A Floresta Negra escrita por Lolita Moe


Capítulo 16
Capítulo 15 -O colar retorna a quem pertence


Notas iniciais do capítulo

E mais um capítulo YAY!
Selen retornou de suas "ferias" e a história segue em sua reta final.
Fiquei triste ja que só faltam cinco capitulos para acabar :c
E para quem não notou, botei uma nova capa, mais "bonitinha" huehue



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As portas do salão são abertas, com o homem da manta negra entrando:

–Estou aqui, Vossa Majestade. –ele fala, se ajoelhando na frente do trono:

–Porque quis falar comigo, velho? –o Rei Lobo cospe a palavra:

–Para lhe deixar a par que eu já coloquei o artefato onde me pediu. –o homem ri –com as precauções necessárias caso alguém tente pega-lo.

–Finalmente alguma notícia boa.

–E também trouxe a pessoa que queria ver... –ele faz um sinal para os guardas e a porta é aberta novamente, com alguém sendo arrastado por dois soldados:

–Ora ora, que aparência deplorável, filho... –o Rei olha Selen, se levantando do trono –está assim por causa da sua pequena estadia na Drossel? –Selen não esboça nenhuma reação –ou será por causa da humana?

Selen continuava com o olhar vazio, fazendo o Rei suspirar:

–Meu Senhor, ele está desse jeito desde que o tirei da prisão. –o homem fala –só fica com esta cara e quase não come –ele aponta para o corpo magro de Selen –realmente, não sei o que faço com ele.

–Vamos tentar outra abordagem... –o Rei chega perto de Selen e dá um sorriso –e se eu te falasse que a humana está viva?

–Impossível... –Selen finalmente fala:

–Ora, finalmente está demonstrando algo! –o Rei ri –mas porque seria impossível? Porque tem tanta certeza que ela se foi?

–Eu vi Rendel a matando na minha frente! –Selen rosna, encarando o pai –quer prova mais concreta que essa?!

–Selen, você não tem jeito mesmo. –o Rei sorri ainda mais –mas pense comigo: porque eu lhe falaria que uma humana patética está viva se ela não estivesse? Por acaso, alguma vez, eu menti para alguém?

Selen fica silencioso. Ele sabia que, apesar de seu pai ser como é, ele nunca mentia, nem mesmo hesitou em falar a verdade quando, dois anos atrás, ele perguntou o que seu pai estava querendo quando viu o mesmo extinguir a vida do líder de uma das matilhas dos lobos do norte:

–Mas como? –Selen o olha:

–Não tenho respostas para perguntas idiotas. –o Rei vai até o trono –mas a humana está aqui, na Toca, junto de Rendel e o assassino que ele libertou sem a minha permissão. –o Rei rosna –traidor...

–Rendel e Kurayami? O que está havendo? Porque os dois estariam cooperando se ele tentou mata-la? Isso não faz o menor sentido! –Selen grita:

–E você acha que eu tenho as respostas para tudo?

Selen trinca os dentes com a pergunta. O homem toma a frente:

–Vossa Majestade, tenho a impressão que, apesar de tudo o que falamos, o pequeno Selen não ira cooperar com o seu plano, não é mesmo? –ele o olha:

–Nunca vou ceder as suas loucuras! –era sua resposta:

–Uma pena, queria que se juntasse de livre e espontânea vontade a essa guerra como meu general, mas parece que vou ter que tomar medidas desesperadas. –o Rei se senta no trono –Endair, faça o que tiver que ser feito para que meu filho se junte à causa.

–Como desejar, Vossa Majestade. –o homem, ou melhor, Endair, se curva e pega Selen pelo braço, deixando seu sorriso transparecer:

–O que ele vai fazer comigo? –Selen olha o pai, que lhe lança um olhar indiferente sentado em seu trono:

–Digamos que você não terá mais sofrimentos por causa da humana, na verdade, nem se lembrará desta conversa! –Endair ri.

