Acordei com Annabeth deitada no meu ombro. Ela era linda dormindo, mesmo com o cabelo bagunçado. Grover e o resto do pessoal estavam mais a frente. Nico e Tyson estavam conversando sobre alguma coisa que eu não entendia e Grover estava sentado ao lado deles,comendo enchiladas e latas de refrigerante.

Annabeth acordou quando o ônibus chacoalhou. Ela olhou pra mim e eu disse:

- Bom dia, bela adormecida – disse eu,brincando.

Ela riu, me deu um beijo e olhou mais a frente, onde Nico, Tyson e Grover estavam. Depois, ela avistou a janela e disse:

- Estamos quase chegando. – disse ela,apreensiva.

Ela me abraçou,mas senti o estomago dela roncar. Eu perguntei:

- Vamos comer? – perguntei a ela.

- É claro,estou morrendo de fome. – disse ela.

Eu levantei e peguei minha mochila e a dela. Dei a mochila a ela e tirou de dentro uma maçã, suco de uva em garrafa e lanches. Eu peguei a minha a tirei de dentro uma laranja, 2 latinhas de coca-cola, um lanche e uma coisa especial que eu havia colocado na minha mochila.

Annabeth viu o saquinho e perguntou:

- O que é isso, Percy? – disse ela.

Eu abri o saquinho e mostrei a ela: um monte de doces azuis. Ali tinha balas de goma, chiclete, jujubas, rolinhos e muitos outros. Eu disse a ela:

- São doces azuis. Sabe como é... Me faz lembrar de casa quando estou no Acampamento. – disse.

Annabeth me olhou com um tom compreensivo e tornou a olhar para a janela. Quando eu ficava no Acampamento, sentia falta de minha mãe, então eu sempre trazia de casa saquinhos com doces azuis que ela me trazia depois que vinha do trabalho na doceria.

Nico se levantou do seu assento e falou:

- Pessoal, chegamos ao porto.

Eu e Annabeth arrumamos nossas coisas e descemos do ônibus. A propósito, tudo estava muito calmo. Eu sentia o poder do mar em mim, e isso era aconchegante. Fomos andando pelo píer procurando o barco do Acampamento, quando Grover falou:

- Galera... Eu acho que é esse aqui.

Nós olhamos para o barco que Grover havia apontado. Era um barco simples, com o casco laranja e as letras “C.H.B.” pintado em dourado. Parecia estar parado ali há tempos, pois teias de aranha começavam a se formar nas cordas que prendiam o barco ao píer. Annabeth disse:

- Aquilo são... Teias de aranha? – disse Annabeth, se afastando um pouco do barco.

Todos nós sabíamos que os filhos de Atena tinham um certo receio com aranhas, por causa da história de Atena e Aracne. Eu caminhei em direção as aranhas com minha espada em mãos e cortei as teias no meio. As aranhas saíram andando em direção a Annabeth, que correu até mim.

- Percy, mate-as! – disse Annabeth, assustada.

Tyson e Nico pisotearam algumas aranhas, enquanto eu cortava algumas ao meio. Grover ficou ali olhando com Annabeth, pois ele era contra matar qualquer forma de vida.

Depois que acabamos com a última aranha, fui arrumar o barco para embarcarmos nele. Annabeth ainda estava com um pouco de medo, pois estava pálida. Grover, Tyson e Nico sentavam esperando poder embarcar no barco.

No momento em que havia terminado, um homem com um sobretudo preto apareceu ali. Ele era alto e tinha olhos de cor diferente: um azul e o outro castanho. É claro que na hora me lembrei dele, já havia lutado com ele.

- Ora ora, aonde pensam que vão crianças? – disse ele, com um tom de deboche.

Eu e Annabeth nos entreolhamos: Ela também sabia quem era, e Grover tinha uma vaga lembrança. Tyson ficou só olhando, porque ele estava nas forjas no fundo do mar.

- Acho que não é da sua conta, senhor. – Nico respondeu de cara feia para o homem.

- Bom, acho que vocês não vão poder embarcar sem me vencer, e é impossível me vencer! – ele soltou uma risada maléfica e tirou o sobretudo.