A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 54
Parte IV - Capítulo 54 - Busca


Notas iniciais do capítulo

Ooi geeente! Era para eu ter postado no sábado, mas minha mãe lindissima esqueceu que existe conta de telefona/internet e não pagou. Então estava sem internet até agora tarde. Triste, não?
Então vou postar rapidinho, porque tenho outro capitulo quase pronto, no máximo amanhã posto o próximo, flw?
Espero que gostem! :3



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Capitulo 54

Busca

- Oi, eu estou bem, e você? – ironizou.

Franzi os lábios, confusa, e andei até ele. Peguei sua mão, apertando-a na minha, e passei a outra por seu rosto pálido.

- Jamie? – ele assentiu sorrindo – Como? Pensei que tivesse morrido.

Antes de responder, ele me puxou para um abraço apertado e cheio de saudade, e pude sentir seu cheiro, que mesmo depois de tanto tempo não havia mudado. Respirei fundo sentindo a nostalgia invadir meu peito e então seus lábios deram um beijo carinhoso no topo da minha cabeça.

- E eu pensei que você estivesse morta, querida. Tenho passado muitos dias sozinho, é muito bom ter te encontrado. – falou com seu belo sotaque britânico, que sempre me acalmou – Agora venha, você precisa comer alguma coisa.

Descemos as escadas e pelos cômodos que passamos pude perceber que a casa era realmente bem arrumada, nada espalhado, nenhuma poeira. Mas os quadros espalhados pela parede não tinham fotos, não tinham nada. Estavam completamente vazios. Fomos para a cozinha e de lá vinha um cheiro delicioso de algum tempero forte e algo adocicado. No canto, onde devia estar um fogão, havia uma estrutura de metal com madeira em brasas por baixo. Uma montagem interessante. Sentei-me na mesa que havia ali.

Jamie pegou um prato e colocou o que parecia ser sopa com algo alaranjado e o colocou na mesa á minha frente junto com uma colher.

- Espero que esteja bom. Até hoje não consegui pegar o jeito de cozinhar. – falou sorrindo torto sentando-se na cadeira de frente para mim com um prato para ele.

Coloquei um pouco da sopa e me deliciei com o gosto salgado e do tempero e adocicado da cenoura. Mas fazia quase um dia que não comia, então não era muito confiável para dizer se estava realmente delicioso.

- Está muito bom. – falei sorrindo fraco.

- Não me respondeu quando perguntei. Está melhor?

- Estou sim. – suspirei soltando a colher – Mas preciso te perguntar.

Jamie assentiu me incentivando a continuar, mas não consegui falar nada. Mas eu não sabia qual pergunta fazer primeiro e nem se queria saber a resposta. Me sentia segura ali, como se estivesse em casa novamente, mesmo ali não sendo minha casa propriamente dita. Mas sentia familiaridade que gostava de sentir, poder conversar idiotices e futilidades como se nada tivesse mudado, como se quando eu saísse pela porta fosse encontrar pessoas andando, crianças brincando. Era disso que eu sentia falta.

Não colocar emoções á frente da razão, lembrei a mim mesma. Ethan deve estar procurando por você, mova-se.

- Como me trouxe para cá?

Os minutos que se seguiram foram completamente preenchidos pela tensão. O silêncio era tão profundo que podia ouvir os grilos cricrilando e a grama alta roçando com o vento.

- Não foi difícil – respondeu finalmente – Você não é a pessoa mais pesada do mundo.

- Ok, mas por quê?

- É... Ruim ficar sozinho. E eu te encontrei. – remexeu a sopa com a colher – Eu só... Queria alguém por perto. Estou a tanto tempo sozinho que ás vezes acho que me esqueci como tratar as outras pessoas

- Ethan está comigo. – falei apressada, estava começando a me preocupar; Jamie não estava sendo muito sincero – Deve estar me procurando e preciso dele.

- Na verdade eu vi o Ethan. Saindo da casa. Por isso mesmo trouxe todas as coisas. Vou me encontrar com ele daqui a pouco. – retirou o próprio prato ainda cheio e derramou tudo na pia, apoiando nela. Não parecia estar muito confortável.

- Ah... Então eu vou com você. – me levantei com o sorriso mais verdadeiro que pude colocar no rosto.

