Na manhã seguinte, ainda bem cedo para algumas pessoas, e tarde demais para outras, uma visita inesperada apareceu no apartamento de Utau.

– Abram essa porta imediatamente! Vamos, abram depressa! É uma ordem! Abram de uma vez! - alguém socava a porta do lado de fora com tanta força que parecia que ia derrubá-la
– Hai, hai, já vou... credo, que desespero - Shiori abriu a porta que estava sendo brutalmente espancada pelo lado de fora e deu de cara com o rosto mau-humorado de Tadase - Ué? Chibi King? O que está fazendo aqui há essa hora?!
– Eu é que pergunto! Depois daquela ordem absurda que o Tsukiyomi Ikuto te deu ontem, achei que você tinha sido comida viva por ele... ou talvez em outro sentido, o que é mais provável... mas você está completamente inteira!
– Ehhh sua mente está bem maliciosa hoje, hein?! Achou mesmo que o simples fato de dormir no quarto de um garoto acabaria comigo, é? Eu não me abalo tão fácil assim não, viu?! - ela exclamou convencida
– Ah, sério? Mas é de Tsukiyomi Ikuto que estamos falando afinal, ele deve ter feito alguma coisa... ele fez, não fez??
– Informação confidencial! - ela levou um dedo aos lábios e piscou para ele, sorrindo
– Céus, você precisa parar de ver tanto anime, é sério - Tadase falou com uma gota na cabeça, adentrando o apartamento sem fazer cerimônia - Bem, isso não me importa nem um pouco. Agora chame a Utau pra mim, plebéia
– Utau-chan saiu cedo pra gravar uma música... espera aí, você disse "plebéia"?! - ela reparou então na coroa dourada sobre a cabeça do loiro - Ahh você está mandão de novo... nossa, e você veio até aqui no Chara Change?! Que coragem, hein... ou seria estupidez?
– Droga, a Utau não está, né? - Tadase ignorou o comentário da garota - E o Tsukiyomi Ikuto?
– Ainda está lá no quarto, ferrado no sono... ele parece mesmo um gato preguiçoso às vezes hahahahaha!
– Droga, eu jurava que resolveria isso se viesse aqui - o Rei tornou a ignorar o comentário dela - E eu realmente precisava que eles me entregassem "aquilo", as tarefas do Valete devem ser cumpridas hoje afinal...
– Ei, o que são essas tarefas do Valete? - ela perguntou, mas foi ignorada de novo pelos pensamentos em voz altas de Tadase - Eeei está me ouvindo?! Perguntei que tarefas do Valete são essas!
– Shiori, você gosta de cosplay, não é? - o Rei indagou, sem nem sequer ouvir a pergunta dela
– Hein? Ah sim, adoro! Você já devia saber disso, Chibi King!
– Ótimo. Então hoje você terá não apenas a sorte de pagar pelos erros que cometeu no passado, como também terá a honra de ser útil ao seu Rei, plebéia. Quero que me empreste uma coisa
– Claro, claro, eu empresto o que você quiser, Chibi King! - ela exclamou sorridente - Mas com uma condição: Me conte, o que são essas tarefas do Valete afinal?

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Mais tarde, naquela mesma manhã, na casa de Tadase...

– Hotori-kun! - Nagihiko adentrou a propriedade dos Hotori assim que Tadase abriu a porta. Apoiou as mãos nos joelhos, esbaforido, e tentando recuperar o fôlego. Aparentemente veio correndo o caminho todo até a casa do garoto - Eu vim... o mais rápido que pude. Por que me chamou aqui? Qual a emergência?
– A emergência, plebeu, é que você não tem cumprido com suas tarefas de Valete, e deixou de servir ao seu Rei! Chamei-o aqui para corrigirmos esse comportamento desleixado imediatamente! - Tadase exclamou, com o semblante sério, de braços cruzados e olhando o Valete do alto, visto que esse ainda estava com as mãos apoiadas nos joelhos
– Quê?! Tarefas...? - Nagi levantou-se e reparou na coroa sobre a cabeça de Tadase - Ahh droga, o Chara Change. Mas Hotori-kun, é verão... e estamos de férias
– Não me chame dessa maneira tão íntima, seu insolente! É Majestade, ouviu bem?! Majestade!! - Tadase exclamou, seu mal-humor piorando
– E tem outra coisa, Valete - Kiseki aproximou-se - Não interessa se é verão, inverno, outono ou primavera, as tarefas do Valete devem ser cumpridas sempre, ouviu bem?! Agora deixe de ser preguiçoso, ao trabalho!!
– Ahh droga... eu sabia que tinha alguma coisa estranha nesse pedido do Tadase-kun pra vir até aqui de repente - Temari comentou - Viu só, eu disse que não era coisa boa, Nagihiko!
– E tenho a impressão de que as coisas só vão piorar mais ainda - Rhythm completou - Nagi, nós vamos voltar pra casa primeiro, ok? Não acho que vocês vão querer platéia
– Excelente idéia a de vocês, plebeus. Acompanho vocês até a porta - Kiseki acompanhou Temari e Rhythm, que seguiram para casa na frente sozinhos. Por algum motivo, Kiseki também não voltou mais
– Muito bem, então vamos começar - Tadase falou, voltando para dentro de casa, com Nagihiko em seu encalço
– M-Mas Hotor... quero dizer, Majestade... tem certeza de que é uma boa idéia fazer isso aqui? - Nagi perguntou - Quero dizer... seus pais...
– Saíram hoje cedo - o loiro respondeu
– Ah, certo... etto... e o Tsukasa-san...?
– Saiu também
– Droga, nunca tem ninguém nessa casa quando eu preciso - o Valete resmungou para si mesmo - Então, o que você deseja primeiro, meu Rei? Chocolate? Massagem talvez? - ele perguntou, conformando-se
– Quero que você cozinhe pra mim - Tadase falou, virando-se de frente para ele e encarando-o
– Quê? Cozinhar...? - Nagi repetiu - Não é isso que você me pede normalmente...
– Não é um pedido, é uma ordem, plebeu! - o loiro exclamou - Além do mais, não estamos no Royal Garden agora. Quero expandir os horizontes. Agora obedeça!
– Hai, hai... e o que o meu Rei deseja comer? - Nagihiko perguntou, adentrando a cozinha
– Deixo isso à sua escolha. Sabe do que eu gosto, não sabe?
– Sim... eu sei muito bem do que você gosta, Hotori-kun - Nagi murmurou baixinho com um sorriso no rosto.

