A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 15
Parte I - Capítulo 15 - Condições


Notas iniciais do capítulo

Ooooiee! Desculpem a demora, tive alguns probleminhas chamados de "minha familia itneira está em casa e não me deixam ficar no pc muito tempo". Então me desculpem MESMO!
Mas agora aqui está o capitulo, que eu espero que vocês gostem (a ultima parte escrevi meio que correndo, então, por favor, ignorem os erros e as idiotices).



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Capitulo 15

Condições

“Mas temos que ajudá-lo, Zack!” ouvi a voz de tio Carter se exaltar. Abri os olhos lentamente, mas não houve tanta diferença. O interior do carro estava muito escuro, e a única coisa visível ao redor era a lua cheia que estava á pino. “É sério, pare o carro!”

Sentado no banco á frente, tio Carter parecia extremamente nervoso – o que não combinava muito com seu semblante calmo e juvenil – enquanto meu pai mantinha as costas arqueadas num claro sinal de desconforto, e pelo retrovisor podia ver muito bem seus olhos levemente arregalados e os lábios que formavam uma linha fina. Ele parecia completamente empenhado em ignorar o cunhado, até que este fez menção em destravar a porta e abri-la. Papai parou o carro abruptamente e começou a gritar com meu tio, mas eu não conseguia entender nada. Meu coração batia rápido demais para eu poder entender alguma coisa.

“Olhe, Zack! Ele parece mal! Temos de ajudá-lo!” foi a única coisa que entendi da conversa, enquanto Ethan tentava acalmar o pai, que apontava para algo na estrada. Olhei pelo vidro traseiro e pelo acostamento vinha uma pessoa que parecia, na melhor da hipóteses, estar bêbada. Tio Carter abriu a porta novamente, apesar dos protestos do meu pai. “Aqui!” ele gritou levantando os dois braços no alto e agitando-os, fazendo sinal para o homem.

“Merda! Ninguém sai desse carro!” papai praticamente gritou, pegando sua calibre 45 e indo atrás do meu tio.

“Porque seu pai pegou a arma?” perguntou Ethan assustado arregalando os olhos. Ele fez menção de que ia abrir a porta, mas dei um tapa em sua mão o olhando feio.

“Se você abrir essa porta ele vai dar um tiro em você!” falei. Conhecendo meu pai, se mais alguém saísse do carro após dizer para ficarmos ali, ele daria tiros para cima de raiva. Fiquei observando tudo dali, enquanto o homem ainda vinha em direção ao meu tio e meu pai, que estavam do meu lado da janela, extremamente cambaleante. Chegando mais perto, pude ouvir o homem falar, mas não entendia nada. Parecia uma língua estranha; talvez fosse estrangeiro. Mas então ele chegou mais perto, e pela pálida luz da lua pude ver suas roupas que estavam ensanguentadas, assim como sua boca. Sufoquei um grito e puxei a manga da blusa de Ethan, que agora usava seus fones de ouvido e havia fechado os olhos. Ele me olhou e parecia nervoso por atrapalha-lo, mas quando viu meu desespero, olhou para onde eu apontava e seu rosto ficou pálido.

“Eu disse para não sair do carro!” papai ralhou com tio Carter, levantando sua arma. Arfei, sentindo meu estômago contrair num tipo de repulsa e, quando a coisa chegou mais perto – e eu estava prestes a vomitar -, papai puxou o gatilho. O estrondo que acompanhou o tiro – que foi certeiro na testa da coisa – foi tão alto que ecoou pelo lugar e fez meu ouvido zumbir.

“O que diabos foi isso?” Ethan gritou com os olhos arregalados, saindo do carro. Estava prestes a segui-lo, quando a voz infantil de Kalem, que provavelmente havia acordado pelo barulho do tiro, me chamou.

“O que está acontecendo, Lia?” ele perguntou esfregando os olhos. Conferi Gael e Sue, e elas ainda dormiam tranquilamente.

