A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 1
Parte I - Capitulo 1 - Porque Odiar o Mundo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo da minha primeira fic de The Walking Dead! Espero que gostem! ^^



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Parte I: Delilah

Capitulo Um

Porque Odiar o Mundo

Burra, burra, burra.

Minha mente torturava-me sem piedade enquanto continuava correndo. Os grunhidos estavam cada vez mais próximos. Como aquelas coisas podiam ser tão rápidas sendo tão... Mortas? Sentia o pânico me tomar cada vez mais sem me permitir pensar com cuidado, analisar minha situação. Peguei minha SIG Sauer (carinhosamente apelidada de End), me preparando para atirar. Joguei a mochila que carregava nos ombros e com a mão livre peguei um punhal. Não pretendia tirar, a menos em caso extremo. Um tiro poderia atrair ainda mais daquelas criaturas; mais do que eu poderia tirar. Zumbis idiotas!

Você deveria ter escutado Emma e ficado em casa! Minha consciência torturou-me um pouco mais, fazendo meu coração acelerar. Mas não importava o que dissessem, eu não me arrependeria nunca de ter feito o que fiz. Era necessário, e não só por mim, mas por Gael e Kalem. Já podia escutar todos os sermões com que todos ali iriam me presentear.

Continuei correndo em direção ao carro. Virei a esquina apenas para me desesperar mais ainda. O carro estava certado por aquelas coisas, mais do que eu podia contar. Elas pareciam procurar pelo que levava o cheiro tão bom que as atraia. O meu cheiro.

Respirando fundo para me concentrar e impedir que as lágrimas deixassem minha visão ainda mais turva, levantei a arma pronta para atirar. E atrair ainda mais daquelas coisas. Teria que agir rápido. Dei o primeiro tiro, que a acertou a cabeça do que um dia foi uma mulher com um vestido de paetê (que já não tinha tanto paetê assim) que bloqueava a porta do motorista. Perdi a conta de quantas vezes atirei, mas eles pareciam apenas aumentar. Devia ter pensado melhor antes de atirar. Mas se não atirasse, teria que pegar outro carro e fazer ligação direta, e até isso dar certo... De qualquer jeito estaria morta.

Dessa vez deixei as lágrimas rolarem livremente por minhas bochechas, enquanto minhas pernas sentiam a consequência por ter corrido tanto e tão rápido. Meu único desejo era que isso acabasse logo. Não precisava doer, precisava? Ou se talvez eu simplesmente acabasse com isso por mim mesma... Balancei a cabeça como se isso pudesse fazer com que aquela ideia maluca sumisse. Recarreguei End com um único pensamento: desistir não é uma opção.

Senti algo puxando meus cabelos fazendo-os solta da trança em que estavam presos. Virei-me agilmente, já disparando exatamente na testa da criatura. Corri em direção ao carro disparando para os zumbis próximos a ele, esperando que fosse o suficiente. E para minha sorte foi. Devo ter recarregado End mais umas duas vezes, mas consegui. Entrei no meu carro – uma BMW X5 grafite – e arranquei, passando por cima de alguns dos zumbis.

Contornei a pequena cidade na esperança de atraí-los para longe da saída que me levaria para casa, mas não deu certo. Por onde passava, atraia mais deles. Porque eles não estavam pegando a isca? Dando um soco no painel do carro, virei o volante bruscamente na primeira saída da cidade que encontrei, pegando logo a interestadual que cortava a estrada. Segui por alguns minutos por ali até não poder mais ver nenhum zumbi e então parei o carro no acostamento, respirando fundo. Como isso podia estar acontecendo? Em poucos dias tudo havia sido arruinado, e agora aqui estou eu, pensando em como voltar para casa sem que aqueles monstros me seguissem até lá. Respirei fundo mais algumas vezes repetindo “fique calma, você vai conseguir” como se isso fosse me salvar de tudo isso.

Com as mãos ainda um pouco trêmulas, girei a chave novamente e pisei fundo, virando na estrada sem cuidado nenhum. Acelerei até o velocímetro apontar cento e oitenta quilômetros por hora, e foi nesse momento que a sorte me abandonou completamente.