Nagihiko concentrou-se apenas em cozinhar por algum tempo e, quase meia hora depois, a comida estava pronta. Colocou um pouco de cada coisa que cozinhou em um prato e o depositou na frente de Tadase, que estava sentado à mesa da cozinha, observando o maior o tempo todo.

– É, não está nada mal... você selecionou uma bela opção de pratos, Valete - Tadase comentou, observando o alimento diante dele minuciosamente - Tamago-yaki, sashimi, rolinho primavera... ué? Você não fez bolinho de arroz dessa vez. Sabe que eu adoro isso. Por que não fez?
– Ahh... é que... b-bem, não tinha material suficiente - Nagihiko mentiu, sobressaltando-se por Tadase ter notado ese fato - E também... a última experiência que tive quando fiz bolinhos de arroz pra você... d-digamos que não é muito boa - ele murmurou tão baixo que Tadase teve que se aproximar para ouvir
– Ah, entendo - o Rei disse simplesmente, lembrando-se também da ocasião - Bem, que seja então. Mas, como punição por não ter feito os bolinhos, você terá que fazer com a comida o mesmo que faz com o chocolate
– Ah, certo... como quiser, Majestade - Nagihiko conformou-se, segurando os hashis e pegando um pouco de comida do prato, levando até os lábios de Tadase, que abocanhou tudo de uma vez só - Hmm... está mesmo bom, Valete. Você tem talento pra cozinha
– Agradeço o elogio, Majestade - Nagihiko fez uma reverência
– Parece... a comida da Nadeshiko
– Ah... bem, sim... v-você sabe porque parece a comida dela, não é? - Nagi indagou um tanto desconcertado
– Sim, eu sei - o Rei disse simplesmente - Agora me dê mais - ele tornou a abrir a boca, e Nagihiko voltou à sua tarefa de alimentar o Rei.

Fizeram isso mais algumas vezes, com todo o tipo de comida que Nagihiko tivesse preparado. Depois, Tadase insistiu que queria comer uma sobremesa, mas não havia realmente muitos ingredientes na casa para se preparar algo doce. Depois de vasculhar o armário e a geladeira várias vezes, e pensar seriamente se devia ou não cozinhar aquilo, Nagihiko preparou a única sobremesa que os ingredientes escassos lhe permitiram: Depositou uma grande e suculenta banana-split, coberta com um restinho de sorvete de limão que encontrou na geladeira, calda de morango, e com uma cereja em cima, diante do Rei. Tadase encarou o doce por longos segundos, até voltou seu rosto para o do Valete e perguntou:

– Ei, o que você está querendo me dizer com isso afinal, hein? Você sabe que esse doce é um tanto quanto sugestiivo, não sabe? Quais são suas intenções por trás disso?
– Ah... e-eu... etto... - Nagihiko gaguejou, um tanto descocnertado por Tadase ter chegado á essa conclusão sozinho - B-Bem... é que não tinha outros ingredientes, e.... n-não dava pra fazer outra coisa
– E você realmente não estava com segundas intenções quando preparou isso? - Tadase levantou uma sombrancelha descrente - Quero dizer, não falo só pela banana, mas você escolheu sorvete de limão, colocou cerejas em cima, e tudo o mais...
– N-Não, eu realmente não pensei nesse tipo de coisas! - Nagihiko afirmou - Eu só... só queria fazer um doce mesmo
– Sei... - por algum motivo Tadase pareceu desapontado - Bem, que seja então - ele começou a comer o doce, sozinho mesmo.

