The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 24
capítulo vinte e três


Notas iniciais do capítulo

Oh, Gosh! Faz mais de um mês que eu não posto. Sorry :/
Ah, e gente, eu não sou muito de cobrar, mas eu preciso saber se vocês estão gostando. Isso me motiva mais a postar.



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— Narrador —

Foram precisos, exatamente, três dias de viagem, e Angelina tinha de escolher bem as palavras quando fosse falar com Aurora. Segundo Clara, esta não gostava de falar sobre o seu passado. Sobre quando ela dormiu por cem anos e que esses cem anos lhe custara o reino. Por sorte, Marisa não havia conseguido tomar o reino de Aurora.

Angelina não queria fazer aquilo, mas, se era para acabar com Marisa Dare, ela faria qualquer coisa. Faria qualquer coisa. Faria qualquer coisa para que tudo fosse recolocado em seu lugar. Tudo para que a paz voltasse. Mesmo que isso significasse tocar em um assunto delicado.

Os portões que guardavam o castelo de Aurora eram imensos, com vários guardas de prontidão para afastar qualquer intruso. Incluindo uma garota de azul, outra com uma capa vermelha e sete anões para fechar o cerco. Angelina temia que Aurora não os deixassem entrar. Mas Clara lhe garantiu que a princesa a ouviria e que Angelina tinha a ela. Angelina não teve outra escolha a não ser concordar com Chapeuzinho.

Eles pararam em frente aos portões perfeitamente trabalhados e Clara adiantou-se para falar com os guardas. Angelina e os outros esperaram a uma pequena distância. Jason não havia ido, tinha de fazer as rondas no castelo.

Angelina olhou para o céu e viu aquele pássaro azul sobrevoá-los e ultrapassar os portões. Por que ela achava que o animal a estava seguindo? Sua atenção voltou-se para Clara, que a estava chamando. Olhou novamente para o pássaro e seguiu Clara e os anões para dentro do reino — Angelina ainda ria ironicamente ao pensar naquilo — da Bela Adormecida.

Clara os guiou pelo caminho feito de tijolos até o imenso castelo. Era tão grande quanto Hogwarts. Só agora Angelina entendia o porque daquela sensação de que já esteve em um castelo. Ela nascera e herdara um.

Os outros guardas que protegiam a entrada, os deixaram entrar, enquanto um homem os apresentavam, à uma bela moça de cabelos louros, ao lado de um homem igualmente bonito. Os olhos da moça focaram em Angelina e se arregalaram.

— Chapeuzinho Vermelho — disse a voz da loura. Angelina tinha o coração acelerado e as palmas das mãos suadas pelo nervosismo.

Clara sorriu e fez uma reverência.

— Você sabe que não precisa fazer isso, Chapeuzinho — sorriu Aurora, levantando-se de seu trono e indo até Angelina, Clara e os sete anões se encontravam.

Deu um abraço em Clara e olhou para Angelina. Logo depois, seu olhar voltou-se para a amiga.

— Vejo que trouxe amigos.

— Precisamos falar com você a sós — falou Chapeuzinho Vermelho, séria, fazendo com que a expressão de Aurora mudasse imediatamente.

Com os olhos em Angelina, Aurora disse:

— Vamos para o meu quarto.

Angelina caminhou com Aurora até o quarto, observando o jeito que estava andava e como o seu vestido rosa era simples. A garota olhou para si mesma: vestia um vestido preto e azul longo, fazendo seus cabelos sumirem nas vestes e uma bota de cano longo sem salto. Ela parecia alguém... desleixada, em comparação à princesa.

Aurora parou em frente a uma bela porta de madeira, com desenhos de rosas por toda a extensão e a abriu, revelando o maior quarto que Angelina já vira. Haveria tempo para apreciá-lo mais tarde; agora, Angelina precisava saber com quem deveria falar, para tomar o seu castelo e voltar para Hogwarts para salvar Tiago e os outros.

Tiago.

Cada batida que o coração de Angelina dava, era por Tiago. Ela estava ali pelo o amor dos dois e pelo seu reino. Ela queria salvar o seu mundo, para viver com Tiago sem que ninguém a matasse no final.

Uma coisa que a maioria das pessoas não sabia (inclusive Marisa Dare):

Ela conhecia o final desta história.

De todas elas.

Finalmente, Aurora virou-se para encarar Angelina. Sua expressão era grave; não parecia que era uma adolescente.

— Então você é Branca de Neve? — perguntou.

— Por favor, me chame de Angelina — pediu Branca de Neve. — Ainda não me acostumei com Branca. — Explicou.