Selen grita para seu pai parar com aquela loucura enquanto as portas do salão eram fechadas.

–---

O estômago de Kurayami roncava. Ela não devia ter recusado a carne que Rendel cozinhou no dia anterior, mas seu orgulho era maior que a fome.

Isso que dá se achar a espertinha.

–Cale a boca! -ela bufa. Ela já tinha falado isso pelo menos trinta vezes nos últimos três dias -tenho que encontrar outro xingamento...

–Já acordou bruxa? -Rendel a olha, enquanto lhe jogava uma maçã -colhi daquela árvore -ele indica -ou seja, não pude envenená-la.

–Obrigado. -ela dá uma mordida na maçã:

–Depois vamos partir.

–Para onde?

–Preciso deter o Rei a qualquer custo...

–Porque você quer isso? Não era para você ser o "fiel servo de vossa majestade"?

–Porque eu vi o que ele realmente planeja, até mesmo esta usando as pessoas ao seu entorno.

–E não é isso que reis fazem?

–Não exatamente. Para ele, qualquer um é descartável. Para completar sua ambição, ele faz qualquer coisa.

–E qual seria?

–Extinguir os humanos, deixando apenas os lobos. -Darten aparece -e não é só isso...

–Ele quer uma única raça de lobos, a qual eu não faço parte. -Rendel cruza os braços:

–E que raça seria essa? -Kurayami os olha:

–Ele quer apenas os que nasceram aqui, dentro da toca. -Darten explica:

–E eu vim de fora, ou seja, sou "impuro". -Rendel suspira -estou condenado a morrer quando não lhe for mais útil.

–Ele não pode fazer isso! -ela se levanta:

–Na verdade ele pode, já que o colar está com ele...

Por isso você tem que me buscar...

Vamos pegar o colar de volta! -Kurayami olha para os dois:

–Como? Nem sabemos onde ele está, apenas o Rei sabe! -Rendel fala:

–Eu sei onde está! -ela fala:

–Como você sabe? -Darten a olha, com certo receio.

Acho melhor você contar à eles...

–Bem... por onde começar... Eu realmente devo? -ela se dirige a Althair.

Fale.

–Afinal, o que está acontecendo com você? –Rendel a olha:

–É bem simples na verdade –ela suspira -é que estou sendo guiada pelo espírito que reside no colar. Pronto, falei!

–O-o espírito no colar? –Rendel a olha, receoso –tem certeza?

–E porque não teria?

–Pode ser outra coisa... Um demônio talvez –Darten a olha.

EU NÃO SOU UM DEMÔNIO!

Althair grita na mente de Kurayami, que tem uma forte dor de cabeça:

–Calma aí Althair! –ela coloca a mão na cabeça:

–Althair?

–Rendel, acho que a garota fala a verdade. –Darten olha-o –porque ela estaria aqui se não fosse pelo colar?

–Talvez para salvar o Selen? –ela bufa:

–Ele já não tem mais volta querida. –Rendel a olha –ele foi levado ao Rei, e o Rei faz o que for preciso para ter seu filho ao lado, liderando o exercito.

–Você o entregou ao pai?! –ela exclama –porque fez isso?!

–Era eu ou ele. Quem você acha que eu escolheria? –Rendel debocha:

–Ora seu...

Kurayami, deixe para discutir isso depois, temos algo mais importante agora.

–Certo. –ela se vira e pega uma pedra –vamos pegar o colar dos ancestrais.

–E como pretende fazer isso? –Rendel ri:

–Com a ajuda de vocês.

–E quem disse que iremos te ajudar, querida? –Rendel debocha.

Kurayami, já não conseguindo segurar toda sua raiva, joga a pedra em direção de Rendel, acertando em cheio na sua cara:

–Porque eu sou a única chance de vocês! –ela fala –e se não se juntarem a mim, irei apedreja-los!