Depois de comer tudo, Nagihiko recolheu o prato, e aproveitou para lavar a louça. Assim que acabou, saiu da cozinha, à procura de Tadase, e quando ia verificar se ele tinha voltado pra cama depois de comer tanto, foi surpreendido por um abraço ao adentrar o quarto do Rei.

– Hoto... d-digo, Majestade... q-que está fazendo?!
– Você realmente não deveria ter me dado banana-split pra comer - Tadase falou, ainda abraçado à Nagihiko, tão próximo que o maior podia sentir o hálito quente dele batendo em seu pescoço enquanto falava - Agora... por causa daquele doce, eu... estou com vontade de fazer uma outra coisa
– Verdade? E o que o senhor está com vontade de fazer, meu Rei? - Nagi indagou, fingindo-se de inocente
– Não se faça de besta, você sabe muito bem do que estou falando - Tadase afastou-se um pouco, virando-se de frente para o maior, de modo que pudesse encará-lo nos olhos.

E, antes que Nagihiko percebesse, o loiro lhe deu um leve empurrão, fazendo com que ele caísse sentado, com as costas escoradas contra a parede. Tadase sentou-se também, com as mãos apoiadas no peito dele, de modo a parecer mais alto. E antes que Nagihiko se desse conta do que estava acontecendo, Tadase agarrou-se em seus cabelos e roubou-lhe um beijo. Nagi arregalou os olhos em choque, sentindo o rosto esquentar, mas logo recuperou-se, e envolveu a cintura do Rei com os braços. Porém, Tadase os afastou rapidamente, distanciando-se um pouco para poder falar.

– Não, você não vai fazer isso dessa vez. Hoje sou eu que está no controle, você deve apenas ficar quieto e me obedecer como um bom Valete, ouviu?
– O que? D-Do que está falando, Hoto... M-Majestade?! - Nagihiko indagou perplexo - Eu sempre faço isso... e você nunca reclama. Na verdade, parece até gostar
– Não interessa, eu não quero que você faça isso hoje! - o loiro rebateu - Hoje é a minha vez... de assumir o controle. O seu papel é apenas ser tocado e beijado por mim, entendeu? - ele falou, aproximando-se alguns milímetros, quase selando seus lábos de novo, apenas para provocar o maior - Agora seja um bom Valete... e comece a gemer pra mim
– M-Ma-Mas o que você... e-está dizendo?! - Nagihiko desviou o rosto, sentindo-se terrivelmente envergonhado, como há muito tempo não acontecia - I-Isso... isso não faz parte das tarefas do Valete!
– Mas você não é um Valete comum - o Rei segurou o rosto corado de Nagihiko entre os dedos, forçando-o a olhar diretamente para ele de novo - Você não é apenas meu Valete... também é meu companheiro, certo? Então você não pode se negar a fazer isso
– Droga... você vai me pagar caro por isso depois que voltar ao normal, Hotori-kun - Nagihiko sussurrou para si mesmo, entre inconformado e envergonhado
– Ei, pare de resmungar e me obedeça, vamos!

Nagihiko tentou desesperadamente pensar em alguma coisa que o livrasse daquela situação, mas não lhe vinha nenhuma idéia em mente. Sentia-se completamente coagido por Tadase, como um animalzinho fofo e indefeso que foi encurralado pelo seu predador, ou talvez por algum outro animalzinho bonito de sua mesma espécie em época de acasalamento, o que não era uma boa comparação, mas era a única que encontrava. Não é que ele não estivesse disposto a fazer isso para agradar Tadase, era sua obrigação cumprir seus deveres de Valete afinal e, pensando bem, devia ser muito chato para o loiro sempre ser aquele que era comandado e dominado pelo parceiro afinal... mas a sensação de ser controlado e ter que ser submisso ao seu companheiro realmente não lhe agradava nem um pouco. Nagihiko só via uma saída pra isso, e ainda que não lhe agradasse, ainda era menos ruim do que ser dominado por Tadase desse jeito.

– Entendi... farei o que o senhor quiser, meu Rei - Nagi falou, ainda terrivelmente embaraçado, tentando evitar encarar Tadase nos olhos - Você pode fazer comigo o que bem entender... mas, antes disso, eu tenho um pedido. Pode me escutar?
– Um pedido, é? - o loiro repetiu curioso - Tudo bem, até que estou generoso hoje. Escutarei o seu pedido. O que é?
– Ao invés... de você fazer essas coisas comigo... v-você poderia fazer isso com a Nadeshiko em meu lugar?
– O que?! Por que??
– B-Bem, é que... - Nagi virou os olhos para baixo, sentindo sua face esquentar cada vez mais - Em primeiro lugar, você se apaixonou por ela, não foi? Quero dizer... o Hotori-kun de agora... é o mesmo que se apaixonou pela Nadeshiko naquele mundo de ilusões. Então pensei que talvez você se sentisse melhor fazendo isso com ela do que comigo, pelo menos agora. E também... o "eu" de agora... bem... e-eu não me sinto muito à vontade em deixar você fazer essas coisas comigo... sob essa forma. Acho que a Nadeshiko poderia lidar melhor com isso
– Humm... com a Nadeshiko, né? - Tadase repetiu pensativo - Bem, que seja. Faz algum tempo que não à vejo... vai ser interessante poder rever a Nadeshiko de novo agora. Tudo bem então. Alegre-se, Valete, seu desejo será atendido pelo maior Rei de todo o universo, eu! Então vá, e chame a Nadeshiko pra mim! - ele exclamou, mais arrogante do que de costume, saindo de cima de Nagi, que se levantou também - Falando nisso, tem uma coisa especial naquela gaveta - ele apontou para a primeira gaveta do armário - Use aquilo... e traga a Nadeshiko de volta.

