Segunda feira eu acordei animada, me preparei para o colégio me sentindo radiante desci tomei café com minha tia que ficou feliz por me ver tão animada

___É muito bom te ver assim esses dias você andava tão desanimada, aconteceu alguma coisa da qual não estou sabendo. Perguntou pondo as mãos na cintura e me lançando um olhar maroto

___Nada só estou feliz. Respondi levantando me da mesa e dando lhe um beijo no rosto antes de sair pela porta.

Ao chegar ao ponto meu nível de felicidade diminuiu um pouco ao me encontrar com Hugo, ainda estava com raiva dele por ter me enganado para que eu me encontrasse com o senhor Betone.

___Bom dia. Disse timidamente para mim quando parei ao seu lado

__Bom dia. Respondi de forma seca achando muito descarado da pare dele ainda falar comigo. Ele me olhou por alguns segundos, ciente da minha irritação

quando decidiu comentar.

___Victor esta pensando em voltar para o colégio.

__É mesmo, porque? Perguntei me fazendo de desentendida

___Não sei, ele não disse, acho que ele esta se sentindo melhor. Respondeu tentando alongar o assunto, Hugo era esperto sabia que falar sobre Victor me deixaria curiosa mais fui firme apenas lhe lancei um olhar de quem diz “a é mesmo” e não disse mais nada, logo vi o ônibus aparecer subindo a rua, ambos embarcamos e sentei em um banco individual, Hugo olhou para mim quase a viagem inteira era fácil perceber que ele não gostava de ficar quieto ou ser deixado de lado, mas ele podia fazer a cara de tristeza e o beicinho que quisesse poia não ia ceder tão fácil, descemos do ônibus e eu segui apressada até a escola sem me preocupar se estava andando rápido de mais, até que escutei vindo de traz de mim a voz de Bianca chamando meu nome  parei e me virei pra olha-la que veio correndo até mim.

___Bom dia. Disse enquanto ela permanecia com o corpo inclinado com uma das mãos sobre o joelho tomando folego.

____Nossa estou te chamando desde o inicio da rua e você nem me esperou. Disse endireitando se

____Eu não te ouvi, mas você não deveria estar tão cansada só por ter corrido alguns metros você esta muito sedentária. Brinquei

___Vai dar uma de Eduardo agora com piadinhas de onde tá vindo esse bom humor logo cedo? Perguntou me olhando desconfiada.

____Oras não posso estar feliz? Perguntei enquanto começávamos a andar

Fomos juntas até a sala com Bianca me contando sobre seu final de semana, e sobre um encontro que teve com Carlos.

___Parece que as coisas estão indo bem entre vocês Disse enquanto nos sentávamos e cumprimentava Sara.

___É, se Deus quiser mais um ou dois encontros e vou ter oficialmente um namorado. Disse cruzando os dedos de ambas as mães e apontando para que nós fizéssemos o mesmo, Vivi e Eduardo chegaram logo em seguida.

___Lucas não vem hoje? Perguntou Bianca para Eduardo que geralmente vinha com ele

___Parece que ele esta com a asma atacada ou algo assim, não entendi bem oque a mãe dele disse. Respondeu

___Tadinho, a gente deveria ir visitar ele. Disse Sara

___Tadinho? é assim, quando eu faltei porque quebrei o braço você não foi me visitar. Protestou Eduardo, mas Sara apenas lhe mostrou a língua e fez cara de indiferente sabendo que não deveria dar trela a ele, antes de continuar mas agora se dirigindo a nós

____Então gente, vamos na casa do Lucas depois da saída? Perguntou

____Posso ligar e perguntar para minha tia. Disse mesmo sabendo que se tratando de Lucas ela deixaria pois gostava muito dele.