- Ele saiu há só uma hora, com certeza ainda não voltou. Aproveite e termine de tomar a sopa.

- Mas temos que estar lá quando ele chegar, ou meu primo vai enlouquecer. – dei a desculpa, mesmo que meu estômago estivesse roncando e a preguiça fosse muita. Aquele lugar estava me dando sono.

- Ok, nós vamos. Coma e vá descansar um pouco, que suas olheiras estão enormes. Não dorme há quantos dias? – falou tudo de uma vez e saiu da cozinha.

Aquilo estava muito estranho, mas acabei cedendo e tomando a sopa. Estava deliciosa, mas cada gole era um dor no meu estômago vazio. Logo depois praticamente entrei em coma em cima da mesa mesmo, sem nem tempo para voltar ao quarto.

Quando acordei estava tudo escuro e as cortinas fechadas, o que me fez pensar como o lugar ainda não tinha sido invadido por zumbis sem nenhuma proteção nas portas e janelas.

Me sentei na beirada da cama e fiquei observando a luz da vela que iluminava o lugar o bastante para perceber que já estava de volta ao quarto, e minhas roupas novamente haviam sido trocadas – dessa vez uma blusa de mangas azul e um short ainda mais curto. Pela primeira vez me peguei imaginando Jamie trocando minha roupa, e senti meu rosto esquentar.

- Algum problema? – ele perguntou da porta me fazendo pular de susto.

- Mas que droga! Não me assuste desse jeito! – o repreendi colocando a mão sobre o coração acelerado – Está tudo bem, é só que... Eu estava pensando. Está com mania de trocar minhas roupas enquanto durmo.

Meu rosto esquentou mais ainda e ele riu alto, fazendo com que eu imaginasse mais uma vez porque nenhum zumbi vinha até a casa.

- Não fique assim. Estamos nesse mundo zumbi há um bom tempo, o bastante para eu aprender a trocar a roupa de alguém sem precisar olhar. – falou e deu as costas para sair do quarto – Mas isso não quer dizer que não olhei. E só para você saber, está linda.

Peguei o travesseiro ao meu lado e o taquei, errando Jamie por poucos centímetros o fazendo soltar outra gargalhada.

- Idiota. – resmunguei em meio a um sorriso.

- Ah, e pegue suas coisas. – ele voltou colocando apenas a cabeça na porta – Vamos atrás do Ethan.

Em questão de minutos juntei tudo o que precisava numa única mochila e desci as escadas, encontrando Jamie sentado num sofá vermelho puído com uma vela nas mãos.

- Só uma pergunta. Por quando tempo eu dormi?

- Não muito – respondeu se levantando e colocando a mochila sobre os ombros – Acabou de escurecer. Devem ser sete ou oito da noite.

- A essa hora Ethan deve estar querendo me matar por ter sumido. Porque dormi tanto tempo?

- Estava cansada, tinha que descansar. Não se preocupe, vamos encontrá-lo.

Saímos e entramos no Crossfox vermelho estacionado ali na frente. Isso tudo sem nenhum imprevisto e nenhuma visita de zumbis.

- Porque até agora não vi nenhum zumbi por aqui? – perguntei. Aquilo estava muito estranho.

- Eu matei os que estavam nessa rua e aos arredores enquanto dormia para não termos problema na hora de sair. – explicou desviando os olhos da estrada para mim, confuso – Porque, algum problema?

- Não, eu só... Achei estranho.

Muito, muito estranho, completei mentalmente. Estava começando a imaginar se podia confiar em Jamie. Ele sempre foi uma pessoa boa, mas em caso como esses elas podem mudar, e nossa família já teve muitos problemas com ex-namorados que deviam estar mortos e que na verdade estavam vivos para saber que devia ficar de olhos abertos.

- Não ache. Só não gosto de mortos no meu quintal. – falou voltando a atenção para a estrada.

Ficamos calados o resto do caminho, questão de minutos. A casa era perto de onde Ethan e eu estávamos, paramos ali na frente e descemos. Fui na frente descendo as escadas o mais rápido que pude e no porão não encontrei nada além do que eu tinha deixado, no caso o colchão e o travesseiro.

- Devemos esperar um pouco? – perguntei.

