jamie. Minhas mãos estavam suando porque sabia que uma hora ou outra esse assunto surgiria novamente.

A primeira parada foi na casa do Ethan, e do lado de fora tia Connie regava seu canteiro de rosas brancas, com um vestido, coisa difícil de vê-la usando. Ela acenou para mim e acenei de volta, me esforçando para sorrir. Não queria que Ethan tivesse que ir para a casa dele, porque assim que descesse ficaria sozinha com Jamie e seria obrigada a contar tudo.

– Quer me contar agora? – falou parecendo calmo, mas sabia que estava nervoso porque seu sotaque ficava mais pronunciado.

– Não podemos pular essa parte? – pedi com uma careta.

– Não. – respondeu simplesmente.

Expliquei a situação para ele, que ficou tenso e completamente desconfortável, mas além disso não demonstrava nada. Quando me pediu para ver as mensagens hesitei por um momento, mas acabei dando o celular, emburrada, e cruzei os braços.

– Porque mesmo seu pai não atirou nele? – perguntou olhando para a rua á nossa frente, onde tínhamos estacionado.

– Porque mesmo todo mundo repete isso? – revirei os olhos – Olha, isso não significa nada. Só que ele está na cidade durante esse feriado e depois vai embora.

– Eu sei, confio em você. Mas ele vai estar e eu não. Não me sinto confortável sabendo que não vou poder te proteger de onde estarei.

– Não fique assim. Não sei se percebeu, mas Damen é tão superprotetor quanto meu pai e não vai deixar nada acontecer. E você voltará logo, então não vai ser tão ruim.

– E então prometo que vou cuidar de você para sempre.

– Não precisa prometer, sei que vai cuidar. – dei um beijo rápido nele e saí do carro.

Assim que abri a porta ouvi a risada alta e gostosa de Sue. A época dos dois anos era uma das melhores; a criança começa a correr e suas perninhas se movimentam desajeitadamente, sua risada é espontânea e sincera e sua fala ainda é enrolada e isso a torna ainda mais fofa. Sue era um dos bebês mais fofos que já tinha visto na visa, com seu cabelo castanho claro ainda ralo e os olhos castanhos chocolate e as bochechas sempre coradas que faziam parecer que sempre estava se divertindo.

No momento em que entrei e ouvi sua gargalhada, a vi correndo em minha direção com seus passinhos curtos e a peguei no colo assim que ela chegou perto de mim.

– Hey, Sugar! –dei vários beijinhos em seu rosto e ela riu mais alto.

– E eu, não ganho abraço? – Austin abriu os braços fazendo bico.

– Tem chocolate? – perguntei estreitando os olhos, e ele tirou uma do bolso.

– Que irmã interesseira eu tenho! – ele riu me abraçando forte.

– Onde está a vovó? – perguntei.

– Foi ver Kalem e Gael apresentando junto com o papai e a mamãe.

Mais tarde, naquele dia, depois que todos já estavam em casa e contando sobre seu dia agitado durante o jantar, Damen, Austin e eu fomos para o quintal onde a barrada já estava armada, e não era uma barraca qualquer. Era uma barraca simples, feita de tecido e com pequenos detalhes pendurados que minha mãe tinha feito nela anos atrás. Nos sentamos na grama olhando para o céu, e Austin contava sobre as novidades da faculdade e sobre Cher, que finalmente tinha aceitado sair com ele depois de anos de tentativas.

– Isso vai dar em casamento. – Damen falou colocando uma jujuba na boca.

– Espero que sim. – comentou olhando sonhador para o céu.

– E terei meus cinco sobrinhos com nomes estranhos e impronunciáveis. – falei rindo.

– Os nomes nem são tão ruins. – contestou irritado, passando a mão pelos cabelos loiros – Sahidilla é lindo.

– Sa- o que? – Damen perguntou, e nós três caímos na gargalhada.

Depois de um tempo nossos outros irmãos se juntaram a nós; era muito raro eles irem, mas ás vezes tinham um surto de natureza e família e passavam a noite conosco, e a parte mais divertida era termos que nos apertar dentro da barraca e começava a confusão de risos, e quando todos já estavam dormindo, eu e Austin continuávamos com nossos intermináveis assuntos.

– E quando vocês vão sair? – perguntei aos sussurros.

– Assim que eu voltar para a faculdade. – sussurrou de volta – E então vamos nos casar e ter cinco filhos e um doberman chamado Moby.