Tadase saiu do quarto logo depois, dando sua famosa risada megalomaníaca. Depois de alguns segundos que usou para se conformar, Nagihiko abriu a tal gaveta e, depois que o choque que levou com a "coisa" que se encontrava lá dentro, ele começou a se trocar. Alguns minutos depois, a porta do quarto se abriu novamente, e Tadase entrou de novo. Por algum motivo, agora estava usando uma capa toda vermelha, com plumas brancas ao redor do pescoço, parecendo ainda mais um Rei egocêntrico.

Nagihiko, que agora era Nadeshiko, trajava um lindo vestido longo, lhe fazendo parecer uma verdadeira Princesa. Ele era todo rosa e lilás, com mangas curtas e bufantes, um pouco decotado demais para alguém como "ela" (que não era uma garota de verdade afinal) vestir, a saia rodada e longa, tanto que encobria seus pés, e com muitas rendas, tanto na barra da saia quanto nas mangas e no decote, sendo curiosamente todas pretas ao invés de brancas, como normalmente seria. Tinha os cabelos presos em um alto rabo-de-cavalo, amarrado em um laço rosa com um enfeite de flor.

http://img844.imageshack.us/img844/6889/tadahiko3.jpg

– É bom te ver de novo... Fujisaki Nadeshiko - Tadase falou, após admirar a falsa garota por alguns segundos - Sabia que essa roupa ficaria perfeita em você. Está linda assim. Uma verdadeira Rainha
– Ahn... o-obrigada... é bom te ver também, Hotor... quero dizer, Majestade - Nadeshiko falou um tanto desconcertada. Sem fazer esforço algum, sua voz feminina saiu naturalmente, como se a saia que vestia fosse uma "chave de ativação" para isso - E-Então... qual é a desse vestido afinal?
– Eu pretendia te fazer usá-lo de qualquer forma... só não esperava que o Valete pedisse para você entrar em cena por si mesmo. Bem, não importa, ele só adiantou meus planos - ele se aproximou alguns passos, tocando o rosto da Ex-Rainha com uma das mãos e acariciando-o - Acredite ou não, eu estava com saudade de você, Nadeshiko
– Imagino que sim... a-as coisas ficaram mal-resolvidas entre nós afinal, não é? Quero dizer... v-você só se entendeu com o Nagihiko - ela desviou os olhos, corando, e falando de seu outro lado como se ele realmente fosse outra pessoa - Mas falando sério, aonde raios você arrumou esse vestido?!
– Por que, não gostou? Pensei que gostasse de lilás - ele comentou - Eu mesmo escolhi pra você
– N-Não estou dizendo que não gostei - ela gaguejou nervosa - M-Mas não acho que você tenha uma roupa dessas guardada em casa. E ele ainda por cima é rosa, e está meio grande em mim... acho que não é do meu tamanho
– Ele não é rosa, é lilás e rosa. E é verdade, acho que vocês tinham tamanhos diferentes mesmo... bem, não importa, ainda assim, está perfeita - Tadase falou, apenas deixando a Ex-Rainha mais confusa - Aquela plebéia até que não é tão ruim... ela se tornou uma súdita bastante obediente depois que deixou a Easter
– "Plebéia"? "Easter"? De quem você está falando? É da Utau? Ahh não... v-você não está dizendo... q-que esse vestido é da Shiori?!
– Ela mesma - o loiro confirmou - Ela disse que me emprestaria o que eu quisesse, até essa capa ela me entregou - ele indicou a própria capa real que usava, que agora Nadeshiko reconhecia como sendo a capa que Tadase usou durante o jogo de Verdade ou Consequência - E só pediu pra que eu contasse sobre as tarefas do Valete pra ela. Resolvi atender o pedido daquela plebéia, já que ela me obedeceu tão facilmente, sem reclamar nem nada
– Você... v-vo-você contou pra ela sobre as tarefas especiais do Valete???
– Bem, era um pedido tão simples o que ela fez, não custava nada atendê-lo - Tadase deu de ombros, como se não fosse nada de mais
– Ahh droga... isso vai me trazer problemas mais tarde - Nadeshiko jogou-se na cama, com um péssimo pressentimento sobre isso
– Não se preocupe, ela prometeu guardar segredo - Tadase falou despreocupado, andando na direção dela. E antes que Nadeshiko percebesse, ele também já havia subido na cama, e agora estava inclinado em sua direção, praticamente em cima dela - Agora, não percamos mais tempo... e vamos continuar o que o Nagihiko não pôde fazer.