___Eu vou, os lanchinhos que a mãe do Lucas serve pra gente são os melhores Disse Vivi rindo

____Eu vou. Disse Bianca então todas nos viramos para Eduardo que arregalou os olhos

___Gente claro que eu vou, eu lá tenho cara que deixa um amigo na mão. Disse dando uma leve batida no peito, mas todas nos não contemos o riso e ele fechou a cara não gostando de ser o alvo da piada.

Mas o sinal tocou e logo o professor Cesar já estava na sala. As aulas passaram rápido e fluíram bem já fazia algum tempo desde que eu conseguia realente aproveitar uma aula e fiquei feliz por poder faze-lo, na hora da saída liguei para minha tia para pedir permissão mas quando ela ouviu o nome de Lucas na historia assentiu na hora, enquanto caminhávamos todos juntos até o ponto não pude deixar de notar a presença estranha de um carro preto estacionado na frente da escola, os homens que estavam dentro dele olhavam para fora pelo vidro semiaberto, procurei não me preocupar demais com isso pois provavelmente não era nada talvez só um pai esperando seu filho

Não demorou muito e chegamos e casa de Lucas, sua mãe dona Cintia nos recebeu com um sorriso e nos subimos até o quarto.

____Oi gente sentiram muito minha falta hoje? Disse Lucas com um sorriso quando entramos no quarto.

____Claro. Respondeu Sara ela andava sendo muito gentil com Lucas, e nós apenas assentimos.

___Como é bom ser amado. Disse Lucas rindo e fazendo com que todos ricem também.

___Mas você esta bem? Perguntei

___Estou bem melhor, acho que alguma coisa atacou minha alergia, mas vou ficar bem logo. Respondeu, dando de ombros.

___Quem manda ficar metendo o nariz onde não deve. Disse Eduardo e todos só lhe lançamos um olhar reprovador diante da piada horrível, mas acabamos por rir de sua expressão.

Passamos uma tarde animada, rindo, e assistindo filmes, e lá pelas quatro decidi ir para loja ficar o resto do dia com minha tia para minha surpresa ao chegar lá me encontrei com a senhora Betone.

___Olá querida, pensei que não viria hoje. Disse minha tia quando entrei pela porta, mas meus olhos estavam fixos na senhora Betone que sorriu sem jeito notando que eu a encarrava.

____Olá Rachel tudo bem com você. Cumprimentou-me

____Tudo bem sim. Disse indo para o fundo da loja para deixar minha bolsa e colocar meu avental, mas me mantive atenta à conversa delas, mas aparentemente só falavam de trivialidades, e após alguns minutos a senhora Betone saiu, então minha tia se dirigiu a mim.

____Então o Lucas esta bem? Perguntou

____Esta sim era só a rinite dele que atacou, mas ele vai ficar bem, mas então oque a senhora Betone fazia aqui? Perguntei ainda um tanto intrigada com a maneira que ela me olhou quando entrei na loja.

___Nada de especial ela veio até a cidade fazer algumas compras e passou aqui para me dar um oi, sabe querida realmente estou muito feliz que pessoas tão boas sejam nossos vizinhos. Afirmou antes de ir para o caixa atender um cliente.

Passei o restante do dia atendendo clientes e ajudando minha tia a repor a loja, até que meu tio veio nos buscar, e já dentro da caminhonete a caminho de casa eu olhava pela janela pensando como era bom retornar a minha rotina antiga. Jantei com meus tios e depois de ficar um pouco na internet, fui dormir consideravelmente cedo coisa que não conseguia fazer a tempos, tive uma noite tranquila oque me fez acordar na manhã seguinte bem disposta, me preparei para o colégio tomei café com minha tia e sai, minha felicidade aumentou quando cheguei ao ponto e encontrei Victor lá.

___Bom dia. Disse animada ao chegar ao ponto, mas Hugo que respondeu achando que falava com ele então me repeti sendo mais especifica ______... bom dia Victor. Então o vi o sorriso de Hugo desaparecer e no rosto de Victor nascer um pequeno. Embarcamos no ônibus e me sentei ao lado de Victor, que passou a maior parte do tempo quieto, mas eu já havia me acostumado com isso nele ainda mais agora que sabia o motivos ele não podia ter grandes exaltações. Quando chegamos ao portão Victor parou por um minuto e pude perceber que sua respiração ficou um pouco mais pesada e descompassada, ele provavelmente deveria estar com medo.