“Nada, querido. Volte a dormir, ok?”. Passei a mão por seus cabelos e sai do carro, e encontrei meu pai verificando se a coisa estava morta. “O que. É. Isso?” perguntei pausadamente, chegando mais perto.

“Eu disse para não sair do carro! Imagine se isso chegasse até você?” papai ralhou com Tio Carter, ignorando minha pergunta.

“Será que alguém pode nos explicar que porcaria está acontecendo aqui?” Ethan já estava vermelho, e parecia furioso. Antes que alguém pudesse responder, outra daquelas coisas saiu do meio das árvores, e não estava sozinha; havia mais dois atrás dele, que conseguiam parecer ainda piores com a boca ensanguentada e, num deles, faltava um dos braços. Abafei um grito e senti minhas pernas paralisarem enquanto minha visão ficava embaçada pelas lágrimas de nervosismo.

“Voltem para o carro. AGORA!” meu pai mandou e Ethan e tio Carter entraram no carro, enquanto ele atirava nas cabeças das coisas. “Volte logo para o carro, Delilah!”. Finalmente acordei e corri para o carro, retomando meu lugar e trancando a minha porta. Respirei fundo tentando me acalmar, mas calafrios tomavam meu corpo enquanto o barulho de tiros continuava.

“O que são aquelas coisas?” Ethan perguntou com a voz trêmula, e não ouvi a resposta. Estava mais concentrada em fazer meu corpo parar de tremer e meus olhos pararem de lacrimejar. A porta do carro abriu e olhei assustada, mas era apenas meu pai.

“Porque não falou?” tio Carter perguntou com a voz estranha.

“Pensei que Connie tivesse te contado.” Ele respondeu, abrindo o porta-luvas. Pegando três armas, entregou uma para tio Carter, uma para Ethan,e, por ultimo – e meio relutante – entregou uma calibre 380 cromada para mim. “Hora de usar as aulas de tiro que lhe dei, querida.”

Abri os olhos aliviada por acordar. Estava cansada dos pesadelos. Se fossem apenas pesadelos não ficaria mal, mas não eram simples pesadelos; eram lembranças, as que eu mais queria esquecer.

Levantei-me, sentindo minhas costas protestarem e todos os meus ossos doerem. Olhei em volta e percebi que havia dormido no sofá. Lembrei vagamente de ter ficado até de madrugada conversando com Savannah e Glenn.

– Eu não vou te dar cinco segundos para começar a nos ajudar a dar a faxina na casa. – Emma falou com as mãos na cintura e uma expressão impaciente.

– Ok, mamãe. – zombei, a voz um pouco rouca.

Subi as escadas lutando contra a preguiça e logo me vesti com um short velho e uma blusa enorme de uma banda desconhecida, que chegava a tampar o short. Desci novamente, indo atrás de Emma.

– O que tenho que fazer? – perguntei, vendo que Carol já arrumava um quarto e Lori a sala.

– Arrume a cozinha. Mas é para arrumar direito! Lavar as vasilhas, guardar, varrer, limpar os armários... – Ela explicou me olhando severamente. – Não quero nada mal feito.

– Sim, senhora. – bati continência e fui para a cozinha.

Fui para a cozinha demorando o máximo possível. Lavei todas as vasilhas – zumbis idiotas, por causa deles não há mais lavadoras de pratos –, varri, esfreguei o chão, e então lembrei que devia ter limpados os armários primeiro. Suspirei, tentando me conformar com minha própria burrice e peguei um pano molhado. Abri o primeiro armário, e me assustei com o que havia ali. Ou pelo menos com o que devia haver. Ali dentro só encontrei dois dos pacotes de biscoito que pareciam estar lá há muito tempo. Abri outra porta e ali só achei alguns enlatados que deviam estar vencidos e nos outros armários tinha mais coisa, mas nada muito relevante. Logo estaríamos sem suprimento. Poderíamos até tentar usar apenas o que estávamos plantando, mas não seria uma boa ideia; aquilo não duraria uma semana pelo grande número de pessoas, mesmo com todos ajudando, e devíamos pensar em Lori. Uma grávida não deveria comer apenas aquilo.