Antes que Nadeshiko pudesse protestar, Tadase tomou os lábios dela para si, beijando-a vorazmente. Nadeshiko sentiu seu rosto esquentar drasticamente, ao mesmo tempo que sentia as mãos dele escorrerem pelo seu corpo, enlaçando sua cintura. Nadeshiko apenas apoiou as mãos no peito dele, apertado a camisa do Rei com força por causa do nervosismo. Há muito tempo que aquela pessoa não se tornava Nadeshiko de novo, e consequentemente, também não se sentia dominada assim. A última vez que aquilo aconteceu foi no mundo de ilusões criado por Shiori, mas como tudo aquilo "não aconteceu de verdade", e foi praticamente apenas um sonho, não sabia dizer se aquilo contava, embora aquelas lembranças continuassem nítidas em sua memória. Inconscientemente, ela entreabriu um pouco os lábios, na intenção de puxar melhor o ar para dentro de seu corpo, mas foi surpreendida pela língua do Rei, que não perdeu tempo em adentrar sua boca, explorando cada pedacinho dela. Assim como se lembrava, os beijos de Tadase tornavam-se cada vez mais ardentes e provocantes, e pareciam ter se tornado ainda mais sedutores, como se o garoto tivesse adquirido mais experiência, provavelmente por causa de seu novo relacionamento com Nagihiko. Tadase deu um jeito de aprofundar ainda mais o beijo, querendo arrancar gemidos cada vez mais altos da Ex-Rainha, que falhou miseravelmnte em contê-los. E quando ela já estava começando a sentir tonturas por falta de oxigênio em seus pulmões, Tadase afastou-se minimamente, apenas para poder respirar, também um tanto ofegante. Ele aproximou o rosto do espaço entre o ombro e a cabeça, inspirando profundamente o aroma adocicado do cabelo dela, e mordiscando-lhe o lóbulo da orelha em seguida, fazendo Nadeshiko deixar escapar um gemido particularmente alto. Em seguida, apoiou a bochecha no ombro dela e sussurrou em seu ouvido:

– Nee Nadeshiko... você se lembra da última vez que nos vimos?
– É claro... foi quando ainda estávamos presos naquele mundo de ilusões, certo? - ela respondeu, normalizando sua respiração aos poucos - Foi um pouco antes... da Shiori quebrar o encanto e nos trazer de volta ao normal
– Isso mesmo. Naquela ocasião... você disse que não podia ficar comigo, porque eu não sabia se continuaria te amando quando voltássemos ao normal, e também porque você se tornaria um garoto novamente depois que estivéssemos livres daquele mundo de ilusões - Tadase recordou - Bem, parte disso se tornou mesmo verdade. Seu corpo já não é mais cem por cento feminino. Você voltou ao normal, como tanto desejava... no entanto, as suposições sobre mim não estavam corretas. Meus sentimentos por você não desapareceram, como eu pensei que aconteceria. Na verdade só se tornaram ainda mais intensos do que antes. E você, Nadeshiko? Você ainda me ama, assim como disse que amava antes?
– É claro que amo, Hotori-kun - ela respondeu prontamente, surpresa com aquela pergunta - Te amo mais e mais a cada dia que passa... meu amor por você apenas cresceu depois daquilo
– Isso é ótimo. Então... se ainda nos amamos, significa que você pode ficar comigo agora, não é?
– O que? - ela ficou ainda mais confusa - Mas eu pensei... q-que já estávamos juntos...
– Não. Eu me declarei apenas para o Nagihiko, e ele aceitou meus sentimentos... e desde então, assumimos um compromisso, mas foi só com ele - Tadase explicou - Eu não vi mais você, a Ex-Rainha Fujisaki Nadeshiko, desde que deixamos aquele mundo criado pela Shiori... por isso estou perguntando se você aceita ficar comigo agora. Eu amo tanto você quanto o seu "outro eu"... e sinto que preciso dos dois ao meu lado
– Entendo... é claro que aceito, Hotori-kun. Nada me faria mais feliz do que poder estar ao lado da pessoa que eu amo - ela respondeu, um tanto corada, e sem conseguir tirar um sorriso bobo do rosto.