- Acho que devíamos procurar pela região, os lugares mais próximos onde ele poderia estar.

- Então vamos.

Voltamos para o carro e Jamie deu a volta no quarteirão, passou pelas principais avenidas e algumas ruas com lojas onde Ethan poderia estar. Mas não havia nenhum sinal dele ou de qualquer pessoa viva. Como o encontraria?

- Vamos voltar para casa e amanhã continuamos a procurar eles. Está muito escuro, de qualquer maneira não vamos conseguir vê-lo.

Respirei fundo e fechei os olhos, batendo as costas no banco do carro. Estava irritada. Como eu podia ter me perdido de Ethan?

- Porque teve que me tirar daquele lugar? – pedi com a voz fria – Podia ter que acordado, feito qualquer coisa... Mas não devia ter me levado daquele jeito. Agora vou ficar louca de preocupação sem nem saber o que fazer.

- Me desculpe. – suspirou, estacionando o carro no acostamento da rodovia e se virando para mim – Eu não queria que acabasse assim, então... Só me desculpe. Nós vamos encontrar ele, eu prometo.

- Eu a... – comecei, mas me interrompi.

Mais á frente, a rodovia era cortada por uma estrada de terra e, ainda mais á frente um filete de fumaça subia pelo céu timidamente, como se evitasse ser vista. Era óbvio que alguém estava controlando a chama que provocava a fumaça, provavelmente era uma fogueira.

- Fogo. – apontei.

- É. Tem gente por lá, parece que o fogo está sendo controlado. Melhor irmos embora.

- O que? Está louco? Se tem alguém lá pode ser que seja o Ethan.

- Assim como pode ser assassinos estupradores que vão nos prender a arrancar nossa pele.

- E você tem medo de assassinos e estupradores? – falei abrindo a porta e descendo – Covarde.

Tirei minha arma da mochila e andei em direção á estrada de terra atenta a qualquer barulho. Talvez aquele fogo estivesse atraindo errantes, então era melhor tomar cuidado. Mas quem seria maluco o bastante para fazer uma fogueira desse jeito?
Continuei o caminho sem me importar se Jamie estava me acompanhando. O lugar não era tão longe dali, então cheguei rápido. A escuridão não me deixava ver o lugar direito, mas parecia um campo aberto e, bem no meio, havia uma fogueira com muitas pessoas reunidas em volta.

Fiquei me perguntando se Ethan estaria ali e fui chegando mais perto, andando o mais sorrateiramente possível. Até bater em alguma coisa. Era uma cerca de arame telado que fez um barulho irritantemente tilintante, e logo em seguida a fogueira foi apagada. Ouvi alguns barulhos e então grunhidos. Não estava conseguindo ver nada e tinham zumbis por perto sem nem ter como fugir.

Uma mão puxou minha blusa, um barulho de perro e uma mão sobre minha boca, com certeza um homem. Meu coração acelerou e tentei gritar mesmo com a mão abafando minha voz, mas não adiantou. Dei um chute com o calcanhar, e fui jogada no chão brutalmente sentindo um chute no estômago, seguido de mais dois. Tossi compulsivamente enquanto me levantava, tentando acertar o infeliz que batera em mim e só consegui acertar um chute entre suas costelas, que apesar de forte não gerou muito resultado, já que ele segurou meu pé e me derrubou, empurrando meu rosto para chão com a sola do calçado, estiquei a mão para alcançar a arma no cós dos shorts sentindo a terra entrando em minha boca, enquanto o imbecil que tinha me batido – e provavelmente deixado marcas no meu corpo – abria a dele.

- É melhor soltar sua arma, se não quiser que eu atire agora mesmo.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada á carolsilveira13 pela dica do personagem. Thank you, linda! *------*
HEHEHE' Delilah apanhou, mas só um pouquinhozinho! Mas o que acharam? Jamie vivo? Talvez isso não seja bom... Ou pode ser uma boa coisa... SQN... SQS... Mas não. É, pode ser... hehe'
E fiquei sabendo que muitas pessoas querem matar pos causa do capitulo anterior, mas não me matem. Ainda terão muitos motivos para isso. MUAHAHHAHAHAHAHAHAHA.
Beijos e até a próxima maus amores ♥