– Emma! – gritei, e a mulher veio correndo, com uma expressão assustada.

– O que aconteceu?

– Nada, só queria te perguntar pra onde foi toda a comida.

Ela suspirou, o rosto de repente cansado e revelando seus trinta e três anos de idade.

–Tem muita gente aqui. Não sei se poderemos manter todas elas.

– Nós podemos. – falei, enxugando minha mão num pano qualquer, indo em direção á porta. – E vamos.

Fui para o meu quarto e troquei a roupa que estava por uma que não era tão confortável, mas me protegeria do frio e não seria tão fácil um zumbi me morder. Coloquei a jaqueta de couro por cima e minhas botas. Prendi os cabelos num coque mal feito e desci, prendendo End no coldre á minha cintura, junto com um pente e mais uma conta deles na coxa direita – não era confortável, mas muito prático, e para uma pessoa paranoica como eu era perfeito. Desci as escadas e algumas pessoas estavam ali, tomando água, a pele suada e os rostos cansados.

– Eu vou á cidade, alguém precisa de alguma coisa?- perguntei, atraindo a atenção deles.

– Vai sozinha? – perguntou Glenn, em meio aos goles da água.

– Vou. Por quê? – perguntei, achando estranho.

– Nada. Nada. – respondeu rápido, e sai pela porta, mas uma mão me parou.

– Posso ir com você? – Carl perguntou, os olhos ansiosos.

– Isso não é comigo, Carl. Se seus pais deixarem eu te levo. – falei sorrindo, e ele pareceu esperançoso. Correu para dentro da casa e minutos depois voltou, parecendo irritado.

– Minha mãe surtou. – explicou – Mas meu pai disse que se mais alguém for eu posso ir.

– Sabe atirar?

– Sei sim. – ele falou orgulhoso.

– Vou convencer sua mãe.

Ele murmurou um “yes!” e entrei em casa. Lori estava sentada no sofá, parecendo cansada e acariciando sua barriga de quatro meses já visível, olhando para o nada.

– Lori? – chamei, e ela olhou para mim como se já imaginasse o que eu ia pedir. – O Carl não pode ir junto á cidade?

– Não. – respondeu simplesmente.

– Por quê?

– Porque ele é meu filho e eu disse não.

– Ele não parece muito feliz trancado aqui dentro o tempo todo. – expliquei, e ela fez uma careta.

– Entenda, ele já correu riscos demais, e não quero isso para ele. Carl já viu coisas ruins demais. Não precisa sair para ver mais.

– Eu levo mais alguém, quem você quiser. – falei, pensando na carinha fofa de Carl quando pediu para vir junto. Parecia tão ansioso para sair dali.

Lori não parecia nada contente. Ela olhou para mim, e então para a porta. Carl estava ali parado, olhando para ela como se isso fosse o maior sonho dele.

– Por favor, mãe. – ele pediu, e Lori suspirou derrotada.

– Ok, mas o Daryl vai com vocês.

– O Daryl? – quase gritei.

– O que tem eu? – sua voz ecoou da cozinha, e ele apareceu com uma garrafa de água.

– Não pode ser o Glenn? – pedi, quase implorando.

– Essa é a minha condição.– Lori falou séria - Daryl, pode ir com eles até a cidade?

– Ir á cidade com a ruiva louca e uma criança? – ele pensou um pouco, olhando para nós, e eu cruzava os dedos para ele dizer não – É, vai ser interessante. Só vou pegar algumas coisas.

Ele desapareceu pela porta e eu suspirei derrotada.

O que eu fiz para merecer isso?


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Ethan

(http://data.whicdn.com/images/39474111/577039_495974930426840_809000492_n_large.jpg)


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Notas finais do capítulo

O que achaaaaram? O que acharam do Ethan? O que será que vai acontecer na cidade, hein? Daryl e Delilah sozinhos tendo que "cuidar" de uma criança... hehe'
Entãããoo... Até a próxima(que prometo que não vai demorar muito!
Beijos



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