Tadase voltou a encará-la, também sorrindo. Acariciou o rosto dela por alguns instantes, e tornou a beijá-la em seguida. Agarrou a falsa menina com mais força dessa vez, de modo que ambos perderam o equilíbrio e caíram deitados na cama, Nadeshiko caindo por baixo de Tadase. Ela atirou seus braços ao redor do pescoço do Rei, envolvendo-o em um forte abraço. Logo sentiu a língua do loiro invadindo o interior de sua boca novamente, enquanto suas mãos agéis percorriam velozmente o corpo embaixo dele. Tadase sentiu aquele delicioso cheiro de sakuras invadindo suas narinas e o embriagando por completo, fazendo com que ele desejasse ainda mais a falsa garota embaixo dele. Conforme o ritmo acelerava, tornando-se perigosamente mais intenso, mais aumentava a agitação no interior do corpo de Nadeshiko, que podia sentir a língua do Rei penetrar em seus lábios e explorar cada parte do interior de sua boca com movimentos sedutores, arrancando-lhe gemidos cada vez mais altos. A mão esquerda do garoto, que antes a segurava pela nuca, agora deslizava suavemente até seus ombros, acariciando-a, enquanto que a mão direita, antes em sua cintura, agora deslizava até a perna, antes encoberta pela saia há poucos instantes atrás, mas agora sendo levantada aos poucos por conta dos movimentos frenéticos de suas pernas, que se tocavam e roçavam umas nas outras. Nadeshiko sentia o corpo quente do garoto contra o seu próprio, que tremia tanto de nervosismo quanto de excitação, com tanta precisão que era como se ambos estivessem despidos agora. Tadase subiu um pouco mais a mão, levantando ainda mais sua saia, e quando começou a acariciar sua coxa, Nadeshiko interrompeu o beijo, fazendo um tremendo esforço para se desvencilhar do Rei, que se afastou alguns centímetros, interrompendo também o toque.

– O que foi? Precisa parar pra respirar de novo? - ele perguntou, também um tanto ofegante
– N-Não é isso... bom, isso também, mas... - ela desviou os olhos dele, sentindo o rosto cada vez mais quente - Você não acha... q-que está indo longe demais não?? - ela desceu uma de suas mãos, tentando afastar a de Tadase da própria perna, mas ele a manteve firme, sem soltá-la
– Ah, isso? Isso é porque eu achei... bem, eu achei que, como você é a Nadeshiko agora, você não iria querer que eu tocasse... bem... aqui - ele apontou para o tórax da falsa garota, parecendo embaraçado também - Por isso tive que pensar em outra coisa pra fazer
– É... r-realmente não ia querer que você me tocasse aí - Nadeshiko confirmou, o rubor em sua face se intensificando - E que estranho da sua parte pensar nisso agora... quando estávamos naquele mundo de ilusões, você não pareceu se importar com isso - ela observou
– Bem, daquela vez era diferente. Você era uma garota completa naquela ocasião, e agora não é mais, então não seria a mesma coisa
– Do jeito que você fala... faz parecer que você gostava mais de mim... quando eu era realmente uma garota - Nadeshiko baixou a cabeça, um tanto magoada - É isso, não é, Majestade? Você preferia... estar com uma menina de verdade, não é?
– Quantas vezes preciso repetir que seu gênero não importa a mínima pra mim, hein?! - ele exclamou - Não é da sua aparência que eu gosto, é da pessoa que você é, Nadeshiko! Mas você precisa admitir que seu corpo está diferente agora, ele voltou ao normal. Naquela ocasião, eu... b-bom, eu devo reconhecer que essa parte de você em especial realmente atraiu minha atenção - o loiro admitiu à contragosto, um tanto embaraçado - Mas agora... m-minha atenção está focada em outro lugar, é apenas isso!
– Sei... e-entendo - Nadeshiko respondeu, tentando fingir que não estava abalada com essa confissão do Rei - Mas, ainda assim, eu acho bom você pegar mais leve... pode acabar se arrependendo depois se for longe demais
– Eu não vou me arrepender! Um Rei jamais se arrepende de suas ações, ouviu?! Jamais! - Tadase mal terminou a frase, quando nesse momento, Kiseki havia finalmente voltado pra casa e encerrado seu passeio (embora não tivesse adentrado o quarto onde eles estavam), encerrando também o Chara Change do Rei. Assim que a coroa dourada desapareceu de sua cabeça, o loiro piscou atordoado, sua expressão dominante e egoísta sendo lentamente substituída pela expressão gentil e tímida de sempre. Depois de compreender a situação em que se encontrava, e lembrar de tudo o que tinha acontecido, ele soltou um berro assustado, saindo de cima de Nadeshiko o mais rápido que seu corpo trêmulo lhe permitia
– Ahh, você acabou de se arrepender, não foi, Hotori-kun? - ela perguntou, ajeitando a saia e se recompondo aos poucos
– F-Fujisaki... san - ele balbuciou perplexo - O que... eu... e-eu fiz... isto é, eu realmente...?
– Hai, hai, aconteceu assim como está nas suas lembranças - ela respondeu o mais calmamente que pôde, sentando-se ao lado dele
– Mas... e-eu... err... e-eu sinto muito! - ele inclinou a cabeça até sua testa tocar o colchão da cama, surpreendendo a falsa garota - Eu... t-te obriguei a fazer essas coisas vergonhosas..... m-mesmo enquanto estamos de férias, eu insisti nessa história das tarefas dos Valete... e ainda meti a Fujisaki-san nessa história... e-eu realmente sinto muito!
– Ah, não se preocupe com isso. O Nagihiko vai querer te dar o troco por isso depois, e então estaremos quites, portanto você não precisa se desculpar - ela disse simplesmente, causando um desagradável calafrio em Tadase - Além do mais, estou feliz em ter visto você hoje, Hotori-kun. Você tinha se acertado com o Nagihiko... mas comigo não. Agora sim as coisas parecem certas
– H-Hai... o que eu disse antes é verdade, Fujisaki-san - ele tornou a erguer a cabeça, segurando a mão dela timidamente - Estou muito feliz com o Fujisaki-kun, mas... eu também preciso de você ao meu lado. Isso porque... eu amo muito a Fujisaki-san também. Amo seus dois lados igualmente... por isso preciso ter os seus dois lados comigo
– Hai... eu fico muito feliz em estar ao seu lado também, Hotori-kun. E sei que o Nagihiko também está feliz por você amar nós dois - ela segurou a mão dele com um pouco mais de força, e em seguida, se levantou - Mas, agora, acho que tem uma coisa que precisamos fazer
– O que?
– Esse vestido... temos que devolvê-lo, certo?

