Uma mensagem fez com que todas as esperanças de Andrew voltassem de uma única vez, ele estava procurando sua namorada e melhor amiga há no mínimo 12 horas sem descansar nem para comer. Suas esperanças já estavam no fim quando recebeu uma mensagem de Lucca.

“Jessie me mandou uma mensagem, ela sabe algo sobre o desaparecimento. Me ligue.”

Nem precisava pedir, logo que leu Andy discou rapidamente o número.

- Alô – disse Lucca.

- O que ela sabe? – perguntou aflito.

- Ainda não sei, estou a caminho da casa dela agora.

- Finja que não se importa com  a Jullie.

- O que?

- Tenho um plano.

- Qual?

Lucca não conseguia acreditar na idéia de Andy, mas era o melhor que ele tinha no momento.

Estacionou normalmente em frente a casa e rapidamente ajeitou os cabelos o melhor que pode e rezou pra não parecer ridículo por estar de chinelo.

Tocou a campainha uma vez e logo uma criada uma perfeitamente vestida e com um grande sorriso forçado no rosto abriu a porta.

- Senhor Way, que bom revê-lo.

- A Jessie está? – não custava nada perguntar e garantir que não era uma brincadeira.

- Sim, ela está no quarto . O senhor deseja que eu o acompanhe até lá?

- Não, obrigado.

Sorriu para a criada e se apressou em direção as escadas. Tudo na casa estava diferente do dia em que Jessie deu sua festa, aparentemente a garota montou uma verdadeira balada apenas para sua fútil festa. Por que será que Lucca não se assusta com isso?

A porta do quarto estava aberta o que significava que Jessie o aguardava, respirou fundo e entrou.

- Olá Lucca – sorriu – Você está péssimo.

Lucca sorriu e controlando ao máximo seu tom de voz para não demonstrar ansiedade disse:

- Você sabe como fazer alguém se sentir bem, eu não estaria assim se a irresponsável da minha irmã não tivesse desaparecido. Vou por uma coleira naquela garota pra ela não se perder.

Jessie pareceu muito satisfeita com as palavras de Lucca e ele pode relaxar.

- Ora, ora. Não esperava que você estivesse com mais raiva do que preocupação em relação a ela.

- Claro que estou! – mentiu – Aquela garota irresponsável sumiu e agora eu tenho que aguentar a mãe e o pai reclamando que eu não a encontro, como se eu fosse sua babá – resmungou.

- E se eu te disser que posso te ajudar com isso?

- Você já disse que pode – mostrou o celular – Sua mensagem dizia que você sabe de algo que pode acabar com isso.

- Sei sim, mas não quero entregar minhas informações pra você acabar com o sumiço da Jullie – sorriu sadicamente – Quero que você a faça sofrer.

- Sofrer? – sentou na cama rosa.

- Sim.

- Como? – perguntou curioso.

- Ora é simples demais só que você deve manter segredo querido – Jessie sentou no colo de Lucca sorrindo de forma sedutora – Eu sei onde ela está –sussurrou.

- Sabe? – Lucca rezou pra não ter demonstrado o quanto estava aliviado com isso.

- Ahan – respondeu – Você quer saber?

- Quero.

- Então – beijou o pescoço de Lucca – Vai ter que me entreter.

Lucca realmente amava Jullie, caso contrario teria jogado Jessie pela janela naquele momento. Respirou fundo e mesmo sentindo nojo beijou a garota.

Andrew nunca esteve tão apreensivo e nem sentiu tanta vontade de ter noticias de Lucca. Já havia limpado cada milímetro de sua casa.

Um segredinho sobre Andrew: Ele limpa quando está ansioso.

Para qualquer mãe isso seria um sonho, mas Sarah Foster não é qualquer mãe e mesmo ficando pouco em casa e só tendo visto a garota uma vez na vida sabia como seu filho gostava dela.

- Andrew descanse – tirou o pano da mão do filho.

- Não posso descansar com essa janela cheia de manchas!

- ANDREW KYLE FOSTER EU SOU SUA MÃE E ESTOU MANDANDO QUE VOCÊ VÁ SE DEITAR!

Normalmente Andy teria se recusado e feito uma cena de garoto rebelde e sem coração, dessa vez começou a chorar e abraçou a mãe.

- Calma, querido – Sarah se via pela primeira vez na vida sem saber o que fazer e dizer, nunca havia visto Andrew mal.

- Eu gosto tanto dela, mãe – fungou – Tanto que nem cabe em mim. Por que ela teve que sumir?

- Calma, ela vai voltar.

Depois de alguns minutos assim Sarah saiu do quarto e deixou seu filho deitado na cama segurando o celular como se fosse sua própria vida.

Andy ficou encarando o teto pelo que parecera anos até o cansaço vencê-lo, só voltou a acordar quando sentiu o celular vibrando em sua mãe.

‘ Estou a caminho do esconderijo ‘

Andy prendeu o fôlego. Não acreditava que o seu plano havia dado realmente certo, apertou alguns comandos no celular e correu para o carro.

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Lucca estava em algum lugar desconhecido e tinha medo de dar dois passos para o lugar errado e parar no fim do mundo.

No inicio o caminho era só grama verde e alta, depois passaram uma cidadezinha perto da praia. Quando viu que as casas e lojas estavam pra trás Lucca se perguntou se na seria a próxima vítima de sequestro.

- Chegamos – disse Jessie.

No inicio Lucca teve vontade de gritar sobre isso ser uma brincadeira de mal gosto por parte da loira, mas logo percebeu que ela era uma gênio. Estavam em frente a um lugar parecido com uma prisão, cercado de cercas elétricas e grades de proteção com diversos galpões dentro. Era um enorme conjunto de depósitos imensos e a única alma viva era um homem numa guarita.

- Olá – disse Jessie de forma meiga – Meus empregados já terminaram a faxina?

Faxina?, pensou Lucca, isso é algum código novo pra assassinato?

- Não senhorita Way – o homem olhou ao redor como se fosse falar um segredo – Na minha opinião a senhorita deveria arrumar novos empregados, esses parecem ser bem lerdos.

- Eles são bons empregados, só são perfeccionistas.

O homem deu os ombros e abriu o portão permitindo a entrada dos dois.

Lucca não conseguia acreditar como não havia pensado nessa possibilidade. Jullie estava em um galpão! Céus, nada assim havia se quer passado por sua cabeça.

Jessie o guiou até um dos maiores galpões e bateu na pesada porta de metal.

A porta logo foi aberta por um garoto enorme e loiro, ele parecia um dos viciados em musculação dos documentários que Daniel forçava Lucca a assistir.

- Senhorita – sorriu e olhou com desgosto para Andrew – Quem é esse?

- Um amigo – respondeu – Como está a nossa hospede?

O homem loiro sorriu e abriu mais a porta para que os dois entrassem. O galpão seria maior se não tivesse tanta tralha, diversos tipos de moveis, brinquedos, araras com roupas não usadas há anos e mais varias outras quinquilharias ocupavam cada milímetro do lugar. Na parede oposta a porta de entrada havia uma portinha escondida quase completamente por um guarda roupa imenso.

Lucca continuou passando os olhos pela sala até encontrar algo que o deixou horrorizado, no fundo do galpão, jogada no chão frio com seu vestido rasgado e sujo estava a Jullie.