Aurora ergueu uma das sobrancelhas, mas nada falou sobre o apelido.

— Angelina — repetiu Aurora. — Qual o motivo de sua visita? Espero que tenha um plano para acabar com Marisa Dare. Ficarei feliz em ajudar.

Angelina suspirou e caminhou até a grande janela, fitando o nada. Antes de falar o motivo, ela precisava saber o começo dessa história. De sua história. Só não sabia por onde começar.

Ela engoliu em seco, porém ainda sem se virar.

— Preciso saber, primeiro, como eu fui para no... no Mundo Real — disse Angelina. Ela pôde ouvir os pensamentos de Clara e Aurora funcionando ao pensar na história.

Então, Clara deu um passo.

— Dizem que, quando você nasceu, novamente, alguém a levou daqui. Para um mundo sem magia — ela deu de ombros. — Era o que achavam. Até que descobriram um mundo bruxo em segredo; algo que nem mesmo Dare sabia na época. E, quando os primeiros Caçadores a encontraram, souberam que você era uma bruxa. E o resto você já... sabe.

Aurora olhou de Clara para Angelina, espantada.

— Você é uma bruxa?

Angelina assentiu, virando-se para encará-las.

— Porém, sem a minha varinha... Eu não acredito! — Angelina balançou a cabeça.

— O que foi? — perguntaram Aurora e Clara um uníssono. Mas Angelina balançou a cabeça novamente.

— Esqueçam. Não dá mais — ela suspirou e olhou para Aurora. — Sem varinha, minha magia de nada valerá. Jason talvez pudesse ir até Hogwarts e pegá-la para mim. Mas é muito tarde. Então, princesa Aurora, preciso que me responda com sinceridade. — Aurora assentiu. — Quem a fez dormir por cem anos?

Aurora vacilou e deu um passo para trás. Era evidente que aquele assunto a assustava. Contudo, ela precisava falar, senão, tudo o que ela fez — tudo — teria sido em vão.

Ela balançou a cabeça e Angelina chegou mais perto de Aurora. Chapeuzinho manteve-se quieta.

— Por favor, Aurora — pediu Angelina com a voz grave. — É o único jeito de eu saber que tipo de magia Marisa Dare lançou no meu castelo. — Era estranho para Angelina dizer aquilo, mas as palavras eram verdadeiras.

— Não posso, Angelina — Aurora ainda balançava a cabeça. — Você está me pedindo algo... que eu não posso responder. Não sabe o quanto foi doloroso.

Angelina podia entrar na mente dela e ver por conta própria. Mas, ao tentar, foi barrada. O assunto era tão delicado, que Aurora preferia escondê-lo, bloqueá-lo, bem no fundo de sua mente, para que nem ela mesma pudesse acessar. Nunca ninguém conseguira fazer aquilo antes. Ela teria de encontrar outro modo.

— Eu posso imaginar que seja doloroso. Você não sabe o que eu já passei. — Angelina estava tocando em um assunto que ela nunca compartilhou com ninguém. Nem com Tiago. — Você conheceu seus pais? Cresceu com eles?

Aurora assentiu.

— Eu não. — Continuou Angelina, sentindo os olhos arderem pelas lágrimas. — Nunca soube como eles eram, nunca os vi nem por fotos. Eu nunca recebi carinho de uma família e nunca tive ninguém. Até recentemente. E, pelo o que eu sei — eu sei de muitas coisas —, Marisa sempre matou meu pai. Ela sempre estava ali, querendo um poder que eu não ligo em ter. Um poder que é herdado.

Angelina pôde ouvir Chapeuzinho soluçar um “Ah, Angelina!”, porém seus olhos estavam fixos em Aurora, que também chorava. Era primeira vez que falava em seus pais sem chorar tanto; apenas deixou escapar uma ou duas lágrimas. Pensar em Maria e Sam deu-lhe forças para continuar.

— Por que está me contando isso? — perguntou Aurora com a voz trêmula. — Por quê?

— Para você saber que eu já sofri também — respondeu Angelina. — E ainda sofro. Sempre. De onde você tira suas forças para seguir em frente?

Aurora olhou para o outro lado. Ela não queria ver a intensidade de Angelina.

— Meus pais e... Eric — disse Aurora baixinho.

— E você sempre contou com eles, certo? — Angelina a olhava, impassível. Aurora assentiu minimamente. — Sei que foi horrível dormir por cem anos. Mas, quando Eric deu-lhe o beijo que a acordaria, todo o seu reino acordou com você, incluindo sua família.

Aurora permaneceu calada. Ainda não conseguia olhar para Angelina, que continuou:

— E, no final, ficou com o homem que você mais ama.