____Vai ficar tudo bem. Disse baixo o suficiente para que só ele ouvisse, depois enganchei meu braço no seu, para que entrássemos juntos, varias pessoas olharam para nós enquanto cruzávamos o corredor, tentei soltar seu braço com medo que Victor se incomodasse com os olhares, mas ele não deixou que eu o fizesse, fiquei surpresa e olhei para seu rosto mais ele não me olhou nem disse nada apenas continuou andando e de uma forma estranha eu gostei que ele houvesse feito isso, quando estávamos entramos na sala ele me soltou e foi para seu lugar. Fui para meu lugar e meus amigos já estavam sentados nos seus depois de cumprimenta-los chamei Victor que olhou para trás.

____Quer se sentar aqui? Perguntei indicando a carteira atrás da minha. Sara sentava a minha frente Bianca a minha esquerda Vivi a minha direita, Eduardo atrás de Vivi e Lucas atrás de mim, mas como ele iria faltar alguns dias a carteira estava vaga, todos me olharam com espanto quando o chamei até mesmo Victor olhou para trás um tanto surpreso, mas se levantou em silencio e sentou se atrás de mim. As três primeiras aulas passaram voando até que o sinal anunciou o intervalo, e tive que puxar Victor para que ele saísse com a gente da sala, já no pátio tentei incluí-lo na conversa varias vezes, mas ele permanecia a maior parte do tempo calado, sua atitude era um tanto taciturna, mas acho que era difícil para ele manter se calmo e controlado próximo de muitas pessoas considerando se que ele era bem tímido mesmo que eu ali fosse à única que conhecesse esse seu lado. Desisti de tentar fazer Victor conversar e notei que ele também preferia assim, e continuamos conversando até Vivi segurar em meu braço.

___Vamos ao banheiro comigo. Disse me puxando para o banheiro, enquanto Sara e Bianca vieram atrás, deixando assim Victor e Eduardo sozinhos coisa que não achei boa ideia, pois Eduardo era capaz de tirar qualquer um do serio quando se empenhava a fazê-lo.

Assim que entramos no banheiro Vivi começou

___Oque é isso Rachel agora aquele cara esquisito vai grudar com a gente?

Perguntou, gesticulando, virando as palmas das mãos para cima.

___Que atitude é essa? lembro que quando Victor entrou para nossa sala você  ficou toda animada e até disse que ele era bonito e tudo mais. Perguntei indignada e irritada com a atitude de Vivi mesmo sabendo que ela não ia com a cara de Victor desde o dia que a reprendi para defendê-lo.

___Se o maníaco do parque fosse bonito isso não o tornaria boa pessoa... Disse irônica ___...e quando disse que Victor era bonito eu não o conhecia, não foi você mesmo que disse que ele tem uma espécie de problema com a raiva ou sei lá oque?

___Vocês concordam com ela? Perguntei para Sara e Bianca que permaneciam caladas olhando.

___Bem, ele me dá um pouco de medo, mas não tenho nada contra ele. Disse Sara timidamente, então olhei para Bia.

___Ele é meio estranho, mas se é seu amigo é meu também. Respondeu Bia com um sorriso

___É pelo visto só você tem um problema com ele. Conclui encarrando Vivi que fechou a cara e cruzou os braços então pedi___... você não pode tentar ser legal, com ele por mim.

___Tá, mas na primeira esquisitice eu acabo com ele. Disse vencida descruzando os braços, e eu ri por um momento por ela dizer que acabaria com ele “se ela soubesse”.

Saímos do banheiro, e Eduardo estava calado ao lado de Victor, quando me aproximei perguntei.