O carro foi desacelerando, e a minha própria voz ecoou em meus pensamentos. “Acho que estou esquecendo alguma coisa”, pensei enquanto estava no mercado. Estava sentindo falta de algo, mas não me lembrava o que era. Bati ferozmente no volante, e a buzina soou alta e irritante, ecoando pelo lugar. Agora atrairia mais zumbis! Como eu podia ser tão estúpida?! Olhei para o medidor de combustível e me odiei. Como podia ter esquecido a gasolina?

Respirei fundo, rezando para que tivesse dirigido o bastante para impedir os zumbis de chegarem a mim até encontrar uma solução. Como se fosse uma resposta para meu pedido, ouvi ao longe o barulho nojento e agourento daquelas coisas. Senti meu corpo paralisar, sem saber o que fazer. Meus ouvidos zumbiam e minha visão rodava, mas ainda era possível ouvir aqueles grunhidos nauseantes cada vez mais altos. Estavam perto.

Então é isso? , pensei. Vou morrer assim, por causa da minha estupidez?

Tirei a mochila das minhas costas, peguei todas as armas que guardava no porta-luvas e embaixo do meu banco. Guardei End no coldre e peguei meu arco embaixo do outro banco, juntamente com a aljava. Abri a porta do carro á conta de ver um zumbi apontar na curva há apenas uns cinquenta metros de mim e corri para o bosque, com uma flecha já pronta no arco.

Tentei correr o mais silenciosamente possível, o que não é tanto quando se tem milhares de cascalhos sob seus pés. Continuei sem realmente ver o caminho, estava mais concentrada nos ruídos que poderiam denunciar um zumbi por perto. Ouvi alguns grunhidos e prontamente levantei meu arco pronta para atirar. Mas ali não tinha nada. Senti um arrepio e me virei dando de cara com um zumbi que tinha perdido o nariz e grande parte da carne da face. Ele grunhiu como se estivesse satisfeito consigo mesmo, fazendo meu estômago revirar. Ele começou a se arrastar em minha direção diminuindo cada vez mais os curtos três metros entre nós. Mirei bem a flecha e a soltei, acertando exatamente seu olho direito.

Virei-me novamente, mas algo segurou meu tornozelo. Olhei para o chão e vi outro, que já não tinha as pernas. Provavelmente viera até mim rastejando enquanto estava mais preocupada com o que tinha pernas. Sem tempo para arrumar a flecha no arco com seus dentes perto de minha perna, peguei rapidamente uma flecha e afundei em sua cabeça. Peguei as duas flechas e limpei-as numa planta, colocando de volta na aljava.

Ofegante pelo nervosismo, olhei em volta procurando algo que pudesse me dar uma ideia. Andei mais um pouco até encontrar um enorme barranco inclinado demais para descer sem corda. Suspirei. Não tinha volta. Se ficasse acabaria encurralada pelos zumbis, e se voltasse daria de cara com eles. Soquei a árvore mais próxima, logo me arrependendo quando a dor penetrou meus ossos juntamente com as farpas.

Voltei-me para o barranco, de onde dava para ver ao longe os enormes prédios de Detroit. O sol estava se pondo, e os vidros que ainda sobravam reluziam.

Porque aquilo tinha que acontecer? Agora o mundo estava um caos e eu não tinha para onde ir que não resultasse numa missão suicida, Emma, Gael e Kalem precisavam de mim, e estava completamente presa entre... A morte dolorosa e a morte ainda mais dolorosa.

Suspirei novamente e sentei, encostando-me na árvore. Olhei para cima, observando como o vento fazia seus galhos mexerem suavemente. E foi então que a ideia surgiu.

Arrumando a mochila nos ombros e coloquei o pé no lugar onde a árvore se dividia em dois ramos, subindo em um. Em alguns minutos estava quase no topo da árvore, há cerca de vinte metros do chão. Arrumei-me ali e peguei minha jaqueta de couro para que o vento frio do final de outubro não me afetasse tanto. Afinal, teria que passar a noite por ali. E esse é um dos motivos pelos quais odiar esse mundo.



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Notas finais do capítulo

caso o link não abra: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=59780506#
E ai, mereço reviews pelo menos pelo esforço da tentativa? rsrs' Até o próximo capitulo!
Ass: Tammy