Decline escrita por Yumi Saito


Capítulo 21
XVIII — Sumiço.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo editado. [02/04/2014] ~~ Happy b'day to me! *o*



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P.O.V JANE SLANDER.

Era inútil tentar me soltar daquele monstro. Eu só não entendia o porquê de Vicktor ter me levado pra longe da floresta, me ameaçado de morte e ter colocado um pano úmido para eu cheirar. Antes que eu adormecesse, ele falou que eu era uma chata tagarela. Depois disso não escutei e nem vi mais nada.

Acordei mais ou menos duas horas depois, de acordo com ele. Vicktor me vigiava sério, o que me dava muito medo. Ele tinha as mãos no meio das pernas, me fitava como se eu fosse algo a se admirar.

— Pensei que não acordaria mais.

— Mas eu acordei — falei, um pouco desinteressada. — Pode me deixar ir.

— Engraçadinha, você — ele disse. — Fica aí, porque eu não estou com muita paciência.

Não respondi. Olhei em volta e percebi estar em um... um tipo de quarto. Espera: era um quarto. Paredes vermelho sangue, alguns quadros, uma cama, um guarda-roupa e outras coisas significantes. Se esse fosse o quarto dele... poxa vida que coisa feia.

Vicktor saiu, após isso, comecei uma chuva de xingamentos. Mas dois minutos depois ele entrou na porta novamente, caminhando rápido e me pegando fortemente pelo queixo:

— Eu escutei tudo — ele falou. — Limpa essa tua boquinha, porque eu disse que não tolero vadiazinha.

Eita. Esse tá mais exaltado que a minha mãe no dia que descobri que a gente ia morar em Paris.

— Não! — sorri.

Vicktor respirou pesadamente. Conseguiu me atirar para a parede apenas me segurando pelo queixo.

Após isso ele saiu, mas não voltou mais.

Decidi sair do quarto, já que a porta não estava trancada. Até agora eu não entendi o sentido de eu estar sendo "sequestrada" Isso é bem coisa de gente que não tem nada pra fazer. Olha só: o Vicktor se encaixa perfeitamente nisso.

Fui atrás dele, escondi-me atrás de um pilar e o observei caminhar até a cozinha. A casa em si era bem bonitinha. Decidi sair de lá, não haveria fundamento ir até ele... o cara poderia se estressar e me trancar de vez no quarto. Corri novamente pra lá, e por sorte não fui pega.

Vasculhei mais o local, nada de importante. Havia uma porta de madeira branca, me atrevi em entrar lá e acabei percebendo que era um banheiro. Logo, em cima da pia, havia um celular.

Eu só sei que por dentro eu estava muito feliz, e me sentindo muito esperta também... Não sabia se Vicktor era retardado ou burro.

Maaas, minha alegria terminou quando escutei a porta ser aberta. Enfiei o celular no bolso na mesma hora e puxei a descarga da privada, fingindo ter usado ela. Logo em seguida, lavei minhas mãos de mentirinha e saí do banheiro.

— Trouxe lanche — ele disse.

— Não estou com fome — respondi.

— Não seja mal educada!

— Eu não ser mal educada? — debochei, quase cuspindo nele: — Você me sequestra e quer que eu seja educada? Vai pro inferno, cara!

Ele não respondeu. Olhou para os lados e tateou algo nos bolsos. Engoli em seco, porque imaginava que ele estivesse procurando pelo celular... Vicktor franziu o cenho:

— Meu celular...

— Não está no último lugar que você esteve?

Ele me encarou e deu de ombros. Saiu do quarto sem satisfações.

Eu falei que esse cara é retardado.

Devolvi o celular em cima da bancada do banheiro. E chamei ele para avisar que o celular estava lá. Vicktor recebeu de bom agrado, olhando as mensagens enviadas e as ligações feitas, para ver se eu não tinha futricado lá.

Ele saiu, novamente.

Esperei alguns segundos, para tentar arranjar uma maneira de fugir. Após alguns minutos, eu descobri que era quase impossível fugir. Eu precisava conquistar Vicktor e sua confiança... assim, com um jogo psicológico, eu sairei dessa casa tranquilamente.