___Tudo bem por aqui?

___Não.  Respondeu Eduardo e me assustei por um segundo, mas ele continuou___... esse cara não parece em nada com o irmão, não riu de nadinha que disse, mas vou encarrar isso como um desafio. Concluiu lançando um olhar desafiador para Victor e todos riram perante sua atitude até mesmo Victor esboçou um leve sorriso, e fiquei feliz por ver que as coisas estavam indo bem.

Retornamos para sala e as aulas passaram rápido, quando estávamos saindo vi Sara discutindo com Eduardo sobre o trabalho de artes e só então me lembrei que era para ser entregue na sexta feira e mal pude acreditar que tanta coisa havia acontecido em apenas um mês.

Despedi-me dos meus amigos e Victor tentou do seu jeito fazer o mesmo dando um aceno e fiquei feliz por ele estar se esforçando, quando estávamos indo em direção ao ponto Hugo correu e começou a caminhar ao nosso lado, mas enquanto andávamos tive a sensação de estar sendo observa, olhei em volta mas não vi ninguém conhecido, mas notei a presença do estranho carro preto em frente à escola e apesar de suas janelas escuras estarem fechadas sentia que os olhares vinham de dentro dele.

___Tudo bem? Perguntou Victor, olhando na mesma direção que eu procurando oque observava tão distraída.

___Nada de importante. Disse com um sorriso, sentindo que estava sendo um pouco paranoica, ele apenas assentiu levemente com a cabeça e começamos a andar novamente. No ponto Victor percebeu que eu estava evitando Hugo apesar do mesmo ainda tentar puxar conversa comigo.

____Aconteceu alguma coisa. Perguntou apontando para mim e para Hugo.

___Nada esta tudo bem. Respondi, não gostei de mentir, mas tive medo, de dizer lhe oque o pai e o irmão fizeram, pois meu objetivo era mantê-lo calmo e controlado não o contrario.

Estava distraída quando percebi que estava no ponto errado eu não ia para casa, mas para loja ajudar minha tia já havia me acostumado a ir para aquele ponto, me despedi e sai correndo a caminho do outro ponto sem acreditar na minha própria distração, cheguei bem no momento que o ônibus estava passando, mas mesmo correndo não consegui pega-lo, me sentei no ponto cansada e ofegante, peguei o celular da bolsa pronta para ligar e avisar para minha tia que iria me atrasar, quando uma buzina chamou minha atenção ergui os olhos e pude ver  a senhora Betone dentro de um palio vermelho.

___Está indo para cidade se quiser posso te dar uma carona. Ofereceu olhando para mim, fiquei meio insegura em entrar no carro com ela afinal não sabia se podia confiar na senhora Betone, mas acabei aceitando a carona. Logo que entrei ela abriu um sorriso e começou a falar.

___ É bom te encontrar de novo Rachel, esta indo para cidade ajudar sua tia na loja? Perguntou, mas eu ainda tinha um pouco de receio em respeito a ela então apenas assenti com a cabeça.

____Você realmente é uma boa moça Rachel. Disse agora num tom um pouco menos animado e eu lhe respondi com um pequeno sorriso só de lábios que foi o melhor que consegui fazer então ela se calou por algum tempo antes de dar um suspiro e dizer

___Meu marido não é má pessoa ele só tem medo, muitas coisas já nos aconteceram. Disse como se fosse um desabafo, olhei para ela, mas antes que eu pudesse lhe perguntar qualquer coisa ela parou o carro.

___Acho que é aqui que você fica. Disse apontando para fora, então notei que estávamos em frente a loja, me surpreendi pois não estava acostumada a chegar tão rápido, desci do carro e agradeci pela carona sabendo que não adiantaria lhe pedir qualquer tipo de explicação mas pude perceber  pelo seu tom que ela não era  totalmente a favor das atitudes de seu marido, mas eu ainda não sabia do que eles tinham tanto medo.