–---

–Ainda não acredito que concordamos com isso –Rendel reclama, seguindo Kurayami e Darten:

–Você tem que admitir, a garota é boa na arte do convencimento. –Darten ri –e o seu nariz continua sangrando.

–Quando toda essa guerra maluca acabar, vou fazer picadinho de vocês dois!

–Quietos! Chegamos a caverna! –Kurayami para ao ver duas estátuas na entrada da caverna –o que é aquilo?

–Uma coisa nada boa. –Rendel toma a frente –parece que o velho tomou precauções.

–Como?

–Aquilo são golens feitos de magia, uma magia nem um pouco bonita.

–E não podemos passar por eles, não é?

–Eles estão ali para bloquear a entrada de qualquer um, mas por sorte eu e o assassino aqui somos muito habilidosos.

–Vai se achando. –Darten murmura:

–Nós dois distraímos os golens e você entra e pega o colar. No momento em que pega-lo, creio eu que os golens irão parar de nos atacar. –Rendel traça o plano –só não demore muito.

–Nem precisa falar duas vezes. –ela sorri, pronta para a ação.

Os dois lobos vão até os golens, que ao perceberem a aproximação dos dois, automaticamente se levantam:

–Eles são guardas melhores que os do castelo –Rendel ri quando um deles levanta o punho de concreto e tenta acerta-lo. Darten também se desviava do outro golem.

Kurayami, aproveitando a distração dos guardiões, adentra a caverna.

O local era iluminado pelas pedras preciosas. Ela não precisou caminhar muito para encontrar o pedestal onde estava o colar:

–Finalmente. –ela chega perto do pedestal.

Kurayami não!

Tarde demais, Kurayami já havia tocado o colar e foi jogada longe, batendo suas costas na parede:

–Mas que merda... –ela olha a mão que tocou o colar e arregala os olhos. Sua mão estava ensanguentada, cortes profundos que iam até seu cotovelo.

Kurayami, deve haver um jeito de desativar as proteções...

Um estrondo é ouvido. Kurayami olha o pedestal:

–Não temos tempo para procurar uma solução, aqueles dois estão se matando lá fora! –ela fica na frente do pedestal novamente –eu não vou desistir!

Kurayami!

E toca o colar com as duas mãos. Uma força queria jogá-la longe, mas ela se forçava a continuar ali, mesmo com cortes surgindo em seus braços. Com um grito ela consegue retirar o colar do pedestal e cai no chão.

Sua idiota! Eu disse para esperar!

–Cale a boca... Eu consegui... –ela estende a mão ensanguentada e desmaia, ouvindo Rendel e Darten chamando por ela.

–---

–Um caminho foi escolhido... –Natasha fala, olhando para Kurayami sendo levada por seus companheiros:

–E a criatura quase perdeu os braços fazendo isso -Analy riu:

–Não seja tão sádica –Natasha a repreende:

–Certo certo, prometo ser uma chata sem senso de humor.

–Também não é para levar para o outro lado. –a pequena garota de cabelos azuis suspira –agora resta saber se Kurayami fará o sacrifício final...

–Não seria melhor contar logo para ela qual é o sacrifício final e parar com esses mistérios chatos? –Analy bufa olhando a garota:

–Você, melhor do que ninguém sabe que não posso interferir a esse ponto no destino das pessoas. –ela censura Analy –só posso indicar o caminho e dar um empurrãozinho.

–E é por isso que muitas pessoas vão odiá-la por isso.

–Não posso deixar de lhes dar razão. –ela sorri –mas tenho minhas razões para ajudar o mínimo possível aqueles que se cruzarem em minha jornada.

–Razões que até hoje não me contou.

–Não é obvio? Sou apenas um personagem secundário... –ela sorri docemente –uma mera espectadora...


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Notas finais do capítulo

Vish, eu só faço a Kurayami sofrer -3-
Já avisando de antemão, prox cap é amanhã! (agora podem me beijar ~sqn)



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