– E a Cher já sabe disso? – ri.

– Sabe. Só ainda não contei pra ela.

Nós dois rimos tentando manter o tom baixo.

– Mas e você e o Jamie? Fiquei sabendo da história das mensagens...

– Estamos bem... E essa história ta rodando mais que garrafa em jogo de verdade e desafio.

– Mas isso não é legal, Lia. Esse cara devia ter sumido há muito tempo. Ele é tão indesejável que não sentiriam falta dele se ele sumisse. Acho que posso contratar um assassino profissional.

– Faça isso, por favor. – suspirei, e ficamos um tempo em silêncio.

– Sabe, apesar de ter tudo imaginado não consigo me imaginar casado e com filhos. Não sei, é estranho imaginar isso. – Austin me olhou parecendo perturbado.

– Eu consigo me imaginar casada e com filhos. Acho que é porque sou muito parecida com a mamãe e me vejo como ela daqui a vinte anos. Mas não consigo imaginar a cara do meu marido, mesmo tentando imaginar Jamie comigo. Mas consigo imaginar meu pequeno Ian.

– É um lindo nome... – ele comentou.

– Por isso é o nome do meu futuro filho.

Conversamos mais um pouco e acabamos dormindo, onde sonhei que estava na minha casa, segurando meu pequeno filho enquanto meu marido fazia o café da manhã e esquentava a mamadeira. Não conseguia identificar nada naquela imagem, muito menos o rosto do homem á minha frente.


Agora, dois anos depois, aqui estou eu. Sentada numa estrada de terra no meio da chuva esperando pela morte. Mas eu não morreria sozinha, e era por isso que estava com medo. Eles me achariam logo e então nós dois morreríamos. Eles iriam acabar com tudo, e não podia ir atrás dos outros ou também seriam capturados. Não tinha muito no que pensar. Simplesmente me sentei no meio da estrada e deixei as lágrimas rolarem de verdade pela primeira vez em meses. Eu iria morrer e nem me despediria, mas sabia que as decisões que tomei e que me fizeram chegar até ali era as certas, para salvar a todos. Abracei meus braços tentando parar de tremer. Alguns daqueles sonhos que confidenciei ao meu irmão estavam quase se realizando, e dariam certo se não fosse algo chamado “humano”. Não eram nem mais os zumbis que me preocupavam tanto, eles eu conseguiria matar fácil, mas os vivos revidavam, e tinham tanto remorso quanto um zumbi. Esse sonho, que levei algum tempo para aceitar, também fez com que me tornasse o principal alvo, porque se me encontrassem estariam com todo o resto do grupo nas mãos. Ouvi o barulho de pneus derrapando e peguei minha arma, indo para o mato alto. Me sentei ali esperando que o carro passasse direto, mas parou alguns metros á frente. Uma porta bateu e passos guinchavam pela lama. A tensão preencheu o ar e prendi a respiração com medo de que até ela me denunciasse. Um minuto depois o carro foi ligado novamente e desapareceu por entre as árvores á frente. Suspirei aliviada e me deixei cair sentada sem me importar com a lama. Meu coração estava acelerado e podia sentir meu estômago de contorcer. Apesar de minha mente gritar “corra”, meu corpo não conseguia me obedecer, até eu ouvir a lama guinchando novamente. Fiquei dividida entre correr e me encolher ali, e meus instintos foram mais fortes. Me levantei apressada e corri o mais rápido que pude. Corri, corri, corri, e não foi o bastante. Senti meu corpo sendo arremessado ao chão e minha roupa, já encharcada, se molhar mais ainda na poça.


– Agora vamos ver o que seus amiguinhos vão fazer, Delilah. – a voz do Governador ecoou em meus ouvidos.

E esse era o momento em que tudo estava perdido.

Senti algo espetar em meu pescoço dolorosamente. E enquanto tudo começava a girar, a última coisa que consegui ver foram os olhos cruéis do Governador que prometiam uma bela vingança. 


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Notas finais do capítulo

Ok, agora deixem-me explicar.
A parte em itálico, como perceberam, é a lembrança de um dia da Delilah.
A outra parte, a no sense, é do futuro, é algo que ainda vou escrever na fic. E também coloquei ela para deixar vocês curiosos. MUAHAHAHAHAHHAHAHAHAHA. Então, o que vai acontecer com ela e porque ela é uma moeda de troca, vocês saberão nos próximos capitulos.

Beijos e até a próxima ♥