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Mais tarde, naquele mesmo dia, de volta à casa de Utau...

– E aí, casal de pirralhos?! O que fazem aqui? - Ikuto perguntou ao abrir a porta
– Boa tarde, Ikuto-niisan... etto... n-nós viemos devolver uma coisa - Tadase falou timidamente, apertando a alça da sacola em suas mãos
– Ahh, o cosplay da Shiori, certo? - Ikuto falou, e os mais novos surpreenderam-se que ele soubesse do que se tratava - Não acredito que ele realmente vestiu isso... puxa, eu queria ter visto, você fica realmente bem como menina! - antes que alguém pudesse detê-lo, o neko passou o braço ao redor do pescoço de Nagihiko, que a essa altura já tinha voltado a assumir sua aparência masculina, e o apertou em um forte abraço
– M-Me solta, seu gato pulguento, está me enforcando!! - Nagihiko gritou, tentando inutilmente se desvencilhar do neko
– Ahh não solto não, Ex-Rainha! Deixa eu me divertir também, vai! - Ikuto o apertou com mais força, exibindo um sorriso descarado no rosto
– T-Tire as mãos dele agora mesmo Ikuto-niisan!! - Tadase empurrou o neko para longe com toda sua força, que se afastou de Nagihiko, mais de surpresa por ter sido empurrado por Tadase do que pelo empurrão em si - Não me importa que você seja meu Niisan, ou que seja um grande indecente que sai agarrando qualquer um por aí... você não vai colocar as mãos assim no Fujisaki-kun, ouviu?! Fujisaki-kun... Fujisaki-kun é meu!! É só meu, e de ninguém mais!!!

Tanto Ikuto quanto Nagi encararam o Rei perplexos, completamente sem palavras diante dessa declaração repentina. Assim que se deu conta da frase terrivelmente embaraçosa que disse, o loiro corou furiosamente, quase entrando em pânico, mas sustentou seu olhar o mais firme que pôde, encarando Ikuto. Nagihiko também corou violentamente, completamente chocado com o que o Rei dissera, e um tantinho feliz com isso, embora não quisesse admitir. Já Ikuto ficou chocado por alguns segundos, mas logo depois caiu na gargalhada.