Saí do quarto na ponta dos pés, procurei por outro quarto, mas todas as portas estavam fechadas. Desci as pequeninas escadas, e quando cheguei no primeiro andar, avistei de longe Vicktor. Deitado. Na sala. Em um sofá. Estava dormindo.

Suspirei fundo e caminhei vagarosamente até lá.

Antes que ele pudesse se acordar, roubei seu celular. Eu não sei como, mas o cara acordou. A minha sorte foi ter conseguido colocar o celular no bolso antes que ele visse.

— O que faz aqui?

— Ah... — ponderei. — Só quero assistir um pouco de televisão.

Vicktor revirou os olhos.

— Volte para o seu quarto.

— Tuuudo bem! — disse.

Mordi o lábio inferior e fiquei mais alguns segundos ali. Vicktor se virou de costas e deitou novamente no sofá. Caminhei para o meu quarto um pouco apressada, com medo que ele viesse atrás. Quando entrei, tranquei a porta.

Deitei na cama e liguei o celular.

Por sorte, não havia senha no celular, então comecei a vasculhar as mensagens dele. Havia apenas uma. Uma única mensagem. Não havia o nome de quem mandara, apenas escrito "número privado". Dei de ombros e abri ela:

"Amanhã às sete e meia da manhã no parque. O dinheiro vai estar lá."

Deixei o celular comigo. Se tudo der certo, eu vou tentar gravar aquela conversa. Mas pra isso eu vou precisar de outro celular...

Acabei tendo uma ideia.

Abri uma nova mensagem. Coloquei o número da Íris e digitei:

"É a Jane. Por favor, não responda essa mensagem e nem pergunte o porquê. Eu preciso que traga meu celular em uma casa branca de dois andares. Ela fica na rua Journey 65. Não é muito perto, mas faz isso por mim. Por favor! E não responde essa porra. Só deixa o celular no jardim da casa. Obrigada!"

Eu estava com uma leve impressão que ela não iria trazer o celular. Exclui a mensagem e deixei o celular do meu lado... olhei para a janela, esperando que Íris conseguisse fazer o que eu pedi.

* * *

O toque do celular soou. Sete horas em ponto. Eu mal consegui pregar o olho a esta noite. Desliguei o despertador e levantei em um pulo da cama. Saí na ponta dos pés do quarto e voltei para a sala. Depositei o celular lá. Nele não havia nenhuma mensagem.

Saí da casa. Vasculhei o jardim e entrei em um pequeno desespero, pois não encontrava o maldito celular. Só fui achar ele cinco minutos depois, dentro da caixa de correios. Peguei-o e voltei para a casa.

Fui nas mensagens, havia um save da Íris:

"Espero que esteja bem... Castiel quer chamar a polícia."

* * *

P.O.V VICKTOR.

Nunca vi uma menina tão chata e dura. Eu estava vendo a dor de cabeça que iria ser aquele susto. Mas não dava pra desistir, eu ia simplesmente jogar o problema nas costas de Ambre e ela que se virasse.

Eu não me dei o trabalho de ir ver ela. Saí de casa mesmo assim e fui para o parque. O único parque que havia naquela cidade idiota.

— Cheguei — disse me sentando ao lado, no banco. — Passa o dinheiro.

— Ótimo — ela disse. — Fique sabendo que eu vou pular fora de tudo. Tá aqui a grana, agora some.

— Caalma, — disse. — eu quero que você faça o demônio com ela ainda. Menina estúpida, precisa de um puta susto pra aprender a ser gente de verdade. E não adianta me contrariar, Ambre. Quando eu quero, eu simplesmente consigo, entendeu?

Ela assentiu positivamente, sem protestar. Porque sabia que era inútil.

* * *

P.O.V JANE SLANDER.

Parei de gravar a partir daí, porque eles não falaram mais nada.

Cara... por que o Vicktor me odeia tanto assim? Eu tenho culpa de ser uma chata que contraria todo mundo? Cara, ele é um... retardado. Mas não tem problema, porque isso aqui vai cair nas mãos da polícia antes mesmo dele conseguir respirar sem eu por perto.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Castiel. Pedi que ele estivesse naquela casa amanhã.


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