— Eu ainda não consigo entender onde você quer chegar — falou Aurora visivelmente abalada pelas palavras de Angelina.

— Mas vai entender — garantiu Angelina. Não sabia de onde estava tirando toda essa coragem para despejar tudo o que sentia. — Eu nunca tive alguém com quem contar. Sempre fui sozinha e eu achava que o meu “final feliz” — ela revirou os olhos — seria da mesma forma. Ou morta pelos Caçadores. E, como num passe de mágica, literalmente, eu conheci minha família. Que me aceitou como eu sou. Não ligaram para nenhum dos meus defeitos ou segredos. E quer saber de um segredo, princesa Aurora?

Aurora fez que não, mas Clara estava totalmente interessada em saber, mesmo que não dissesse nada.

— Eu tenho alguém esperando por mim, também. O nome dele é Tiago Potter. E ele é tudo para mim. — Agora, as lágrimas escorriam pelo rosto de Angelina. Lembrar-se de Tiago doía. — É o principal milagre em minha vida, ele é tudo que eu esperava ter.

— E o que quer dizer com tudo isso?! — gritou Aurora, agora a olhando. — Lamento por você ter o perdido. Mesmo. Mas isso não vai lhe levar a lugar algum!

— Aurora, eu sei como você dormiu. Sei porque fizeram isso com você! — Angelina elevou a voz também. — Porém, as histórias que contam podem não ser o que eu imagino. Eu preciso saber quem, exatamente, faz aquilo com você?

— Não dá... — Ela chorava, balançando a cabeça.

— Branca, acho que é melhor...

— Não, Clara — interrompeu Angelina, olhando somente para Aurora. Sei como isso termina. Todas as histórias, apenas não sei o meio. Então, a não ser que você queria que Marisa vença, me diga quem fez você dormir.

— Pare, por favor — pediu Aurora. — Isso é... doloroso demais, vergonhoso demais.

— Então seja corajosa! Seja corajosa como Jason, que enfrenta o batalhão de Caçadores para espioná-los! Seja corajosa como todos os que se revoltaram contra Marisa! Senão, a pessoa que me salvou, terá feito tudo em vão e eu não poderei contra Marisa Dare. — Angelina fez uma pausa e sussurrou: — Eu vi o meu futuro. E eu vou morrer. De novo. Só quero que, antes de ir, o meu reino se liberte. Preciso de sua ajuda, Aurora. Todos precisamos. Me dê o nome.

Aurora ficou por tanto tempo em silêncio, que Angelina achou que ela não responderia. Fechou os olhos e sentou-se na imensa cama de casal de Aurora.

— Você é tão.. impetuosa com quinze anos — comentou Aurora. Angelina riu sem humor.

— Estou começando a achar que eu tenho mais do que quinze anos.

— Eu não... — Aurora se encaminhou até a própria cama e sentou-se ao lado de Angelina. — Eu não sabia que seria daquele jeito. Entenda, Marisa já tinha tomado o poder de seu pai e se aprofundado na Magia Negra. E meu api é queria que nosso reino não fosse atingido pela maldição. Tanto é que eu estou mais velha do que Chapeuzinho e os outros. Então, ele traiu o nosso reino para nos salvar, indo até a Fada Azul, pedindo que eu fosse salva, para não acontecer nada a nossa linhagem.

— Não foi aquela Fada Má que a fez dormir? — indagou Angelina e Aurora negou.

— Essa Fada Má não existe — respondeu Aurora. — Bem, ela disse que podia nos salvar e que era uma das magias mais poderosas que ela já havia feito. Não sabe por quanto tempo eu odiei meu pai por ter me “vendido” para uma fada que eu achava ser boa. — Ela suspirou. — Não gosto de falar nisso porque me dói saber que meu pai me usou como isca e sabia de tudo e não me contou. Sinto vergonha, porque a Fada Azul deveria ter dito não e procurado outra maneira. Sabe o que foi acordar e ver tudo desmoronando e destrupido? — Aurora olhou para Angelina. — Meu melhor amigo foi levado antes de eu dormir e morto por Marisa enquanto eu dormia.

— Sinto muito — disse Angelina. — Mas foi por uma causa nobre. Não é motivo para esconder.

— Só agora eu entendo — Aurora falou.

Então, o pássaro que Angelina vira os acompanhar, entrou pela janela. E, para surpresa geral, o pequeno animal transformou-se em uma bela mulher.

— Queria me encontrar, Branca de Neve? — perguntou a mulher, fazendo Aurora soltar um grito.

Angelina levantou-se e foi até a estranha.

— Você era o pássaro? Você é a Fada Azul?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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