– D-Do que está rindo, Ikuto-niisan?! E-Eu falei sério, ouviu?? Fique longe dele!! - Tadase tornou a gritar, corando mais ainda, se é que isso era possível
– Ahahahahahahahaha... eu sei, eu sei, mas... hahahahahaha! Foi mal, Reizinho, mas a cara que fez foi tão... ahahahahaha vou morrer de rir!! - Ikuto dobrou-se ao meio, rindo cada vez mais alto. Depois de vários segundos, ele se recompôs, parou de rir, e continuou - Tudo bem, tudo bem, não se preocupa não, viu?! Esse pirralho travesti é todo seu, eu posso arranjar coisa melhor, tipo uma garota de verdade, e não uma falsificação barata. Agora terminem logo de resolver o que vieram fazer aqui, que eu tenho mais o que fazer. Eles são todos seus, viu?! - Ikuto gritou para alguém indefinido, e dirigiu-se à cozinha, provavelmente à procura de algum petisco. Da mesma direção, Shiori veio até eles, com um celular na mão. Aparentemente tinha filmado tudo desde que os dois chegaram ao apartamento
– E aí, pirralhos Guardiões?! Se divertiram com as tais tarefas do Valete? Aliás, gostei de ver, hein Chibi King, defendendo o que é seu, muito bem! - ela exclamou sorridente, fazendo o loico corar ainda mais - E aí, o vestido serviu?
– Ahh... s-sim, eu acho... o-obrigado por nos emprestar, e desculpe te incomodar com isso - Tadase falou timidamente, entregando a sacola com o vestido para a garota
– Ihh sem problemas, quando precisarem, é só falar!
– Pois com alguma sorte nós não precisaremos disso de novo - Nagihiko falou, um tanto incomodado que ela soubesse pra quê eles queriam o vestido, e lembrando-se repentinamente de uma coisa que estava atiçando sua curiosidade - Ano nee Shiori... não que seja da minha conta,mas.. aquela consequência que o Ikuto te deu durante o jogo... você realmente fez aquilo?
– O que, dormir com ele? É claro, fui eu quem sugeri o jogo afinal, seria terrível de minha parte se eu não cumprisse - ela respondeu com uma calma espantosa
– É sério?! Você realmente... d-do-dormiu com ele??? - Nagi repetiu, incrédulo e constrangido ao mesmo tempo - E você... c-como consegue estar com essa cara tranquila depois de fazer isso?!
– Céus, eu apenas deitei e dormi do lado dele, o que está pensando que eu fiz, hein Ex-Rainha?! - ela exclamou, fingindo-se de ofendida - Além do mais, eu vivi sozinha a vida toda, então aprendi a lidar com tipinhos pervertidos que nem ele
– Sim, mas ele não é um pervertido qualquer, é de Tsukiyomi Ikuto que estamos falando! - Nagi exclamou, como se isso explicasse muita coisa
– Ei, que tipo de boatos vocês pirralhos andaram ouvindo sobre mim pra falarem uma coisa dessas, hein?! - Ikuto gritou lá da cozinha, parecendo ofendido
– Os piores possíveis! - Nagihiko gritou de volta
– Ei, pare de ouvir a conversa dos outros às escondidas, seu fofoqueiro! - Shiori gritou também, e Ikuto finalmente se calou. Em seguida, ela espiou dentro da sacola com o cosplay e perguntou - Nee Chibi King... eu devo lavar esse vestido depois de vocês terem usado?
– Lavar? - Tadase repetiu sem entender - Não sei, acho que não... quero dizer, ele não arrastou no chão nem nada...
– Não é disso que estou falan... ah, esquece, eu vejo isso nas filmagens depois - ela falou simplesmente
– Filmagens? Que filmagens?? - Nagi indagou com um mal pressentimento
– Hein? Filmagem de que? Do que está falando Ex-Rainha? - ela perguntou, fingindo-se de desentendida
– Foi você quem falou em filmagens! E eu não sou Rainha coisa nenhuma, sou Valete!
– Eu sei que você não é a Rainha, por isso eu disse EX–Rainha! - Shiori exclamou, desconversando - Quer saber, acho melhor eu lavar esse vestido sim, vai saber o que vocês fizeram com ele... se bem que eu vou saber daqui a pouco...
– Como assim você vai saber?! Você não colocou micro-câmeras escondidas nesse vestido ou coisa parecida, colocou?? Do que raios você tá falando afinal mulher???
– Ah, não é nada não, é coisa de garota, uma menina falsificada como você não entenderia! - Shiori deu de ombros - Agora, se me dão licença, eu preciso lavar logo esse vestido antes que a coisa grude nele e eu tenha que jogar fora. Então, tchauzinho, meus pirralhos favoritos! Voltem sempre! - Shiori literalmente os botou pra fora do apartamento que nem era dela e bateu a porta na cara deles
– D-Do que ela estava falando afinal, Fujisaki-kun? - Tadase perguntou, agora sozinho com Nagi no corredor
– Nada... espero ter entendido errado - o Valete falou, mais para si mesmo do que para o Rei. Em seguida, lembrou-se do que ele havia dito antes para Ikuto, e acrescentou - Então... quer dizer que eu sou seu, não é, Hotori Tadase-kun?
– Ahh... a-aquilo... err... - Tadase balbuciou nervoso, corando novamente - Etto... e-eu só disse aquilo porque... bem, o Ikuto-niisan ficou te abraçando, e... e-eu fiquei com ciúmes, e queria que ele te largasse logo, então... ahn... i-isto é...
– Bem, é verdade - Nagi falou, antes que o Rei terminasse seu gaguejar - Eu sou realmente seu, Hotori-kun. Meus dois lados lhe pertencem por completo - ele encarou o rosto enrubescido de Tadase por alguns instantes, e em seguida se inclinou um pouco para a frente, e sussurrou no ouvido dele - Mas em troca... fique sabendo que você também me pertence, ouviu bem, Hotori-kun? Cada pedacinho desse seu lindo corpo... é todinho meu - ele o contornou e abraçou a cintura de Tadase por trás, assoprando de leve o ouvido do Rei, causando-lhe um forte arrepio e o fazendo gemer. Nagi sorriu satisfeito, e em seguida o soltou do abraço, agora segurando a mão dele entre a sua - Então, vamos indo, meu Rei?
– Hai... vamos.

*** Próximo Capítulo: Convidados***